sexta-feira, 25 de junho de 2010

País está próximo de atingir o pleno emprego, segundo economistas25/06/2010

Cenário pode se confirmar ainda este ano, com um desemprego próximo de 6% nas principais regiões metropolitanas do Brasil

O forte ritmo de crescimento da economia nos últimos meses e o desempenho vigoroso do mercado de trabalho no Brasil, com a conseqüente redução do nível de desemprego, deve alçar o País a um cenário de pleno emprego.

Segundo especialistas ouvidos pelo iG, esse quadro está próximo de se concretizar. Com uma taxa de desemprego na faixa entre 5% e 6% esse cenário pode se confirmar, afirmam os analistas, entre o fim de 2010 e o primeiro semestre de 2011. Hoje, o desemprego nas principais regiões metropolitanas do País é de 7,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com uma taxa de crescimento econômico de mais de 5%, chegaremos a um desemprego de 6%, que é o pleno emprego. Isso pode acontecer ainda este ano”, avalia o professor de relações do trabalho na Universidade de São Paulo (USP), José Pastore.

O País só viveu situação semelhante no início dos anos 70, durante o período que ficou conhecido como “Milagre Brasileiro”, lembra o economista João Paulo dos Reis Veloso, que foi o titular do Ministério do Planejamento de 1969 a 1979. Naquele período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu na faixa de 10% ao ano, por quatro anos consecutivos, de 1970 a 1973.

“Toda a década de 70 foi de expansão muito rápida no emprego porque o País vinha de um período de crescimento desde os anos 50. Mas a diferença é que antes havia um rápido crescimento do PIB e baixo crescimento do emprego. A partir de 1968 houve um grande crescimento do PIB e do emprego. No fim dos anos 70, a taxa de desemprego aberto estava em cerca de 2%”, acrescenta Reis Veloso.

Segundo Pastore, o desempenho da economia brasileira tem mostrado força e continuará assim até o fim de 2010, impulsionando a geração de postos de trabalho. “A menos que aconteça algo imprevisível, como um forte esfriamento da demanda interna, a trajetória de queda no desemprego não se confirmaria. Algo impensável no momento”, observa.

Janine Berg, especialista em Emprego do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, acredita que para que o Brasil atinja o patamar de pleno emprego e mantenha o quadro por um período longo é necessário que o País cresça a uma taxa de 6% ao ano, pelos próximos cinco a seis anos. “Mas essa trajetória está sujeita a variações. No longo prazo não é suficiente só gerar empregos. É necessário qualificar melhor. Pessoas com mais qualificação tendem a ser menos afetadas pelo desemprego”, diz.

O pleno emprego não significa o fim do desemprego, mas ocorre quando o nível de trabalhadores sem emprego se situa em uma faixa que os especialistas definem como friccional, ou seja, quando o trabalhador fica fora do mercado de trabalho por um curto período de tempo, entre 30 e 60 dias.

Isso ocorreu nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve uma forte expansão na produção e o desemprego oscilava na faixa de 2%. Na avaliação dos especialistas, o período de governo do presidente Bill Clinton, de 1993 a 2001, também podem ser considerados como de pleno emprego. Naquele momento, a taxa de desemprego entre os americanos chegou a ser de 4%.

Segundo os analistas, um fator que demonstra a proximidade de um cenário de pleno emprego no País é a maior pressão por aumentos salariais. Para José Pastore, isso já está ocorrendo em alguns setores. “Os aumentos estão acima da inflação e da produtividade em várias categorias. Já está faltando mão de obra qualificada e não-qualificada”, diz. De acordo com dados do Dieese, 93% dos pisos salariais, em diversas categorias profissionais, tiveram reajustes acima da inflação no ano passado.

domingo, 20 de junho de 2010

China anuncia flexibilização gradual do yuan

É necessário aguardar se anúncio vai bastar para acalmar os críticos da subvalorização da moeda chinesa

Agência Estado e Reuters

PEQUIM - A China irá flexibilizar gradualmente o yuan, informou o banco central do país neste sábado, 19, indicando que está pronto para acabar com 23 meses de câmbio fixo que ficou sob intensa pressão mundial. A autoridade monetária reiterou várias das suas declarações anteriores sobre o yuan, inclusive que manterá um sistema de flutuação administrada para a divisa referenciada contra uma cesta de moedas.

