terça-feira, 31 de maio de 2011

Nuvens negras no horizonte internacional

31/5/2011 12:14, Por Amir Khair

Já se delineiam duas sérias ameaças em nível global, que podem indicar um primeiro desdobramento da crise financeira originada nos Estados Unidos em 2008. É a situação crítica da questão fiscal dos Estados Unidos e Grécia. Os holofotes agora estão na Grécia, mas não levará tempo para se dirigirem aos EUA. Face a esse quadro, o melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. Assim, é bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos que poderão vir de fora. O artigo é de Amir Khair.

Ainda não se passaram três anos e já se delineiam duas sérias ameaças em nível global, que podem indicar um primeiro desdobramento da crise financeira originada nos Estados Unidos em 2008. É a situação crítica da questão fiscal dos Estados Unidos e Grécia. Os holofotes agora estão na Grécia, mas não levará tempo para se dirigirem aos EUA.

Vale recordar. Na primeira tentativa de sair do buraco, a Grécia acertou com o FMI que sua economia deveria encolher 4% em 2010, 2,6% em 2011 e o desemprego, de 9,4% em 2009, subiria para 14,8% em 2012. Esse o custo da redução do déficit fiscal de 13,6% do PIB em 2009, para 8,1% em 2010 e 6,5% em 2012. Mesmo assim, sua dívida se estabilizaria em 150% do PIB! Mas em 2010 em vez de conseguir a meta de déficit de 8,1%, obteve 10,5%, o que acendeu a luz vermelha.

Os holofotes agora estão na questão fiscal da Grécia, que precisará de um novo empréstimo em 2012. Com um crescimento mais baixo que o esperado, a tendência é o agravamento fiscal e a necessidade de mais empréstimos que, se vierem, trarão sérias dificuldades de satisfazer as condições impostas pelo FMI, com impacto social crescente e sério risco político ao governo.

A aposta dos “salvadores” (Banco Central Europeu – BCE, países da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional – FMI) ao concederem o primeiro socorro era de que uma profunda restrição fiscal, com rebaixamento de salários, demissões no setor público e freada no crescimento econômico, seria capaz de gerar os excedentes para honrar as parcelas dos empréstimos, que tiveram prazos mais alongados.

Esse aperto fiscal deveria ser imposto à população e as reações foram imediatas com paralisações e manifestações de massa, que na ocasião poderia inviabilizar as negociações em curso. Mas o governo grego conseguiu vencer o primeiro round e aprovou as duras exigências dos financiadores, mas com importante condição: a dívida teria que ser integralmente paga, sem nenhum prejuízo aos credores.

Esse socorro financeiro implica em dois problemas fiscais, de solução quase impossível, pois crescem as despesas com o serviço da dívida pelo forte aumento do endividamento e cai a arrecadação pela redução da atividade econômica e pelo aumento da inadimplência dos contribuintes, ou seja, forma-se um “sanduíche” fiscal.

Os credores, no entanto, partiram da premissa de que a redução das despesas públicas seria suficiente para superar esses dois problemas. Não foi o que aconteceu e nem acontecerá. Assim, seria necessário reduzir o valor a ser pago no serviço da dívida, ou seja, seu deságio, com perda para os credores.

Mas, o deságio não bastaria para solucionar o problema, pois os desequilíbrios macroeconômicos já existentes tornam necessários outros esforços para viabilizar o equilíbrio de suas contas internas e externas. Atualmente ocorre déficit na balança comercial de 4% do PIB, maior déficit comercial entre os países da região do euro. Se esse déficit persistir, terá de captar o volume total em instituições de crédito estrangeiras, mesmo se os déficits orçamentários pós-inadimplência puderem ser financiados com captações domésticas.

