domingo, 12 de dezembro de 2010

China diz que manterá o yuan estável em uma 'taxa razoável'

Governo da China disse neste domingo que o país não deve buscar 'cegamente' uma taxa de crescimento mais elevada


Nalu Fernandes - Agência Estado


O governo chinês disse, neste domingo, após conferência econômica, que dará maior prioridade para manter os preços estáveis. Em comunicado divulgado por meio da agência oficial de notícias Xinhua, hoje, a China reiterou que irá implementar política fiscal "ativa" e política monetária "prudente" no próximo ano. A política fiscal será utilizada para manter crescimento estável e melhorar a estrutura da economia, segundo o documento.

O comunicado segue-se a uma conferência de três dias para a área econômica, uma reunião de alto nível dos líderes de política econômica

A China também gerenciará liquidez para manter estabilidade geral e ajudar na reestruturação econômica, citou o comunicado. Mais crédito será direcionado para áreas rurais e pequenas e médias empresas, disse o comunicado.

O documento reiterou o posicionamento frequentemente repetido sobre o yuan, dizendo que continuará aprimorando o mecanismo de taxa de câmbio e que manterá o yuan basicamente estável em uma taxa razoável.

O país também afirmou que irá garantir um ambiente econômico saudável e estável no próximo ano, ao dizer que buscará melhor relação entre manter um crescimento estável e relativamente rápido, reestruturação econômica e gerenciamento das expectativas de inflação.

Apreciação do yuan

Uma apreciação mais rápida do yuan prejudicaria os exportadores chineses, afirmou, neste domingo, o vice-diretor do órgão regulador de política cambial do país, sugerindo que é improvável que a China permita que sua moeda aprecie em um ritmo mais acelerado.

"As companhias chinesas não suportam isso", afirmou Deng Xianhong, vice-diretor da Administração Estatal para Câmbio (Safe, na sigla em inglês), à Dow Jones, ao ser questionado se a China permitiria apreciação mais rápida do yuan para combater a inflação.

O atual sistema cambial trabalha em favor de prevenir que os exportadores locais sofram demasiadamente com uma apreciação do yuan, acrescentou Deng, ao conversar com a agência internacional de notícias nos bastidores de um fórum.

Tanto exportações quanto importações avançaram para níveis recordes em novembro e o superávit comercial teve leve estreitamento para um patamar ainda elevado de US$ 22,9 bilhões, mantendo pressão sobre Pequim para permitir um ritmo mais acelerado de apreciação do yuan.

O índice de preços ao consumidor também avançou 5,1% ante o ano anterior em novembro, marcando o ritmo mais rápido em dois anos e deflagrando manifestações de economistas para que Pequim adote medidas para limitar a inflação, incluindo elevação da taxa de juro e apreciação mais rápida do yuan.

Emprego

O governo da China disse, ainda, que o país não deve buscar "cegamente" uma taxa de crescimento mais elevada, mas, em vez disso, deveria priorizar tarefas como a estabilização de preços e expansão do emprego.

A China deveria "dar mais atenção para qualidade e resultados do crescimento, dar mais atenção ao estímulo do emprego e à melhoria de vida das pessoas", disse o governo, em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua.

A China irá adotar uma política mais "proativa" na área de emprego no próximo ano, disse o comunicado, fazendo do emprego uma "prioridade do desenvolvimento econômico". A China também irá expandir a demanda doméstica, consumo e importações, e usará importações para promover reestruturação e equilíbrio da economia, segundo o documento.

Especulação imobiliária

A China continuará restringindo a especulação no setor de imóveis nos próximos cinco anos, disse Qin Hong, vice-diretor do centro de pesquisa política do Ministério de Desenvolvimento Urbano e Rural. Qin, não forneceu detalhes, enquanto falava em um fórum.

A China adotou várias medidas neste ano para restringir a especulação imobiliária e bolhas de preços de ativos, incluindo elevação de pagamentos iniciais, aumento das taxas de hipotecas e restrição de financiamento para compras adicionais de residências.

As informações são da Dow Jones.

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