quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Emprego na indústria paulista está próximo da estabilidade, diz Fiesp

Valor Online
SÃO PAULO - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já admite que a indústria paulista está muito próxima de apresentar dados estáveis de emprego e, em seguida, mostrar recuperação.
"É razoável pensar que, no mês que vem, o indicador (Índice de Nível de Emprego Estadual e Regional da Fiesp) possa vir com variação zero", afirmou o diretor do Departamento de Economia da entidade, Paulo Francini, enfatizando, no entanto, que é necessário cautela, pois uma recuperação no segundo semestre deverá ser lenta, diante da força com que a crise atingiu o setor.
Os dados apresentados hoje pela Fiesp confirmam essas expectativas. O nível de emprego da indústria de transformação paulista recuou pelo décimo mês consecutivo, em 0,32% em julho, ante o mês anterior, com ajuste sazonal. A queda, no entanto, foi menor do que a retração de 0,42% e de 0,65% registradas em junho e maio, respectivamente.
Nos dados não ajustados, os patamares do indicador ficam ainda mais próximos de zero, com queda 0,16% em julho. Enquanto em junho foram fechadas 8 mil vagas na indústria de São Paulo, em julho, 3,5 mil pessoas perderam o emprego.
Quando se observa a evolução nas cidades do Estado, o caminho na direção da estabilidade também fica evidente. Segundo Francini, em julho, 60% das diretorias regionais paulistas ficaram na faixa chamada de semi-estabilidade, ou seja, no intervalo de variação -0,5% a +0,5% do indicador de emprego, o que indica uma tendência a zero. No mês anterior, esta proporção ficava em 44% e, em maio, em 42%.
O Sensor da Fiesp, que apura a percepção dos industriais sobre o desempenho no momento presente, também mostrou a tendência positiva da atividade industrial e do emprego no setor. Na primeira quinzena de agosto, o indicador marcou 56,5 pontos, patamar que não se via desde abril do ano passado. O índice para emprego, que tem ficado na faixa dos 50 pontos desde abril deste ano, atingiu 54,4 pontos em julho.
A entidade, no entanto, permanece cautelosa com relação à recuperação completa do emprego na indústria paulista. "Ainda estão presentes no cenário econômico muitas variáveis contraditórias", pondera Francini, dando como exemplo a fraqueza das exportações e a falta de confiança, que impede novos investimentos no setor.
Ele explica que o emprego costuma mostrar reações defasadas diante da conjuntura econômica global, ou seja, se a economia vai mal ou bem, os efeitos demoram cerca de quatro meses para chegar no mercado de trabalho.
"No início da crise, a resposta veio mais rápida do que os quatro meses. Mas agora não vai acontecer o mesmo. A recuperação demorará mais, pois os empresários precisam ainda se convencer que a economia realmente está melhorando", explicou o especialista.
Vanessa Dezem -Valor Online

Produção industrial de SP cresce 2,5% em julho, prevê a FGV

Portal Terra
SÃO PAULO - A produção industrial de São Paulo deve ter crescido 2,5% em julho, na comparação com o mês anterior, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o Sinalizador da Produção Industrial (SPI), que é elaborado em parceria com a AES Eletropaulo, mesmo com a recuperação estimada o indicador ainda ficará 10,5% inferior ao apurado no mesmo mês de 2008.
Com o crescimento ante o mês anterior, a queda na comparação anual recuou frente aos 13,4% registrados em junho (em relação ao mesmo período de 2008). "Na comparação dos últimos 12 meses com os 12 meses anteriores, a taxa passaria de -6,4%, para -8,2% em julho, o menor nível desde junho de 1996 (-8,3%)", apontou o sinalizador da fundação.
De acordo com a FGV, a previsão para o desempenho da indústria paulista é elaborada com base no consumo elétrico industrial, que é fornecido pela AES Eletropaulo.
JB Economia-13-08-09

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Economia inverte o sinal e se recupera no 2º trimestre

José GuerraViviane Monteiro SÃO PAULO - Depois de sofrer com a crise no primeiro trimestre do ano, os números do BicBanco já mostram uma tendência positiva ao fim do segundo quarto de 2009. No segundo trimestre, a instituição voltou a apresentar um crescimento da carteira de crédito e aumento do lucro líquido, que passou de R$ 74,3 milhões, ao fim de março, para R$ 82 milhões no período de abril a junho, alta de 10,3%. No semestre, o resultado ficou em R$ 156,3 milhões, uma queda de 20,5% em relação ao mesmo período de 2008.
"O resultado é bom porque se insere em uma tendência de crescimento sobre o primeiro trimestre deste ano", argumenta o vice-presidente da instituição financeira, Milto Bardini.
O patrimônio líquido da instituição teve uma alta de 2,4%, em relação ao primeiro trimestre, alcançando R$ 1,698 bilhão, enquanto o total de ativos caiu em 2,9%, a R$ 10 bilhões. No semestre, o índice de eficiência da instituição - em que, quanto menor, melhor - passou de 35,8% para 38,2%. No mesmo período, o índice de Basileia passou de 14,9% para 18,4%. O resultado operacional na primeira metade de 2009 atingiu R$ 250,8 milhões, alta de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para Bardini, uma volta do crescimento da carteira de crédito do banco, ainda que inferior a 1%, foi importante pela reversão da tendência de queda. O saldo total chegou a R$ 7,369 bilhões, aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. Enquanto a carteira comercial e de trade finance crescera, a 1,3% e 1,4%, respectivamente, financiamento consignado apresentou queda de 9,6%. "Somos um banco de pessoa jurídica, e as operações com consignado já vinham em processo de redução", justifica Bardini. O banco, continua o executivo, mantém Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDICs) atrelados em consignado e "está produzindo apenas o necessário para isto", afirma.
O executivo acredita ainda que o segundo semestre será de alta para o crédito, lastreado no crescimento do sistema como um todo. "A tendência deverá ser proporcional à retomada dos bancos", analisa. Para ele, à medida que o mercado voltar a crescer, haverá uma volta à "normalidade creditícia".
O banco também viu uma queda expressiva da inadimplência , que chegou a 3,9% em março, e a 2,1% em junho. "Ainda está mais alto que nosso nível histórico, de 1%, porém o que importa é a tendência de queda." A instituição fez uma provisão de R$ 60 milhões para devedores duvidosos (PDD), contra uma provisão extraordinária de R$ 80 milhões no primeiro trimestre do ano. "A redução do provisionamento é outro sinal da queda do índice. Temos elementos para crer em um cenário, no segundo semestre, melhor que o do primeiro", julga.
Captações
Além disso, o Bic também mostra uma alta de 12% nos depósitos a prazo no trimestre, que chegaram a R$ 3,723 bilhões. No semestre, no entanto, houve queda de 29,1%, ante 2008. Para o banco, pelo aumento no volume de oferta de depósitos, ainda não foi necessário utilizar o Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), instrumento criado em abril pelo governo para assegurar maior liquidez aos bancos médios e confiança ao investidor.
Além disso, o executivo acredita que já há uma volta do funding no mercado internacional. "Há sinais de volta e já aparecem oportunidades. O preço, porém, ainda não está atrativo, pelo custo de captação", afirma. "Ainda não pretendemos utilizar esses recursos, até porque ainda há o DPGE a utilizar, que está a um preço mais atrativo", completa.
Indusval
O Indusval teve uma redução de 58% em seu lucro líquido, em relação ao primeiro semestre de 2008, a um total de R$ 16,1 milhões. O resultado operacional alcançou R$ 13 milhões, com uma provisão extra com devedores duvidosos de R$ 59,9 milhões. A instituição teve ainda um ganho de 3,5 pontos em seu índice de eficiência, que chegou a 45,1%, ante 48,6% no primeiro semestre de 2008. Já a carteira de crédito do Indusval encerrou o período estável em R$ 1,7 bilhão, em comparação com o ano passado.
DCI- FINANÇAS 11.08.09