A simples ameaça do deságio na Grécia precipitou a elevação dos riscos das dívidas de Portugal e Espanha. Portugal foi o primeiro a pedir socorro e já está seguindo o mesmo caminho grego. Tomou em maio recursos do FMI e da União Europeia de US$ 110 bilhões, que representa 47% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O último pacote de auxílio do FMI ao Brasil, em 1998 foi de US$ 40 bilhões ou 4,7% do PIB. Assim, esse socorro a Portugal foi, em termos de tamanho de sua economia, 10 vezes maior do que o nosso.

Para situar a gravidade do problema que ronda a Europa, o pacote da Grécia de US$ 156 bilhões foi também de 47% do PIB e o da Irlanda de US$ 120 bilhões, 52,9% do PIB, segundo matéria publicada no jornal Estado de São Paulo (22/maio).

Esses socorros foram também sem deságio nas dívidas e será apenas questão de tempo para evidenciar a falta de visão dos “salvadores” e o agravamento da inevitável deterioração fiscal nesses países.

Não tem como escapar do deságio das dívidas. Esse deságio, por sua vez, poderá trazer novos desdobramentos na rede financeira europeia já fragilizada pela crise iniciada nos Estados Unidos com as hipotecas de alto risco (subprime) e por a nu os títulos podres em posse do BCE ao socorrer o sistema bancário da Irlanda, Grécia, Espanha entre outros países.

A nova tentativa de socorro à Grécia continuará tentando preservar os credores, alongando mais a dívida, sem reestruturá-la, com nova injeção de empréstimos, e o calote será inevitável e maior mais a frente. É uma exigência do BCE para tentar empurrar com a barriga os títulos podres em seu poder cujo montante é desconhecido.

O mesmo poderá ocorrer com Portugal, mais à frente à Espanha e, em seguida a Itália, países de maior expressão econômica na zona do euro. Poderá ser essa a sequência dos PIIGS. É claro que isso atingirá o sistema bancário das economias mais sólidas como França e Alemanha, agravando a crise européia com repercussões em outros países fora da área. Como existe forte relação entre os sistemas financeiros de Europa e Estados Unidos, esse país certamente será afetado.

EUA – Em 16/5, os Estados Unidos atingiram o teto de US$ 14,294 trilhões da dívida pública e o Departamento do Tesouro planeja anunciar que vai parar de emitir e reinvestir títulos do governo em certos fundos de pensão públicos, parte de uma série de medidas para adiar a moratória até 2/8. Essas medidas do Tesouro visam ganhar tempo para a Casa Branca e líderes do Congresso chegarem a um acordo de redução do déficit, para atingir número suficiente de congressistas a votar o aumento da dívida.

A disputa política entre republicanos e democratas pode fornecer o combustível necessário para começar a por em dúvida a capacidade do país honrar o pagamento aos credores, que estão espalhados por todo o mundo, especialmente países que acumularam fortes reservas ligadas ao dólar, como China, Japão, Alemanha e o Brasil. Para agravar esse quadro o déficit fiscal previsto ao final deste ano pode atingir US$ 1,7 trilhões ou 11% do Produto Nacional Bruto (PNB).

A tentativa de ativar a economia via elevação da liquidez é outro motivo de preocupação. De 2004 a 2008 a base monetária girava em torno de US$ 0,8 trilhão e a disparada sem cessar a partir de 2009 a elevou para US$ 2,4 trilhões. Apesar disso, os empréstimos bancários ficaram estabilizados desde o final de 2008 em US$ 9 trilhões, evidenciando o deslocamento dessa elevação da liquidez para fora dos EUA.

É possível que as agências de classificação de risco, que dormiram no ponto na crise de 2008/2009, não tenham o mesmo comportamento agora. Alguns sinais já apontam nessa direção. O primeiro foi dado pela Standard & Poor’s que rebaixou de ‘estável’ para ‘negativa’ a perspectiva de rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos. Com isso sinalizou que poderá piorar a nota da dívida americana. As razões apontadas para a decisão foram o persistente déficit orçamentário e o elevado endividamento do país.