"É desejável prosseguir adiante com a reforma no regime da taxa de câmbio RMB e aumentar a flexibilidade", afirmou Banco Popular da China, em comunicado no seu website. O yuan também é chamado de renminbi, ou RMB. O comunicado não cita qualquer medida específica que será tomada e afirma que "atualmente não há nenhuma base para grandes oscilações ou mudanças na taxa de câmbio do yuan".

O BC chinês descartou uma valorização de uma só vez ou maior apreciação como muitos críticos esperavam, afirmando que "não havia base para grandes flutuações ou mudanças" na taxa de câmbio. Entretanto, ficou claro que a China pretende com seu anúncio - publicado em inglês ao mesmo tempo que em chinês - marcar o fim da rigidez de facto da cotação do yuan em relação do dólar, que tem sido defendida como uma "política especial" para proteger a economia da crise financeira global.

Ainda é preciso esperar se o anúncio será suficiente para apaziguar os críticos, especialmente os parlamentares norte-americanos, que dizem que uma moeda chinesa subvalorizada dá uma vantagem comercial injusta. "A economia global está se recuperando gradualmente. A recuperação e a retomada da economia chinesa se tornou mais sólida com a estabilidade econômica reforçada", disse o banco central chinês no comunicado em seu website.

Repercussão

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou em um comunicado que o país saúda a decisão da China de aumentar a flexibilidade da taxa de câmbio do yuan, na primeira reação dos EUA ao comunicado do banco central chinês.

"Saudamos a decisão da China de aumentar a flexibilidade de sua taxa de câmbio", disse o comunicado. "A implementação daria uma contribuição positiva para um crescimento econômico forte e equilibrado. Estamos ansiosos para continuar nosso trabalho com a China no G-20 e bilateralmente para reforçar a recuperação."

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que o comunicado do banco central chinês foi um "progresso muito bem-vindo". Segundo ele, o retorno para uma política de flutuação administrada da moeda - sistema utilizado antes da crise financeira global - permitirá que o yuan aumente em valor. Isso, por sua vez, "ajudará o rendimento das famílias chinesas e proverá os incentivos necessários para reorientar o investimento para as indústrias", destacou Strauss-Kahn.

Comunicado é vago
A China deve dar mais detalhes sobre sua nova política cambial ou os parlamentares norte-americanos irão pressionar mais com planos para elevar barreiras comerciais, disse o senador democrata Charles Schumer neste sábado.

"Este comunicado vago e limitado é a resposta típica da China a pressões", afirmou o senador, que é membro da liderança democrata em um esforço para liberar os Estados Unidos a utilizarem compensações contra países com taxas de câmbio "fundamentalmente desalinhadas".

"Enquanto não houver informações mais específicas sobre o quão rápido o país vai deixar a sua moeda valorizar-se e em quanto, não podemos ter nenhuma boa sensação de que os chineses vão começar a jogar pelas regras", disse Schumer, em comunicado.

(com informações da Dow Jones)

Câmbio fixo torna China ''competitiva''

- O Estado de S.Paulo




Há 23 meses os chineses não mexem na sua taxa de câmbio. O período remete a meados de agosto de 2008. Um mês depois, o planeta mergulharia em sua pior crise econômica desde a Grande Depressão nos anos 30.

Ao manter fixa a taxa de câmbio entre iuan e dólar, a China estava, na prática, desvalorizando sua moeda ante todas as demais. Enquanto isso, a produtividade nos setores chineses de exportação disparava; combinado à desvalorização da moeda, isso tornou os bens chineses baratos, o que prejudica outros exportadores que perdem competitividade.

Por isso a queixa global contra a China. A última veio do presidente Barack Obama (EUA), que anteontem, em carta ao G-20, pediu "ajustes".