sábado, 8 de agosto de 2009

Mantega diz que Brasil pode conviver com juro baixo após crise

Portal Terra Ligia Hougland
WASHINGTON - O Brasil conseguirá sair da crise com uma imagem mais forte e capaz de manter a taxa básica de juros (Selic) no patamar recorde de baixa que se encontra no momento, em 8,75% ao ano. Esta é a opinião do ministro da Fazenda Guido Mantega. Em entrevista ao Terra, Mantega afirmou que o País deixa a crise como um dos mercados emergentes mais atraentes do mundo, ao lado da China e elogiou a política anticíclica implementada pelo governo brasileiro "muito menos dispendiosa do que a dos outros países e com melhor resultado".
O ministro também comentou que a apreciação do real não é tão preocupante em função da desvalorização global do dólar e que a proposta para taxação da poupança será enviada ao Congresso. "Não há pressa. Mas quero dizer que tudo aquilo que foi anunciado será cumprido". Confira a entrevista na íntegra.
Terra - O Brasil conseguiu ganhar em termos de competitividade em relação aos outros países com a crise mundial?
Guido Mantega
- O Brasil conseguiu, com uma política contracíclica muito menos dispendiosa do que a dos outros países, o melhor resultado, o que mostra as qualidades da economia brasileira. O nosso programa contracíclico não gastou mais do que 1% do PIB (Produto Interno Bruto), contra 13% da China e 7% dos Estados Unidos. Isso mostra a capacidade de reação da economia brasileira. Com alguns cortes de impostos estimulamos o setor automobilístico, o setor de utilidades domésticas e o setor do consumo civil. Com o programa habitacional oferecido animamos o setor de construção leve. Os investimentos do governo estão mantendo a indústria pesada, a construção pesada. Então, ficou nítida a vantagem do Brasil em relação aos outros países. Antes da crise, esta vantagem estava difusa, ela não era vista com tanta nitidez. Mas ela pode ser vista nos nossos resultados, na nossa capacidade de crescimento.
O Brasil só teve dois trimestres de crescimento negativo. Vários países apresentaram quatro, cinco ou seis trimestres de crescimento negativo. Vários países ainda estão apresentando trimestres negativos. O Brasil já teve resultado positivo no segundo trimestre de 2009.
Terra -O senhor diria que a crise foi vantajosa para o Brasil?
Mantega - O Brasil sairá da crise mais forte do que quando entrou nela. Foi um teste de estresse para o Brasil, e o País saiu na frente. Foi menos afetado pela crise e demonstrou que tem condições melhores. Quando um investidor for tomar uma decisão quanto à alocação de investimentos, ele certamente olhará para o Brasil. O Brasil é hoje considerado o mercado emergente mais atraente, ou o segundo mais atraente, depois da China. Por causa do mercado e da economia do Brasil. Portanto, acho que a crise tornou nítidas as virtudes que a economia brasileira possui.
Terra - O Brasil teme que a economia da China volte a desacelerar, comprometendo o crescimento brasileiro?
Mantega - Pelo contrário, a China está fazendo a política contracíclica mais agressiva do mundo. Acabei de mostrar na minha apresentação (a investidores americanos) que ela está investindo algo em torno de 13% do seu PIB no seu programa de recuperação da economia. São US$ 560 bilhões. Logo, a China mostra-se disposta a acelerar a sua economia. Tanto isso é verdade, que foram superadas as previsões de que a economia chinesa estaria crescendo no segundo trimestre deste ano a 6,5%. Na verdade, o resultado do segundo trimestre foi de quase 8%. A economia chinesa cresceu no segundo trimestre de 2009 exatamente 7,9%. Anualizado isso dá 16%. Os chineses estão fazendo fortes investimentos estimulando o mercado de consumo deles. Estão estimulando o consumo de automóveis e de moradias. Não tenho dúvida de que a economia chinesa no ano de 2009 será a mais dinâmica do mundo e continuará importando os produtos brasileiros.
Terra - É possível o Brasil sustentar uma taxa de juros como a atual, a menor da história da Selic?
Mantega
- O Brasil tem condições de sustentar esta taxa porque a inflação está baixa. Não fazemos mais do que cumprir o sistema de metas de inflação. A crise não mudou nada em relação a isso. O Banco Central continua olhando para o resultado inflacionário. Como o resultado inflacionário é bom, ou seja, a inflação está baixando, o Banco Central pode fazer as reduções de taxa que está fazendo. Não há novidade alguma nisso. É apenas um cenário mais positivo da inflação e que é sustentável, pois, com a queda da demanda mundial, veremos queda de preços. A tendência é esta para os próximos anos.
Terra - Frequentemente, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, alerta para o fato de que há uma euforia exagerada quanto à recuperação da economia. O senhor concorda?
Mantega - Os mercados acionários sempre são mais voláteis do que outros. É natural que haja uma certa volatilidade e podem mostrar euforia. Mas é claro que temos de tratar isso com realismo. Temos de reconhecer que a economia brasileira está saindo da crise, mas que temos ainda vários problemas a serem resolvidos. Alguns setores podem estar com euforia exagerada. Não sei exatamente a quem o Henrique Meirelles se refere. (...) Ainda temos vários problemas a serem enfrentados e resolvidos. No plano da economia internacional, o Brasil está melhor. Em compensação, a maioria dos países avançados está passando por uma recessão forte que, até agora, não foi superada. Será gradualmente superada. Eu diria que, em relação aos mercados externos, não é bom ter uma visão eufórica, pois, de fato, estes países continuarão a ter problemas a serem resolvidos nos próximos anos.
Terra - A queda do dólar é fonte de preocupação para o Brasil?
Mantega - A queda do dólar afeta um pouco a economia brasileira, mas, quando se dá uma queda em relação a todas as moedas, o prejuízo é menor, pois significa que a gente só perde competitividade de exportação para o mercado americano. Mas em relação aos outros mercados tudo fica na mesma, pois o euro valoriza, o iene valoriza. Quando há a valorização de todas moedas menos do dólar, continuamos com a mesma competitividade cambial nos outros mercados.
Terra - O Executivo já enviou as regras para a taxação do imposto de renda na poupança? Quando isso será feito?
Mantega - Ainda não enviou e como isso só deve entrar em vigor no próximo ano, temos tempo, pois há um semestre inteiro pela frente para fazer a legislação. Não há pressa. Mas quero dizer que tudo aquilo que foi anunciado será cumprido em relação à poupança. Exatamente tudo que falamos. Vamos colocar um tributo sobre as poupanças de maior valor que será cobrado a partir do ano que vem, pois temos de respeitar a anualidade. Não é possível criar um imposto de renda em um ano e fazer o mesmo entrar em vigor neste próprio ano. A lei é feita em um ano e só entra em vigor no ano seguinte. É o princípio da anualidade. É por isso que até agora não mandamos o projeto para o Congresso. O Congresso tem vários projetos e, mandar mais um agora, serviria somente para atrapallhar a tramitação.
Terra - Há um prazo para isso?
Mantega
- Não há um prazo, mas enviaremos o projeto até o final deste ano para que a lei entre em vigor no próximo ano. Quero afirmar que nada mudou. Será feito tudo aquilo que foi anunciado
JB - 08/08/2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Economistas estão mais otimistas com quadro externo e local