De acordo com a agência, mesmo após dois anos após a eclosão da crise financeira que abalou o mercado de hipotecas dos EUA, o governo do presidente Barack Obama dá sinais de que não chegou num acordo sobre como reverter a deterioração fiscal por que passa o país atualmente, nem aponta soluções para as pressões fiscais de longo prazo.

O dólar já vem de longo processo de perda de valor perante outras moedas e commodities, e isso expressa a doença que se abate lentamente sobre a economia americana. As análises sobre as perspectivas deste país oscilam a cada dia ao sabor de dados sobre pedidos de desemprego, construção de novas moradias, produção industrial, inflação, etc. Fato é que a reação aos fortes estímulos dados desde 2008 produziram efeitos pífios e os déficits fiscais passaram de 3% do PNB em 2008 e poderão atingir 11% neste ano, e a dívida sobe de forma ameaçadora, indicando claros riscos em seu pagamento.

Para agravar esse quadro a elevação dos preços do petróleo e outras commodities subtraem o poder aquisitivo dos americanos, com reflexos negativos sobre o consumo que representa 70% do PIB do país. Isso afeta o crescimento econômico, a arrecadação e eleva o déficit fiscal.

Parecem esgotados os instrumentos monetários para tirar o país da crise. A forte injeção de dólares feita pelo Fed (banco central americano) e os juros negativos não conseguiram estimular o consumo. É incerto se terminará em junho a escalada da injeção de US$ 600 bilhões. Essa elevação da liquidez já dá sinais de problemas com a inflação, que começam a aparecer no front de preocupações do Fed. E nada mais potente para retirar o poder aquisitivo do americano do que a inflação.

A forma que seria possível para romper com esse agravamento é a ampliação das exportações e contenção das importações, para gerar empregos suficientes para tirar da letargia o mercado interno. Mas não é isso que vem ocorrendo no nível necessário, pois a disputa no mercado internacional cresceu fortemente como consequência da crise de 2008.

Face a esse quadro, o melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. Assim, é bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos que poderão vir de fora.

Amir Khair é engenheiro e mestre em finanças públicas pela EAESP/FGV. Foi secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo (1989/92). Atualmente é consultor na área fiscal, orçamentária e tributária.

Correio do Brasil

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Saldo de operações de crédito do sistema finaceiro cresce 1,3% em abril

30/5/2011 8:10, Por Redação, com ABr - de Brasília

Crédito

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,776 trilhão em abril, com crescimento de 1,3% no período e de 21% em 12 meses, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta segunda-feira. Esse saldo corresponde a 46,6% de tudo o que o país produziu – Produto Interno Bruto (PIB), no mês passado, ante 46,5% de março deste ano e 44% de abril de 2010.

Segundo relatório do BC, as operações de crédito concedidas pelo sistema financeiro “mantiveram-se em trajetória de expansão moderada”, com maior demanda por recursos livres (com taxas de juros livremente pactuadas entre clientes e as instituições). De acordo com o BC, essa demanda por recursos livre foi puxada pelas empresas, em contraste com menor intensidade das contratações pelas famílias.

Correio do Brasil


Diretor do BC prevê inflação 'próxima a zero' daqui a três meses


PEDRO SOARES
DO RIO

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, previu nesta segunda-feira que a inflação vai ficar "próxima a zero nos próximos dois a três meses".

O motivo, diz, é a tendência já demonstrada de "inflexão" dos preços dos alimentos. "A tendência é de acomodação", disse.

Para Mendes, a pressão dos alimentos foi responsável por acelerar a inflação desde o final de 2010 em razão da alta dos preços internacionais das commodities.

Tal tendência, porém, já mostra uma "dinâmica" diferente, segundo Mendes. Isso, diz, já mexeu com as expectativas futuras de inflação e levou analistas a estimarem taxas mais baixas do que há alguns meses.

