quinta-feira, 18 de junho de 2009

Comércio com parceiros do BRIC cresce 500% em seis anos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do primeiro encontro dos países do BRICs (grupo que reúne Brasil, Rússia, India e China), em Ecaterimburgo (Rússia), que busca uma maior integração entre os quatro maiores países emergentes. O presidente concedeu entrevista à agência russa Itar-Tass sobre a cúpula, na qual comentou a importância do grupo nas negociações para democratizar as instituições internacionais, como o FMI. Veja abaixo os principais trechos.
_
BRICs – “O Brasil já tem relações estratégicas com a Rússia, com a Índia e com a China e, além de aprofundá-las no plano bilateral, acredita que o espaço dos BRICs permite reflexão e atuação conjuntas mais amplas, sobre vários dos temas mais importantes da atual agenda internacional. Entre eles, a necessidade de reforma das instituições multilaterais, financeiras e políticas, uma das prioridades para o Brasil. A atual crise econômica já abriu o debate no campo econômico-financeiro, como demonstram os resultados da recente Cúpula do G20, em Londres. Naquela ocasião, os BRICs já atuaram de forma coordenada e devem manter essa articulação em defesa de mudanças no processo decisório e de governança das instituições internacionais, capazes de permitir respostas mais eficazes a turbulências globais e a prevenção de desmandos como os que determinaram a atual crise. “
_
Vencer a crise – “Independentemente da conjuntura, a vitalidade das economias e a dimensão dos mercados internos dos países do grupo são armas poderosas e indispensáveis em matéria de crescimento global. Poucos países podem oferecer essa contribuição para o crescimento sustentável que desejamos. Os dados mostram que essa força já está contribuindo para atenuar os efeitos da recessão global e indicam que os BRICs continuarão na linha de frente na retomada do crescimento, assim como deram contribuição indispensável para o dinamismo da economia internacional ao longo dos últimos anos. Cabe lembrar que, desde 2003, as economias do Brasil, Rússia, Índia e China foram responsáveis por 65% do crescimento mundial. Em 2008, por exemplo, o intercâmbio comercial do Brasil com os três parceiros do grupo alcançou a cifra de US$ 49 bilhões, o que representa um crescimento de 500% na comparação com 2003.”
__
Conselho de Segurança – “O Brasil defende como urgente e prioritária a reforma das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança. Ainda que neste tema seja mais difícil obter consensos, inclusive entre os BRICs. (...) O que o Brasil quer é que a composição dos membros permanentes do Conselho venha a refletir a atual realidade mundial, e não seja mais o resultado de um equilíbrio de forças do final da década de 40. evidentes, não tenham acesso à condição de membros permanentes do CSNU.”
_
Dólar – “Brasil e Argentina, por exemplo, já utilizam suas moedas locais nas operações de importação e exportação. Isso não significa eliminar o dólar, que ainda pode ser utilizado pelos agentes econômicos que queiram continuar a utilizá-lo. Mas oferece uma possibilidade de baratear as operações de compra e venda entre empresas dos dois países, ao eliminar o custo da intermediação cambial pelo dólar. A experiência é recente, e já demonstra ser viável, mas isso não se faz da noite para o dia. Demanda uma longa negociação e muito empenho, já que se trata de um assunto de grande complexidade técnica.” _
Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da RepúblicaNº 825 - Brasília, 16 de Junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Agronegócio registra o maior superávit do ano em maio, de US$ 5,3 bi