Relação é definida por economistas como ''neocolonialista''


20 de junho de 2010
O Estado de S.Paulo

A América Latina vende commodities para a China e recebe manufaturas. Os economistas definem o comércio como "neocolonialismo" e temem que prejudique as contas externas da região.

"É uma relação do século XIX", disse o economista Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maurício Mesquita Moreira. "Temos um desafio importante para evitar a deterioração da qualidade do intercâmbio", disse o presidente do Conselho Empresarial Brasil - China, Sérgio Amaral.

A China representa 7,5% das exportações da América Latina. Excluindo o México, que não é rico em commodities, chega a 11,5%, mais alto que o peso da economia chinesa no PIB global, que é de 8,5%.

Mas a influência do país asiático na economia da região é muito maior. As commodities respondem por 48% das exportações latino-americanas. E os chineses dominam esse mercado. A China compra 55% do minério de ferro, 71% do milho e 49% da carne de porco do mundo.

"A China determina o preço das commodities. Isso significa que metade da exportação da América Latina é influenciada diretamente pelo que ocorre por lá", diz o economista do JP Morgan, Júlio Callegari.

A principal vantagem que a relação com a China traz para a América Latina é a alta nos preços de exportação. Se essas variações fossem excluídas, o superávit obtido minguaria. Entre 2005 e 2009, os latinos-americanos acumularam ganhos de US$ 480 bilhões no comércio com os chineses - US$ 400 bilhões só com alta de preços.

Déficits. Os preços das commodities estão nas alturas e, ainda assim, a tendência é de déficit para a América Latina. Isso ocorre porque as importações de produtos chineses crescem ainda mais rápido. O superávit da América Latina com a China, excluído o México, saiu de US$ 4,5 bilhões em 2005 para um déficit de US$ 7 bilhões em 2008. Voltou a ser superávit em 2009 por causa da crise (US$ 5,3 bilhões), mas a tendência é de resultados negativos em 2010.

China empresta US$ 50 bi para a América Latina

Com financiamentos generosos, país aumenta influência na região, como fez na África, e garante o suprimento de matérias-primas
20 de junho de 2010
Raquel Landim - O Estado de S.Paulo

Depois da invasão chinesa na África, agora é a vez da América Latina. A China despejou mais de US$ 50 bilhões na região em empréstimos nos últimos 18 meses, aponta levantamento do JP Morgan. A maior parte são créditos garantidos com entrega de petróleo.

Companhias estatais e bancos chineses estão investindo pesado na região. A presença da China se expande por três vias: comércio, investimento e empréstimos. Os objetivos do gigante são garantir matérias-primas, vender produtos e diversificar suas reservas internacionais.

A Venezuela, do presidente Hugo Chávez, lidera com US$ 28 bilhões em créditos chineses. Em abril, foi selado um acordo de US$ 20 bilhões, a poucos meses de eleições legislativas.

Depois estão Brasil e Argentina, com US$ 10 bilhões cada. O Equador recebeu US$ 2,7 bilhões. No caso brasileiro, é uma linha de crédito para a Petrobrás. A estatal informa que utilizou US$ 7 bilhões.

"A magnitude desses acordos é surpreendente", disse Julio Callegari, economista do JP Morgan. Os acordos são fechados com o Banco de Desenvolvimento da China e com a PetroChina.

A América Latina ganhou relevância como fornecedora de petróleo para a China. Em 2009, a região vendeu 5,8% do petróleo importado pelo país, mais que o dobro dos 2,4% de 2004.

"Existe uma liquidez gigantesca na China, que se transformou em fonte de financiamento fácil para outros", disse o sócio da Strategus Consult, Renato Amorim. "Também houve um amadurecimento dos mecanismos de financiamento chineses. Eles aprenderam a investir fora."

A enxurrada de dólares chineses é bem-vinda, porque significa dinheiro barato que ajuda países com dificuldade para viabilizar financiamentos de longo prazo. Mas o movimento também preocupa. "É um braço da política externa chinesa", disse o economista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maurício Mesquita Moreira.

