domingo, 25 de abril de 2010

Meirelles: Brasil está preparado para déficit de conta corrente

Economia

Portal Terra

WASHINGTON - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse neste sábado, em Washington, que a questão de déficit de conta corrente preocupa, mas que o Brasil está bem preparado para reagir a isso e fazer reajustes, graças ao sistema de câmbio flutuante.

"Em 2008, o Brasil demonstrou que está bem preparado para lidar com crises. Saímos mais fortes da crise", disse Meirelles. "Saímos da crise com US$ 240 milhões em reservas e, antes dela, tínhamos US$ 205 milhões", completou.

O chefe da autoridade monetária do país disse que a necessidade de uma reforma financeira global foi a principal pauta do encontro do G20, realizado no dia anterior. Segundo Meirelles, há discordância quanto à aplicação de taxas às instituições financeiras. "Os emergentes acreditam que não contribuíram com a crise e, portanto não precisam adotar estas regras".

Além disso, de acordo com o presidente do BC, o Brasil já conta com mecanismos rigorosos de controle das transações financeiras realizadas no país.

"As reformas têm de ser basicamente para ter melhor qualidade e quantidade de capital, garantindo colchões de liquidez, transparência das operações e registros de derivativos, como já temos no Brasil", afirmou ele.

No encontro do G20, também foi discutida em profundidade a função do Fundo Monetário Internacional (FMI) de fazer a análise da visão macroeconômica dos países e usar mecanismos de monitoramento da economia mundial.

Quanto à situação da Grécia, Meirelles disse que ela serve de alerta para um problema dos países da Comunidade Europeia: a falta de um mecanismo de defesa no caso de crises.

O presidente do BC afirmou que o dólar desvalorizado é de fato um problema importante e que é o resultado do desiquiilíbrio mundial entre consumidores e poupadores.

Meirelles também reafirmou o compromisso do BC em satisfazer as metas de inflação. "Se enganam aqueles que acham que o Banco Central será leniente em relacao à inflação e o Banco será enérgico durante todo processo", disse Meirelles.

JB-24/04/2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Política de juros não é 'excessivamente conservadora', diz Meirelles

Presidente do BC vê tendência de queda dos juros nos últimos anos.

Juro é consequência de "previsibilidade, estabilidade e boa administração".
Alexandro Martello

Do G1, em Brasília

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (14) que a política monetária (definição da taxa básica de juros da economia) não é "excessivamente conservadora".

"A inflação orbitou em torno do centro da meta [de inflação] nos últimos anos, como deve ser. Não é uma política monetária excessivamente conservadora. E isso fez com que colaborássemos com a maior estabilização da economia", disse Meirelles durante audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública, no Congresso Nacional.

De acordo com Meirelles, a taxa básica de juros sobe e desce dependendo dos ciclos da economia. "Mas tem uma tendência de queda nos últimos anos, o que mostra que a estabilização da economia e as medidas tomadas na hora certa geram uma tendência de queda dos juros", disse ele.

Na avaliação do presidente do Banco Central, a taxa de juros é consequência de uma maior "previsibilidade, estabilidade e de uma boa administração". "Ela vem caindo nos últimos anos, o que tem reflexo nos juros pagos na dívida líquida do setor público", declarou.

Atualmente, os juros básicos da economia brasileira estão em 8,75% ao ano, os mais baixos da história. Em termos reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses), porém, são os juros mais altos do mundo.

A expectativa do mercado é de que os juros voltem a subir ainda neste mês, para 9,25% ao ano, e avancem para até 11,25% ao ano no fim de 2010. Tanto o BC, quanto o mercado, preveem que a inflação fique acima de 5% neste ano, para uma meta central de inflação de 4,5%.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cenário Econômico: Crédito deve atingir 70% do PIB em 2014, prevê BNDES

Cenário Econômico: Crédito deve atingir 70% do PIB em 2014, prevê BNDES

Crédito deve atingir 70% do PIB em 2014, prevê BNDES


No ano passado, financiamentos chegaram a 45% do PIB, diz banco.

Expansão deve continuar nos próximos 4 anos, segundo superintendente.


Da Agência Estado

A expansão do crédito no Brasil fará com que o volume de financiamentos no país alcance 70% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014.

A projeção é de estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgado nesta terça-feira (13).

