domingo, 12 de fevereiro de 2012

Governo fará o possível e o impossível para Brasil crescer, diz Dilma

Por Fernando Exman, Caio Junqueira e Bruno Peres
 BRASÍLIA - O governo federal fará de tudo para garantir que a economia brasileira continue crescendo, afirmou hoje a presidente Dilma Rousseff durante o ato em comemoração ao 32º aniversário do PT.

“Tenho certeza que o Brasil vai continuar crescendo. Vamos fazer o possível e o impossível para isso”, discursou Dilma.

A presidente afirmou ainda que pretende fazer com que seu governo continue gerando empregos, oportunidades e serviços públicos de qualidade, sobretudo à parcela da população que deixou a pobreza e agora exige melhores níveis de serviços de educação, saúde e segurança. “Temos a obrigação de ar a esses brasileiros serviços público de qualidade.”

Dilma agradeceu ainda o apoio dos partidos aliados no Congresso e mandou um recado ao PT: “Essa coalizão tem se revelado leal e eficaz na sua tarefa de mudar o Brasil. Sou agradecida à base de apoio pela contribuição que me dá nesses anos, mas esse também é um governo do PT, seu principal partido de sustentação e por isso grande responsável pelo sucesso e eventuais insucessos do meu governo".

Alemanha aponta para a Grécia a porta de entrada da moeda única



El ministro griego de Finanzas, Evangelos Venizelos,
 conversa con la directora del FMI, Christine Lagarde. / Olivier Hoslet (EFE)
 
 A Europa já não acredita na Grécia. A Alemanha não confiar. Muitas promessas quebradas, muitas quebradas prazos. O Eurogrupo mais tensa recentemente deixou quinta-feira por um momento preocupante no meio de uma reunião com um muito mais estridente do que o habitual, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, Grécia exigiu um compromisso por escrito que desta vez eles estão indo para implementar as medidas de austeridade draconianas necessários para liberar ajuda internacional. Caso contrário, sem que o bem-amarrado e preso, a porta está aberta euro: Grécia deve realizar um referendo para ver se os seus cidadãos querem continuar no euro ou não, ameaçados durante a reunião Schäuble ao seu homólogo grego Evangelos Venizelos , de acordo com fontes da UE.


Enfrentando um Venizelos afirmou veementemente que a luz verde para a ajuda internacional, as mesmas fontes alertam que o tom áspero de Schäuble é um aviso do que pode acontecer na próxima reunião. Os ministros das Finanças da zona euro vão se enfrentar novamente na quarta-feira para ver se Atenas está a cumprir os requisitos de Berlim e da empresa . "O todas as partes acordam por escrito, o próximo passo é o referendo", a história da ameaça de fazer fontes européias Schäuble.

A desconfiança com a Grécia tornou-se ainda mais evidente quando as câmeras capturaram uma conversa entre o ministro alemão eo seu homólogo Português, Vitor Gaspar: "Se for necessário um ajuste do programa de Português, estamos dispostos a fazer", disse Schäuble. Na Grécia não existe mais, mesmo que remotamente, que grau de tolerância. Atenas não é só o berço da democracia: assim é o drama. O problema é que no meio desta odisséia econômica e social, os políticos gregos perderam a credibilidade do ponto de vista alemão, compartilhada por outros países como a Holanda e Finlândia. Grécia, finalmente esgotado a paciência de seus parceiros . Os cortes têm sido bem-estar colossal. Mas Atenas privatizou quase nada do que estava para ser privatizada, tem apenas concordou em implementar as reformas estruturais, alguns lobbies impedir a implementação de outras medidas. E a cereja: o Ministério das Finanças anunciou na quinta-feira que aplicou coimas no valor de 8.600 milhões por sonegação de impostos, mas menos de 1% desse dinheiro está nos cofres do Tesouro grego pobre, o jornal Kathimerini.

O ultimato do Schäuble mais pró-europeu, os ministros do gabinete da chanceler Angela Merkel, pelo menos em teoria, é a mais recente prova de que a saída do euro na Grécia não é mais tabu . Em Bruxelas, ainda com cautela mencionado essa possibilidade, mas cada vez mais frequentemente. Em particular, a linguagem é muito mais difícil: Schäuble brandiu a ameaça do referendo do passado imediato cheio de falhas. Não há sentimento generalizado de que a Grécia é capaz de assinar cortes mais drásticos, sabendo que depois não se aplicam.

Até agora, a métrica de resgate à Grécia foi o crédito em troca de promessas. Isso é mais: a Europa só perdeu dinheiro quando você vê como eles se aplicam as medidas acordadas, no entanto duras que sejam, tanto quanto os analistas criticam tudo agitação que a depressão e social. " Não haverá pagamentos adicionais se as medidas não sejam implementadas ", disse o presidente do Eurogrupo , Jean Claude Juncker . "Nós não podemos viver com um sistema de trabalho que consiste em promessas que se repetem, repetir e repetir e medidas de execução como fracas", concluiu. "Em Atenas, ninguém cuida da situação", diz uma fonte da comunidade sénior. A proximidade das eleições faz com que a aplicação dos cortes, que terá seu pedágio na forma de votos. O governo de coalizão liderado pelo inconstante Papademos é cada vez mais frágil, dizimada por várias deserções e uma resposta rua cada vez mais enfático. Mas o que realmente mudou é a percepção do resto da zona euro sobre a Grécia: alguns meses atrás era quase um anátema para falar de cair para a Grécia pelo medo de contágio, um caos nos mercados. Começa a superar este trauma. Os bancos alemães e os franceses, os mais expostos à dívida helena foram redefinidas: transferiram grande parte de seus riscos para o Banco Central Europeu (BCE). aceitar mesmo remove cerca de 70% em títulos . Europa, em suma, se sente mais forte para suportar o impacto de uma partida da Grécia do euro, embora os riscos são enormes.

Os deveres imediatos para a Grécia não são fáceis . Hoje, o Parlamento tem de aprovar os cortes : é uma espécie de plebiscito, porque em caso de recusa de deixar o euro seriam cantadas. Junto com o rebaixamento do salário mínimo (20%), o despedimento de 15.000 funcionários públicos e um programa de despesas de consolidação no montante de 3.300 milhões de euros, a Europa quer garantias de que o recorte será aplicado não importa quem vença nas eleições na primavera, apesar das sucessivas greves gerais, como ontem, apesar da crise do governo, apesar de todos os problemas. Bruxelas também quer um jogo que se realiza 325 milhões, a recusa de Atenas para reduzir ainda mais as pensões: demandas mais, a prova real de que a Europa é suspeito.

O ceticismo é maior na Alemanha do que em qualquer outro lugar . Última sexta-feira em Berlim, Schäuble disse que mesmo com a 130.000 milhões de resgate nova dívida grega pode descer a níveis sustentáveis: afinal, carrega Atenas, quatro anos de recessão severa, a taxa de desemprego excedeu 20% e saídas de capital são constantes por meses. "Monti tem credibilidade. Mesmo Portugal demonstrou ter estado por trás dele, que é outra coisa. Papademos é de forma muito mais crítica ", disse uma fonte europeia. Esse é o terreno fértil da ameaça alemã de um referendo para ser entendida como uma tática de negociação ou como a percepção de que Berlim perdeu a paciência . Seu último gesto de ir na linha de impor uma espécie de protetorado em Atenas para abrir a chave para a solidariedade

sábado, 21 de janeiro de 2012

Economia Solidária

Estudo realizado pela BBC de Madri, indica o renascimento de velhas práticas como o escambo, e o surgimento outras formas de comercio, sempre com o objetivo de driblar a baixa circulação de produtos em razão da crise econômica Europeia.