O principal temor é o chamado "capitalismo de Estado". Muitos bancos e empresas chinesas são estatais ou contam com apoio do governo. Por isso, não se guiam só por lucro, mas também por decisões políticas.

Laços estreitos. Os laços entre América Latina e China se estreitaram. Nos últimos cinco anos, as exportações para o país mais que duplicaram no Peru e mais que triplicaram no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Venezuela. A China já ultrapassou os EUA como o maior parceiro comercial do Brasil e do Chile.

O governo chinês está estimulando as empresas a adquirir ativos na África e na América Latina. Em 2009, a China respondeu por 18% do investimento estrangeiro no continente latino-americano, mas ainda é pouco. Em 2008, os chineses aplicaram US$ 43 bilhões na Ásia, US$ 5,5 bilhões na África e US$ 3,7 bilhões na América Latina.

No Brasil, dois grandes negócios foram anunciados recentemente: a State Grid comprou sete concessionárias de energia por US$ 1,7 bilhão, e a Sinochem comprou 40% de um campo de petróleo por US$ 3 bilhões. No mês que vem, o presidente do Banco da Indústria e Comércio da China (ICBC, o maior banco do mundo) estará no Brasil. "É um momento de virada. Deve vir mais investimento e crédito", disse o CEO para as Americas do Standard Bank, Eduardo Centola. O ICBC tem 20% do capital do Standard Bank. Ele explica que o foco do investimento chinês não é só a busca de matérias-primas, mas também novos mercados. Com a crise, EUA e Europa vão crescer menos, e a China precisa diversificar os clientes.

Desafios. Para o Brasil, a invasão chinesa na América Latina impõe desafios. O primeiro é a concorrência em mercados quase cativos. Um exemplo ocorreu no mês passado. Construtoras brasileiras estiveram no Chile para tentar participar das obras de reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto que devastou o país. Chegaram tarde. Os chineses já haviam estado por lá com financiamentos imbatíveis.

"A competição com a China na América Latina vai se acirrar. É mais uma razão para elevar nossa competitividade", disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.

O segundo desafio é a compra de recursos naturais brasileiros pelos chineses. O País não possui legislação específica para investimentos estrangeiros em setores estratégicos.

sábado, 19 de junho de 2010

Exportações já somam US$ 72,09 bi de janeiro a maio de 2010


Por Carolina Cascão
Vista geral do porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, estado que mais exportou no Sudeste
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os números referentes à balança comercial de todos os estados, entre janeiro e maio deste ano. No total, as exportações brasileiras alcançaram US$ 72,09 bilhões, valor 30% maior que o registrado nos cinco primeiros meses de 2009. Segundo a coordenadora do Centro de Estudos do Setor Externo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) /Fundação Getulio Vargas (FGV), Lia Valls Pereira, a comparação com os baixos valores de 2009 associados à recessão mundial, explicam um aumento das exportações para todas as regiões, exceto África. “A economia mundial começou a se recuperar no final de 2009. E o destaque, com crescimento de 47%, é a América Latina e o Caribe. É importante ressaltar que as exportações de janeiro a maio de 2010 já superam o valor de 2008, período de auge das exportações associado à alta dos preços das commodities. O valor em 2008 foi de US$ 72,05 bilhões”, explica.

As exportações do Nordeste cresceram 57% em comparação de janeiro a maio de 2009 -, registrando o melhor desempenho regional. Os embarques nordestinos representaram US$ 6,55 bilhões. Dos nove estados que compõem a região, apenas dois, Sergipe e Piauí, registraram queda nos embarques internacionais. O Sudeste, de acordo com o MDIC, é onde se registra o maior número de exportações, contribuindo com 55% do total nacional. Seus quatro estados representaram US$ 40,28 bilhões e os oriundos do Rio de Janeiro cresceram 105% -, um registro de US$ 7,93 bilhões. Em seguida vem Espírito Santo (+60%), com US$ 3,73 bilhões, Minas Gerais (+33%), com US$ 9,80 bilhões e São Paulo (+21%), US$ 18,79 bilhões. De acordo com a especialista da FGV, a população é beneficiada com esses resultados positivos pois a exportação requer produção e, logo, gera emprego: “Esse seria o benefício direto que varia conforme o setor”, disse Lia Valls.