Segundo Mendes, o principal instrumento para conter a demanda --e consequentemente a inflação-- é a taxa de juros. As chamadas medidas macroprudenciais são expedientes "adicionais" e têm como objetivo primeiro "controlar o mercado de crédito", com mecanismos como compulsórios mais elevados.

Tais medidas, porém, "ajudam também a controlar a demanda".

Outro foco do BC, diz o diretor, é "limitar o endividamento das famílias" com medidas como a elevação do percentual de pagamento mínimo do cartão de crédito --que foi fixado em 15% agora, mas será elevado para 20% da fatura ao final do ano.

30/05/2011 - 15h05



quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tablets terão maior exigência de conteúdo nacional

Renata Veríssimo

O início da produção de tablets (computadores em formato de prancheta, como o iPad da Apple) no Brasil está sendo considerado pelo governo como a “ponta do iceberg de uma política industrial muito ambiciosa”. Em entrevista, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, disse que as exigências que serão colocadas para que as empresas recebam as reduções de tributos previstas em lei trarão para o País uma indústria de componentes e semicondutores.

Ele previu que o Brasil poderá se transformar em plataforma de exportação de produtos de alta tecnologia para todo o continente em quatro ou cinco anos. Isso porque o Processo Produtivo Básico (PPB) estabelecerá um porcentual de utilização de conteúdos nacionais na montagem dos tablets mais rigoroso do que o exigido da indústria de notebooks. A proposta do PPB foi encaminhada ontem à Casa Civil. Para obrigar as empresas a trazerem fábricas de componentes para o Brasil, o MDIC também criará um PPB para os celulares de alta tecnologia (smartphones).

Pimentel informou ainda que, dentro da nova política industrial que deve ser anunciada em junho, o governo dará estímulos para associações de empresas estrangeiras com grupos nacionais para instalação de fábrica no Brasil. Os estímulos poderão ser por meio de incentivos fiscais e concessão de financiamentos do governo.

O ministro antecipou que o PPB exigirá que 50% dos displays (telas) sejam nacionais a partir de 2014. No caso dos carregadores de baterias que serão utilizados nesses equipamentos, metade terá que ser fabricada no Brasil já em 2012 e atingirá 80% em 2013. O índice de nacionalização para as placas de rede sem fio será de 50% em 2013 e terá de chegar a 80% em 2014. De imediato, será exigido que metade das placas-mãe utilizadas nos tablets terão de ser produzidas no País, passando para 80% em 2012 e alcançando 95% em 2013.

“É uma exigência pesada de conteúdo nacional”, avaliou Pimentel. O cumprimento dessas exigências garante às empresas a isenção de PIS e Cofins e a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 15% para 3%. Doze empresas já manifestaram o interesse de produzir tablets no Brasil.

Pedido

As empresas foram liberadas, temporariamente, de utilizar baterias e gabinetes produzidos no Brasil. A decisão do governo atende a pedido da taiwanesa Foxconn, que irá produzir os iPads, da Apple, no Brasil. Segundo o ministro, seria impossível produzir esses componentes neste momento no País, mas isso será negociado futuramente.

Pimentel disse que um dos pontos mais importantes é que o PPB obrigará a Foxconn a trazer uma fábrica de displays para o Brasil. “Seremos o primeiro país do mundo a receber uma fábrica de displays fora da Ásia”, disse. Os displays representam cerca de metade do custo dos tablets.

“Estamos praticando os novos fundamentos da nova política industrial. “Não queremos que as empresas venham aqui só para montar. A transferência tecnológica será muito forte”, declarou o ministro. Para Pimentel, o ambiente econômico brasileiro deve garantir o sucesso da política de atração de indústrias de alta tecnologia.