Segundo o banco, o estímulo ao crédito, usado como ferramenta no esforço anticíclico do governo durante a crise, fez com que o saldo das operações de crédito passasse de 37,4% do PIB em 2008 para 45% do PIB no ano passado.

O estudo, realizado pelo superintendente da Área de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do BNDES, Ernani Torres Filho, registra que, em 2004, o crédito era calculado em 23,1% do PIB.

Para ele, os efeitos positivos da expansão do crédito na manutenção da atividade econômica interna durante a crise "criou condições para que esse mercado não só sustente a trajetória de crescimento dos últimos anos mas também venha a evoluir, ao longo dos próximos quatro anos, em direção a uma maior oferta de empréstimos de prazos mais longos, hoje ainda muito concentrada em instituições oficiais".

De acordo com a projeção feita pelo BNDES no estudo, o crédito deve alcançar 49,5% do PIB este ano e 54,2% em 2011, numa trajetória crescente até 2014, quando deverá alcançar 70%. O crédito para pessoa física é o que deve ter maior crescimento, passando de 17,1% do total este ano para 23,7% em 2010. A participação do financiamento para a habitação também deve crescer, segundo o BNDES, de 3,3% para 9,6% nos próximos quatro anos.

Segundo Torres Filho, mais da metade da expansão do crédito entre 2004 e 2008 veio do endividamento das famílias, que, apesar da crise, mantiveram o poder de compra com o crescimento da renda e o baixo impacto no nível de emprego. Para o economista do BNDES, essa expansão do crédito se dá por meio de "um sistema bancário de robusto e pouco alavancado".

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cenário Econômico: IGP-M em queda na primeira prévia de abril

Cenário Econômico: IGP-M em queda na primeira prévia de abril

IGP-M em queda na primeira prévia de abril


JB Online

RIO - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,27%, na primeira prévia de abril. Para o mesmo período de apuração no mês anterior, a variação foi de 0,95%. O primeiro decêndio do IGP-M de abril compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 do mês de março.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de 0,13%, no primeiro decêndio de abril. No mesmo período do mês de março, a taxa foi de 1,22%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais recuou de 0,56% para 0,49%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,70% para 0,49%. No estágio dos Bens Intermediários, a taxa de variação passou de 1,27% para 0,04%. A maior contribuição para esta desaceleração partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 1,60% para -0,07%.

O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -0,26%. No mês anterior, a taxa foi de 2,13%. Os itens que mais contribuíram para a trajetória de desaceleração deste grupo foram: laranja (29,34% para -12,73%), cana-de-açúcar (2,62% para -0,78%) e minério de cobre (38,16% para -13,17%). Com taxas em sentido ascendente, destacam-se: leite in natura (4,11% para 10,08%), algodão (em caroço) (-0,59% para 8,75%) e bovinos (0,49% para 2,05%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou, no primeiro decêndio de abril, taxa de variação de 0,28%. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,43%. Três das sete classes de despesa componentes do índice registraram decréscimos em suas taxas de variação, com destaque para Transportes (0,60% para -0,63%). Os itens que mais contribuíram para estes movimentos foram: álcool combustível (3,05% para -12,81%) e gasolina (0,95% para -0,74%).

Também apresentaram recuos em suas taxas de variação os grupos: Habitação (0,35% para 0,25%) e Educação, Leitura e Recreação (0,12% para 0,05%). Nestes grupos, vale mencionar os itens: empregados domésticos (2,75% para 0,61%) e livros em geral (1,72% para 0,87%), respectivamente.

Em sentido oposto, apresentaram aceleração os grupos: Vestuário (-1,28% para -1,04%), Despesas Diversas (-0,13% para 0,04%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,24% para 0,31%) e Alimentação (0,96% para 1,01%). Nestes grupos, merecem destaque os itens: roupas (-2,26% para -1,36%), mensalidade para TV por assinatura (-1,31% para -0,07%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,14% para 0,15%) e laticínios (1,00% para 3,15%), respectivamente.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no primeiro decêndio de abril, taxa de 1,12%. No primeiro decêndio de março, a taxa foi de 0,45%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,56%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,64%. O índice que representa o custo da Mão de Obra apresentou variação de 1,73%, no primeiro decêndio de abril. Na apuração referente ao mesmo período do mês anterior, o índice variou 0,24%.


08:33 - 12/04/2010

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