O MDIC divulgou também a balança comercial dos 2.147 municípios que fizeram comércio com outros países entre janeiro e maio de 2010. De acordo com levantamento feito pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as dez cidades que mais exportaram no período foram Angra dos Reis (RJ), com embarques de US$ 3,82 bilhões, São Paulo (SP), com US$ 2,44 bilhões, Santos (SP), com US$ 1,92 bilhão, Parauapebas (PA), com US$ 1,81 bilhão, São José dos Campos (SP), US$ 1,77 bilhão, Paranaguá (PR), 1,73 bilhão Macaé (RJ), US$ 1,73 bilhão, São Bernardo do Campo (SP), US$ 1,46 bilhão, Vitória (ES), US$ 1,36 bilhão e Itabira (MG), com US$ 1,29 bilhão
Brasilia confidencial- 14/06/2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil terá maior crescimento agrícola do mundo até 2019

Brasil
Daniela Fernandes -De Paris para a BBC Brasil

Brasil deve ampliar participação em produtos que já exporta

A produção agrícola do Brasil deverá registrar o maior crescimento mundial, de mais de 40% até 2019, na comparação com o período entre 2007 e 2009, segundo um relatório conjunto da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira.
“É no Brasil que a alta da produção agrícola será, de longe, a mais rápida”, afirma o documento Perspectivas Agrícolas 2010-2019, divulgado pelas duas organizações.
De acordo com o relatório, a agricultura russa deve crescer 26% até 2019. Os setores agrícolas da China e da Índia também devem registrar um aumento significativo nesse período, de 26% e 21%, respectivamente.
Já a produção agrícola da União Europeia deve registrar uma expansão de menos de 4% até 2019, segundo o relatório, que classifica o desempenho como “estagnado”.
“O aumento da produção agrícola mundial deverá ser menos rápido durante a próxima década do que nos últimos dez anos, mas ela deverá, no entanto, permitir o crescimento de 70% da produção mundial de alimentos até 2050, como exige o crescimento demográfico previsto”, afirma o relatório.

Etanol
O documento demonstra que o Brasil deve ampliar ainda mais suas atividades em setores agrícolas onde já atua com destaque. Um deles é o da produção de etanol, que deve crescer 7,5% por ano no Brasil no período entre 2010 e 2019.
“O Brasil, com sua indústria baseada na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, deverá ser o principal exportador mundial. Uma parte dessas exportações deve transitar pelos países do Caribe com destino aos Estados Unidos para se beneficiar de condições preferenciais de importação”, diz o relatório.
Segundo a FAO e a OCDE, “o aumento do comércio internacional de etanol vai resultar quase totalmente do crescimento das exportações brasileiras”.
O documento afirma ainda que “40% do aumento da produção mundial de etanol deve ser realizado graças ao aumento da produção baseada na cana-de-açúcar, principalmente do Brasil, para atender a demanda doméstica brasileira e americana”.

Oleaginosas
Outro setor agrícola em que o Brasil deverá ter maior destaque é o dos oleaginosos (soja, milho, óleos vegetais). Durante a próxima década, 70% do aumento das exportações mundiais de grãos oleaginosos devem vir do Brasil.
As exportações brasileiras do produto devem passar de 26% do total mundial em 2010 a 35% em 2019, diz o relatório.
“O Brasil deverá se tornar o primeiro exportador mundial de grãos oleaginosos, ultrapassando os Estados Unidos em 2018.”
O país também deverá ampliar sua posição, já forte, no mercado mundial de açúcar, representando 50% do comércio internacional na próxima década.
O Brasil terá ainda um papel significativo no aumento do comércio mundial de carnes, contribuindo “sozinho com 63% das exportações de países que não integram a OCDE e com um terço das exportações mundiais”, diz o relatório.
O documento afirma também que os preços dos produtos agrícolas voltaram a cair, após os níveis recordes atingidos há dois anos, durante a crise alimentar, mas ressalta que “é pouco provável” que eles voltem aos níveis médios da década passada.
Os preços médios devem permanecer mais elevados e as preocupações em relação à segurança alimentar persistem, afirmam as duas organizações.
Elas preveem que as cotações médias do trigo e dos cereais serão, nos próximos dez anos, entre 15% e 40% superiores às do período entre 1997 e 2006.

