Emergentes- Segundo Banco Mundial

Os pólos de crescimento dos mercados emergentes estão redefinindo a estrutura econômica internacional, diz relatório do Banco Mundial

BRASÍLIA, 24 de maio de 2011


Em 2025, Brasil, China, Coréia do Sul, Índia, Indonésia e Rússia serão responsáveis por mais da metade de todo o crescimento global e o sistema monetário internacional, provavelmente, deixará de ser dominado por uma moeda única, é o que aponta um novo relatório do Banco Mundial publicado este mês.

À medida que o poder econômico muda, estas economias bem sucedidas ajudarão a impulsionar o crescimento nos países de renda média baixa através de transações comerciais e financeiras transfronteiriças.

O relatório "Global Development Horizons 2011 - Multipolarity: The New Global Economy" (Horizontes do Desenvolvimento Mundial 20011 - Multipolaridade: A nova economia global) projeta que, como grupo, as economias emergentes crescerão em média 4.5% ao ano, entre 2011 e 2025. As economias desenvolvidas, no entanto, deverão crescer 2.3% no mesmo período, mas não perderão sua relevância na economia global, visto que a zona do euro, o Japão, o Reino Unido e os Estados Unidos desempenhando um papel central no fomento do crescimento mundial.

"O rápido surgimento das economias emergentes provocou uma mudança na qual os centros de crescimento econômico estão agora distribuídos entre as economias desenvolvidas e as em desenvolvimento. Estamos em um mundo verdadeiramente multipolar", disse Justin Yifu Lin, economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial para Economia do Desenvolvimento. "As empresas multinacionais dos mercados emergentes estão se tornando uma força que remodela a indústria global, com uma rápida expansão dos investimentos sul-sul e dos fluxos de investimento estrangeiro direto (IED). As instituições financeiras internacionais terão que adaptar-se com rapidez para não ficarem defasadas".

Segundo o relatório, as economias emergentes que apoiam-se em adaptação tecnológica e na demanda externa para crescer terão que fazer mudanças estruturais para manter o seu ritmo de crescimento através de ganhos de produtividade e de demanda doméstica robusta.

o relatório Global Development Horizons destaca os desafios que uma economia mundial multipolar trará pra os países em desenvolvimento durante os próximos 20 anos. Os autores empregam índices respaldados em dados empíricos para identificar os países de rápido crescimento econômico que contam com um sólido capital humano e inovação tecnológica e que também geram atividade econômica em outros países. É provável que esse crescimento econômico seja promovido de maneira indireta através de operações financeiras, migraçòes e comércio transfronteiriço, que fomentam a transferência tecnológica e incrementam as exportaçòes.

O relatório destaca ainda que:

  • O risco para investimento em economias emergentes caiu drasticamente. O Brasil já paga taxas de juros mais baixas sobre sua dívida soberana do que vários países europeus.

  • Como outras economias emergentes, o mercado de capitais brasileiro amadureceu e tem experimentado um crescimento significativo nos últimos anos. As empresas brasileira hoje têm acesso aos mercados de capitais internacionais. Além disso, o acesso e as condições de financiamento para as empresas devem melhorar ainda mais na próxima década.

  • Apesar de a integração econômica mundial ser cada vez maior e mais profunda, a dinâmica regional vai ganhar mais importância em um mundo multipolar. Além do seu papel importante como parte de um grupo de economias com alto crescimento no cenário mundial, o Brasil apresenta na América Latina maior "polaridade” do que o México, embora o México tenha um papel de maior destaque mundial.

  • Enquanto o mundo desenvolvido tem sido a fonte tradicional de crescimento para as economias orientadas à exportação, o fato de que os países desenvolvidos crescerão mais lentamente traz vários desafios para os países em desenvolvimento.

  • Em particular, o crescimento das economias emergentes terá que se basear mais na demanda doméstica e no crescimento da produtividade. Esses desafios são reforçados por outras mudanças estruturais, tais como o envelhecimento da população

  • O fato de que os países em desenvolvimento crescerão mais rapidamente que a média mundial é associado com fluxos de capital, com implicações para a oferta de crédito, a inflação e a valorização cambial. Embora o temor de grandes saídas de capital súbita foi dissolvido pelo acúmulo de uma quantidade substancial de reservas internacionais, gerenciar esses fluxos de capitais é visto como um desafio fundamental para o desenvolvimento econômico, particularmente no que se trata de inflação e de competitividade das exportações.

Para acessar o relatório completo, projeções sobre o crescimento dos pólos econômicos ou outros dados em inglês, clique aqui.

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