domingo, 12 de dezembro de 2010

China diz que manterá o yuan estável em uma 'taxa razoável'

Governo da China disse neste domingo que o país não deve buscar 'cegamente' uma taxa de crescimento mais elevada


Nalu Fernandes - Agência Estado


O governo chinês disse, neste domingo, após conferência econômica, que dará maior prioridade para manter os preços estáveis. Em comunicado divulgado por meio da agência oficial de notícias Xinhua, hoje, a China reiterou que irá implementar política fiscal "ativa" e política monetária "prudente" no próximo ano. A política fiscal será utilizada para manter crescimento estável e melhorar a estrutura da economia, segundo o documento.

O comunicado segue-se a uma conferência de três dias para a área econômica, uma reunião de alto nível dos líderes de política econômica

A China também gerenciará liquidez para manter estabilidade geral e ajudar na reestruturação econômica, citou o comunicado. Mais crédito será direcionado para áreas rurais e pequenas e médias empresas, disse o comunicado.

O documento reiterou o posicionamento frequentemente repetido sobre o yuan, dizendo que continuará aprimorando o mecanismo de taxa de câmbio e que manterá o yuan basicamente estável em uma taxa razoável.

O país também afirmou que irá garantir um ambiente econômico saudável e estável no próximo ano, ao dizer que buscará melhor relação entre manter um crescimento estável e relativamente rápido, reestruturação econômica e gerenciamento das expectativas de inflação.

Apreciação do yuan

Uma apreciação mais rápida do yuan prejudicaria os exportadores chineses, afirmou, neste domingo, o vice-diretor do órgão regulador de política cambial do país, sugerindo que é improvável que a China permita que sua moeda aprecie em um ritmo mais acelerado.

"As companhias chinesas não suportam isso", afirmou Deng Xianhong, vice-diretor da Administração Estatal para Câmbio (Safe, na sigla em inglês), à Dow Jones, ao ser questionado se a China permitiria apreciação mais rápida do yuan para combater a inflação.

O atual sistema cambial trabalha em favor de prevenir que os exportadores locais sofram demasiadamente com uma apreciação do yuan, acrescentou Deng, ao conversar com a agência internacional de notícias nos bastidores de um fórum.

Tanto exportações quanto importações avançaram para níveis recordes em novembro e o superávit comercial teve leve estreitamento para um patamar ainda elevado de US$ 22,9 bilhões, mantendo pressão sobre Pequim para permitir um ritmo mais acelerado de apreciação do yuan.

O índice de preços ao consumidor também avançou 5,1% ante o ano anterior em novembro, marcando o ritmo mais rápido em dois anos e deflagrando manifestações de economistas para que Pequim adote medidas para limitar a inflação, incluindo elevação da taxa de juro e apreciação mais rápida do yuan.

Emprego

O governo da China disse, ainda, que o país não deve buscar "cegamente" uma taxa de crescimento mais elevada, mas, em vez disso, deveria priorizar tarefas como a estabilização de preços e expansão do emprego.

A China deveria "dar mais atenção para qualidade e resultados do crescimento, dar mais atenção ao estímulo do emprego e à melhoria de vida das pessoas", disse o governo, em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias Xinhua.

A China irá adotar uma política mais "proativa" na área de emprego no próximo ano, disse o comunicado, fazendo do emprego uma "prioridade do desenvolvimento econômico". A China também irá expandir a demanda doméstica, consumo e importações, e usará importações para promover reestruturação e equilíbrio da economia, segundo o documento.

Especulação imobiliária

A China continuará restringindo a especulação no setor de imóveis nos próximos cinco anos, disse Qin Hong, vice-diretor do centro de pesquisa política do Ministério de Desenvolvimento Urbano e Rural. Qin, não forneceu detalhes, enquanto falava em um fórum.

A China adotou várias medidas neste ano para restringir a especulação imobiliária e bolhas de preços de ativos, incluindo elevação de pagamentos iniciais, aumento das taxas de hipotecas e restrição de financiamento para compras adicionais de residências.

As informações são da Dow Jones.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mercado eleva expectativa de crescimento do PIB em 2010 para 7,34%

Pesquisa Focus do Banco Central reduziu expectativa de inflação em 2011 para 4,85% após duas altas seguidas

Fernando Nakagawa, da Agência Estado

BRASÍLIA - Na primeira pesquisa Focus divulgada após o anúncio do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2010, analistas elevaram a estimativa para o crescimento da economia neste ano. De acordo com o levantamento divulgado nesta segunda-feira, 6, a previsão para a expansão do PIB neste ano avançou de 7,09% para 7,34%. Com o aumento, o número esperado passa a ficar acima da previsão vista há um mês, quando estava em 7,12%.

Para 2011, analistas mantiveram os números e, de acordo com a pesquisa, a mediana das previsões para o aumento do PIB no próximo ano seguiu em 4,50% pela 39ª semana consecutiva.

Na mesma pesquisa, foi mantida pela quarta vez seguida a expectativa para a expansão da produção industrial de 2011 em 5%. Para 2010, a aposta de crescimento industrial caiu de 11,47% para 11,37%, ante 11,70% de um mês atrás.

O levantamento do BC também mostra que a mediana das previsões para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2011 manteve-se em 39,50%. Para 2010, o número subiu ligeiramente, de 40,73% para 40,80%. Há um mês, analistas previam 39,50% para 2011 e 40,73% para 2010.

Inflação

Após duas altas seguidas, o mercado financeiro reduziu a expectativa para o IPCA em 2011. De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda, a mediana das projeções caiu de 4,87% para 4,85%, retomando uma direção para o centro da meta de inflação para o próximo ano, de 4,50%. Apesar da redução, o número atual ainda está acima da estimativa verificada há um mês, quando estava em 4,80%.

Para 2010, a estimativa para o IPCA não sofreu alteração após duas semanas seguidas de redução dos números. Nesta semana, a mediana das projeções manteve-se em 5,07%. Há um mês, o mercado esperava alta de 5,19% para o índice.

Em trajetória diferente das estimativas para 2011 e 2010, a projeção suavizada para o IPCA nos próximos 12 meses subiu pela segunda vez seguida, e passou de 4,99% para 5,03%. Há um mês, estava em 5,00%.

No grupo dos analistas que mais acertam as estimativas na pesquisa do BC, o chamado Top 5, a mediana das previsões para o IPCA em 2011 seguiu em 4,97%, acima dos 4,75% previstos há um mês. Para 2010, esse grupo manteve a previsão de IPCA de 5,18%, superior à previsão de 5,11% verificada há quatro semanas.

Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA de agosto de 2010 teve leve ajuste, de 0,17% para 0,16%, na sétima redução consecutiva. Há um mês, o número estava em 0,30%. Para setembro de 2010, a expectativa segue em 0,36% pela sexta pesquisa seguida.