BBC- Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Exportações do Nordeste já crescem 57% neste ano


10/06/2010 - Portal Brasil

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta quinta-feira (10) os números referentes à balança comercial das 27 unidades da Federação entre os meses de janeiro a maio de 2010. Os dados estão disponíveis para consulta na página eletrônica do MDIC.
O destaque do documento são as exportações do Nordeste, que cresceram 57% na comparação com os cinco primeiros meses de 2009. Os embarques nordestinos somaram US$ 6,551 bilhões. Foi o melhor desempenho entre as regiões do País.

O Sudeste continuou sendo a região brasileira que mais exportou, contribuindo com 55% do total nacional. Juntos, os estados da região embarcaram US$ 40,280 bilhões. O Rio de Janeiro teve um crescimento de 105% dos embarques internacionais, exportando um total de US$ 7,938 bilhões.
A região Sul teve crescimento de 16% em comparação com os primeiros cinco meses de 2009. O principal destaque foi o Paraná, cujos embarques internacionais cresceram 17,85%, valor muito próximo do desempenho do Rio Grande do Sul (17,11%). As exportações de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina somaram, respectivamente, US$ 5,228 bilhões, US$ 5,650 bilhões e US$ 2,906 bilhões.

Os quatro estados do Centro-Oeste apresentaram acréscimo nas exportações. Mato Grosso do Sul se destacou com acréscimo de 55% nas vendas internacionais em relação ao valor registrado de janeiro a maio de 2009. Os embarques da região somaram US$ 6,404 bilhões, crescimento de 15%.
As exportações do Norte cresceram 3%. Dos sete estados da região, dois (Pará e Roraima) tiveram queda nos embarques internacionais, com -1,4% e -1,2%, respectivamente. O Acre registrou aumento de 70% das suas vendas ao mercado externo; seguido do Amazonas 40%; Tocantins 38%; Rondônia 15% e Amapá 4%.

No total, as exportações brasileiras alcançaram US$ 72,093, valor 30% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.Para Empreendedor Estudante Imprensa Trabalhador Sobre Cidadania Cultura Economia Educação Esporte Geografia História Meio ambiente O Brasil Saúde Turismo Navegue por Notícias Vídeos Infográficos Mini-sites Serviços

sábado, 12 de junho de 2010

OCDE aponta ritmo de crescimento menor das economias ricas em 2010

Entre as maiores economias em desenvolvimento, o índice da China caiu pelo quarto mês seguido e o do Brasil teve alta

Danielle Chaves, da Agência Estado

PARIS - As maiores economias do mundo deverão continuar crescendo em 2010, embora o ritmo do crescimento esteja diminuindo, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O índice de indicadores antecedentes dos 30 países membros da instituição subiu para 104,0 em abril, de 103,6 em março. Apesar da alta, o aumento de 0,4 ponto foi menor do que o de 0,5 ponto registrado em março, na comparação com fevereiro.
Com isso, abril foi o 19º mês consecutivo de redução no ritmo da expansão dos países da OCDE. "O índice de indicadores antecedentes da OCDE de abril de 2010 aponta para um ritmo mais lento de expansão na maior parte dos países da OCDE", disse a instituição.
Na França e na Itália, que lideraram os ganhos no começo da recuperação global, o ritmo da expansão se desacelerou, caindo pelo segundo e pelo terceiro mês seguidos, respectivamente. A França registrou queda para 104,3 em abril, de 104,6 em março, enquanto a Itália teve queda para 104,6, de 104,9.
O índice para a Alemanha, por sua vez, subiu um ponto, para 106,3, o maior nível da zona do euro. A região como um todo registrou aumento no índice para 104,7 em abril, de 104,4 em março. Para as sete maiores economias do mundo - que compreendem França, Canadá, Japão, Alemanha, Itália, Reino Unido e EUA - o índice subiu para 104,2 em abril, de 103,7 em março.
O índice do Reino Unido avançou apenas 0,1 ponto, para 104,8, enquanto o dado dos EUA aumentou para 103,6 e o do Canadá cresceu para 104,6. O dado do Japão passou a 103,7 em abril, de 103,1 em março.