Os chamados swap shops, mercado onde a transação não envolve moeda, ganha força através das redes sociais. Este é apenas um dos exemplos dentre outros adotadas pelos consumidores e comerciantes.

O surgimento de tais modalidades de comercio, fortalecem um tipo de economia solidária, faz girar os produtos, e ao mesmo tempo, fortalece o consumo “responsável”. Há casos, onde os lojistas oferecem os produtos gratuitamente. Veja mais detalhes sobre o tema.....

domingo, 15 de janeiro de 2012

BNDES dará R$ 23 bilhões à infraestrutura neste ano

Para sustentar a taxa de crescimento, grandes obras de energia, logística e transporte terão quase 28% a mais do que em 2011

Alexandre Rodrigues, de O Estado de S. Paulo- Economia

RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai aumentar este ano o financiamento de grandes obras de infraestrutura, que o governo quer acelerar como forma de sustentar a taxa de investimentos na economia em meio à instabilidade internacional.

Em entrevista ao Estado, o diretor de Infraestrutura e Insumos Básicos do BNDES, Roberto Zurli, disse que o banco se prepara para despejar R$ 23 bilhões em projetos de energia, logística e transportes em 2012, quase 28% a mais do que o emprestado em 2011.

No ano passado, os projetos de infraestrutura consumiram pouco mais de R$ 18 bilhões, o que já representou uma alta de 15% em relação a 2010.

O desempenho fez o setor tomar a liderança da indústria no desembolso total do banco em 2011, ainda não divulgado, de cerca de R$ 140 bilhões. Apesar da retração de 17% do crédito total do BNDES em relação aos R$ 168 bilhões de 2010, a atuação do banco na infraestrutura continua em crescimento.

"A infraestrutura tem uma demanda crescente e é um motor importante no crescimento do País. Há uma demanda firme de longo prazo", afirmou o diretor. Além de contar com o caixa do BNDES, o governo tem como estimular os investimentos com o calendário de leilões de concessão e a execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que tem no banco de fomento o principal financiador por meio de um programa com vigência até 2014.

Segundo Zurli, o setor de energia elétrica seguirá liderando os desembolsos. Em 2011, o setor ficou com 76% das liberações para infraestrutura com o início das liberações de créditos, como os das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e o da planta nuclear de Angra 3, no Rio. O banco também concedeu um empréstimo-ponte de R$ 1 bilhão para a construção da Usina de Belo Monte, no Pará, cujo financiamento o diretor espera ter aprovado até março. Até lá, o BNDES pode aprovar uma nova operação intermediária, diz o executivo.

"Há essa possibilidade de um ponte adicional para não prejudicar o ritmo das obras, que estão em ritmo acelerado. Tempo é dinheiro para esses projetos", justificou. Segundo Zurli, a solução do licenciamento ambiental e a reestruturação acionária do consórcio deixaram apenas detalhes burocráticos para a aprovação do crédito. "Não há dúvidas quanto ao projeto em si."

A operação será a maior já aprovada pelo BNDES, que poderá financiar até 80% da obra orçada em mais de R$ 20 bilhões. O último recorde foi o crédito de Jirau, de R$ 7,2 bilhões.

Outras áreas. Apesar do foco em energia, o BNDES espera aumentar este ano o crédito em outras áreas, como as de portos, ferrovias e rodovias. O BNDES já conversa com os grupos que se articulam para disputar Guarulhos, Brasília e Viracopos no leilão de fevereiro para financiar os investimentos nos aeroportos.

No radar do banco também está a nova tentativa de licitação do Trem de Alta Velocidade (TAV) que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio este ano.

Mesmo com a gradativa redução do reforço do caixa do BNDES com empréstimos do Tesouro, Zurli diz que o banco está confortável para seguir como principal financiador de grandes projetos de longo prazo em infraestrutura, cuja superação de gargalos pode estimular investimentos em outros setores.

Somando o crédito para grandes projetos às operações indiretas de menor porte para aquisição de máquinas, equipamentos e veículos, a infraestrutura respondeu por 41% de todas as liberações do BNDES até outubro, R$ 42,6 bilhões, enquanto a indústria ficou com 31%, R$ 32,07 bilhões. Em 2010, sob impacto do aporte do BNDES na capitalização da Petrobrás, a indústria liderou com 47% dos recursos do banco.

O BNDES ainda financia investimentos em infraestrutura urbana, como saneamento e mobilidade, mas essas operações são agrupadas na diretoria de Inclusão Social. Também ficam nessa área os financiamentos para estádios e hotéis para a Copa do Mundo de 2014, que já têm mais de R$ 3 bilhões contratados.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Brasil ganhou 1,1 milhão de microempreendedores formais em 2011


Economia
Carolina Dall'Olio, do Estadão PME

Para regularizar sua atividade, profissional paga no máximo R$ 36,10 por mês; mas metade está inadimplente

Em 2011, o Brasil ganhou 1,1 milhão de empreendedores formais – 300 mil só no Estado de São Paulo. Este é o número de profissionais que trabalham por conta própria e aderiram ao programa Microeempreendedor Individual (MEI) no ano passado. Desde o início do regime, em julho de 2009, cerca de 1,9 milhão de profissionais já se formalizaram.

Ao contribuir com, no máximo, R$ 36,10 mensais, o empreendedor tem acesso a diversos benefícios. Consegue regularizar sua atividade, recebe cobertura previdenciária e pode tomar crédito. Mas mesmo diante do baixo valor da contribuição, 50% dos empreendedores não pagam a taxa regularmente.

“Ainda não sabemos ao certo qual é o motivo da inadimplência. Pode ser falta de organização ou de recursos. Ou até mesmo falta de informação”, admite Julio César Durante, gerente de Políticas Públicas do Sebrae-SP. “Mas o governo e o Sebrae estão trabalhando para esclarecer melhor como funciona o programa e quais são os compromissos e benefícios que os empreendedores têm ao se formalizar.”

O processo de formalização não é cobrado e a inscrição pode ser feita online. O empreendedor fica isento do pagamento de taxas para abertura da empresa e recebe consultoria contábil gratuita.

Depois de formalizado, entretanto, o trabalhador terá de pagar uma taxa mensal equivalente a 5% do valor do salário mínimo (ou R$31,10) para a contribuição previdenciária, além de R$ 1 para contribuição do ICMS (se a atividade for industrial ou comerciária) ou R$ 5 (para o setor de serviços).

Caso queira contratar um empregado (é permitido que o MEI tenha apenas um funcionário), o empreendedor pagará 3% do valor do salário mínimo para a Previdência e 8% para o FGTS, totalizando R$ 68,42. O empregado contribui com 8% do seu salário para a Previdência.

Perfil

No Estado de São Paulo, entre os 300 mil novos MEIs, os maiores grupos trabalham no setor de serviços pessoais e beleza (48 mil empreendedores), comércio varejista de roupas (39 mil) e comércio ambulante de alimentos (6,5 mil).

A cabeleireira Alessandra Miquelina Arcanjo de Freitas, de 33 anos, é uma das novas empreendedoras formalizadas. Ela atende as clientes em sua casa, no bairro de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo.

“Fui me formalizar para ter mais segurança. Porque se eu ficar doente e precisar parar de trabalhar, posso receber o benefício da Previdência”, conta Alessandra. “Além disso, quero estruturar melhor o meu negócio”, diz a cabeleireira, que fez um curso para aprender técnicas de corte e tintura e agora sonha em abrir um salão. “Os clientes eu já tenho.”

Desde 1º de janeiro de 2012, o teto para enquadramento dos empreendedores no MEI ficou maior. A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que aumentou de R$ 36 mil por ano (R$ 3 mil por mês) para R$ 60 mil anuais, ou R$ 5 mil mensais, o limite de faturamento para os trabalhadores do regime.