Na mesma pesquisa, a previsão para o IPC-Fipe em 2011 subiu de 4,53% para 4,55%, acima do mesmo patamar verificado há um mês, quando estava em 4,50%. Para 2010, a previsão caiu de 4,99% para 4,90%, ante 5,04% de quatro semanas atrás.

Selic

O mercado manteve a previsão de que o juro básico da economia, a taxa Selic, não vai sofrer alteração até o fim do ano. Na primeira pesquisa Focus realizada pelo Banco Central após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, analistas mantiveram a previsão de que a Selic seguirá em 10,75% ao ano até o fim de 2010. Essa expectativa era já vista na semana passada e indicava a aposta do mercado de que o BC não alteraria o juro na reunião da última quarta-feira, o que se confirmou.

Para 2011, o mercado manteve a expectativa de que deve haver retomada do ciclo de alta do juro, com a volta da Selic para 11,50% ao fim do próximo ano. Essa previsão é repetida há três semanas.

Na mesma pesquisa, a expectativa para a Selic média no decorrer de 2011 caiu ligeiramente, de 10,63% para 10,60%, ante 11,79% de um mês atrás. Para 2010, a previsão de juro médio manteve-se em 10,03%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 10,13%.
Conta corrente
O mercado manteve a previsão para o déficit em transações correntes em 2011. De acordo com a pesquisa Focus, a mediana das estimativas para o saldo negativo das contas externas no próximo ano seguiu em US$ 58,00 bilhões. Para 2010, a previsão piorou ligeiramente e aumentou de US$ 49,96 bilhões para US$ 50 bilhões. Há um mês, o mercado esperava déficits de US$ 58 bilhões para 2011 e de US$ 49 bilhões para 2010.

Para a balança comercial, a previsão de superávit em 2011 subiu de US$ 8,18 bilhões para US$ 8,68 bilhões. Para 2010, a estimativa de saldo positivo manteve-se em US$ 15 bilhões. Quatro semanas atrás, as estimativas para cada um desses dois anos estavam em US$ 9,11 bilhões e US$ 15 bilhões, respectivamente.
Na mesma pesquisa, o mercado manteve a previsão de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2011em US$ 38,00 bilhões, ante US$ 39,25 bilhões de um mês atrás. Para 2010, a previsão foi mantida em US$ 30,00 bilhões, frente a US$ 32,00 bilhões de um mês atrás.
IGP-DI
As estimativas para os IGPs em 2011 não sofreram alteração em relação à semana passada. De acordo com o levantamento, a mediana das previsões para o IGP-DI no próximo ano seguiu em 5% pela 18ª semana consecutiva. Para o IGP-M, a estimativa permaneceu em 5,01%, ante 5% de um mês atrás.
Para 2010, as previsões oscilaram sem rumo único. Para o IGP-DI, a previsão teve queda, de 8,49% para 8,43%. Já para o IGP-M, a previsão subiu de 8,56% para 8,71%. Há um mês, analistas esperavam, respectivamente, aumento de 8,43% e 8,50% para cada um dos dois índices em 2010.
Para os preços administrados - as tarifas públicas - a expectativa de alta em 2011 manteve-se em 4,80%. Para 2010, a aposta seguiu em 3,55%. Há um mês, analistas acreditavam que a alta do conjunto de preços administrados seria de 4,73% em 2011 e de 3,60% em 2010.

domingo, 15 de agosto de 2010

Lucro do BNDES no primeiro semestre tem alta de 408,6%


JANAINA LAGE
DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro de R$ 3,6 bilhões no primeiro semestre. O resultado representa alta de 408,6% em relação a igual período do ano passado e foi impulsionado pela recuperação de créditos no valor de R$ 2 bilhões.

Segundo Vânia Borgerth, chefe do departamento de Contabilidade e Relações com Investidores, parte do crescimento do lucro pode ser atribuída à base fraca de comparação.

No primeiro semestre do ano passado, logo após a explosão da crise econômica mundial, o banco separou recursos para se proteger de um eventual aumento da inadimplência de parte dos clientes. Como essa perspectiva não se confirmou e houve uma melhora do cenário, não foi necessário repetir a operação neste ano. A inadimplência ficou estável em 0,20% da carteira de crédito.

A carteira de crédito do banco chegou a R$ 317 bilhões. O BNDES se tornou responsável por 20,5% da oferta nacional de crédito em junho, com crescimento de 11,7% no total de ativos em relação ao fim de 2009.

Borgerth destaca que com a queda nas taxas cobradas nos empréstimos, a tendência é de redução nos ganhos, a menos que o banco compense esse efeito com maior volume de operações.

O resultado do banco com participações em empresas por meio da BNDESPar foi de R$ 2 bilhões no primeiro semestre. Em igual período do ano passado, o desempenho havia sido de R$ 1,3 bilhão. O aumento foi resultado na melhora das condições de mercado, o que possibilitou operações de giro da carteira, com a venda de ações.

Folha online
13/08/2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

PIB brasileiro deve crescer 7,3% neste ano, estima Anbima

Economia 


SÃO PAULO, 13 de julho de 2010 - O Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades de Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima) voltou a revisar para cima a projeção para a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, passando de 6,9% em maio para 7,3% em junho. Já a projeção para o próximo ano manteve-se estável (variação positiva de 4,5%).

O Comitê estima uma inflação efetiva de 5,60% este ano, inferior a divulgada no mês passado (5,80%). Ainda segundo a entidade, a balança comercial deve fechar 2010 em US$ 16,4 bilhões, as transações correntes negativas em US$ 48 bilhões, os investimentos estrangeiros diretos em US$ 35 bilhões.

No mesmo boletim, a Anbima projeta reservas internacionais na casa de US$ 259,5 bilhões ao fim do ano e a taxa de risco-Brasil em 200 pontos.

(SSB - Agência IN)

domingo, 11 de julho de 2010

Turismo vai crescer o dobro do PIB

Pesquisa da FGV com 80 maiores companhias revela que o setor vai ampliar em 14,6% os negócios em 2010, enquanto o PIB cresce 7%

Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Impulsionado pela abundante oferta de crédito de longo prazo, com parcelamento que chega a dois anos, e pelo crescimento do emprego e da renda no mercado interno, o setor de turismo vai crescer neste ano num ritmo acelerado, que é o dobro do projetado para o Produto Interno Bruto (PIB).

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com as 80 principais companhias do setor no País revela que a expectativa é de que o volume de negócios ligados ao turismo aumente, em média, 14,6% este ano em relação a 2009. Em igual período, o PIB deve crescer cerca de 7%.

"A taxa de crescimento do turismo será recorde neste ano", afirma o ministro do Turismo, Luiz Barretto, ponderando que a atividade ainda responde por pequena fatia do PIB, 2,8%, mas tem potencial enorme de crescimento. Além das melhores condições econômicas do País, ele ressalta que eventos importantes vão acelerar o volume de negócios, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas.