Apesar de ter construído um marco legal há alguns anos, o Brasil nunca conseguiu atrair as fábricas. O ministro argumentou que o País se tornou confiável para investimentos. Além disso, a inclusão social obtida nos últimos anos, do ponto de vista do capital, significa a criação de mercado consumidor. “Se soubermos dosar bem as coisas, vamos virar um País de ponta”, declarou. “Neste momento não temos (mão de obra disponível), mas teremos. Vamos ter dificuldades localizadas, mas conseguiremos resolver.”

agenciaestado

domingo, 22 de maio de 2011

Preços de etanol e gasolina seguem em queda, diz ANP


Na terceira semana de maio, preço médio da gasolina comum teve redução de 1,28%; já o preço médio do etanol hidratado teve queda de 6,55%
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Kelly Lima, da Agência Estado

RIO - Os preços do etanol e da gasolina comum mantiveram a trajetória de queda na terceira semana de maio, informou nesta sexta-feira, 20, a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em pesquisa semanal, a reguladora apurou que na média nacional o preço médio da gasolina "C" comum, que contém 25% de etanol anidro, foi de R$ 2,861 por litro, apresentando uma redução de 1,28%, em relação à semana anterior, queda superior a que ocorreu na segunda semana do mês, que foi de 0,55%.

Já o preço médio do etanol hidratado no País caiu 6,65%, para R$ 2,076 por litro, no mesmo período. A redução foi superior à ocorrida na segunda semana do mês, quando o preço recuou 3,47% em relação à primeira semana do mês.

Ainda segundo a ANP, em São Paulo, a queda dos preços médios de revenda foi de 9,53% para o etanol. Para a gasolina, a queda do preço médio foi de 1,36%. Em Brasília, entre a terceira semana de maio e a segunda as reduções dos preços dos combustíveis ao consumidor final foram de 4,77% para o etanol e de 2,52% para a gasolina. No Rio de Janeiro, a queda dos preços médios de revenda foi de 4,49% para o etanol. Para a gasolina, a queda do preço médio foi de 1,16%.
Entre os Estados do Nordeste, os destaques foram a redução dos preços médios de revenda ocorridas na Bahia, de 11,05% para etanol e de 6,18% para a gasolina; no Rio Grande do Norte, de 4,6% para o etanol e de 3,25% para a gasolina; no Maranhão, de 3,29% para o etanol e de 2,08% para a gasolina e no Ceará, de 3,13% para o etanol e de 1,96% para a gasolina.

Na Região Sul, a queda do preço médio ao consumidor final foi de 0,31% para a gasolina e de 8,66% para o etanol hidratado. Na região, pode-se destacar as reduções dos preços médios de revenda ocorridas no Rio Grande do Sul, de 11,50% para etanol e de 2,32 para a gasolina, e no Paraná, de 8,17% para o etanol e de 1,68% para a gasolina.

Segundo a ANP, a tendência para as próximas semanas é que os preços mantenham-se em queda, tanto para a gasolina, quanto para o etanol hidratado, considerando o início da safra da cana de açúcar e a diminuição do volume de estoque antigo adquirido a preços mais elevados. O levantamento de preços da ANP é realizado, semanalmente, em mais de 8 mil postos revendedores em todo o País.

20 de maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Internet influencia compra de 62% dos consumidores, aponta Google

GABRIEL BALDOCCHI

ENVIADO ESPECIAL A BOGOTÁ
 
O poder da internet para influenciar consumidores tem impacto econômico superior do que a capacidade da rede de gerar compras virtuais. A conclusão a que chegou o Google a partir de suas pesquisas na América Latina é usada como estratégia de negociação com seus anunciantes.