Além da ampliação do faturamento dos MEIs, ocorreram ainda outras mudanças. Agora já é possível fazer, pelo site, a alteração e baixa da empresa, entrega de guias de recolhimento do FGTS, INSS e demais obrigações fiscais, além de poder solicitar restituições de pagamentos feitos à Receita Federal, por erro ou valor indevido. Hoje, 400 atividades profissionais podem se formalizar dentro do regime.

Mesmo diante das novidades, o Sebrae-SP estabeleceu uma meta mais tímida para 2012: a entidade espera que 150 mil empreendedores se formalizem no Estado este ano.

GEM 2010: maior número de empreendedores por oportunidade

O Brasil é o país que possui a maior taxa de empreendedores em estágio inicial entre os 17 países que participaram da pesquisa 2010

O Brasil é o país que possui a maior taxa de empreendedores em estágio inicial entre os 17 países que participaram da pesquisa 2010

Desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria no Brasil, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde 2007. No entanto, apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil, ainda é preciso evoluir significativamente nas condições ligadas às políticas de apoio ao empreendedor.

Entre os 17 países membros do G20 que participaram da pesquisa em 2010, o Brasil é o que possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA), 17,5%, seguido pela China, com 14,4% e a Argentina com 14,2%.

Essa é a maior TEA desde que a pesquisa GEM é realizada no país, demonstrando a tendência de crescimento da atividade empreendedora.

Nos países do BRIC, o Brasil tem a população mais empreendedora, com 17,5% de empreendedores em estágio inicial, a China teve 14,4%, a Rússia 3,9%, enquanto a Índia não participou da pesquisa nos últimos 2 (dois) anos.

Sendo que, em 2008, a TEA da Índia foi de 11,5%. O que se observa no Brasil em 2010 é que o crescimento da TEA é resultado do maior número de empreendedores de negócios novos. Os empreendedores nascentes no Brasil mantiveram-se na mesma proporção que em 2009, permanecendo acima da média do período em que a pesquisa foi realizada.

Oportunidade e necessidade

No Brasil, desde 2003 os empreendedores por oportunidade são maioria, sendo que a relação oportunidade X necessidade tem sido superior a 1,4 desde o ano de 2007.

Em 2010 o Brasil novamente supera a razão de dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade, o que já havia ocorrido em 2008.

Em 2010, para cada empreendedor por necessidade havia outros 2,1 que empreenderam por oportunidade. Este valor é semelhante à média dos países que participaram do estudo este ano, que foi de 2,2 empreendedores por oportunidade para cada um por necessidade.

Gênero

A mulher brasileira é historicamente uma das que mais empreende no mundo. Apenas em Gana as mulheres atingiram TEAs mais altas que os homens, entre todos os 59 (cinquenta e nove) países participantes da pesquisa em 2010.

Em 2010, entre os empreendedores iniciais, 50,7% são homens e 49,3% mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo nacional. Entre os 21,1 milhões de empreendedores brasileiros, 10,7 milhões pertencem ao sexo masculino e 10,4 milhões ao feminino.

Faixa etária

Em 2010, no Brasil todas as faixas etárias tiveram aumentos nas taxas de empreendedorismo. Verificou-se que a faixa etária que obteve a mais alta taxa é aquela que vai dos 25 aos 34 anos com 22,2%.

Isto quer dizer que entre os brasileiros com idades entre 25 e 34 anos, 22,2% estavam envolvidos em algum empreendimento em 2010. Neste ponto o Brasil segue a mesma tendência dos grupos de demais países analisados, nos quais esta é a faixa etária que prevalece.

Conclusões

Apesar das condições macroeconômicas estarem favorecendo o empreendedorismo no Brasil (notadamente ambiente mais estável, com inflação controlada e crescimento econômico), ainda precisa evoluir significativamente nas condições mais ligadas às políticas de apoio ao em- preendedor.

O Brasil não apenas apresenta condições desfavoráveis sobre vários aspectos, mas notadamente no que tange a serviços governamentais e institucionais, como também está em desvantagem quando comparado com as condições oferecidas pelos demais países.

Reforçando assim, a necessidade de se pensar em ações que de fato permitam que o potencial empreendedor dado pela conjuntura favorável do país seja plenamente aproveitado.

Essas foram algumas das conclusões da Pesquisa Gem 2010. Quer saber mais? Leia:

FONTE- SEBRAE

domingo, 8 de janeiro de 2012

Brasil entra em 2012 como preferido dos investidores

Na primeira semana do ano, País capta US$ 2,6 bilhões no exterior


Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - A primeira semana de 2012 comprovou que o Brasil mantém o posto de queridinho dos investidores globais. Bastou uma pausa nas preocupações com a Europa para o País se destacar. Nos cinco primeiros dias úteis do ano, o Tesouro Nacional e duas empresas privadas captaram juntos US$ 2,6 bilhões no mercado externo. Se fosse mantido pelas outras 51 semanas do ano, seria um ritmo três vezes superior ao de 2011, quando as emissões atingiram US$ 38,5 bilhões.

Trata-se apenas de um cálculo indicativo, pois ninguém se arrisca a estimar por quanto tempo essa janela de oportunidade vai se manter aberta. A razão? As turbulências na Europa. Executivos alertam que, de fevereiro a abril, os países que tiram o sono dos investidores - Espanha, Itália, Portugal e Grécia - terão altos volumes de dívida para refinanciar. Ou seja, um leilão malsucedido de italianos ou espanhóis seria suficiente para azedar o clima.

"Em termos relativos, o Brasil está melhor do que a maioria dos europeus, inclusive a França", observou o diretor executivo da Ashmore Brasil, Eduardo Câmara. "Mas, para o País nadar de braçada, é preciso que a situação europeia seja definida." A Ashmore é uma gestora internacional especializada em emergentes, com ativos de US$ 60 bilhões.

Quando Câmara fala em nadar de braçada, refere-se à possibilidade de o otimismo deste início de 2012 se espraiar para outros mercados, como o de ações. Por enquanto, o segmento em que o Brasil aparece bem é o de emissão de dívidas.

Como lembra o vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Alberto Kiraly, esse é o mercado que costuma reagir primeiro quando a confiança melhora.

Por isso, ao menos por ora, não se espera que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seja inundada de recursos externos - a despeito da entrada de mais de R$ 600 milhões de dinheiro estrangeiro entre 2 e 4 de janeiro.

"Vamos ver se se trata de um movimento mais duradouro e amplo quando empresas de menor porte também acessarem o mercado", ponderou a diretora-geral da Fator Administração de Recursos, Roseli Machado.

O Estado apurou que muitas empresas estão na fila aguardando oportunidade de levantar dinheiro. Entre elas, Itaú, Banco do Brasil e Petrobrás. Um executivo disse ter mandatos de várias empresas de menor porte. "Estamos observando as condições de preço para levar o negócio para as companhias aprovarem."

Diferenças

A melhora do mercado de dívida neste início de 2012 passa pelo que ocorreu no mundo no segundo semestre do ano passado. Os mercados foram tomados por grandes incertezas sobre a Europa. Algumas delas: o euro acabará? Algum país dará calote? Nesse ambiente, muitos investidores venderam seus ativos para ficar com dinheiro em caixa.

"No planejamento para 2012, perceberam que precisavam arriscar um pouco para obter retornos melhores. É uma espécie de efeito calendário", explicou o principal executivo do banco Santander na área de emissões internacionais, Eduardo Borges.

Há também um fator conjuntural que sustentou a relativa tranquilidade da primeira semana do ano: dados econômicos dos EUA melhores que o esperado. Em dezembro, por exemplo, o país criou 200 mil empregos, acima dos 155 mil estimados.

Nesse contexto, a economia brasileira se sobressai. "A principal diferença entre o Brasil e o resto do mundo é a expectativa de crescimento maior aqui", afirmou Kiraly, da Anbima. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima crescimento de 1,9% para as economias avançadas neste ano e 6,1% para as emergentes. Para o Brasil, 3,6%.

Câmara, da Ashmore, observa ainda que os papéis do governo brasileiro são hoje considerados mais seguros do que títulos semelhantes da maioria dos países europeus. Em grande medida, isso ocorre por causa da situação fiscal. A relação entre dívida líquida e PIB, por exemplo, deve encerrar este ano perto de 37%. Na Itália, está em 100%, na Grécia, em 117%, e em Portugal, 83%.

O estrategista do banco WestLB Luciano Rostanho acrescenta que o País tem reservas internacionais de US$ 351 bilhões, valor que supera a dívida externa do governo. Por isso, o País tem tudo para se manter no pódio entre os preferidos dos investidores. Resta saber se as condições da economia global vão permitir que essas possibilidades sejam aproveitadas em sua plenitude.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Otimismo do brasileiro aumenta em dezembro, segundo Ipea


O otimismo das famílias brasileiras em relação à realidade socioeconômica do país aumentou em dezembro, segundo o IEF (Índice de Expectativas das Famílias) divulgado nesta quinta-feira (5). O indicador passou de 63,7, em novembro, para 67,2. O valor é igual ao do mês de janeiro, o maior verificado em 2011.

Em dezembro de 2010, o indicador registrou 64,6 pontos.

O Ipea faz o levantamento mensalmente em 3.810 domicílios, em mais de 214 cidades. Na escala do Ipea, a pontuação acima de 60 pontos indica otimismo; abaixo de 40, pessimismo.

A alta na taxa foi causada pelo decréscimo de confiança das famílias brasileiras nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, superior ao acréscimo apresentado pelas outras duas regiões.

O Centro-Oeste é a região com a maior expectativa positiva: passou de 68,9 pontos, em novembro, para 77,4 pontos em dezembro. Em seguida vem a região Sul (70,3), depois Sudeste (66,9), Nordeste (64,1) e Norte (62,4).

Em relação ao consumo de bens duráveis, 57,4% das famílias acreditam que agora é um bom momento para adquiri-los (ante 55,6% no indicador de novembro), enquanto isso, 39,2% afirmam não ser um momento ideal (ante 40,6%, em novembro).

A região Centro-Oeste é a líder nesta questão, com 69,1% das famílias otimistas (ante 63,5%), seguida pelas regiões Sudeste e Nordeste com 61,1% e 60,7%, respectivamente.

A região Norte apresenta o maior percentual de pessimismo: 63,7% das famílias não acreditam que este seja um bom momento para adquirir bens de consumo. Enquanto no Centro-Oeste, região de menor percentual, a taxa é de 23,5%.

ENDIVIDAMENTO

A pesquisa levanta ainda o grau de endividamento familiar: no Brasil, 8% das famílias estão muito endividadas (ante 8,22% no mês anterior) e 56,1% declaram não ter dívidas, ante 55,59% em novembro.

A maior parte das família muito endividadas fica no Nordeste (14,6%), seguida pelo Norte (6,3%), Sul (5,6%), Sudeste (6%). As famílias do Centro-Oeste declaram não estar muito endividadas.

As famílias que declaram não ter dívidas estão mais concentradas no Centro-Oeste (90,9%), seguida pelo Sudeste (67,2%), depois Sul (55,5%), Nordeste (37,2%) e, por fim, Norte (31,3%).

Aproximadamente 13,2% das famílias brasileiras pretendem pagar as contas atrasadas em sua totalidade, baixa na expectativa em relação a novembro (18,13%). Enquanto isso, 47,8% das famílias pretendem pagar parcialmente as contas (ante 45,62%) e 36,6% não terão condições de pagar as contas atrasadas nesse mês, ante 33,81%.

MERCADO DE TRABALHO

Cerca de 78,9% dos responsáveis pelos domicílios no país sentem-se seguros em sua ocupação atual.

A região em que os responsáveis pelos domicílios se sentem mais seguros em suas ocupações é a Norte, com 94,2%, superior ao registrado em novembro (91,6%). A segunda com maior nível de segurança na ocupação do responsável pelo domicílio é região Sul (86%). Em seguida aparece a região Centro-Oeste, com leve queda de 85,7%, em novembro, para 83,6% em dezembro.

  Folha- 04/01/20112  CADERNO PODER

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ONU: preços de alimentos devem recuar com desaceleração global


Os preços de alimentos não vão subir drasticamente em 2012 como em anos recentes e uma queda acentuada também não é esperada como resultado da desaceleração da economia, disse o novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

José Graziano da Silva, o brasileiro que substituiu Jacques Diof, do Senegal, na liderança da FAO, disse que a volatilidade dos mercados de alimentos deve continuar diante da instabilidade econômica e das flutuações dos mercados. "Os preços não vão subir como nos últimos dois, três anos, mas também não vão cair. Pode haver algumas reduções, mas não drásticas", disse Graziano.

Ele disse que não espera que a desaceleração econômica na Europa impacte o fundo da FAO para projetos, mas afirmou que o fato deve aumentar o número de pessoas passando fome no mundo.


Reuters News

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Previsão de crescimento da economia brasileira em 2012 cai para 3,30%


Projeções da pesquisa Focus, elaborada pelo Banco Central, também pioraram para o setor industrial

Agencia Estado
BRASÍLIA - A previsão para o crescimento da economia brasileira em 2012 voltou a cair. Pesquisa semanal realizada pelo Banco Central junto aos analistas de mercado, a Focus, mostra que a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) - índice que mede o tamanho e a evolução da economia - caiu de 3,40% para 3,30%. Há um mês, o mercado previa expansão mais forte da economia, de 3,48% neste ano.

Para o ano passado - dado que será conhecido apenas em algumas semanas, os números também caíram novamente. De acordo com o levantamento, a mediana das expectativas para a expansão do PIB em 2011 recuou de 2,90% para 2,87%, ante os 3,09% registrados quatro semanas antes.

Em linha com a economia mais fraca, as projeções para o desempenho do setor industrial também pioraram. Para 2011, a expectativa de expansão do segmento caiu de 0,82% para 0,78%. Há um mês, o mercado apostava em avanço industrial de 0,94% no ano passado. Para 2012, os números não foram alterados e analistas mantiveram a previsão de crescimento de 3,43%, ante 3,46% de um mês atrás.

Na pesquisa, a expectativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o tamanho da economia em 2011 manteve-se em 38,50% do PIB pela quarta semana consecutiva. Mas para 2012 a previsão recuou de 37,50% para 37,35%, ante 38% de um mês atrás.

Câmbio

Analistas mantiveram as previsões para o patamar do dólar na pesquisa semanal Focus realizada pelo Banco Central (BC) junto aos analistas do mercado financeiro. No primeiro levantamento divulgado em 2012, a previsão para a taxa de câmbio no fim do ano seguiu em R$ 1,75 pela 12ª semana consecutiva.

Para o câmbio médio, a previsão em 2012 avançou de R$ 1,78 para R$ 1,79. Há um mês, as apostas para o dólar médio estavam em R$ 1,75

IGP-M

Economistas voltaram a elevar as previsões para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em 2012. De acordo com a primeira pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central (BC) no ano, a mediana das estimativas para o índice que reajusta a maioria dos contratos de aluguel subiu para 5,07% para 5,08%. Já a previsão para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) não teve alteração e seguiu em 4,99%. Há um mês, analistas apostavam em altas de 5,29% para o IGP-M e de 5,24% para o
IGP-DI.

A aposta para o IGP-DI em 2011 - que será conhecido na próxima semana - caiu de 5,28% para 5,22% na quarta redução consecutiva. Há quatro semanas, analistas esperavam alta de 5,75%.

A pesquisa também mostrou que a previsão para o IPC-Fipe em 2012 subiu de 5,20% para 5,22%. Há um mês, a expectativa dos analistas era de alta de 5,18% para o índice que mede a inflação ao consumidor na cidade de São Paulo.

Economistas mantiveram ainda a estimativa para o aumento em 2012 do conjunto dos preços administrados - as tarifas públicas - de 4,50% pela sétima semana seguida. Para 2011, a expectativa de alta seguiu em 6,10%, ante 6% de um mês atrás.

Fernando Nakagawa

02 de janeiro de 2012   9h 06


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A crise sequestrada


Paul Krugman
 A crise sequestrada . Quando alguém sangra profusamente por uma ferida, quer que o médico estanque esse sangramento, não um que dê lições sobre a importância de manter um estilo de vida saudável. Quando milhões de trabalhadores dispostos e capazes estão desempregados, e se desperdiça o potencial econômico ao ritmo de quase um trilhão de dólares por ano, eles querem que os políticos busquem uma recuperação rápida em vez de gente que faça sermões sobre a necessidade da sustentabilidade fiscal no longo prazo. O artigo é de Paul Krugman.

Paul Krugman

A agitação dos mercados deixou-os com uma sensação de medo? Bom, deveria ter deixado mesmo. Está claro que a crise econômica que iniciou em 2008 não terminou. Mas há outra sensação que deveriam sentir: ira. Porque o que estamos vendo agora é o que ocorre quando pessoas influentes se aproveitam de uma crise para obter alguma vantagem ao invés de resolvê-la.

Durante mais de um ano e meio – desde que o presidente Obama decidiu converter os déficits e não os postos de trabalho, no tema central de seu discurso sobre o Estado da União de 2010 -, temos mantido um debate público que está dominado pelas preocupações orçamentárias, enquanto que, praticamente, não se tocou na questão do emprego. A supostamente urgente necessidade de reduzir os déficits dominou a tal ponto a retórica que, na semana passada, em meio ao pânico nas bolsas, Obama dedicava a maioria de seus comentários ao déficit em vez de ao perigo claro e presente de uma nova recessão.

O que fazia com que tudo isso resultasse tão grotesco era o fato de que os mercados estavam indicando tão claramente como alguém pudesse desejar, que nosso maior problema é o desemprego e não os déficits.

Tenham em conta que os falcões do déficit levaram anos advertindo que as taxas de juro da dívida dos EUA iriam para as nuvens a qualquer momento.

Supunha-se que a ameaça do mercado dos títulos do Tesouro era a razão pela qual deveríamos reduzir drasticamente o déficit. Mas essa ameaça segue sem se materializar. E na semana passada, logo depois do rebaixamento da classificação de risco dos EUA, que, se supunha, deveria assustar os investidores em títulos do Tesouro, essas taxas de juros caíram a mínimos históricos.

O que o mercado estava dizendo – quase para vocês – era: “O déficit não nos preocupa!. O que nos preocupa é a debilidade da economia!” Porque uma economia débil se traduz tanto em taxas de juros baixas como na falta de oportunidades empresariais, o que, por sua vez, se traduz em que os títulos do Tesouro se convertam em um investimento atrativo ainda que sua rentabilidade seja baixa. Se o rebaixamento da dívida dos EUA teve algum efeito, foi o de acrescentar os temores em relação a políticas de austeridade que podem debilitar ainda mais a economia.

E como o discurso de Washington foi dominado pelo discurso equivocado?

Os republicanos radicais, como não, tem algo a ver com isso. Ainda que pareça que não estão muito preocupados com os déficits (tentem propor

qualquer aumento dos impostos para os ricos), descobriram que insistir nos déficits é uma forma útil de atacar os programas do governo.

Mas nosso debate não teria chegado a esse descaminho se outras pessoas influentes não tivessem se mostrado tão ansiosas para fugir do assunto do emprego, mesmo diante de uma taxa de desemprego de 9%, e sequestrar a crise em defesa de seus planos prévios.

Repassem a página de opinião de qualquer jornal importante, os escutem qualquer programa de debate, e é provável que topem com algum autoproclamado centrista afirmando que não há remédios no curto prazo para nossas dificuldades econômicas, que o responsável é concentrar-se nas soluções de longo prazo e, principalmente, na “reforma das prestações”, ou seja, cortes na Seguridade Social e no Medicare. E quando toparem com alguém assim, estejam conscientes de que esse tipos de gente é um dos principais motivos pelos quais temos tantos problemas.

Porque o fato é que, nestes momentos, a economia necessita desesperadamente de um remédio no curto prazo. Quando alguém sangra profusamente por uma ferida, quer que o médico estanque esse sangramento, não um que dê lições sobre a importância de manter um estilo de vida saudável. Quando milhões de trabalhadores dispostos e capazes estão desempregados, e se desperdiça o potencial econômico ao ritmo de quase um trilhão de dólares por ano, eles querem que os políticos busquem uma recuperação rápida em vez de gente que faça sermões sobre a necessidade da sustentabilidade fiscal no longo prazo.

Infelizmente, dar lições sobre a sustentabilidade fiscal é um passatempo da moda em Washington: é o que fazem as pessoas que querem parecer sérias para demonstrar sua seriedade. Quando a crise estourou e nos arrastou para grandes déficits orçamentários (porque é isso o que acontece quando a economia se contrai e as receitas despencam), muitos membros de nossa elite política tinham muita vontade de utilizar esses déficits como desculpa para mudar de tema e passar do emprego para sua cantilena favorita. E a economia seguiu sangrando.

O que implicaria uma resposta real para nossos problemas? Antes de qualquer coisa, no momento, implicaria mais gasto governamental, não menos; com um desemprego massivo e custos de financiamento incrivelmente baixos, deveríamos estar reconstruindo nossas escolas, estradas, redes de distribuição de água e outros serviços. Implicaria medidas agressivas para reduzir a dívida familiar mediante o refinanciamento das hipotecas. E implicaria um esforço da parte da Reserva Federal para tratar de, usando todos os meios possíveis, colocar a economia em movimento com o objetivo declarado de gerar mais inflação a fim de aliviar os problemas de endividamento.

Logicamente, os suspeitos habituais chamaram essas ideias de irresponsáveis. Mas eles sabem o que é, de fato, irresponsável? Sequestrar o debate sobre a crise para conseguir as mesmas coisas que defendiam antes da crise, e deixar que a economia siga sangrando.

(*) Paul Krugman é professor na Universidade de Princeton e Prêmio Nobel de Economia.
Tradução: Katarina Peixoto

15/8/2011 17:59, Por Carta Maior






Analistas de mercado reduzem previsão de inflação após medidas de austeridade

A inflação tem caído gradativamente
 ao longo dos últimos meses
O mercado financeiro reduziu pela segunda semana consecutiva sua estimativa para a inflação após o aumento da instabilidade nos mercados globais, mostrou o relatório Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira. A previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano caiu de 6,28% para 6,26%, e a do próximo de 5,27% para 5,23%. O prognóstico para a taxa nos próximos 12 meses, por outro lado, aumentou, de 5,42% para 5,44%.

Na semana passada, o mercado global teve um dos períodos de maior volatilidade da história após o rebaixamento da nota de dívida americana pela Standard & Poor’s e em meio à preocupação com um agravamento da crise da dívida na Europa. Os investidores também temem uma possível volta à recessão da economia global. Isso, no entanto, poderia reduzir os preços das commodities, o que é uma boa notícia para a inflação brasileira. Além disso, o BC tende a ser mais cauteloso em meio a uma crise, por isso a redução na estimativa do mercado para o juro.

A meta do governo para a inflação nos dois anos tem centro em 4,5% e tolerância de dois pontos percentuais. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou de 3,94% na semana passada para 3,93%. Em 2012, a previsão continua de 4%. A estimativa para a Selic neste ano e no próximo se manteve estável a 12,50%. As instituições Top 5 de médio prazo, as que mais acertam as projeções, também preveem taxa básica de juros (Selic) estável a 12,50% até o final do ano que vem pelo menos, de acordo com a mediana das estimativas.

O prognóstico para a taxa de câmbio no final deste ano permaneceu em R$ 1,60 por dólar. A projeção no final de 2012 foi mantida em R$ 1,65.

PIB em queda

A estimativa de analistas do mercado financeiro consultados pelo BC para o crescimento da economia neste ano caiu ligeiramente pela segunda semana seguida. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 3,94% para 3,93%. Para 2012, a estimativa continua em 4%.

Ainda segundo o boletim Focus, a expectativa para o crescimento da produção industrial passou de 3,01% para 3%, este ano, e permanece em 4,30%, em 2012. A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi mantida em 39,10%, este ano, e em 38%, em 2012.

A expectativa para a cotação do dólar ao final de 2011 continua em R$ 1,60, neste ano, e em R$ 1,65, em 2012. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) permanece em US$ 22 bilhões, neste ano, e foi ajustada de US$ 10,65 bilhões para US$ 10,85 bilhões, em 2012.

Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa diminuiu de US$ 59 bilhões para US$ 57,97 bilhões, em 2011, e de US$ 68,90 bilhões para US$ 68,25 bilhões, no próximo ano.

A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) permanece em US$ 55 bilhões, este ano, e em US$ 50 bilhões, em 2012.

15/8/2011 13:20, Por Redação - de Brasília










sábado, 18 de junho de 2011

‘É possível trazer a inflação para a meta com a economia crescendo’, diz Tombini

Em entrevista ao ‘Estado’, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defende a estratégia da instituição para levar a inflação de volta para a meta de 4,5% em 2012

SÃO PAULO - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, marca seus primeiros seis meses de gestão recorrendo constantemente ao verbo moderar e suas variações. E é assim, com moderação, que ele afirma ter certeza de que é possível controlar a inflação e, ao mesmo tempo, permitir o crescimento econômico. Dessa forma, pontua uma discussão que, no governo passado, causou sérias crises entre o BC de Henrique Meirelles e o Ministério da Fazenda de Guido Mantega.
"O Banco Central reconhece que é possível trazer a inflação para a meta crescendo", afirmou. "Isso tem acontecido e acontecerá. Levaremos a inflação de volta à meta de 4,5% em 2012 com a economia brasileira crescendo."
Em entrevista concedida sexta-feira à tarde ao Estado, à Agência Estado e à rádio Estadão ESPN, o presidente do BC deixou claro que a área econômica do governo Dilma Rousseff trabalha em sintonia. O que não significa uma ameaça à autonomia operacional da instituição.
"A presidente dá o comando. E o comando dela tem sido muito claro no sentido de que as políticas do governo sejam adotadas, ajustadas, para assegurar a estabilidade monetária, a inflação na meta", disse. O IPCA, índice que serve de referência para o sistema de metas no País, acumula alta de 6,55% em 12 meses, acima do teto estabelecido pelo governo, que é de 6,50% (o centro é de 4,50%).
Durante uma hora de conversa, Tombini frisou que "o BC não está sozinho" na tarefa de combater a inflação. "Temos hoje uma estratégia de governo, consistente e abrangente, de moderação do crédito e de ajuste fiscal e monetário." A propósito especificamente do crédito, o presidente do BC descartou a existência de uma bolha no Brasil, hipótese que foi recentemente levantada por alguns analistas internacionais. "Trabalhamos cotidianamente para que não ocorram excessos que levem a um risco sistêmico, a uma bolha que estoure lá na frente."
Outro foco de atenção do governo e do BC, disse, é a entrada de capitais estrangeiros no País, que valoriza o real e expande o crédito. "Temos trabalhado com um conjunto de instrumentos para fazer com que o Brasil não aproveite inocentemente a ampla liquidez internacional."
Tombini afirmou que o ministro da Fazenda é ouvido pelo BC. "O Banco Central escuta o mercado, a sociedade, mesmo nas decisões em que tem competência exclusiva. Mas quem decide, por exemplo, sobre taxa de juros é o Comitê de Política Monetária. Nesse processo, como qualquer outro banco central, ouve especialistas e, naturalmente, o ministro da Fazenda."

Folha

terça-feira, 31 de maio de 2011

Nuvens negras no horizonte internacional

31/5/2011 12:14, Por Amir Khair

Já se delineiam duas sérias ameaças em nível global, que podem indicar um primeiro desdobramento da crise financeira originada nos Estados Unidos em 2008. É a situação crítica da questão fiscal dos Estados Unidos e Grécia. Os holofotes agora estão na Grécia, mas não levará tempo para se dirigirem aos EUA. Face a esse quadro, o melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. Assim, é bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos que poderão vir de fora. O artigo é de Amir Khair.

Ainda não se passaram três anos e já se delineiam duas sérias ameaças em nível global, que podem indicar um primeiro desdobramento da crise financeira originada nos Estados Unidos em 2008. É a situação crítica da questão fiscal dos Estados Unidos e Grécia. Os holofotes agora estão na Grécia, mas não levará tempo para se dirigirem aos EUA.

Vale recordar. Na primeira tentativa de sair do buraco, a Grécia acertou com o FMI que sua economia deveria encolher 4% em 2010, 2,6% em 2011 e o desemprego, de 9,4% em 2009, subiria para 14,8% em 2012. Esse o custo da redução do déficit fiscal de 13,6% do PIB em 2009, para 8,1% em 2010 e 6,5% em 2012. Mesmo assim, sua dívida se estabilizaria em 150% do PIB! Mas em 2010 em vez de conseguir a meta de déficit de 8,1%, obteve 10,5%, o que acendeu a luz vermelha.

Os holofotes agora estão na questão fiscal da Grécia, que precisará de um novo empréstimo em 2012. Com um crescimento mais baixo que o esperado, a tendência é o agravamento fiscal e a necessidade de mais empréstimos que, se vierem, trarão sérias dificuldades de satisfazer as condições impostas pelo FMI, com impacto social crescente e sério risco político ao governo.

A aposta dos “salvadores” (Banco Central Europeu – BCE, países da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional – FMI) ao concederem o primeiro socorro era de que uma profunda restrição fiscal, com rebaixamento de salários, demissões no setor público e freada no crescimento econômico, seria capaz de gerar os excedentes para honrar as parcelas dos empréstimos, que tiveram prazos mais alongados.

Esse aperto fiscal deveria ser imposto à população e as reações foram imediatas com paralisações e manifestações de massa, que na ocasião poderia inviabilizar as negociações em curso. Mas o governo grego conseguiu vencer o primeiro round e aprovou as duras exigências dos financiadores, mas com importante condição: a dívida teria que ser integralmente paga, sem nenhum prejuízo aos credores.

Esse socorro financeiro implica em dois problemas fiscais, de solução quase impossível, pois crescem as despesas com o serviço da dívida pelo forte aumento do endividamento e cai a arrecadação pela redução da atividade econômica e pelo aumento da inadimplência dos contribuintes, ou seja, forma-se um “sanduíche” fiscal.

Os credores, no entanto, partiram da premissa de que a redução das despesas públicas seria suficiente para superar esses dois problemas. Não foi o que aconteceu e nem acontecerá. Assim, seria necessário reduzir o valor a ser pago no serviço da dívida, ou seja, seu deságio, com perda para os credores.

Mas, o deságio não bastaria para solucionar o problema, pois os desequilíbrios macroeconômicos já existentes tornam necessários outros esforços para viabilizar o equilíbrio de suas contas internas e externas. Atualmente ocorre déficit na balança comercial de 4% do PIB, maior déficit comercial entre os países da região do euro. Se esse déficit persistir, terá de captar o volume total em instituições de crédito estrangeiras, mesmo se os déficits orçamentários pós-inadimplência puderem ser financiados com captações domésticas.

A simples ameaça do deságio na Grécia precipitou a elevação dos riscos das dívidas de Portugal e Espanha. Portugal foi o primeiro a pedir socorro e já está seguindo o mesmo caminho grego. Tomou em maio recursos do FMI e da União Europeia de US$ 110 bilhões, que representa 47% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O último pacote de auxílio do FMI ao Brasil, em 1998 foi de US$ 40 bilhões ou 4,7% do PIB. Assim, esse socorro a Portugal foi, em termos de tamanho de sua economia, 10 vezes maior do que o nosso.

Para situar a gravidade do problema que ronda a Europa, o pacote da Grécia de US$ 156 bilhões foi também de 47% do PIB e o da Irlanda de US$ 120 bilhões, 52,9% do PIB, segundo matéria publicada no jornal Estado de São Paulo (22/maio).

Esses socorros foram também sem deságio nas dívidas e será apenas questão de tempo para evidenciar a falta de visão dos “salvadores” e o agravamento da inevitável deterioração fiscal nesses países.

Não tem como escapar do deságio das dívidas. Esse deságio, por sua vez, poderá trazer novos desdobramentos na rede financeira europeia já fragilizada pela crise iniciada nos Estados Unidos com as hipotecas de alto risco (subprime) e por a nu os títulos podres em posse do BCE ao socorrer o sistema bancário da Irlanda, Grécia, Espanha entre outros países.

A nova tentativa de socorro à Grécia continuará tentando preservar os credores, alongando mais a dívida, sem reestruturá-la, com nova injeção de empréstimos, e o calote será inevitável e maior mais a frente. É uma exigência do BCE para tentar empurrar com a barriga os títulos podres em seu poder cujo montante é desconhecido.

O mesmo poderá ocorrer com Portugal, mais à frente à Espanha e, em seguida a Itália, países de maior expressão econômica na zona do euro. Poderá ser essa a sequência dos PIIGS. É claro que isso atingirá o sistema bancário das economias mais sólidas como França e Alemanha, agravando a crise européia com repercussões em outros países fora da área. Como existe forte relação entre os sistemas financeiros de Europa e Estados Unidos, esse país certamente será afetado.

EUA – Em 16/5, os Estados Unidos atingiram o teto de US$ 14,294 trilhões da dívida pública e o Departamento do Tesouro planeja anunciar que vai parar de emitir e reinvestir títulos do governo em certos fundos de pensão públicos, parte de uma série de medidas para adiar a moratória até 2/8. Essas medidas do Tesouro visam ganhar tempo para a Casa Branca e líderes do Congresso chegarem a um acordo de redução do déficit, para atingir número suficiente de congressistas a votar o aumento da dívida.

A disputa política entre republicanos e democratas pode fornecer o combustível necessário para começar a por em dúvida a capacidade do país honrar o pagamento aos credores, que estão espalhados por todo o mundo, especialmente países que acumularam fortes reservas ligadas ao dólar, como China, Japão, Alemanha e o Brasil. Para agravar esse quadro o déficit fiscal previsto ao final deste ano pode atingir US$ 1,7 trilhões ou 11% do Produto Nacional Bruto (PNB).

A tentativa de ativar a economia via elevação da liquidez é outro motivo de preocupação. De 2004 a 2008 a base monetária girava em torno de US$ 0,8 trilhão e a disparada sem cessar a partir de 2009 a elevou para US$ 2,4 trilhões. Apesar disso, os empréstimos bancários ficaram estabilizados desde o final de 2008 em US$ 9 trilhões, evidenciando o deslocamento dessa elevação da liquidez para fora dos EUA.

É possível que as agências de classificação de risco, que dormiram no ponto na crise de 2008/2009, não tenham o mesmo comportamento agora. Alguns sinais já apontam nessa direção. O primeiro foi dado pela Standard & Poor’s que rebaixou de ‘estável’ para ‘negativa’ a perspectiva de rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos. Com isso sinalizou que poderá piorar a nota da dívida americana. As razões apontadas para a decisão foram o persistente déficit orçamentário e o elevado endividamento do país.

De acordo com a agência, mesmo após dois anos após a eclosão da crise financeira que abalou o mercado de hipotecas dos EUA, o governo do presidente Barack Obama dá sinais de que não chegou num acordo sobre como reverter a deterioração fiscal por que passa o país atualmente, nem aponta soluções para as pressões fiscais de longo prazo.

O dólar já vem de longo processo de perda de valor perante outras moedas e commodities, e isso expressa a doença que se abate lentamente sobre a economia americana. As análises sobre as perspectivas deste país oscilam a cada dia ao sabor de dados sobre pedidos de desemprego, construção de novas moradias, produção industrial, inflação, etc. Fato é que a reação aos fortes estímulos dados desde 2008 produziram efeitos pífios e os déficits fiscais passaram de 3% do PNB em 2008 e poderão atingir 11% neste ano, e a dívida sobe de forma ameaçadora, indicando claros riscos em seu pagamento.

Para agravar esse quadro a elevação dos preços do petróleo e outras commodities subtraem o poder aquisitivo dos americanos, com reflexos negativos sobre o consumo que representa 70% do PIB do país. Isso afeta o crescimento econômico, a arrecadação e eleva o déficit fiscal.

Parecem esgotados os instrumentos monetários para tirar o país da crise. A forte injeção de dólares feita pelo Fed (banco central americano) e os juros negativos não conseguiram estimular o consumo. É incerto se terminará em junho a escalada da injeção de US$ 600 bilhões. Essa elevação da liquidez já dá sinais de problemas com a inflação, que começam a aparecer no front de preocupações do Fed. E nada mais potente para retirar o poder aquisitivo do americano do que a inflação.

A forma que seria possível para romper com esse agravamento é a ampliação das exportações e contenção das importações, para gerar empregos suficientes para tirar da letargia o mercado interno. Mas não é isso que vem ocorrendo no nível necessário, pois a disputa no mercado internacional cresceu fortemente como consequência da crise de 2008.

Face a esse quadro, o melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. Assim, é bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos que poderão vir de fora.

Amir Khair é engenheiro e mestre em finanças públicas pela EAESP/FGV. Foi secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo (1989/92). Atualmente é consultor na área fiscal, orçamentária e tributária.

Correio do Brasil

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Saldo de operações de crédito do sistema finaceiro cresce 1,3% em abril

30/5/2011 8:10, Por Redação, com ABr - de Brasília

Crédito

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,776 trilhão em abril, com crescimento de 1,3% no período e de 21% em 12 meses, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta segunda-feira. Esse saldo corresponde a 46,6% de tudo o que o país produziu – Produto Interno Bruto (PIB), no mês passado, ante 46,5% de março deste ano e 44% de abril de 2010.

Segundo relatório do BC, as operações de crédito concedidas pelo sistema financeiro “mantiveram-se em trajetória de expansão moderada”, com maior demanda por recursos livres (com taxas de juros livremente pactuadas entre clientes e as instituições). De acordo com o BC, essa demanda por recursos livre foi puxada pelas empresas, em contraste com menor intensidade das contratações pelas famílias.