A pesquisa, feita a pedido do ministério e que consultou nove segmentos do turismo, de empresas de transporte aéreo a locadoras de automóveis e hotéis, mostra que, no geral, 92% das companhias esperam neste ano crescimento nas vendas em relação a 2009, 7% estabilidade e apenas 1% queda.

Os segmentos que projetam os maiores acréscimos nos volumes de negócios são empresas aéreas (21,2%), operadoras de viagem (18,3%), turismo receptivo, que inclui bares e restaurantes (17,9%) e locadoras de automóveis (15%). Segundo a enquete, três desses quatro segmentos projetam os maiores reajustes de preços para o período.

Só no primeiro semestre, o volume de desembarques aéreos domésticos cresceu cerca 30% na comparação com igual período de 2009, nas contas do ministro. Isso mostra que, com mais dinheiro e o câmbio favorável – na sexta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 1,76, o menor nível em dois meses –, o brasileiro está tomando gosto pelas viagens, Depois de estrear nos cruzeiros na temporada de verão, eles estão fazendo hoje a primeira viagem ao exterior. O destino é a vizinha Argentina, observa Barretto, pela proximidade geográfica e semelhança da língua.

Tango

"Eu sempre gostei de tango", disse o aposentado Paulo Zanatto, de 84 anos, que embarcou na última quinta-feira com as filhas, o genro e os netos, para Buenos Aires. É a sua primeira viagem de avião e também a primeira vez que vai para fora do País.

"Quando a economia vai bem, as pessoas fazem turismo", afirma o diretor de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi Júnior. De acordo com o executivo, hoje a nova classe média responde por 7% das vendas do setor.

"Nos últimos 5 anos, 30 milhões de brasileiros entraram para o mercado de consumo. Nos próximos 5 anos, irão ingressar mais 40 milhões, quase uma Espanha inteira", prevê Valter Patriani, presidente da CVC Turismo, maior operadora das Américas. De olho nesse potencial para vendas de pacotes turísticos, a empresa acaba de inaugurar uma loja em Boa Vista, Roraima, o último Estado onde a companhia não estava presente.

Para este mês, a CVC está com a maior oferta de pacotes em períodos de férias, desde a fundação da empresa, há 38 anos. Entre viagens aéreas, rodoviárias e cruzeiros internacionais, serão cerca de 280 mil lugares nesta temporada. Junto com o volume recorde de ofertas estão as promoções, com descontos que chegam 30%. "Só vende porque tem promoção", diz Patriani.

Além do corte no preço, o parcelamento impulsiona o crescimento. A Caixa Econômica Federal, o banco que mais financia o setor, tem um cartão de crédito específico para o turista. O parcelamento do pagamento dos gastos relacionados, da passagem à entrada ao parque temático, pode ser quitado em 24 meses. Isso significa que o turista leva dois períodos consecutivos de férias para se ver livre da dívida.

Fábio Lenza, vice-presidente de Pessoa Física da Caixa, diz que hoje há 1,6 milhão de cartões de crédito para turismo e o limite soma R$ 900 milhões. "Até dezembro, a meta é ter 1,8 milhão de cartões e o limite de crédito deve chegar a R$ 1 bilhão", prevê. Ele conta que neste ano, cresceu 21% o uso do cartão em relação a 2009 e o valor médio das transações também aumentou

terça-feira, 6 de julho de 2010

BNDES aprova financiamentos de R$ 3,9 bi para indústria naval

DE SÃO PAULO

O BNDES aprovou financiamentos que somam R$ 3,9 bilhões para a indútria naval brasileira. O maior, de R$ 2,6 bilhões, por liberado para que a Transpetro adquira sete navios-tanque da Estaleiro Atlântico Sul. Paralelamente, o banco aprovou crédito de R$ 1,3 bilhão ao Estaleiro, que utilizará os recursos para financiar parte da produção das sete embarcações.

Segundo o BNDES, o financiamento aprovado à Transpetro corresponderá a 90% do valor do investimento a partir da conclusão e entrega dos navios.

Os dois projetos serão realizados com recursos do FMM (Fundo da Marinha Mercante) e fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal.

Ainda de acordo com o BNDES, o projeto deverá gerar cerca de 4.000 empregos durante a fase de construção das embarcações.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

País está próximo de atingir o pleno emprego, segundo economistas25/06/2010

Cenário pode se confirmar ainda este ano, com um desemprego próximo de 6% nas principais regiões metropolitanas do Brasil

O forte ritmo de crescimento da economia nos últimos meses e o desempenho vigoroso do mercado de trabalho no Brasil, com a conseqüente redução do nível de desemprego, deve alçar o País a um cenário de pleno emprego.

Segundo especialistas ouvidos pelo iG, esse quadro está próximo de se concretizar. Com uma taxa de desemprego na faixa entre 5% e 6% esse cenário pode se confirmar, afirmam os analistas, entre o fim de 2010 e o primeiro semestre de 2011. Hoje, o desemprego nas principais regiões metropolitanas do País é de 7,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com uma taxa de crescimento econômico de mais de 5%, chegaremos a um desemprego de 6%, que é o pleno emprego. Isso pode acontecer ainda este ano”, avalia o professor de relações do trabalho na Universidade de São Paulo (USP), José Pastore.

O País só viveu situação semelhante no início dos anos 70, durante o período que ficou conhecido como “Milagre Brasileiro”, lembra o economista João Paulo dos Reis Veloso, que foi o titular do Ministério do Planejamento de 1969 a 1979. Naquele período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu na faixa de 10% ao ano, por quatro anos consecutivos, de 1970 a 1973.

“Toda a década de 70 foi de expansão muito rápida no emprego porque o País vinha de um período de crescimento desde os anos 50. Mas a diferença é que antes havia um rápido crescimento do PIB e baixo crescimento do emprego. A partir de 1968 houve um grande crescimento do PIB e do emprego. No fim dos anos 70, a taxa de desemprego aberto estava em cerca de 2%”, acrescenta Reis Veloso.

Segundo Pastore, o desempenho da economia brasileira tem mostrado força e continuará assim até o fim de 2010, impulsionando a geração de postos de trabalho. “A menos que aconteça algo imprevisível, como um forte esfriamento da demanda interna, a trajetória de queda no desemprego não se confirmaria. Algo impensável no momento”, observa.

Janine Berg, especialista em Emprego do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, acredita que para que o Brasil atinja o patamar de pleno emprego e mantenha o quadro por um período longo é necessário que o País cresça a uma taxa de 6% ao ano, pelos próximos cinco a seis anos. “Mas essa trajetória está sujeita a variações. No longo prazo não é suficiente só gerar empregos. É necessário qualificar melhor. Pessoas com mais qualificação tendem a ser menos afetadas pelo desemprego”, diz.

O pleno emprego não significa o fim do desemprego, mas ocorre quando o nível de trabalhadores sem emprego se situa em uma faixa que os especialistas definem como friccional, ou seja, quando o trabalhador fica fora do mercado de trabalho por um curto período de tempo, entre 30 e 60 dias.