15/06/09 - AGRONEGÓCIOS
PanoramaBrasil BRASÍLIA - A balança comercial do agronegócio do mês de maio registrou o maior superávit do ano: R$ 11,07 bilhões (US$ 5,3 bilhões). Baseado nesse valor, a estimativa do governo é a de que a renda agrícola em 2009 alcance R$ 155,2 bilhões para as vinte principais lavouras. A estimativa é 3,8% menor em valores reais que a obtida em 2008, de R$ 161,3 bilhões. Apesar da renda deste ano ser inferior à de 2008, ainda é a segunda maior desde o início desta série estatística, iniciada em 1997.
_
"Os preços agrícolas de alguns produtos tendem a se recuperar nos últimos meses", diz José Garcia Gasques, coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura. "Mantendo-se esse comportamento é de se esperar que continue havendo aproximação entre as estimativas de renda de 2008 e de 2009"
_
.O saldo acumulado da balança comercial nos últimos 12 meses é de US$ 57,1 bilhões, montante 7,4% superior ao valor exportado no período de junho de 2007 a maio de 2008. Resultado das exportações de US$ 68,6 bilhões, menos as importações de US$ 11,5 bilhões.
_
Com referência ao mês passado, as exportações totalizaram US$ 6,024 bilhões, uma redução de 20,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as importações tiveram retração ainda maior (-26,8%), somando US$ 649 milhões. A comparação com maio de 2008 acentuou os desempenhos retroativos, pois na época o fluxo de comércio apresentou movimento acima da tendência sazonal em razão da regularização de embarques não registrados em março e abril daquele ano, devido à operação padrão de auditores fiscais aduaneiros.
_
Produtos
_
Dentre os produtos do agronegócio, apresentaram variações positivas de crescimento em maio o complexo sucroalcooleiro (29,7%), sucos de frutas (10%) e fumo e derivados (44,1%). O valor das exportações do complexo sucroalcooleiro saltou de US$ 593 milhões para US$ 769 milhões. A alta é atribuída às exportações de açúcar, que cresceram 61,2% em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo a cifra de US$ 661 milhões. Houve aumento tanto de preço como de quantidade nas exportações do produto, respectivamente 9,9% e 46,7%.
_
Registraram quedas nos embarques: café (-8,1%), soja (-15,6%), carnes (-31,5%), couro (-45,6%), e produtos florestais (-53,8%). Os valores exportados de soja em grãos diminuíram em relação a maio de 2008, passando de US$ 1,869 bilhão para US$ 1,722 bilhão.

A redução do juro básico muda postura de bancos no crédito

José Guerra 16/06/09 - BANCOS SÃO PAULO - Com a função de agir como indutor de crédito na economia nacional, o Banco do Brasil avança nessa direção, ao destinar mais R$ 11,6 bilhões em financiamentos para micro e pequenas empresas, por meio de aumento no limite para operações com recebíveis para cerca de 303 mil companhias desse porte.
_
Segundo a instituição, o volume maior de recursos disponíveis, deverá impulsionar a economia e favorecer a geração de emprego e renda.
_
"Nossa estratégia é disponibilizar ao mercado maior volume de crédito, com encargos financeiros mais baixos, preservando a qualidade de nossa carteira de crédito", assegura o vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global, Ricardo Flores.
_
O BB anunciou ainda redução nas taxas de juros para esse segmento de empresas. O BB ainda considera que a decisão "está em sintonia com o cenário econômico, que aponta para progressiva retomada da atividade produtiva"
_
.Se essa progressiva "retomada da atividade produtiva" está ligada ao reaquecimento do mercado de crédito e de investimentos, analistas de mercado ainda divergem em relação ao período que isso pode levar.
_
O economista e professor de Economia e Finanças da Brazilian Business School (BBS) Ricardo Torres acredita que, com a Selic em 9,25%, haverá maior aquecimento no segundo semestre. "Com a taxa básica no patamar de apenas um dígito, e em tendência de queda, as empresas deverão passar a pressionar os bancos para um alongamento dos prazos de financiamento, encurtados desde o início da crise." Dessa forma, acredita ele, a segunda metade do ano teria prazos maiores e maior busca por capital para investimentos.
_
Por outro lado, o economista da Lopes Filho e Associados, João Augusto Salles, crê que um novo ciclo de crédito deverá demorar mais tempo, e ocorrer em fins de 2010, início de 2011. "A queda da Selic não é um fator específico para melhorar o crédito. Uma expansão depende mais da demanda que da oferta." Segundo ele, ainda existe um quadro de funding restrito no exterior, enquanto internamente, a economia ainda está desaquecida, níveis de empregabilidade afetados pela turbulência global bancos preocupados com a inadimplência. "Ao fim do próximo ano, já teremos uma maior liquidez internacional e demanda mais pujante, que então impulsionará o crédito", avalia.
_
"E o crédito imobiliário será uma variável importante. O ciclo de 2005 a 2008 foi puxado pelo consignado, que tinha uma base pequena, e por veículos, que também explodiu. Agora, o crédito habitacional deverá ser o agente condutor, junto com financiamento a eletrodomésticos", completa o analista.
_
Apesar na diferença de prazos, ambos acreditam, em uma migração nos investimentos dos bancos. "Para conseguir uma remuneração melhor, os bancos deverão manter os investimentos em títulos do governo no mesmo nível, porém o excedente de capital em carteira deverá alimentar mais financiamentos", diz Torres. Já o analista da Lopes Filho acredita que esse processo também deverá levar mais tempo. "Os bancos estão mais cautelosos e devem esperar um melhor cenário econômico.
_
"O ministro da Fazenda, Guido Mantega também declarou que a queda na Selic deverá obrigar os bancos a buscar novas fontes de receitas. "Eles vão continuar tendo lucros elevados, o sistema financeiro brasileiro é muito sólido, só que a moleza acabou", disse o ministro.
_
Ainda segundo o ministro, a diminuição da rentabilidade dos papéis do governo vai ainda estimular a competitividade entre bancos e favorecer aplicações como os fundos de infra-estrutura.