Valor Online 05/08/2009
SÃO PAULO - Em que pesem as incertezas sobre o momento presente, o otimismo dos economistas brasileiros em relação ao futuro continua aumentando. Além disso, em recente pesquisa da Fecomercio-SP e da Ordem dos Economistas do Brasil, o Índice de Sentimento dos Especialistas em Economia (ISE) registrou otimismo pela primeira vez desde agosto do ano passado, passando de 95,8 pontos em junho para 105,4 pontos no mês passado.
O indicador mostra ainda que cinco dos nove quesitos apresentaram melhora de confiança, inclusive o item emprego, que passou de 87,9 pontos em junho para 111,6 pontos em julho.De acordo com o levantamento, avaliação sobre o cenário atual ficou em 84,3 pontos, ainda abaixo do patamar de otimismo (100 pontos). Mas a avaliação sobre o futuro encontra-se em 126,4 pontos, um aumento de 10,9% em relação ao último levantamento.
Ao avaliar o comportamento dos nove quesitos, chama atenção o otimismo dos especialistas no item cenário internacional, que avançou para 145,2 pontos, mostrando que a leitura dos analistas é de que a crise lá fora deu espaço para um cenário de recuperação. Em relação à atividade doméstica, o indicador chegou a 145 pontos, o que também sinaliza otimismo relevante. Sobre a taxa de câmbio, a avaliação é um pouco menos otimista, levando o item para um nível de 123,7 pontos. Já o indicador sobre a oferta de crédito ao consumo também estaria indo bem, mas longe do ideal, em 115,2 pontos.
A análise dos economistas sobre inflação ainda é reticente. Mesmo com as previsões todas em linha com a meta oficial, os agentes levaram o índice a 105,4 pontos, o que se aproxima bastante de uma avaliação pessimista (abaixo de 100 pontos).
Os três itens ainda localizados nesse campo do pessimismo são gastos públicos, que estão no menor nível histórico do índice, em 33,3 pontos, taxa de juros, que ficou em 78,9 pontos, o que indica que haveria espaço para reduções adicionais das taxas, e a análise sobre os salários reais, que ficou situada em 89,9 pontos.
Valor Online

Custo da cesta básica está menor que há um ano, diz Dieese

SÃO PAULO, 5 de agosto de 2009 -
Em 15 capitais brasileiras, o custo da cesta básica ficou menor em julho deste ano, na comparação com igual mês em 2008, conforme apurou Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa é realizada mensalmente em 17 capitais.
Conforme o levantamento, o custo do conjunto de gêneros essenciais de produtos consumidos pelo brasileiro caiu na cidade Goiânia 8,11% a R$ 195,55. No Rio de Janeiro a queda foi de 3,78%, a R$ 211,88; Fortaleza (-3,47%, a R$ 182,12); Curitiba (-3,19%, a R$ 206,71); Porto Alegre (-2,55%, a R$ 237,45); João Pessoa (-1,94%, a R$ 183,67); Vitória (-1,84%, a R$ 223,11); Salvador (-1,66%, a R$ 195,70); Belo Horizonte (-1,66%, a R$ 214,55); Aracaju (-1,63%, a R$ 173,47); Florianópolis (-1,01%, a R$ 215,26); São Paulo (-0,41%, a R$ 227,17); Recife (-0,34%, a R$ 190,29); Natal (-0,17%, a R$ 200,56).
Em Belém houve aumento no preço de 0,05%, a R$ 201,71. Já em Brasília a alta foi de 0,69%, a R$ 217,78 e em Manaus houve elevação de 0,75%, a R$ 215,43.
(Maria de Lourdes Chagas - Agência IN) 05/08/2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quinhentas e três mil pessoas saíram da pobreza durante a crise

Agência Brasil

BRASÍLIA - Ao comparar o número de pobres existentes, no Brasil, antes e durante a crise financeira internacional, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) chegou à conclusão de que, apesar dos efeitos nocivos da crise para a economia nacional, 503 mil pessoas deixaram a condição de pobreza nas seis principais regiões metropolitanas do país.

A afirmação foi feita hoje (4) pelo presidente do Ipea, Márcio Pochmann, durante o lançamento do estudo Desigualdade e Pobreza no Brasil Metropolitano Durante a Crise Internacional: Primeiros Resultados. O estudo abrange as regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo e Porto Alegre.

- De 2002 para cá, temos 4 milhões de pessoas a menos vivendo em condições de pobreza no conjunto dessas seis regiões. Na comparação do período atual com o período anterior à crise, verificamos que 503 mil pessoas saíram da pobreza - disse Pochmann. Parte disso, segundo ele, se deve às políticas nacionais que visaram proteger a base da pirâmide social. Houve uma série de decisões que ajudaram a criar uma rede de proteção social àqueles segmentos mais vulneráveis da população brasileira, afirmou o presidente do Ipea. Entre elas, a elevação do salário mínimo e a ampliação do programa Bolsa Família, que impediram que o Brasil aumentasse a pobreza, como havíamos observado em outros momentos de crise, completou.

O estudo comparou o número de pobres entre outubro de 2007 e junho de 2008 com o do período entre outubro de 2008 e junho de 2009. Das 503 mil pessoas que saíram da condição de pobreza - cuja renda per capita da família é de meio salário mínimo - quase 63% localizavam-se na região metropolitana de São Paulo.