Isso ocorreu nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, quando houve uma forte expansão na produção e o desemprego oscilava na faixa de 2%. Na avaliação dos especialistas, o período de governo do presidente Bill Clinton, de 1993 a 2001, também podem ser considerados como de pleno emprego. Naquele momento, a taxa de desemprego entre os americanos chegou a ser de 4%.

Segundo os analistas, um fator que demonstra a proximidade de um cenário de pleno emprego no País é a maior pressão por aumentos salariais. Para José Pastore, isso já está ocorrendo em alguns setores. “Os aumentos estão acima da inflação e da produtividade em várias categorias. Já está faltando mão de obra qualificada e não-qualificada”, diz. De acordo com dados do Dieese, 93% dos pisos salariais, em diversas categorias profissionais, tiveram reajustes acima da inflação no ano passado.

domingo, 20 de junho de 2010

China anuncia flexibilização gradual do yuan

É necessário aguardar se anúncio vai bastar para acalmar os críticos da subvalorização da moeda chinesa

Agência Estado e Reuters

PEQUIM - A China irá flexibilizar gradualmente o yuan, informou o banco central do país neste sábado, 19, indicando que está pronto para acabar com 23 meses de câmbio fixo que ficou sob intensa pressão mundial. A autoridade monetária reiterou várias das suas declarações anteriores sobre o yuan, inclusive que manterá um sistema de flutuação administrada para a divisa referenciada contra uma cesta de moedas.

"É desejável prosseguir adiante com a reforma no regime da taxa de câmbio RMB e aumentar a flexibilidade", afirmou Banco Popular da China, em comunicado no seu website. O yuan também é chamado de renminbi, ou RMB. O comunicado não cita qualquer medida específica que será tomada e afirma que "atualmente não há nenhuma base para grandes oscilações ou mudanças na taxa de câmbio do yuan".

O BC chinês descartou uma valorização de uma só vez ou maior apreciação como muitos críticos esperavam, afirmando que "não havia base para grandes flutuações ou mudanças" na taxa de câmbio. Entretanto, ficou claro que a China pretende com seu anúncio - publicado em inglês ao mesmo tempo que em chinês - marcar o fim da rigidez de facto da cotação do yuan em relação do dólar, que tem sido defendida como uma "política especial" para proteger a economia da crise financeira global.

Ainda é preciso esperar se o anúncio será suficiente para apaziguar os críticos, especialmente os parlamentares norte-americanos, que dizem que uma moeda chinesa subvalorizada dá uma vantagem comercial injusta. "A economia global está se recuperando gradualmente. A recuperação e a retomada da economia chinesa se tornou mais sólida com a estabilidade econômica reforçada", disse o banco central chinês no comunicado em seu website.

Repercussão

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou em um comunicado que o país saúda a decisão da China de aumentar a flexibilidade da taxa de câmbio do yuan, na primeira reação dos EUA ao comunicado do banco central chinês.

"Saudamos a decisão da China de aumentar a flexibilidade de sua taxa de câmbio", disse o comunicado. "A implementação daria uma contribuição positiva para um crescimento econômico forte e equilibrado. Estamos ansiosos para continuar nosso trabalho com a China no G-20 e bilateralmente para reforçar a recuperação."

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que o comunicado do banco central chinês foi um "progresso muito bem-vindo". Segundo ele, o retorno para uma política de flutuação administrada da moeda - sistema utilizado antes da crise financeira global - permitirá que o yuan aumente em valor. Isso, por sua vez, "ajudará o rendimento das famílias chinesas e proverá os incentivos necessários para reorientar o investimento para as indústrias", destacou Strauss-Kahn.

Comunicado é vago
A China deve dar mais detalhes sobre sua nova política cambial ou os parlamentares norte-americanos irão pressionar mais com planos para elevar barreiras comerciais, disse o senador democrata Charles Schumer neste sábado.

"Este comunicado vago e limitado é a resposta típica da China a pressões", afirmou o senador, que é membro da liderança democrata em um esforço para liberar os Estados Unidos a utilizarem compensações contra países com taxas de câmbio "fundamentalmente desalinhadas".

"Enquanto não houver informações mais específicas sobre o quão rápido o país vai deixar a sua moeda valorizar-se e em quanto, não podemos ter nenhuma boa sensação de que os chineses vão começar a jogar pelas regras", disse Schumer, em comunicado.

(com informações da Dow Jones)

Câmbio fixo torna China ''competitiva''

- O Estado de S.Paulo




Há 23 meses os chineses não mexem na sua taxa de câmbio. O período remete a meados de agosto de 2008. Um mês depois, o planeta mergulharia em sua pior crise econômica desde a Grande Depressão nos anos 30.

Ao manter fixa a taxa de câmbio entre iuan e dólar, a China estava, na prática, desvalorizando sua moeda ante todas as demais. Enquanto isso, a produtividade nos setores chineses de exportação disparava; combinado à desvalorização da moeda, isso tornou os bens chineses baratos, o que prejudica outros exportadores que perdem competitividade.

Por isso a queixa global contra a China. A última veio do presidente Barack Obama (EUA), que anteontem, em carta ao G-20, pediu "ajustes".

Relação é definida por economistas como ''neocolonialista''


20 de junho de 2010
O Estado de S.Paulo

A América Latina vende commodities para a China e recebe manufaturas. Os economistas definem o comércio como "neocolonialismo" e temem que prejudique as contas externas da região.

"É uma relação do século XIX", disse o economista Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maurício Mesquita Moreira. "Temos um desafio importante para evitar a deterioração da qualidade do intercâmbio", disse o presidente do Conselho Empresarial Brasil - China, Sérgio Amaral.

A China representa 7,5% das exportações da América Latina. Excluindo o México, que não é rico em commodities, chega a 11,5%, mais alto que o peso da economia chinesa no PIB global, que é de 8,5%.

Mas a influência do país asiático na economia da região é muito maior. As commodities respondem por 48% das exportações latino-americanas. E os chineses dominam esse mercado. A China compra 55% do minério de ferro, 71% do milho e 49% da carne de porco do mundo.

"A China determina o preço das commodities. Isso significa que metade da exportação da América Latina é influenciada diretamente pelo que ocorre por lá", diz o economista do JP Morgan, Júlio Callegari.

A principal vantagem que a relação com a China traz para a América Latina é a alta nos preços de exportação. Se essas variações fossem excluídas, o superávit obtido minguaria. Entre 2005 e 2009, os latinos-americanos acumularam ganhos de US$ 480 bilhões no comércio com os chineses - US$ 400 bilhões só com alta de preços.

Déficits. Os preços das commodities estão nas alturas e, ainda assim, a tendência é de déficit para a América Latina. Isso ocorre porque as importações de produtos chineses crescem ainda mais rápido. O superávit da América Latina com a China, excluído o México, saiu de US$ 4,5 bilhões em 2005 para um déficit de US$ 7 bilhões em 2008. Voltou a ser superávit em 2009 por causa da crise (US$ 5,3 bilhões), mas a tendência é de resultados negativos em 2010.

China empresta US$ 50 bi para a América Latina

Com financiamentos generosos, país aumenta influência na região, como fez na África, e garante o suprimento de matérias-primas
20 de junho de 2010
Raquel Landim - O Estado de S.Paulo

Depois da invasão chinesa na África, agora é a vez da América Latina. A China despejou mais de US$ 50 bilhões na região em empréstimos nos últimos 18 meses, aponta levantamento do JP Morgan. A maior parte são créditos garantidos com entrega de petróleo.

Companhias estatais e bancos chineses estão investindo pesado na região. A presença da China se expande por três vias: comércio, investimento e empréstimos. Os objetivos do gigante são garantir matérias-primas, vender produtos e diversificar suas reservas internacionais.

A Venezuela, do presidente Hugo Chávez, lidera com US$ 28 bilhões em créditos chineses. Em abril, foi selado um acordo de US$ 20 bilhões, a poucos meses de eleições legislativas.

Depois estão Brasil e Argentina, com US$ 10 bilhões cada. O Equador recebeu US$ 2,7 bilhões. No caso brasileiro, é uma linha de crédito para a Petrobrás. A estatal informa que utilizou US$ 7 bilhões.

"A magnitude desses acordos é surpreendente", disse Julio Callegari, economista do JP Morgan. Os acordos são fechados com o Banco de Desenvolvimento da China e com a PetroChina.

A América Latina ganhou relevância como fornecedora de petróleo para a China. Em 2009, a região vendeu 5,8% do petróleo importado pelo país, mais que o dobro dos 2,4% de 2004.

"Existe uma liquidez gigantesca na China, que se transformou em fonte de financiamento fácil para outros", disse o sócio da Strategus Consult, Renato Amorim. "Também houve um amadurecimento dos mecanismos de financiamento chineses. Eles aprenderam a investir fora."

A enxurrada de dólares chineses é bem-vinda, porque significa dinheiro barato que ajuda países com dificuldade para viabilizar financiamentos de longo prazo. Mas o movimento também preocupa. "É um braço da política externa chinesa", disse o economista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Maurício Mesquita Moreira.

O principal temor é o chamado "capitalismo de Estado". Muitos bancos e empresas chinesas são estatais ou contam com apoio do governo. Por isso, não se guiam só por lucro, mas também por decisões políticas.

Laços estreitos. Os laços entre América Latina e China se estreitaram. Nos últimos cinco anos, as exportações para o país mais que duplicaram no Peru e mais que triplicaram no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Venezuela. A China já ultrapassou os EUA como o maior parceiro comercial do Brasil e do Chile.

O governo chinês está estimulando as empresas a adquirir ativos na África e na América Latina. Em 2009, a China respondeu por 18% do investimento estrangeiro no continente latino-americano, mas ainda é pouco. Em 2008, os chineses aplicaram US$ 43 bilhões na Ásia, US$ 5,5 bilhões na África e US$ 3,7 bilhões na América Latina.

No Brasil, dois grandes negócios foram anunciados recentemente: a State Grid comprou sete concessionárias de energia por US$ 1,7 bilhão, e a Sinochem comprou 40% de um campo de petróleo por US$ 3 bilhões. No mês que vem, o presidente do Banco da Indústria e Comércio da China (ICBC, o maior banco do mundo) estará no Brasil. "É um momento de virada. Deve vir mais investimento e crédito", disse o CEO para as Americas do Standard Bank, Eduardo Centola. O ICBC tem 20% do capital do Standard Bank. Ele explica que o foco do investimento chinês não é só a busca de matérias-primas, mas também novos mercados. Com a crise, EUA e Europa vão crescer menos, e a China precisa diversificar os clientes.

Desafios. Para o Brasil, a invasão chinesa na América Latina impõe desafios. O primeiro é a concorrência em mercados quase cativos. Um exemplo ocorreu no mês passado. Construtoras brasileiras estiveram no Chile para tentar participar das obras de reconstrução das áreas atingidas pelo terremoto que devastou o país. Chegaram tarde. Os chineses já haviam estado por lá com financiamentos imbatíveis.

"A competição com a China na América Latina vai se acirrar. É mais uma razão para elevar nossa competitividade", disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.

O segundo desafio é a compra de recursos naturais brasileiros pelos chineses. O País não possui legislação específica para investimentos estrangeiros em setores estratégicos.

sábado, 19 de junho de 2010

Exportações já somam US$ 72,09 bi de janeiro a maio de 2010


Por Carolina Cascão
Vista geral do porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, estado que mais exportou no Sudeste
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os números referentes à balança comercial de todos os estados, entre janeiro e maio deste ano. No total, as exportações brasileiras alcançaram US$ 72,09 bilhões, valor 30% maior que o registrado nos cinco primeiros meses de 2009. Segundo a coordenadora do Centro de Estudos do Setor Externo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) /Fundação Getulio Vargas (FGV), Lia Valls Pereira, a comparação com os baixos valores de 2009 associados à recessão mundial, explicam um aumento das exportações para todas as regiões, exceto África. “A economia mundial começou a se recuperar no final de 2009. E o destaque, com crescimento de 47%, é a América Latina e o Caribe. É importante ressaltar que as exportações de janeiro a maio de 2010 já superam o valor de 2008, período de auge das exportações associado à alta dos preços das commodities. O valor em 2008 foi de US$ 72,05 bilhões”, explica.

As exportações do Nordeste cresceram 57% em comparação de janeiro a maio de 2009 -, registrando o melhor desempenho regional. Os embarques nordestinos representaram US$ 6,55 bilhões. Dos nove estados que compõem a região, apenas dois, Sergipe e Piauí, registraram queda nos embarques internacionais. O Sudeste, de acordo com o MDIC, é onde se registra o maior número de exportações, contribuindo com 55% do total nacional. Seus quatro estados representaram US$ 40,28 bilhões e os oriundos do Rio de Janeiro cresceram 105% -, um registro de US$ 7,93 bilhões. Em seguida vem Espírito Santo (+60%), com US$ 3,73 bilhões, Minas Gerais (+33%), com US$ 9,80 bilhões e São Paulo (+21%), US$ 18,79 bilhões. De acordo com a especialista da FGV, a população é beneficiada com esses resultados positivos pois a exportação requer produção e, logo, gera emprego: “Esse seria o benefício direto que varia conforme o setor”, disse Lia Valls.

O MDIC divulgou também a balança comercial dos 2.147 municípios que fizeram comércio com outros países entre janeiro e maio de 2010. De acordo com levantamento feito pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as dez cidades que mais exportaram no período foram Angra dos Reis (RJ), com embarques de US$ 3,82 bilhões, São Paulo (SP), com US$ 2,44 bilhões, Santos (SP), com US$ 1,92 bilhão, Parauapebas (PA), com US$ 1,81 bilhão, São José dos Campos (SP), US$ 1,77 bilhão, Paranaguá (PR), 1,73 bilhão Macaé (RJ), US$ 1,73 bilhão, São Bernardo do Campo (SP), US$ 1,46 bilhão, Vitória (ES), US$ 1,36 bilhão e Itabira (MG), com US$ 1,29 bilhão
Brasilia confidencial- 14/06/2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil terá maior crescimento agrícola do mundo até 2019

Brasil
Daniela Fernandes -De Paris para a BBC Brasil

Brasil deve ampliar participação em produtos que já exporta

A produção agrícola do Brasil deverá registrar o maior crescimento mundial, de mais de 40% até 2019, na comparação com o período entre 2007 e 2009, segundo um relatório conjunto da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira.
“É no Brasil que a alta da produção agrícola será, de longe, a mais rápida”, afirma o documento Perspectivas Agrícolas 2010-2019, divulgado pelas duas organizações.
De acordo com o relatório, a agricultura russa deve crescer 26% até 2019. Os setores agrícolas da China e da Índia também devem registrar um aumento significativo nesse período, de 26% e 21%, respectivamente.
Já a produção agrícola da União Europeia deve registrar uma expansão de menos de 4% até 2019, segundo o relatório, que classifica o desempenho como “estagnado”.
“O aumento da produção agrícola mundial deverá ser menos rápido durante a próxima década do que nos últimos dez anos, mas ela deverá, no entanto, permitir o crescimento de 70% da produção mundial de alimentos até 2050, como exige o crescimento demográfico previsto”, afirma o relatório.

Etanol
O documento demonstra que o Brasil deve ampliar ainda mais suas atividades em setores agrícolas onde já atua com destaque. Um deles é o da produção de etanol, que deve crescer 7,5% por ano no Brasil no período entre 2010 e 2019.
“O Brasil, com sua indústria baseada na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, deverá ser o principal exportador mundial. Uma parte dessas exportações deve transitar pelos países do Caribe com destino aos Estados Unidos para se beneficiar de condições preferenciais de importação”, diz o relatório.
Segundo a FAO e a OCDE, “o aumento do comércio internacional de etanol vai resultar quase totalmente do crescimento das exportações brasileiras”.
O documento afirma ainda que “40% do aumento da produção mundial de etanol deve ser realizado graças ao aumento da produção baseada na cana-de-açúcar, principalmente do Brasil, para atender a demanda doméstica brasileira e americana”.

Oleaginosas
Outro setor agrícola em que o Brasil deverá ter maior destaque é o dos oleaginosos (soja, milho, óleos vegetais). Durante a próxima década, 70% do aumento das exportações mundiais de grãos oleaginosos devem vir do Brasil.
As exportações brasileiras do produto devem passar de 26% do total mundial em 2010 a 35% em 2019, diz o relatório.
“O Brasil deverá se tornar o primeiro exportador mundial de grãos oleaginosos, ultrapassando os Estados Unidos em 2018.”
O país também deverá ampliar sua posição, já forte, no mercado mundial de açúcar, representando 50% do comércio internacional na próxima década.
O Brasil terá ainda um papel significativo no aumento do comércio mundial de carnes, contribuindo “sozinho com 63% das exportações de países que não integram a OCDE e com um terço das exportações mundiais”, diz o relatório.
O documento afirma também que os preços dos produtos agrícolas voltaram a cair, após os níveis recordes atingidos há dois anos, durante a crise alimentar, mas ressalta que “é pouco provável” que eles voltem aos níveis médios da década passada.
Os preços médios devem permanecer mais elevados e as preocupações em relação à segurança alimentar persistem, afirmam as duas organizações.
Elas preveem que as cotações médias do trigo e dos cereais serão, nos próximos dez anos, entre 15% e 40% superiores às do período entre 1997 e 2006.

BBC- Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Exportações do Nordeste já crescem 57% neste ano


10/06/2010 - Portal Brasil

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta quinta-feira (10) os números referentes à balança comercial das 27 unidades da Federação entre os meses de janeiro a maio de 2010. Os dados estão disponíveis para consulta na página eletrônica do MDIC.
O destaque do documento são as exportações do Nordeste, que cresceram 57% na comparação com os cinco primeiros meses de 2009. Os embarques nordestinos somaram US$ 6,551 bilhões. Foi o melhor desempenho entre as regiões do País.

O Sudeste continuou sendo a região brasileira que mais exportou, contribuindo com 55% do total nacional. Juntos, os estados da região embarcaram US$ 40,280 bilhões. O Rio de Janeiro teve um crescimento de 105% dos embarques internacionais, exportando um total de US$ 7,938 bilhões.
A região Sul teve crescimento de 16% em comparação com os primeiros cinco meses de 2009. O principal destaque foi o Paraná, cujos embarques internacionais cresceram 17,85%, valor muito próximo do desempenho do Rio Grande do Sul (17,11%). As exportações de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina somaram, respectivamente, US$ 5,228 bilhões, US$ 5,650 bilhões e US$ 2,906 bilhões.

Os quatro estados do Centro-Oeste apresentaram acréscimo nas exportações. Mato Grosso do Sul se destacou com acréscimo de 55% nas vendas internacionais em relação ao valor registrado de janeiro a maio de 2009. Os embarques da região somaram US$ 6,404 bilhões, crescimento de 15%.
As exportações do Norte cresceram 3%. Dos sete estados da região, dois (Pará e Roraima) tiveram queda nos embarques internacionais, com -1,4% e -1,2%, respectivamente. O Acre registrou aumento de 70% das suas vendas ao mercado externo; seguido do Amazonas 40%; Tocantins 38%; Rondônia 15% e Amapá 4%.

No total, as exportações brasileiras alcançaram US$ 72,093, valor 30% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.Para Empreendedor Estudante Imprensa Trabalhador Sobre Cidadania Cultura Economia Educação Esporte Geografia História Meio ambiente O Brasil Saúde Turismo Navegue por Notícias Vídeos Infográficos Mini-sites Serviços

sábado, 12 de junho de 2010

OCDE aponta ritmo de crescimento menor das economias ricas em 2010

Entre as maiores economias em desenvolvimento, o índice da China caiu pelo quarto mês seguido e o do Brasil teve alta

Danielle Chaves, da Agência Estado

PARIS - As maiores economias do mundo deverão continuar crescendo em 2010, embora o ritmo do crescimento esteja diminuindo, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O índice de indicadores antecedentes dos 30 países membros da instituição subiu para 104,0 em abril, de 103,6 em março. Apesar da alta, o aumento de 0,4 ponto foi menor do que o de 0,5 ponto registrado em março, na comparação com fevereiro.
Com isso, abril foi o 19º mês consecutivo de redução no ritmo da expansão dos países da OCDE. "O índice de indicadores antecedentes da OCDE de abril de 2010 aponta para um ritmo mais lento de expansão na maior parte dos países da OCDE", disse a instituição.
Na França e na Itália, que lideraram os ganhos no começo da recuperação global, o ritmo da expansão se desacelerou, caindo pelo segundo e pelo terceiro mês seguidos, respectivamente. A França registrou queda para 104,3 em abril, de 104,6 em março, enquanto a Itália teve queda para 104,6, de 104,9.
O índice para a Alemanha, por sua vez, subiu um ponto, para 106,3, o maior nível da zona do euro. A região como um todo registrou aumento no índice para 104,7 em abril, de 104,4 em março. Para as sete maiores economias do mundo - que compreendem França, Canadá, Japão, Alemanha, Itália, Reino Unido e EUA - o índice subiu para 104,2 em abril, de 103,7 em março.
O índice do Reino Unido avançou apenas 0,1 ponto, para 104,8, enquanto o dado dos EUA aumentou para 103,6 e o do Canadá cresceu para 104,6. O dado do Japão passou a 103,7 em abril, de 103,1 em março.

Brasil e China

Entre as maiores economias em desenvolvimento, o índice da China caiu pelo quarto mês seguido em abril, para 101,6, e o da Rússia subiu para 102,7, de 102,1 em março. Os indicadores para Brasil e Índia avançaram para 100,6 e 101,4, respectivamente.
Um nível acima de 100 sugere expansão, enquanto um número abaixo aponta contração. Quando o índice está abaixo de 100 e subindo, significa que a economia em questão está em recuperação. As informações são da Dow Jones.

Agencia Estado

Emprego na indústria avança 0,4% em abril

Economia
SÃO PAULO, 11 de junho de 2010 - O emprego na indústria cresceu 0,4% em abril, já descontados os efeitos sazonais, segundo informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Este é o quarto resultado positivo consecutivo. Na comparação com abril de 2009, a expansão do emprego alcançou 3,3%, a maior desde fevereiro de 2008 (3,5%), e no acumulado no ano atingiu 1,3%.
Os últimos quatro meses registraram taxas positivas, acumulando expansão de 2,0% no período. Assim, a média móvel trimestral cresceu 0,6% entre os trimestres encerrados em março e abril, mantendo a trajetória ascendente iniciada em julho de 2009.
Todos os 14 locais investigados assinalaram taxas positivas, como São Paulo (2,8%) exercendo o principal impacto para a formação da média global. Logo após vem a região Nordeste (5,8%), o Rio Grande do Sul (4,9%), a região Norte e o Centro-Oeste (4,6%), além do Ceará (8,9%).
Houve acréscimo também nos 12 setores da indústria paulista, com destaque para alimentos e bebidas (4,4%), têxtil (11,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (7,3%), vestuário (6,5%) e meios de transporte (3,4%).
No Nordeste, as maiores influências positivas ocorreram por calçados e couro (17,6%) e alimentos e bebidas (6,7%). Na indústria gaúcha destacaram-se máquinas e equipamentos (9,6%), outros produtos da indústria de transformação (12,7%), borracha e plástico (13,5%) e meios de transporte (7,7%). Na região Norte e Centro-Oeste e Ceará, alimentos e bebidas (4,6%) e minerais não metálicos (24,2%); calçados de couro (19,6%) e alimentos e bebidas (8,8%) exerceram, respectivamente, as principais pressões positivas.
Ainda na comparação com abril de 2009, houve ampliação no pessoal ocupado assalariado em 13 dos 18 segmentos pesquisados, com destaques para alimentos e bebidas (2,7%), produtos de metal (6,9%), máquinas e equipamentos (5,8%), calçados e couro (7,0%), meios de transporte (4,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (6,7%) e têxtil (7,1%). Entre os cinco ramos com queda, o maior impacto negativo foi exercido pelo setor de madeira (-8,7%).
(NM - Agência IN)
JB11/06/2010



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Analistas elevam para 6,6% projeção de alta do PIB em 2010

Economia

SÃO PAULO, 7 de junho de 2010 - A projeção dos analistas do mercado financeiro para o desempenho da economia brasileira melhorou nesta última semana, de acordo com o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC).
Segundo o documento, a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 passou de 6,47% para 6,60%. Já para o próximo ano, a estimativa de crescimento ficou estável, em 4,50%, pela 26ª semana consecutiva.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), os analistas mantiveram pela sexta semana seguida as apostas para a Selic deste ano em 11,75%. Para o próximo ano, a expectativa também ficou inalterada, aos 11,50%.
Já a estimativa de inflação (IPCA) para 2010 variou, passando de 5,67% para 5,64%. Para 2011, a taxa permaneceu em 4,80% pela oitava semana consecutiva.
A expectativa para o crescimento da produção industrial deste ano avançou, de 11,00%, para 11,34% na última semana. Para 2011, a estimativa manteve-se em 5%, pela 14ª semana seguida.
A projeção para a taxa de câmbio em 2010 foi finalizada em R$ 1,80, enquanto que para 2011 a expectativa manteve-se em R$ 1,85.
A aposta para o saldo da balança comercial em 2010 ficou estável em US$ 15 bilhões. E para 2011, subiu de US$ 4,50 bilhões para US$ 5,23 bilhões.
Para as transações correntes, (todas as operações do Brasil com o exterior) a projeção de déficit aumentou de US$ 48,10 bilhões, para US$ 48,50 bilhões. Já para 2011, o prognóstico do déficit se manteve em US$ 57,97 bilhões.
Os analistas também não alteraram a projeção para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) de 2010 (caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia) em US$ 36,50 bilhões. Para o próximo ano, a projeção segue inalterada há 19 semanas, aos US$ 40 bilhões.

(Redação - Agência IN)

JB- 07/06/2010

sábado, 5 de junho de 2010

Economia global se recupera mais rápido do que o esperado, diz G20

Os ministros das Finanças do G20, grupo dos 20 países mais industrializados do mundo, disseram neste sábado que a economia vem se recuperando da crise global mais rápido do que o esperado, embora existam ainda grandes desafios.
O grupo disse que os déficitis orçamentários excessivos devem ser combatidos imediatamente.
"A instabilidade recente dos mercados financeiros nos lembra dos significantes desafios que permanecem e ressaltam a importância da cooperação internacional", disse a declaração final do encontro ocorrido na Coreia do Sul.
Eventos recentes "mostraram a importância de finanças públicas sustentáveis".
Imposto
A declaração afirma ainda que o setor financeiro deve fazer uma "contribuição justa e substancial" a futuros pacotes de resgate financeiros, mas não mencionou um imposto específico a bancos.
A tese de um imposto sobre bancos é defendida por EUA e a União Europeia, mas oposta por países emergentes como o Brasil e desenvolvidos como Canadá e Austrália.
A declaração sinaliza diretrizes mais rígidas a respeito da quantidade de capital que os bancos devem manter em reserva.
Os ministros também pediram por mais transparência, regulamentação e supervisão para os fundos hedge, agências de crédito, práticas indenizatórias e transações de derivativos.
O encontro é uma prévia do encontro do líderes do G20 em Toronto, Canadá, entre 26 e 27 de julho.
BBC-Brasil

terça-feira, 1 de junho de 2010

Balança comercial tem superávit de US$ 3,4 bi em maio



SÃO PAULO, 1 de junho de 2010 - A balança comercial brasileira (diferença entre os valores exportados e importados) apresentou saldo positivo de US$ 3,443 bilhões em maio deste ano, segundo informações divulgadas hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

No período, as exportações somaram US$ 17,702 bilhões, contra US$ 14,259 bilhões em importações. A média diária ficou em US$ 843 milhões e US$ 679 milhões, respectivamente. A corrente do comércio totalizou US$ 31,961 bilhões (média diária de US$ 1,552 bilhão).