Brasil e China

Entre as maiores economias em desenvolvimento, o índice da China caiu pelo quarto mês seguido em abril, para 101,6, e o da Rússia subiu para 102,7, de 102,1 em março. Os indicadores para Brasil e Índia avançaram para 100,6 e 101,4, respectivamente.
Um nível acima de 100 sugere expansão, enquanto um número abaixo aponta contração. Quando o índice está abaixo de 100 e subindo, significa que a economia em questão está em recuperação. As informações são da Dow Jones.

Agencia Estado

Emprego na indústria avança 0,4% em abril

Economia
SÃO PAULO, 11 de junho de 2010 - O emprego na indústria cresceu 0,4% em abril, já descontados os efeitos sazonais, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Este é o quarto resultado positivo consecutivo. Na comparação com abril de 2009, a expansão do emprego alcançou 3,3%, a maior desde fevereiro de 2008 (3,5%), e no acumulado no ano atingiu 1,3%.
Os últimos quatro meses registraram taxas positivas, acumulando expansão de 2,0% no período. Assim, a média móvel trimestral cresceu 0,6% entre os trimestres encerrados em março e abril, mantendo a trajetória ascendente iniciada em julho de 2009.
Todos os 14 locais investigados assinalaram taxas positivas, como São Paulo (2,8%) exercendo o principal impacto para a formação da média global. Logo após vem a região Nordeste (5,8%), o Rio Grande do Sul (4,9%), a região Norte e o Centro-Oeste (4,6%), além do Ceará (8,9%).
Houve acréscimo também nos 12 setores da indústria paulista, com destaque para alimentos e bebidas (4,4%), têxtil (11,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (7,3%), vestuário (6,5%) e meios de transporte (3,4%).
No Nordeste, as maiores influências positivas ocorreram por calçados e couro (17,6%) e alimentos e bebidas (6,7%). Na indústria gaúcha destacaram-se máquinas e equipamentos (9,6%), outros produtos da indústria de transformação (12,7%), borracha e plástico (13,5%) e meios de transporte (7,7%). Na região Norte e Centro-Oeste e Ceará, alimentos e bebidas (4,6%) e minerais não metálicos (24,2%); calçados de couro (19,6%) e alimentos e bebidas (8,8%) exerceram, respectivamente, as principais pressões positivas.
Ainda na comparação com abril de 2009, houve ampliação no pessoal ocupado assalariado em 13 dos 18 segmentos pesquisados, com destaques para alimentos e bebidas (2,7%), produtos de metal (6,9%), máquinas e equipamentos (5,8%), calçados e couro (7,0%), meios de transporte (4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,7%) e têxtil (7,1%). Entre os cinco ramos com queda, o maior impacto negativo foi exercido pelo setor de madeira (-8,7%).
(NM - Agência IN)
JB11/06/2010



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Analistas elevam para 6,6% projeção de alta do PIB em 2010