17:31 - 04/08/2009

BNDES pode financiar modernização de hotéis para Copa de 2014

Valor Online 04/08/2009 RIO - O Ministério do Turismo negocia com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a criação de uma linha de financiamento para a reforma e a ampliação da rede hoteleira nas regiões Sul e Sudeste para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com o ministro Luiz Barreto, a linha poderá atingir R$ 300 milhões e deverá estar pronta no fim do ano.
"Pensamos em engenharia financeira que possa ter juro barato, prazos mais longos e algum fundo que dê garantia", frisou Barreto, que participou da conferência anual da International Association of Schools and Institutes of Administration (Iasia), no Rio de Janeiro. "Estamos trabalhando com o BNDES e acho que em dois meses lançaremos um programa", acrescentou.
Para as demais regiões do país, o ministro explicou que os fundos constitucionais poderão apresentar condições de financiamento competitivas para a construção, reforma e ampliação da rede hoteleira até 2014.
Barreto revelou ainda que o ministério já negocia com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a renovação da linha do Prodetur Nacional. A linha original, com financiamento de US$ 1 bilhão do BID e contrapartida de US$ 660 milhões, está disponível para Estados, Distrito Federal e municípios com mais de 1 milhão de habitantes. O objetivo de Barreto é de obtenção de mais US$ 1 bilhão, atendendo as 12 cidades que serão sedes na Copa de 2014, independentemente do número de habitantes.
O ministro revelou ainda que espera um crescimento de 3% a 4% do PIB do setor de turismo no Brasil. Segundo Barreto, o mercado interno deverá ser o principal motor do avanço do setor em 2009, já que espera-se um recuo de cerca de 10% na movimentação de estrangeiros no país, por conta da crise financeira internacional. No primeiro semestre, os gastos de estrangeiros no país atingiram US$ 2,567 bilhões, 11,4% abaixo dos US$ 2,899 bilhões gastos em igual período do ano passado. Já os gastos de brasileiros no exterior caíram 19,5%, passando de US$ 5,534 bilhões para US$ 4,454 bilhões em igual período comparativo.
Rafael Rosas Valor Online

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Para Meirelles, Brasil já saiu da recessão

SÃO PAULO - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, acredita que a economia brasileira já dá indicações de ter ultrapassado o período de recessão. Na avaliação dele, houve expansão econômica no país entre abril e junho e esse movimento deve continuar no trimestre corrente. "Há sinais de que o país já saiu da recessão", afirmou dirigente.
Meirelles também acrescentou que espera um fim de ano positivo para a economia brasileira e uma recuperação mais significativa no ano que vem. "Nossa expectativa é de que o Brasil chegue ao final deste com uma trajetória de crescimento e que tenha, em 2010, um início de retomada do crescimento sustentável", afirmou.
O dirigente conversou rapidamente com a imprensa após reunir-se, em São Paulo, com presidentes de bancos centrais do Mercosul, Bolívia, Chile, Peru e Venezuela.Questionado sobre as preocupações a respeito da curva a termo da taxa de juros, que não vinham respondendo às sinalizações da política monetária, o presidente do Banco Central disse que tudo que autoridade monetária tinha para expor sobre o tema foi colocado na ata da última reunião do Copom.
Bianca Ribeiro Valor Online

Crescimento da China e altas das Bolsas indicam melhoras

Agência Brasil
SÃO PAULO - O crescimento da economia chinesa e as seguidas altas registradas nas Bolsas de Valores ao redor do mundo podem significar que o pior da crase internacional está passando. A avaliaçãoa é do economista e professor Keyler Carvalho Rocha, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
“O pior da crise já foi superado e o Brasil desfruta de uma posição muito privilegiada no contexto mundial porque não tem mais dívida externa, está com a inflação sobre controle e declinante, está com a balança comercial com superávit e não há, no horizonte, nenhuma problemática política que possa cooperar com as variáveis macroeconomicas brasileiras”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.As altas seguidas apresentadas nas Bolsas pelo mundo, segundo Rocha, mostram que o “mundo está levemente se recuperando da crise”, embora essa recuperação seja lenta.
“A China vem crescendo a 8%, embora se acreditasse que ela cresceria a 6%. Isso é sinal de que está havendo recuperação. É claro que essa recuperação não é uniforme. Mas a tendência é de melhora. A sensação é de que as coisas estão melhorando. Com isso, reflete-se nessa valorização em todas as Bolsas do mundo inteiro”, disse.
Segundo o professor, essa perspectiva positiva deve se manter, “a não ser que aconteça algum fato novo, não previsto”. “A Bolsa reflete as expectativas de futuro. Então, as pessoas já começam a ficar mais confortáveis”, afirmou. Nesta segunda-feira (3), a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 2,25%, aos 55.997,81 pontos.
DCI- Política Econômica

domingo, 2 de agosto de 2009

Banco exportador será criado por MP na volta do recesso

Patrícia Acioli
SÃO PAULO - A criação do Ex-Im Bank brasileiro - banco dedicado exclusivamente a financiar exportações e a produção ao mercado exterior, deverá acontecer via Medida Provisória já no mês de agosto. Segundo fontes ouvidas pelo DCI, o o texto já está pronto e aguarda a volta do recesso parlamentar.
No comando da iniciativa está o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que conhece o ressentimento das empresas exportadoras pela falta de uma estrutura adequada de financiamento das exportações, assemelhada a um Ex-Im Bank, e pela perda de produtividade nominal decorrente do câmbio desfavorável.
Apesar de a iniciativa ser bem vista, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ressalva que o Banco não deve surgir com o mesmo aparato burocrático que já existe hoje, por exemplo, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Atualmente, o exportador brasileiro precisa percorrer uma jornada para obter crédito: primeiro procurar o Banco do Brasil para conseguir financiamento do Programa de Financiamento às Exportações e em seguida, deve recorrer ao Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações, formado por vários ministérios e administrado pelo Tesouro Nacional, para obter seguro.
Dentro do governo, avalia-se que o momento para bancar o projeto do Ex-Im Bank é oportuno, porque além de atacar o problema de falta de crédito para o setor exportados - um dos mais combalidos pela turbulência econômica - não mexe na arrecadação, e por isso a proposta teria apoio no Congresso.
A idéia articulada é que a exemplo do que existe nos Estados Unidos e em países como Japão, Índia e China, o Brasil conte com uma estrutura administrativa, que reúna os recursos, as avaliações de risco e as garantias às operações e que ele funcione com um braço forte do BNDES. Esta semana o Brasil pode conhecer mais de perto o funcionamento de um Ex-Im Bank. Em missão no país, o presidente e o Chairman e Export-Import Bank of the United States vieram promover financiamento para a compra de bens e serviços norte-americanos por empresas brasileiras.
DCI- Politica Economica

Rede de calçados muda tática e prioriza o mercado interno

Danielle Fonseca
Fabíola Binas
SÃO PAULO - Apesar do cenário ainda incerto nas exportações, que representam parte importante do faturamento do setor calçadista, grandes redes de vestuário, como a Arezzo, que alcançou faturamento de R$ 485 milhões em 2008, alteram planos e voltam o foco da venda de calçados para o mercado interno. A empresa tinha um audacioso plano de abrir 300 lojas na China, até 2016, e possibilidade de faturar US$ 150 milhões com aquele mercado, mas mudou sua estratégia - por três meses -, ao ver que o mercado brasileiro sinalizava melhor opção de negócio.
A Arezzo vai abrir 16 lojas no País este ano, ante as 10 do ano passado. A perspectiva é para lá de otimista, já que a empresa prevê fechar 2009 com uma receita de R$ 550 milhões e crescimento de 16% a 18% no segundo semestre, por conta de uma estratégia que visou a redução de custos, nova coleção com um preço melhor devido à fortes negociações com os fornecedores, além de expansão de lojas por meio de abertura de novas franquias. De acordo com Alexandre Birman, vice-presidente da Arezzo - e filho do fundador Anderson Birman -, a marca optou por focar seus investimentos no mercado interno, onde só no primeiro semestre, mesmo com a crise, cresceram 12% frente ao mesmo período de 2008. "Não navegamos ilesos as questões macroeconômicas, mas temos estabilidade e tomamos várias medidas em relação ao mix de produtos e adequação da estocagem", afirmou o herdeiro de uma das maiores calçadistas do Brasil, que vende 230 mil pares por mês.
Birman explica que as coleções ficaram mais focadas e leves, com adequação de preços nos produtos de maior saída. "O mix diminuiu para termos um preço melhor. Um produto que muitas mulheres procuram no inverno, como uma bota preta, que podia ser encontrada a R$ 349 na última coleção, está R$ 290. Negociamos e fizemos estoque de couro para isso." Outra atitude tomada foi trabalhar com uma cobertura no estoque das lojas de 2 pares para 1 exposto, sendo que em períodos mais otimistas, trabalham com 3 pares para 1.O Grupo Arezzo, que hoje conta com 232 franquias, seis lojas próprias e vendas em mais de 1,5 mil lojas multimarcas, acelerou seu crescimento principalmente depois que fechou parceria com o Tarpon Investment Group, que com seu fundo Tarpon All Equities tem participação acionária de 25% no negócio.
A companhia também optou por uma parceria com o Primes Success, com mais de 3 mil lojas na China para chegar àquele mercado, onde a previsão era ter um tamanho semelhante ao da marca no Brasil, mas com um posicionamento diferente e itens premium. Os sapatos teriam preço médio de US$ 250, precificação que deve ser alterada para em torno de US$ 150 após a experiência com 6 lojas abertas na China.
O vice-presidente da Arezzo diz que a meta anterior, de explorar com força o mercado chinês, não foi descartada, mas está sendo melhor estudada e só em outubro o grupo deverá voltar a tomar decisões. "Já temos lojas em outros países, como na Venezuela, Paraguai e Portugal e toda a semana recebemos convites para abrir unidades no mundo todo, mas estamos indo com calma e decidimos aguardar porque ainda não temos um grande conhecimento do mercado chinês. Agora a prioridade é o mercado interno", disse. Alexandre ainda criou outras duas marcas autônomas: uma que leva seu próprio nome e a Schutz, que atinge um público de maior poder aquisitivo, mas em 2007 passou a fazer parte do grupo.
Redes menores, como a Oscar Calçados, com 39 lojas no interior de São Paulo, também apontam alta do consumo. A rede estava com previsão de crescimento nulo este ano, mas após o Dia das Mães o panorama mudou e já espera alta. "A previsão era só reformar lojas e não aumentar, mas vamos rever os planos", revelou o diretor José Oscar Constantino.
Setor
A Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) diz que o segmento possui cerca de 42 mil pontos-de-venda, e o primeiro semestre já registrou 5% de crescimento frente a igual período de 2008. À próxima metade do ano é esperado 8% de alta. Porém, apesar do mercado interno estar retomando o crescimento, as exportações fecharam em queda no primeiro semestre. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) diz que a balança comercial do setor foi negativa, com queda de 28,5%.
DCI-

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ipea defende jornada de 37 horas semanais

A

BRASÍLIA - O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, disse hoje que, se a carga horária oficial de trabalho for reduzida das atuais 44 horas semanais para 37 horas, o país teria condições de dar ocupação para toda a população. Mas ele ressaltou que isso só seria possível caso fossem mantidos os investimentos, a produção e, também, aumentada a capacidade produtiva do país.

A afirmação foi feita durante o lançamento do estudo Carga Horária de Trabalho: Evolução e Principais Mudanças no Brasil. "Com a redução oficial da jornada para 37 horas, daríamos condições de termos todos ocupados, desde que mantida a produção e os investimentos, e a capacidade produtiva do país fosse ampliada", afirmou.

Segundo Pochmann, mais fácil seria alterar a distribuição do tempo de trabalho no Brasil, uma vez que o estudo registrou que o país tem uma grande parcela de trabalhadores com carga horária bastante reduzida, de um lado, e, do outro, quase a metade de seus trabalhadores com jornadas acima de 44 horas semanais. "Uma melhor redistribuição dessa jornada permitiria mais pessoas ocupadas do que a simples redução da jornada oficial".

Dados recentes, relativos ao mercado de trabalho, mostram, segundo o presidente do Ipea, que o país teve aumento de desemprego e crescimento da informalidade. "Mostram também tendência de rotatividade, que é a demissão de pessoas com os maiores salários, seguida da contratação de pessoas por salários menores", disse. "Esse ambiente faz um desfavor ao mercado de trabalho e pouco ajuda a reduzir as diferenças", acrescentou.

"É necessário que o Brasil volte a crescer de forma bastante acelerada, ocupando a capacidade ociosa existente, e retornem sobretudo os investimentos, porque é com mais investimentos que o país conseguirá recuperar seus postos de trabalho, tanto em maior quantidade como em melhor qualidade", argumentou.

Pochmann lembrou que, para gerar empregos, o Brasil precisa crescer mais do que 4% ao ano. "Teríamos condições de reduzir mais rapidamente a jornada de trabalho e ter mais trabalhadores ocupados, caso o Brasil tivesse crescido de forma mais veloz, como ocorreu dos anos 1950 até os 1980, quando o crescimento da economia foi próximo de 7%", disse.

"Mas, de 1988 para cá, o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] foi abaixo de 3%. E toda vez que o Brasil cresce menos de 4% ao ano, não consegue gerar postos de trabalho, e os ganhos de produtividade tendem então a ser menores, assim como a evolução dos salários. Isso, de certa maneira, pode resultar também em uma precarização dos postos de trabalho existentes", completou Marcio Pochmann.

Queda da carga horária

Estudo divulgado hoje pelo Ipea mostra que, da promulgação da Constituição Federal, em 1988, até 2007 a carga horária média de trabalho da população brasileira apresentou tendência de queda. A Constituição fixou a jornada máxima do trabalhador brasileiro em 44 horas semanais.

A diminuição do tempo médio de trabalho, porém, não ocorreu de forma homogênea para todos os ocupados. A queda foi maior na Região Sul, para as mulheres, para os trabalhadores de maior idade e para aqueles com menos escolaridade, para os envolvidos em atividades agrícolas e para os não remunerados.

Segundo o Ipea, desde o final da década de 80 do século passado houve redução nas horas médias tradicionalmente trabalhadas pelo conjunto de pessoas ocupadas no Brasil. O país como um todo registrou, no período estudado (de 1988 a 2007), diminuição em 10,7% na carga horária média semanal trabalhada pelos ocupados. Em resumo, a redução foi de 44,1 para 39,4 horas médias semanais de trabalho.

(Agência Brasil)

Desemprego cai para 14,8% e ocupação tem variação positiva

Agência Brasil
SÃO PAULO - A taxa de desemprego em cinco regiões metropolitanas e no Distrito Federal caiu em junho, passando de 15,3% para 14,8% da População Economicamente Ativa, depois de cinco meses sem redução. Isso significou 112 mil pessoas a menos no contingente de desempregados, estimado em 2,984 milhões de trabalhadores.
O nível de ocupação apresentou variação positiva pelo terceiro mês seguido, com 0,4%, o que representa a criação de 75 mil postos de trabalho. No mesmo período, 38 mil pessoas desistiram de procurar emprego.
À exceção de Belo Horizonte, que manteve a taxa estável em 11%, houve queda em todas as demais regiões pesquisas, com maior diminuição em Recife, que passou de 20,4% em maio para 19,4% em junho. Em Porto Alegre a taxa passou de 12,6% para 12%, em Recife, de 17% para 16,4%, em Salvador, de 21,6% para 21,3 e em São Paulo, de 14,8% para 14,2%.
O comércio liderou na oferta de vagas, com a 80 mil postos de trabalho, o que significou aumento de 3%. O segmento de serviços foi o segundo, com 22 mil vagas, ou 0,2% acima de maio. A indústria cortou 25 mil ocupações, o que representou queda de 1% do total e a construção civil demitiu 9 mil trabalhadores, queda de 0,9%.
O rendimento médio do trabalhadores em maio caiu 1,2%, passando para R$ 1.276 para os assalariados e R$ 1.199 para o conjunto de trabalhadores ocupados, ou seja com ou sem carteira assinada.
Os dados fazem parte da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) para a Região Metropolitana de São Paulo e para o conjunto de regiões acompanhadas pelo Sistema PED (Distrito Federal, Salvador, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo), divulgada nesta quarta-feira (29) pelo Departamento Intersindical e Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e Fundação Seade.
DCI- 29/07/09 - EMPREGO

terça-feira, 28 de julho de 2009

Bird empresta US$ 30 milhões ao Brasil

SÃO PAULO, 28 de julho de 2009 - O Banco Mundial (Bird) concedeu nesta terça-feira um empréstimo de US$ 30 milhões ao Brasil, que será usado para incluir mais 360 mil pessoas em um plano que busca melhorar as condições de vida dos pobres na Bahia, anunciou a instituição financeira em comunicado. O plano Produzir, destinado a aumentar as oportunidades econômicas dos menos favorecidos, beneficia atualmente 810 mil pessoas, ou seja, 18% da população rural da Bahia, ressaltou o Bird.
"Acredito na colaboração entre o governo e os pequenos produtores, como forma de levar desenvolvimento sustentável a todas as regiões do estado e reduzir as desigualdades. Neste sentido, o apoio do Bird tem sido essencial", declarou o governador do estado, Jacques Wagner. O plano Produzir já havia recebido um crédito do Bird de US$ 54 milhões em setembro de 2005. "O novo crédito marca a segunda fase do programa, na qual os produtores ampliarão seu acesso aos mercados, tanto no Brasil como no exterior", disse Edward Bresnyan, dirigente da entidade multilateral.
O Bird colaborou com 40 projetos na Bahia desde 1950, por uma quantia total de US$ 1,8 bilhão.
Agência IN

FMI: Emergentes demandarão até US$900 bi em reservas

REUTERS
WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira estimativa de que os mercados emergentes, excluindo China e exportadores de petróleo, podem ter uma necessidade de reservas entre 400 bilhões e 900 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, enquanto os países se recuperam da crise financeira global.
O FMI informou também que a necessidade de reserva do grupo de 119 países emergentes que acompanha, também excluindo China e os exportadores de petróleo, pode ficar em algo em torno de 1,3 trilhão e 2 trilhões de dólares nos próximos 10 anos.
'Existe um potencial para uma demanda futura por reservas cada vez maior que o esperado', alertou o FMI, acrescentando que suas estimativas presumem que não haja uma nova hemorragia de reservas além de 2009.
- Superando a crise, muitos países na verdade desejam ter cada vez mais colchões de reservas e proteção, porque crises estão sendo acontecimentos recorrentes - avaliou o fundo.
As projeções foram incluídas no relatório do FMI publicado nesta terça-feira, que esboçou uma proposta para alocar 250 bilhões de dólares em Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês) - criados pela organização em 1969 como uma reserva internacional de ativos - a seus 186 países membros para impulsionar a liquidez global.
A proposta foi aprovada pelo quadro de dirigentes do FMI em 20 de julho e a alocação pode ser realizada até o fim de agosto, seguindo votação dos membros do organismo.
No relatório, o FMI informa que as reservas internacionais foram substancialmente drenadas, enquanto os governos tentam proteger suas economias do impacto da crise e da recessão global. As necessidades futuras para reconstruir os níveis de reservas serão 'grandes', destacou o Fundo.
Muitos países venderam reservas para impulsionar a liquidez monetária externa, enquanto outros forneceram instrumentos de moeda estrangeira para ajudar o setor privado a lidar com o colapso global de crédito e a queda dramática no fluxo de capital privado.
O FMI divulgou que as estimativas para o fluxo líquido de entrada de capital privado em países em desenvolvimento são de redução de 100 bilhões de dólares em 2009.
- Os riscos para os fluxos de capital devem permanecer até a estabilidade financeira se recuperar, o que deve levar tempo - acrescentou o organismo.
JB- Economia

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Selic não cairá mais neste ano, apostam analistas

Agência Brasil
BRASÍLIA - O boletim Focus divulgado hoje (27) pelo Banco Central mostra que os analistas do mercado financeiro mantiveram a previsão de que não haverá mais cortes na taxa básica de juros, a Selic, neste ano.
A publicação semanal do BC é elaborada com base em projeção de instituições financeiras para os principais indicadores da economia. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, reduziu os juros básicos de 9,25% ao ano para 8,75% ao ano. Na próxima quinta-feira, o BC divulga a ata da reunião do colegiado, com justificativas, indicação da atuação futura e análise do cenário e econômico.
Em 2010, os analistas esperam que o Copom aumente a taxa básica, que deve chegar ao fim do ano em 9,25% ao ano. A previsão anterior era 9,38% ao ano. A Selic serve de referência para outras taxas de juros e é usada pelo BC como uma forma de controle da inflação. Quando os preços estão em alta, o BC aumenta os juros e faz o inverso quando a inflação está em baixa e há necessidade de estimular a atividade econômica. Neste ano, os juros básicos já foram reduzidos em 5 pontos percentuais.
Cabe ao BC perseguir a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional, formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi o escolhido pelo governo para a meta.
Na projeção dos analistas, o IPCA deve chegar ao final do ano em 4,53%, a mesma estimativa da semana anterior. Esse percentual para o IPCA está um pouco acima do centro da meta de 4,5%. Entretanto, a meta, válida para este ano e o próximo, tem margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior é de 6,5%. Para 2010, a estimativa para o IPCA passou de 4,41% para 4,40%.
A previsão para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2009 caiu de 0,90% para 0,50%. A estimativa para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) também está em queda: passou 0,44% para 0,30%, neste ano. Para o Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), a estimativa passou de 4,11% para 4,16%. Para 2010, as projeções para os três índices foram mantidas em 4,5%.
A estimativa para os preços administrados foi mantida em 4,30% neste ano. Para 2010, a projeção foi ajustada de 3,80% para 3,72%. Os preços administrados referem-se aos valores cobrados por serviços monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo e outros).
JB-Economia- 27/07/2009

Balança comercial da quarta semana de julho fecha com superávit de US$ 653 milhões

No período, exportações ficaram em US$ 3,424 bilhões, importações foram de US$ 2,771 bilhões e corrente de comércio foi de US$ 6,195 bilhões
O superávit comercial da quarta semana de julho de 2009 (dos dias 20 a 26), com cinco dias úteis, foi de US$ 653 milhões (média diária de US$ 130,6 milhões). A corrente de comércio do período foi de US$ 6,195 bilhões (média diária de US$1,239 bilhão). Os valores resultam das exportações, que ficaram em US$ 3,424 bilhões (média diária de US$ 684,8 milhões), e importações de US$ 2,771 bilhões (média diária de US$ 554,2 milhões). Pela média diária, as exportações brasileiras, na quarta semana de julho, apresentaram incremento de 10,1% em relação à média verificada até a terceira semana do mês (US$ 622,2 milhões). Esse desempenho foi atribuído às vendas de produtos das três categorias: semimanufaturados (+23,7%) – especialmente, açúcar em bruto, celulose, óleo de soja em bruto e ferro-ligas –, manufaturados (+14,1%) – com destaque para aviões, açúcar refinado, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças e etanol – e básicos (+2,5%) – em virtude de petróleo em bruto e café em grão.
Na mesma comparação, as importações brasileiras, na quarta semana do mês, cresceram 21,3% sobre a média diária computada até a terceira semana do mês (US$ 456,7 milhões) por conta dos desembarques de equipamentos mecânicos, combustíveis e lubrificantes, aparelhos eletroeletrônicos, veículos automóveis e partes e produtos químicos orgânicos e inorgânicos.
Mês
Até a quarta semana do mês, as exportações acumulam US$ 11,512 bilhões, com média diária de US$ 639,6 milhões. Esse valor é 28,1% menor à média diária dos embarques brasileiros em todo mês de julho do ano passado (US$ 889,2 milhões). Nessa comparação, caíram as vendas brasileiras de semimanufaturados (-40,8%) – principalmente, ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço, ferro-ligas e celulose – manufaturados (-32,7%) – por conta de automóveis, óleos combustíveis, laminados planos, motores e geradores, etanol e autopeças – e básicos (-17,4%) – com destaque para minérios de cobre e de ferro, carne suína, bovina e de frango e soja em grão.
Em relação a junho deste ano, quando a média diária das exportações chegou a US$ 689 milhões, houve queda de 7,2% nas exportações registradas nas quatro primeiras semanas de julho, por conta das vendas de: básicos (-7,4%), manufaturados (-7,3%) e semimanufaturados (-4%).
As importações no mês, até a quarta semana, somaram US$ 8,708 (média diária de US$ 483,8 milhões) . Por esse critério, o desempenho foi 35% menor que a média diária registrada em julho do ano passado (US$ 744,4 milhões), em função de retração nas compras brasileiras de adubos e fertilizantes (-55,4%), combustíveis e lubrificantes (-46,4%), siderúrgicos (-41%), equipamentos eletroeletrônicos (-35%), veículos automóveis e partes (-33,6%) e equipamentos mecânicos (-32,7%). Sobre o desempenho das importações em junho de 2009, quando a média diária chegou a US$ 468,7 milhões, foi registrado crescimento de 3,2% das importações, nas quatro primeiras semanas de julho, por conta de adubos e fertilizantes (+16,4%), combustíveis e lubrificantes (+12,7%), farmacêuticos (+12%) e produtos químicos orgânicos e inorgânicos (+11,5%).
Ano
De janeiro à quarta semana de julho de 2009 (140 dias úteis), o superávit comercial totalizou US$ 16,791 bilhões (média diária de US$ 119,9 milhões), valor 15,6% maior que o observado no mesmo período de 2008 (média diária US$ 103,7 milhões).
As exportações no ano, até a quarta semana de julho, somam US$ 81,464 bilhões, com média diária de US$ 581,9 milhões, valor 23,4% menor que a média verificada no mesmo período de 2008 (US$ 760 milhões).
As importações acumularam, no mesmo período, US$ 64,673 bilhões, com uma média diária de US$ 462 milhões. Esse desempenho foi 29,6% menor que o verificado no mesmo período do ano passado (média diária de US$ 656,3 milhões).
Apex Brasil- 27-07-09

domingo, 26 de julho de 2009

''Juros não voltam para nível pré-crise''

Fernando Dantas
Os juros de longo prazo no Brasil estão altos demais porque a taxa de juros real de equilíbrio - aquele que faz com que a economia cresça sem inflação - caiu para o nível de 4% a 5% ao ano e não vai voltar para onde estava antes da crise. Essa é a visão otimista de Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú-Unibanco e ex-diretor do Banco Central (BC). Ao contrário de parte do mercado, o Itaú-Unibanco, que tem projeção de inflação abaixo de 4% para 2010, só vê a Selic (taxa básica) subindo de novo em 2011, e mesmo assim de forma moderada.
Mas nem tudo são flores para Goldfajn. Ele critica a política de expansão dos gastos correntes, que mantém o Brasil num ritmo potencial de crescimento de 4% a 4,5%, quando poderia estar entre 6% e 7%, com taxa de juros real perto de 3%. Outra consequência do aumento dos gastos correntes, para ele, é a valorização cambial, que pode levar o real a R$ 1,70 em 2010. O mundo está disposto a financiar o investimento no Brasil e empurra o País a consumir, na visão de Goldfajn. A contrapartida, porém, será o aumento do déficit em conta corrente, algo que, ele prevê, deve provocar forte debate em 2010. O risco são políticas equivocadas para conter a valorização cambial sem mexer na política fiscal, que podem elevar a inflação e os juros. A seguir, a entrevista.
Por que os juros de longo prazo estão tão descolados?
Há várias razões, e uma delas está ligada à visão geral dos juros no mundo. Toda vez que há uma recessão, e desta vez ela é global, os juros caem o suficiente para estimular a economia. Depois, quando a economia já foi estimulada, os juros voltam a subir. Hoje, os juros estão no limite do que podem baixar: zero ou próximo de zero nos Estados Unidos, na Europa e no Japão. Uma vez que se chega a esse piso, é normal as curvas se inclinarem para cima: a única coisa que pode acontecer daqui em diante é subir. Isso se traduz em vários mercados e, em alguns deles, faz sentido. No caso do Chile, o juro chegou a 0,5%, então a curva mostra que ele vai voltar ao normal.
E o Brasil?
Bem, pode existir uma economia que não estava com os juros no seu equilíbrio, ou na qual o juro de equilíbrio estava caindo, por diversas razões. Nesse caso, o juro não tem de voltar ao nível anterior, mas sim para onde ele chegaria caso a redução gradual do juro de equilíbrio persistisse e não fosse interrompida pela queda brusca ligada ao estímulo para sair da recessão. Em outras palavras, o juro voltaria para um nível mais baixo do que aquele de onde saiu. Assim, para acreditar que o juro do Brasil tem de voltar para perto de onde estava antes da crise, é preciso acreditar que antes da crise ele estava num nível neutro e constante. A minha visão é de que os juros no Brasil estavam e continuam numa tendência de queda. Falo do que se chama juro de equilíbrio, ou juro neutro, aquele que faz com que a economia cresça sem inflação. Houve momentos em que o juro real precisou ser 15%, depois foi caindo para 10%, para 8%, e hoje acho que estamos próximos de 4% ou 5%.
A recessão ajudou o juro de equilíbrio a cair?
A gente sabe que o juro neutro em países emergentes converge para níveis normais de forma mais rápida em períodos de recessão do que de boom. Processos desse tipo ocorreram no Chile, no México e na Polônia. Os bancos centrais derrubam os juros para estimular a economia e, na hora de voltar, descobre-se que o juro neutro é menor. Por algum motivo, a recessão parece ser o momento de se dar um empurrão um pouco maior. Isso é difícil de explicar, mas acontece.
Mas os juros no Brasil então não voltam mais?
Bem, as possibilidades são de que volte quase totalmente, volte muito pouco, ou volte para um nível intermediário entre esses dois extremos. Eu acho que volta muito pouco. Acho que a Selic poderia ir até 8,25%, se ficar claro um cenário em que a inflação vai para baixo de 4%. O nosso cenário de inflação para o próximo ano é parecido com o do Banco Central, estamos com pouco mais de 3,8%. Acho que, lá para 2011, quando a economia estiver chegando perto de um ritmo de 4,5% e a inflação começar a voltar para a meta de 4,5%, a Selic poderia subir para, quem sabe, 8,75%. O grande teste é que haja um cenário de inflação consistente com o que falei. Se eu estiver certo, e subirem os juros, a inflação cai muito. Se eu estiver errado, e deixarem o juro onde está, a inflação vai acabar subindo.
O que permitiu toda essa queda do juro real de equilíbrio?
São 15 anos de estabilidade, de consistência, que você pode ver nas medidas de risco, como o CDS do Brasil (credit default swap, produto ligado ao risco de crédito dos títulos externos do governo brasileiro), em que estamos hoje abaixo do México e próximos do Chile. Tem o investment grade. E há aquela percepção mais geral de que o Brasil é uma democracia que conseguiu ter políticas econômicas com uma certa continuidade, que sobreviveram a mudanças de ministros e de partidos no governo.
Como o sr. vê a política fiscal brasileira?
Nossa visão é que o superávit primário efetivo vai para 1,5% do PIB, embora o resultado oficial a ser divulgado será de 2,5%, por causa de 0,5% de desconto por conta do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) e mais 0,5% do Fundo Soberano. Acho que vai ficar em 1,5% por um tempo, e isso é compatível com um juro real de 4% a 5%, quando se pensa na dinâmica da dívida pública. O que aconteceu é que esse governo usou todo o espaço conquistado nos últimos anos, com a queda dos juros por causa da redução do risco, para aumentar os gastos correntes. Tem uma parte que foi para o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), mas é muito pouco.
E o que o sr. acha do aumento dos gastos correntes?
Considero ruim. Isso se dá em prejuízo de maiores investimentos. A opção por mais gastos correntes significa um crescimento mais moderado. Significa que nosso crescimento, que vai ficar em 4%, 4,5%, poderia subir para 6%, 7%. O juro real poderia cair ainda mais, para perto de 3%. Por outro lado, o mundo vai nos ajudar a investir, mas ao preço de aumentarmos nosso déficit em conta corrente. Esse é outro aspecto dessa política fiscal, o câmbio mais valorizado.
Por quê?
O câmbio apreciado ajuda a importar, ajuda a consumir. Ele faz com que possamos consumir e investir ao mesmo tempo, mas a contrapartida é o aumento do déficit em conta corrente, que é a poupança externa. O mundo está dizendo para não nos preocuparmos porque ele vai financiar o nosso investimento.
Como assim?
Nós somos muito bons de consumir. Se tivéssemos que poupar, aí seria um problema. Nós hoje estamos junto com um grupo de países que inclui China, Índia e Indonésia, que são a coqueluche dos relatórios de bancos de investimento e que têm em comum grandes populações e mercados internos. O mundo está investindo nesses países e empurrando-os a consumir. A nossa diferença é que poupamos menos, então teremos um déficit em conta corrente maior. Outra forma de olhar para isso é constatar que o dólar vai ter de ser mais fraco. Quais são as moedas que vão ficar mais fortes? A grande dúvida do mundo é essa, qual é a contrapartida do dólar fraco. Com Europa e Japão com desempenho econômico fraco, é difícil imaginar como é que as suas moedas vão se apreciar. A China, claramente, tem de ser uma contrapartida, mas tem uma viscosidade lá, eles não deixam, tentam segurar o câmbio desvalorizado, na base de não deixar o mercado funcionar. Já as moedas flutuantes dos países emergentes vão sofrer pressão para se valorizar.
Qual a sua previsão para o câmbio no Brasil?
Acho que o câmbio vai se valorizar um pouco mais do que se espera por aí. Penso que pode fechar este ano em R$ 1,80 e ir na direção de R$ 1,70 lá na frente, no fim do próximo ano. Eu acho isso exatamente porque tenho a impressão de que o Brasil se encaixa muito bem no mundo nesse papel de consumidor que está faltando. Daquele consumidor de última instância.
Isso não vai preocupar os economistas desenvolvimentistas?
Na minha opinião, 2010 vai ser um ano de debate sobre déficit corrente, sobre câmbio apreciado, sobre regime cambial. Acho que não deveria ser feito, mas vai haver muito desejo de mexer um pouquinho na política cambial, de tentar deixar o câmbio mais desvalorizado. Há o risco de nós não aceitarmos a consequência de uma política fiscal mais frouxa, que é o déficit em conta corrente. Aliás, é fácil de resolver. Sobe o superávit primário, que significa poupar mais, e investe esse excesso. Mas o perigo é entrar num processo de tentar evitar um déficit em conta corrente sem mexer na política fiscal, o que acaba batendo na inflação e nos juros. Seria tentar manter o câmbio desvalorizado sem mexer nos fundamentos.
Será que esse risco também pode ser parte da explicação para os juros de longo prazo mais altos?
Sim, também é, embora eu tenha a impressão de que aquela questão global que eu mencionei é muito relevante.
Estadão- Domingo, 26 de Julho de 2009

Raúl Castro anuncia novo ajuste econômico em Cuba

REUTERS
HAVANA - O presidente cubano, Raúl Castro, disse neste domingo que o governo se prepara para o segundo 'ajuste' de gastos de 2009, devido à crise internacional, e pediu que os cubanos impulsionem a produção agrícola como uma prioridade estratégica. Recentemente, Cuba anunciou uma redução na sua meta de crescimento econômico, de 6% para 2,5%. O país também lançou um plano para diminuir o consumo energético.
Durante discurso para celebrar o 56º aniversário do ataque ao quartel Moncada, ação militar que marcou o início da revolução de 1959, Raúl Castro, 78 anos, disse que nos próximos dias o seu gabinete vai se reunir para avaliar o impacto da crise na ilha.
- A terra está aí, aqui estão os cubanos, veremos se trabalhamos ou não, se produzimos ou não, se cumprimos nossa palavra ou não - afirmou o presidente.
O governo cubano aposta em fazer a economia estatal mais produtiva, no lugar de empreender grandes reformas.
Raúl Castro não mencionou o governo dos Estados Unidos, tema frequente dos discursos políticos.
JB- 26/07/2009- Economia
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