Na quarta semana do mês (de 24 a 30 de maio) houve superávit de US$ 1,483 bilhão, resultado de US$ 4,701 bilhões em exportações e US$ 3,218 bilhões em importações. A corrente do comércio ficou em US$ 7,919 bilhões.

Na quinta semana de maio (31) foi registrado déficit de US$ 55 milhões, sendo US$ 665 milhões em exportações, contra US$ 720 milhões em importações, com corrente do comércio de US$ 1,385 bilhão.

No acumulado do ano, a balança registrou saldo positivo de US$ 5,617 bilhões, com US$ 72,093 bilhões em exportações e US$ 66,476 bilhões em importações. A corrente do comércio totalizou US$ 138,569 bilhões.

(CSU - Agência IN)
JB- 01/06/2010

domingo, 30 de maio de 2010

Analistas já veem o País em pleno emprego

Desemprego de 6,7%, dessazonalizado, já provoca pressões inflacionárias

30 de maio de 2010
Leia a notícia
Fernando Dantas - O Estado de S.Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter sido modesto quando disse na semana passada que o Brasil se aproxima do pleno emprego. Para diversos analistas, o País, na verdade, já ultrapassou a marca do "pleno emprego" na visão econômica.

Nessa definição, o termo não significa que todo mundo que procura trabalho seja bem-sucedido. Na verdade, trata-se de uma taxa de desemprego mínima a partir da qual começam a faltar trabalhadores em diversas funções, levando à alta de salários, mas também a pressões de custos, que atiçam a inflação.

Assim, se a comemoração do presidente em relação ao pleno emprego é justificada, por outro lado esse é mais um sinal de que a economia pode estar vivendo um período de superaquecimento em pleno ano eleitoral, criando riscos inflacionários.

O pleno emprego é um indicador difícil de estimar, que varia muito de analista para analista. Mas o atual nível da taxa de desemprego livre de influências sazonais, de 6,7% em abril, está abaixo ou bem abaixo da maioria das estimativas de nível de pleno emprego obtidas pelo Estado - que correspondem a níveis de desemprego entre 6,5% e 8,5%.

Essas taxas de desemprego referem-se à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com indicadores do mercado de trabalho das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Os bancos recalculam a série eliminando os fatores sazonais, com resultados que são praticamente os mesmos.

"Já caímos abaixo do pleno emprego, em termos econômicos", diz Cristiano Souza, economista do Santander. A estimativa da instituição é de que a "taxa neutra", ou "taxa não inflacionária" de desemprego - a definição mais precisa usada hoje para pleno emprego - seja de 8%. Na verdade, bem no meio do intervalo de 7,5% a 8,5% calculado pelo próprio Banco Central (BC), no início de 2008, para o indicador.

Riscos

Uma taxa de desemprego abaixo do nível correspondente ao pleno emprego provoca escassez de mão de obra em muitos setores e alta dos custos salariais, o que vem ocorrendo na construção civil. A população empregada no setor cresceu 10,6% na comparação de abril de 2010 com o mesmo mês de 2009, enquanto a população empregada como um todo crescia 4,3%. Dessa forma, no mesmo período, a renda média real da construção aumentou 13,4%, comparado com uma alta de 2,3% para todos os trabalhadores. "São as taxas mais fortes entre todos os setores", nota Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco.

Desde o início da atual série da PME, em março de 2002, o desemprego caiu quase pela metade em termos dessazonalizados, saindo de 12,3% para 6,8% em abril de 2010. O movimento acelerou-se a partir de 2006, quando o desemprego médio no ano ficou em 10%. Para 2010, o Banco Santander projeta um desemprego médio de 6,8%, e o Bradesco, de 7,1% - ou seja, bem abaixo do nível de 8,1% em 2009, e mesmo da taxa média de 7,9% em 2008, um ano de forte desempenho da economia.

Até o fim de 2010, as previsões variam de uma ligeira alta no desemprego em relação a abril até uma queda expressiva. Uma das projeções mais fortes é a de Fábio Ramos, da Quest, gestora de recursos do ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Ramos prevê, baseado nos resultados sobre emprego formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que a taxa de desemprego dessazonalizada atinja 6% em dezembro deste ano. Itaú Unibanco, Bradesco e Santander têm projeções para dezembro que variam de 6,6% a 7%. No caso do Bradesco, a previsão é para a média do último trimestre.

"Se o fluxo de criação de vagas formais no Caged continuar na atual cadência, a taxa pode cair até para menos de 6% no fim do ano", diz Ramos, referindo-se ao desemprego dessazonalizado. Ele acha mais provável, porém, que o ritmo de criação de vagas formais caia do nível dos últimos meses, em torno de 200 mil, para algo mais próximo a 150 mil - o que o economista considera compatível com a previsão de desemprego de 6% no fim do ano.

Bradesco e Itaú apostam que o mercado de trabalho continuará aquecido até o fim de 2010, mas num ritmo menos explosivo que o do primeiro trimestre. Bicalho, do Itaú Unibanco, observa que os números do emprego no momento refletem a atividade econômica muito acelerada do último trimestre de 2009 e do primeiro deste ano, para a qual o banco prevê crescimento de 3% (ou 12,6% em termos anualizados). O economista acha que, a partir de agora, a economia deve crescer a 1% ou pouco mais por trimestre, o que seria suficiente para manter o desemprego próximo a 7% até o fim do ano.

No Departamento Econômico do Bradesco, nota-se que o mercado de trabalho exuberante faz com que mais pessoas que estavam à margem busquem emprego, aumentando a população economicamente ativa. Isso, por sua vez, pode reduzir o ritmo da queda do desemprego. O crescimento da população economicamente ativa saltou de 1,4% em dezembro (ante mesmo mês do ano anterior) para 2,5% em abril.

"Esperamos que a melhora no mercado de trabalho continue, mas de forma mais lenta, já que o número de pessoas procurando emprego deverá aumentar, em conformidade com as notícias favoráveis", diz Octavio de Barros, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Bradesco.
________________________________________________________