Economia

SÃO PAULO, 7 de junho de 2010 - A projeção dos analistas do mercado financeiro para o desempenho da economia brasileira melhorou nesta última semana, de acordo com o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC).
Segundo o documento, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 passou de 6,47% para 6,60%. Já para o próximo ano, a estimativa de crescimento ficou estável, em 4,50%, pela 26ª semana consecutiva.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), os analistas mantiveram pela sexta semana seguida as apostas para a Selic deste ano em 11,75%. Para o próximo ano, a expectativa também ficou inalterada, aos 11,50%.
Já a estimativa de inflação (IPCA) para 2010 variou, passando de 5,67% para 5,64%. Para 2011, a taxa permaneceu em 4,80% pela oitava semana consecutiva.
A expectativa para o crescimento da produção industrial deste ano avançou, de 11,00%, para 11,34% na última semana. Para 2011, a estimativa manteve-se em 5%, pela 14ª semana seguida.
A projeção para a taxa de câmbio em 2010 foi finalizada em R$ 1,80, enquanto que para 2011 a expectativa manteve-se em R$ 1,85.
A aposta para o saldo da balança comercial em 2010 ficou estável em US$ 15 bilhões. E para 2011, subiu de US$ 4,50 bilhões para US$ 5,23 bilhões.
Para as transações correntes, (todas as operações do Brasil com o exterior) a projeção de déficit aumentou de US$ 48,10 bilhões, para US$ 48,50 bilhões. Já para 2011, o prognóstico do déficit se manteve em US$ 57,97 bilhões.
Os analistas também não alteraram a projeção para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) de 2010 (caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia) em US$ 36,50 bilhões. Para o próximo ano, a projeção segue inalterada há 19 semanas, aos US$ 40 bilhões.

(Redação - Agência IN)

JB- 07/06/2010

sábado, 5 de junho de 2010

Economia global se recupera mais rápido do que o esperado, diz G20

Os ministros das Finanças do G20, grupo dos 20 países mais industrializados do mundo, disseram neste sábado que a economia vem se recuperando da crise global mais rápido do que o esperado, embora existam ainda grandes desafios.
O grupo disse que os déficitis orçamentários excessivos devem ser combatidos imediatamente.
"A instabilidade recente dos mercados financeiros nos lembra dos significantes desafios que permanecem e ressaltam a importância da cooperação internacional", disse a declaração final do encontro ocorrido na Coreia do Sul.
Eventos recentes "mostraram a importância de finanças públicas sustentáveis".
Imposto
A declaração afirma ainda que o setor financeiro deve fazer uma "contribuição justa e substancial" a futuros pacotes de resgate financeiros, mas não mencionou um imposto específico a bancos.
A tese de um imposto sobre bancos é defendida por EUA e a União Europeia, mas oposta por países emergentes como o Brasil e desenvolvidos como Canadá e Austrália.
A declaração sinaliza diretrizes mais rígidas a respeito da quantidade de capital que os bancos devem manter em reserva.
Os ministros também pediram por mais transparência, regulamentação e supervisão para os fundos hedge, agências de crédito, práticas indenizatórias e transações de derivativos.
O encontro é uma prévia do encontro do líderes do G20 em Toronto, Canadá, entre 26 e 27 de julho.
BBC-Brasil

terça-feira, 1 de junho de 2010

Balança comercial tem superávit de US$ 3,4 bi em maio



SÃO PAULO, 1 de junho de 2010 - A balança comercial brasileira (diferença entre os valores exportados e importados) apresentou saldo positivo de US$ 3,443 bilhões em maio deste ano, segundo informações divulgadas hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

No período, as exportações somaram US$ 17,702 bilhões, contra US$ 14,259 bilhões em importações. A média diária ficou em US$ 843 milhões e US$ 679 milhões, respectivamente. A corrente do comércio totalizou US$ 31,961 bilhões (média diária de US$ 1,552 bilhão).

Na quarta semana do mês (de 24 a 30 de maio) houve superávit de US$ 1,483 bilhão, resultado de US$ 4,701 bilhões em exportações e US$ 3,218 bilhões em importações. A corrente do comércio ficou em US$ 7,919 bilhões.

Na quinta semana de maio (31) foi registrado déficit de US$ 55 milhões, sendo US$ 665 milhões em exportações, contra US$ 720 milhões em importações, com corrente do comércio de US$ 1,385 bilhão.

No acumulado do ano, a balança registrou saldo positivo de US$ 5,617 bilhões, com US$ 72,093 bilhões em exportações e US$ 66,476 bilhões em importações. A corrente do comércio totalizou US$ 138,569 bilhões.

(CSU - Agência IN)
JB- 01/06/2010

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