José GuerraViviane Monteiro
SÃO PAULO - Depois de sofrer com a crise no primeiro trimestre do ano, os números do BicBanco já mostram uma tendência positiva ao fim do segundo quarto de 2009. No segundo trimestre, a instituição voltou a apresentar um crescimento da carteira de crédito e aumento do lucro líquido, que passou de R$ 74,3 milhões, ao fim de março, para R$ 82 milhões no período de abril a junho, alta de 10,3%. No semestre, o resultado ficou em R$ 156,3 milhões, uma queda de 20,5% em relação ao mesmo período de 2008. "O resultado é bom porque se insere em uma tendência de crescimento sobre o primeiro trimestre deste ano", argumenta o vice-presidente da instituição financeira, Milto Bardini. O patrimônio líquido da instituição teve uma alta de 2,4%, em relação ao primeiro trimestre, alcançando R$ 1,698 bilhão, enquanto o total de ativos caiu em 2,9%, a R$ 10 bilhões. No semestre, o índice de eficiência da instituição - em que, quanto menor, melhor - passou de 35,8% para 38,2%. No mesmo período, o índice de Basileia passou de 14,9% para 18,4%. O resultado operacional na primeira metade de 2009 atingiu R$ 250,8 milhões, alta de 12,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Bardini, uma volta do crescimento da carteira de crédito do banco, ainda que inferior a 1%, foi importante pela reversão da tendência de queda. O saldo total chegou a R$ 7,369 bilhões, aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior. Enquanto a carteira comercial e de trade finance crescera, a 1,3% e 1,4%, respectivamente, financiamento consignado apresentou queda de 9,6%. "Somos um banco de pessoa jurídica, e as operações com consignado já vinham em processo de redução", justifica Bardini. O banco, continua o executivo, mantém Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDICs) atrelados em consignado e "está produzindo apenas o necessário para isto", afirma. O executivo acredita ainda que o segundo semestre será de alta para o crédito, lastreado no crescimento do sistema como um todo. "A tendência deverá ser proporcional à retomada dos bancos", analisa. Para ele, à medida que o mercado voltar a crescer, haverá uma volta à "normalidade creditícia". O banco também viu uma queda expressiva da inadimplência , que chegou a 3,9% em março, e a 2,1% em junho. "Ainda está mais alto que nosso nível histórico, de 1%, porém o que importa é a tendência de queda." A instituição fez uma provisão de R$ 60 milhões para devedores duvidosos (PDD), contra uma provisão extraordinária de R$ 80 milhões no primeiro trimestre do ano. "A redução do provisionamento é outro sinal da queda do índice. Temos elementos para crer em um cenário, no segundo semestre, melhor que o do primeiro", julga. Captações Além disso, o Bic também mostra uma alta de 12% nos depósitos a prazo no trimestre, que chegaram a R$ 3,723 bilhões. No semestre, no entanto, houve queda de 29,1%, ante 2008. Para o banco, pelo aumento no volume de oferta de depósitos, ainda não foi necessário utilizar o Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE), instrumento criado em abril pelo governo para assegurar maior liquidez aos bancos médios e confiança ao investidor. Além disso, o executivo acredita que já há uma volta do funding no mercado internacional. "Há sinais de volta e já aparecem oportunidades. O preço, porém, ainda não está atrativo, pelo custo de captação", afirma. "Ainda não pretendemos utilizar esses recursos, até porque ainda há o DPGE a utilizar, que está a um preço mais atrativo", completa. Indusval O Indusval teve uma redução de 58% em seu lucro líquido, em relação ao primeiro semestre de 2008, a um total de R$ 16,1 milhões. O resultado operacional alcançou R$ 13 milhões, com uma provisão extra com devedores duvidosos de R$ 59,9 milhões. A instituição teve ainda um ganho de 3,5 pontos em seu índice de eficiência, que chegou a 45,1%, ante 48,6% no primeiro semestre de 2008. Já a carteira de crédito do Indusval encerrou o período estável em R$ 1,7 bilhão, em comparação com o ano passado.
DCI- FINANÇAS 11.08.09
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