Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - Depois da decisão da China de reduzir a tarifa sobre as importações de álcool de 30% para 5%, a medida pode se aplicar ao etanol, na opinião de especialistas, podendo abrir caminho para importações do biocombustível do Brasil.
Analistas, contudo, não esperam grandes compras devido à falta de capacidade de misturar o biocombustível à gasolina, mesmo que as importações sejam viáveis. O Brasil, maior exportador mundial de etanol, tem pressionado a China para importar o biocombustível brasileiro como um complemento à produção limitada do país.
– A tarifa baixa parece tornar as importações viáveis. Mas estamos estudando se há outras restrições – disse um analista.
O Ministério das Finanças informou na quarta-feira que a taxa de importação sobre o álcool e outras bebidas desnaturadas vai cair para 5% a partir de 1º de janeiro de 2010.
Para outro especialista, a redução da tarifa – parte do compromisso de Pequim de reduzir as taxas gerais de importação como membro da Organização Mundial de Comércio – não vai resultar em grandes importações em breve.
– A redução pode levar a importações de uma maneira indireta, o que será a tendência futura. Mas não esperamos que as importações aconteçam dentro de um curto período de tempo – disse.
Ele afirmou que os compradores têm de construir instalações de mistura, atualmente sob controle de empresas estatais. Pequim determina o uso de gasolina misturada com etanol apenas em cerca de um terço das províncias chinesas.
A China não permitirá nenhuma grande expansão de produção de etanol à base de grãos devido a preocupações com a segurança alimentar, e a expansão da produção de biocombustível utilizando outras matérias-primas é restrita devido à quantidade limitada de terras e de recursos hídricos.
O governo quer misturar 2 milhões de toneladas de etanol na gasolina até 2010 e 10 milhões até 2020, como parte de esforços para ajudar a reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Já autoridades da indústria duvidam que a meta poderá ser cumprida com as atuais instalações, que só podem produzir cerca de 1,35 milhão de toneladas.
Exportações de etanol brasileiro para a China são improváveis no curto prazo, uma vez que a safra de cana está acabando no centro-sul e os estoques do combustível estão apertados. Mas a notícia é vista como positiva num período mais longo, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Com agências
JB- 18/12/2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentario