BRASÍLIA - Os bancos brasileiros não estão expostos aos problemas de dívida de Dubai, segundo afirmou sexta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O conglomerado estatal Dubai World pediu que os credores esperem seis meses para o pagamento da dívida de quase US$ 60 bilhões do grupo. Segundo ele, a questão mostra que ainda existem incertezas na economia mundial (em processo de recuperação da crise imobiliária americana) e que novos contratempos podem ocorrer. Por isso, o Banco Central manterá sua política de acúmulo de reservas internacionais.
– O Brasil está preparado para enfrentar como enfrentou no passado situações muito piores – disse Meirelles – Os bancos brasileiros não estão expostos a este fundo ou a este tipo de problema, inclusive pelas próprias restrições da regulação brasileira – declarou o presidente do BC.
Ele ressaltou que o Brasil foi bem-sucedido ao sair da crise financeira mundial e tem plenas condições de superar oscilações nos mercados internacionais. Meirelles afirmou que o crescimento brasileiro está ancorado no aumento da renda, do emprego e do crédito doméstico, o que torna o país menos vulnerável à instabilidade externa.
Segundo o presidente do BC, autoridades regulatórias e monetárias de outros países já enviaram sinais de que o ocorrido não deve provocar grande abalo no sistema financeiro dos países centrais por exposição do seus bancos àquela instituição.
– São sinais, vamos aguardar os próximos dias. As previsões que temos recebido de fora são de que não se espera um colapso, que está muito longe do que ocorreu no ano passado – comentou Meirelles – O fato concreto é que o ambiente hoje é de cuidado. Alguns bancos devem perder recursos nesta instituição, mas não é algo que possa lembrar episódios passados.
Os bancos internacionais possuem as ferramentas para enfrentar a situação, segundo os testes de estresse feitos pelo Federal Reserve (o BC dos EUA) neste ano para determinar as necessidades de capitalização das instituições.
Com agências
Credores europeus minimizam exposição à dívida do Emirado
Os temores de uma moratória sacudiram os mercados globais, mas os bancos de fora do Golfo Pérsico minimizaram sexta-feira sua exposição à dívida de Dubai. Líderes europeus disseram que a economia mundial está forte o suficiente agora para enfrentar o problema.
A crise começou na quarta-feira, quando Dubai pediu para adiar o pagamento da dívida de US$ 60 bilhões da Dubai World e da Nakheel, sua principal subsidiária e incorporadora de três ilhas em formato de palmeira que já atraíram celebridades e milionários. Os bancos europeus estão entre os maiores credores do Emirado.
Mas não há comparação aos US$ 2,8 trilhões de baixas contábeis que instituições dos EUA e da Europa terão registrado entre 2007 e 2010 como resultado da crise global de crédito, segundo estima o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Dubai, com 4 mil quilômetros quadrados, é um dos sete que compõem os Emirados Árabes Unidos, reunidos em 1971, no Golfo Pérsico, donos da sexta maior reserva de petróleo do mundo.
JB-27/11/2009
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