"O comércio eletrônico é muito importante, mas não é a pedra regular na internet", afirmou o diretor do Google na Argentina, Alejandro Zuzenberg, durante conferência da empresa para a América Latina.
Em pesquisas feitas nos mercados da América Latina, a empresa apurou que 62% dos consumidores consultam informações on-line antes de fazer uma compra. Eles procuram indicações em sites de buscas e nas redes sociais.
Nesse universo, 32% dos consumidores conversam ou compartilham informações antes de comprar.
Com base nos dados, a empresa mostra que a internet mudou a decisão da compra do ponto de venda para a rede. A conclusão tem mais força em setores como o de eletrônicos, em que nove em cada dez consumidores consultam a internet antes de adquirir um produto.
"Esse é o ponto que trabalhamos com nossos clientes", afirmou Zuzenberg.
Os dados da pesquisa mostram ainda que 83% dos usuários que buscaram informações na internet confiavam na opinião dos usuários da rede para as compras, com uma procura de quatro a sete opiniões.
Zuzenberg disse ainda que as empresas devem usar a publicidade em mídias tradicionais para disparar as buscas no ambiente virtual. Um movimento que deve ser trabalhado com iniciativas no ambiente on-line.
"O que encontramos é que quem mais investe em publicidade [tradicional] mais tem busca on-line. É o complemento de ambas que funciona melhor."
O repórter GABRIEL BALDOCCHI viajou a convite do Google.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Inflação em 2011 não ultrapassará o teto da meta, garante Mantega

Ministro da Fazenda diz que não há nenhum relaxamento do governo em relação à alta dos preços

Daniela Amorim e Sabrina Valle, da Agência Estado

RIO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira, 16, que não há nenhum relaxamento do governo em relação à inflação. O ministro participa do XXIII Fórum Nacional, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio, cujo tema este ano é "Visão de Brasil desenvolvido para participar da competição do século: China, Índia e Brasil".
"Estamos sempre atentos para manter a inflação dentro dos limites. Temos certeza absoluta de que em 2011 a inflação estará dentro da meta, do limite superior da meta, aliás, como tem estado nos últimos cinco anos", afirmou Mantega.
Mantega disse ainda que há uma nítida tendência de queda nos preços dos combustíveis, o que vai ajudar a desacelerar a inflação e mantê-la dentro da meta do governo.
"Os combustíveis subiram porque subiu o etanol. Pegamos um período de entressafra, mas agora com o início da safra houve uma expansão da oferta. O preço foi reduzido primeiro ao produtor, demora um tempo para chegar à bomba, mas agora já está chegando ao consumidor.
Portanto, teremos uma deflação no combustível, que é o segundo vilão dessa história inflacionária", afirmou Mantega, lembrando ainda que a queda dos preços das commodities no mercado externo também ajudará a frear a inflação no País.
Segundo ele, a alta dos preços das commodities é uma das principais pressões sobre a inflação oficial desde o ano passado. "No Brasil existem problemas quando sobe essa inflação de commodities, mas, por outro lado, é um dos países mais bem preparados para enfrentar essa situação, porque produzimos petróleo e porque também somos um grande produtor de alimentos. Por isso, também temos vantagens quando sobem os preços dessas commodities. Então essa é uma moeda que tem duas faces", afirmou.
Segundo o ministro, a boa notícia foi a queda no último mês dos preços de todas as commodities. "Portanto, a trajetória é descendente. Tivemos um alívio da inflação por parte das commodities", comemorou.

Surto inflacionário mundial

O ministro disse que há um surto inflacionário mundial, causado principalmente por esta alta nos preços das commodities. Mas ressaltou que, em vários países, a inflação foi maior do que no Brasil. "Na China a inflação subiu muito mais, assim como na Índia e na Rússia. Se comparados aos emergentes, estamos numa situação razoável", ponderou Mantega, apontando como culpados pela inflação mundial a falta de oferta de produtos, os problemas climáticos e a crise política no Oriente Médio e no Norte da África. "Mas também, não menos importante, está a especulação financeira, o excesso de liquidez no mundo provocado pela política de expansão monetária de países desenvolvidos".
Para Mantega, um dos fatores que determinam a longevidade do crescimento do País é o controle da inflação. "Com inflação alta é difícil manter um crescimento sustentável", disse.
Estadão 16 de maio de 2011 -16h 40
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