Correio do Brasil


Diretor do BC prevê inflação 'próxima a zero' daqui a três meses


PEDRO SOARES
DO RIO

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, previu nesta segunda-feira que a inflação vai ficar "próxima a zero nos próximos dois a três meses".

O motivo, diz, é a tendência já demonstrada de "inflexão" dos preços dos alimentos. "A tendência é de acomodação", disse.

Para Mendes, a pressão dos alimentos foi responsável por acelerar a inflação desde o final de 2010 em razão da alta dos preços internacionais das commodities.

Tal tendência, porém, já mostra uma "dinâmica" diferente, segundo Mendes. Isso, diz, já mexeu com as expectativas futuras de inflação e levou analistas a estimarem taxas mais baixas do que há alguns meses.

Segundo Mendes, o principal instrumento para conter a demanda --e consequentemente a inflação-- é a taxa de juros. As chamadas medidas macroprudenciais são expedientes "adicionais" e têm como objetivo primeiro "controlar o mercado de crédito", com mecanismos como compulsórios mais elevados.

Tais medidas, porém, "ajudam também a controlar a demanda".

Outro foco do BC, diz o diretor, é "limitar o endividamento das famílias" com medidas como a elevação do percentual de pagamento mínimo do cartão de crédito --que foi fixado em 15% agora, mas será elevado para 20% da fatura ao final do ano.

30/05/2011 - 15h05



quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tablets terão maior exigência de conteúdo nacional

Renata Veríssimo

O início da produção de tablets (computadores em formato de prancheta, como o iPad da Apple) no Brasil está sendo considerado pelo governo como a “ponta do iceberg de uma política industrial muito ambiciosa”. Em entrevista, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, disse que as exigências que serão colocadas para que as empresas recebam as reduções de tributos previstas em lei trarão para o País uma indústria de componentes e semicondutores.

Ele previu que o Brasil poderá se transformar em plataforma de exportação de produtos de alta tecnologia para todo o continente em quatro ou cinco anos. Isso porque o Processo Produtivo Básico (PPB) estabelecerá um porcentual de utilização de conteúdos nacionais na montagem dos tablets mais rigoroso do que o exigido da indústria de notebooks. A proposta do PPB foi encaminhada ontem à Casa Civil. Para obrigar as empresas a trazerem fábricas de componentes para o Brasil, o MDIC também criará um PPB para os celulares de alta tecnologia (smartphones).

Pimentel informou ainda que, dentro da nova política industrial que deve ser anunciada em junho, o governo dará estímulos para associações de empresas estrangeiras com grupos nacionais para instalação de fábrica no Brasil. Os estímulos poderão ser por meio de incentivos fiscais e concessão de financiamentos do governo.

O ministro antecipou que o PPB exigirá que 50% dos displays (telas) sejam nacionais a partir de 2014. No caso dos carregadores de baterias que serão utilizados nesses equipamentos, metade terá que ser fabricada no Brasil já em 2012 e atingirá 80% em 2013. O índice de nacionalização para as placas de rede sem fio será de 50% em 2013 e terá de chegar a 80% em 2014. De imediato, será exigido que metade das placas-mãe utilizadas nos tablets terão de ser produzidas no País, passando para 80% em 2012 e alcançando 95% em 2013.

“É uma exigência pesada de conteúdo nacional”, avaliou Pimentel. O cumprimento dessas exigências garante às empresas a isenção de PIS e Cofins e a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 15% para 3%. Doze empresas já manifestaram o interesse de produzir tablets no Brasil.

Pedido

As empresas foram liberadas, temporariamente, de utilizar baterias e gabinetes produzidos no Brasil. A decisão do governo atende a pedido da taiwanesa Foxconn, que irá produzir os iPads, da Apple, no Brasil. Segundo o ministro, seria impossível produzir esses componentes neste momento no País, mas isso será negociado futuramente.

Pimentel disse que um dos pontos mais importantes é que o PPB obrigará a Foxconn a trazer uma fábrica de displays para o Brasil. “Seremos o primeiro país do mundo a receber uma fábrica de displays fora da Ásia”, disse. Os displays representam cerca de metade do custo dos tablets.

“Estamos praticando os novos fundamentos da nova política industrial. “Não queremos que as empresas venham aqui só para montar. A transferência tecnológica será muito forte”, declarou o ministro. Para Pimentel, o ambiente econômico brasileiro deve garantir o sucesso da política de atração de indústrias de alta tecnologia.

Apesar de ter construído um marco legal há alguns anos, o Brasil nunca conseguiu atrair as fábricas. O ministro argumentou que o País se tornou confiável para investimentos. Além disso, a inclusão social obtida nos últimos anos, do ponto de vista do capital, significa a criação de mercado consumidor. “Se soubermos dosar bem as coisas, vamos virar um País de ponta”, declarou. “Neste momento não temos (mão de obra disponível), mas teremos. Vamos ter dificuldades localizadas, mas conseguiremos resolver.”

agenciaestado

domingo, 22 de maio de 2011

Preços de etanol e gasolina seguem em queda, diz ANP


Na terceira semana de maio, preço médio da gasolina comum teve redução de 1,28%; já o preço médio do etanol hidratado teve queda de 6,55%
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Kelly Lima, da Agência Estado

RIO - Os preços do etanol e da gasolina comum mantiveram a trajetória de queda na terceira semana de maio, informou nesta sexta-feira, 20, a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em pesquisa semanal, a reguladora apurou que na média nacional o preço médio da gasolina "C" comum, que contém 25% de etanol anidro, foi de R$ 2,861 por litro, apresentando uma redução de 1,28%, em relação à semana anterior, queda superior a que ocorreu na segunda semana do mês, que foi de 0,55%.

Já o preço médio do etanol hidratado no País caiu 6,65%, para R$ 2,076 por litro, no mesmo período. A redução foi superior à ocorrida na segunda semana do mês, quando o preço recuou 3,47% em relação à primeira semana do mês.

Ainda segundo a ANP, em São Paulo, a queda dos preços médios de revenda foi de 9,53% para o etanol. Para a gasolina, a queda do preço médio foi de 1,36%. Em Brasília, entre a terceira semana de maio e a segunda as reduções dos preços dos combustíveis ao consumidor final foram de 4,77% para o etanol e de 2,52% para a gasolina. No Rio de Janeiro, a queda dos preços médios de revenda foi de 4,49% para o etanol. Para a gasolina, a queda do preço médio foi de 1,16%.
Entre os Estados do Nordeste, os destaques foram a redução dos preços médios de revenda ocorridas na Bahia, de 11,05% para etanol e de 6,18% para a gasolina; no Rio Grande do Norte, de 4,6% para o etanol e de 3,25% para a gasolina; no Maranhão, de 3,29% para o etanol e de 2,08% para a gasolina e no Ceará, de 3,13% para o etanol e de 1,96% para a gasolina.

Na Região Sul, a queda do preço médio ao consumidor final foi de 0,31% para a gasolina e de 8,66% para o etanol hidratado. Na região, pode-se destacar as reduções dos preços médios de revenda ocorridas no Rio Grande do Sul, de 11,50% para etanol e de 2,32 para a gasolina, e no Paraná, de 8,17% para o etanol e de 1,68% para a gasolina.

Segundo a ANP, a tendência para as próximas semanas é que os preços mantenham-se em queda, tanto para a gasolina, quanto para o etanol hidratado, considerando o início da safra da cana de açúcar e a diminuição do volume de estoque antigo adquirido a preços mais elevados. O levantamento de preços da ANP é realizado, semanalmente, em mais de 8 mil postos revendedores em todo o País.

20 de maio de 2011

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