Dólar sobe a R$1,967 atento ao cenário externo

Anegência Estado
Dólar sobe a R$ 1,967 atento ao cenário externoO dólar à vista devolveu no início da tarde a queda exibida desde a abertura e subiu, em sintonia com a perda de força do euro ante a moeda norte-americana. Por volta das 15h30, o dólar comercial atingiu a taxa máxima do dia de R$ 1,97 (alta de 0,87%), sendo que a mínima registrada pela manhã foi de R$ 1,935 (-0,92%). No fechamento das negociações no mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial subiu, pelo segundo dia seguido, desta vez 0,72%, a R$ 1,967. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista avançou 0,54% a R$ 1,9635. Contudo, no mês, o dólar comercial apura baixa de 0,15% e no acumulado do ano recua 15,76%. O Banco Central realizou um leilão de compra de dólar à tarde, no qual a taxa de corte das propostas foi de R$ 1,9655.
_
"O mercado operou de olho na volatilidade do dólar no exterior. Além de o euro ter perdido força nesta tarde, o dólar subiu ante outras moedas de países emergentes, além do real, como a lira turca e o peso mexicano", disse um operador de câmbio de uma corretora de um grande banco nacional. As tensões geopolíticas na Coreia do Norte e Irã também deixam os investidores ressabiados, afirmou a fonte. Para um operador de tesouraria de um banco estrangeiro, as quedas das Bolsas norte-americanas ajudaram a dar suporte de alta para o dólar. Ele atribuiu o recuo dos índices de ações norte-americanos durante à tarde aos sinais divergentes sobre a recuperação da economia nos EUA.
_
Pela manhã, o dólar cedeu no mercado global de moedas em meio à retomada das discussões pelo grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) sobre a possibilidade de a divisa dos EUA perder futuramente a posição de moeda de reserva de valor. Os líderes do grupo pediram um sistema de moedas global "mais diversficado", segundo comunicado após a cúpula realizada na Rússia. Não houve, porém, nenhuma menção explícita ao dólar nem aos EUA. Para a fonte corretora de um banco privado nacional consultada, à medida que o grupo BRIC se fortacer, a tendência para o dólar será de desvalorização.
-
Silva Rocha 16/06/2009

Banco central do Japão mantém taxa de juros em 0,1%

TÓQUI- O Banco do Japão (BOJ, banco central do país) elevou sua avaliação sobre a economia pelo segundo mês consecutivo, encorajado pelos sinais de que o pior da crise econômica já passou. O conselho de política monetária do BOJ também decidiu por unanimidade deixar inalterada, em 0,10%, sua taxa básica de juros, a "overnight call loan rate" não garantida, enquanto avalia a efetividade das medidas adotadas anteriormente. A última redução da taxa foi em dezembro, quando o BOJ efetuou um corte de 0,2 ponto porcentual.
_
Dando sequência à reunião de maio do conselho de política monetária, quando o BOJ melhorou sua avaliação da economia pela primeira vez desde julho de 2006, o banco central confirmou nesta terça-feira que ao longo do mês passado a economia continuou a avançar para uma recuperação. "As condições econômicas do Japão, depois de se deteriorarem significativamente, começaram a parar de piorar", disse o banco central num comunicado divulgado juntamente com o anúncio da decisão sobre a taxa de juros.
_
Em maio, o BOJ havia dito que as exportações e a produção estavam "começando a aumentar", embora as condições econômicas tivessem se deteriorado. As melhoras da avaliação econômica não significam necessariamente que o banco apertará sua política monetária, já que as condições da economia permanecem em baixa. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado

Baixo valor agregado impulsiona venda direta

Fernando Teixeira SÃO PAULO - O setor de vendas, que movimentou nos três primeiros meses do ano R$ 4,4 bilhões, vê na venda de itens de menor valor agregado a ampliação dos negócios. Tanto que no Grupo Silvio Santos o crescimento desse segmento, de janeiro a maio, foi de 320% e a previsão de faturamento subiu de R$ 160 milhõesR$ 200 milhões até o final deste ano. Já a norte- americana Amway teve aumento de 50% no acumulado deste ano.
_
Seguindo os passos de crescimento, a DeMillus, de roupa íntima e com 70% da produção voltada para a venda direta, comemora alta de 13% nos primeiros cinco meses de 2009, além de ter aumentado o chão de fábrica. A Herbalife é outro caso, que viu incremento de 20% nas vendas e, com o resultado, acrescentou mais produtos à sua lista.
_
Ao aproveitar a força da emissora SBT e do apresentador Silvio Santos, os cosméticos das marcas Jequiti e Hydrogen já envolvem 72 mil vendedores direto. Lázaro do Carmo Júnior, diretor-geral da divisão de cosméticos do Grupo Silvio Santos, diz que as marcas devem crescer mais ainda até o fim do ano. "Agora teremos dois programas na televisão. Um deles estreia dia 21 e mostra como se fabricam e as melhores técnicas desses produtos. E teremos uma personagem, na nova novela, que será uma consultora da Jequit."
_
Carmo diz que a marca abriu ainda um showroom em janeiro, no Sofitel Jequitimar, no Guarujá (SP). "As pessoas podem testar e encomendar os produtos." Outra novidade será o lançamento de linhas de produtos para o lar, como antecipou o DCI. "Vamos lançar o catálogo em julho, que contará com jóias e semijóias, além de utilidades para o lar. Até o final do ano serão 200 os itens desta linha e 400 os cosméticos", ressalta.
_
No segmento de moda íntima, a DeMillus comemora aumento de vendas de 13% de janeiro a maio, em comparação ao mesmo período de 2008. O aumento, segundo a diretora de marketing, Eva Goldman aconteceu principalmente porque os produtos são de baixo valor agregado. "Na virada do ano passado não sabíamos o que planejar por causa da crise. Como não há crédito na praça, a pessoa se autopresenteia. Vimos também uma recuperação das vendas ao varejo, pois hoje temos fila de espera." A marca trabalha com 120 mil vendedores e faturou R$ 280 milhões ano passado - 70% deles de venda direta.
_
Para este ano foram contratadas 120 costureiras e a produção cresceu 30%. "Compramos equipamentos para fazermos outros tipos de tecido. Isto não dá aumento de volume, mas nos dá ganho de produção, uma vez que analisamos que poderia faltar matéria-prima", afirmou Eva.
_
Preço
_
Para André Raduan, presidente no Brasil da marca Amway, que fatura US$ 8,2 bilhões no mundo e quer faturar US$ 500 milhões na América Latina, até 2012 [hoje são cerca de US$ 150 milhões], o momento é de comemoração, já que a empresa acumula incremento de 50% no acumulado do ano. "Nossa principal política para crescer foi investir em produtos e preço. Antes os produtos eram voltados para clientes norte-americanos e europeus. Convencemos a matriz a ter produtos com a nossa realidade." Ele revela que um pote de vitamina C continha 180 cápsulas e custava R$ 105 e, agora, tem 25 e custa menos. "O bolso fica mais aliviado. O brasileiro não tem o costume de comprar produtos para longo prazo.
_
"Outra mudança na empresa foi a reformulação de embalagens e fragrâncias. "Ficou muito melhor. Trouxemos produtos para fabricar aqui, como sabonetes, barras de cereais, perfumes e protetor solar. Devemos ampliar." Ele conta também que existem produtos semiacabados. "Temos, no Ceará, uma fazenda de acerola. Retiramos a água e a exportamos para encapsular a vitamina C. Algumas cascas, como a de maracujá, viram produtos do tipo corn flakes." Além disso a empresa, investiu em marketing televisivo e abriu três showrooms.
_
Para o executivo, outro ponto fundamental para os resultados foi um melhor treinamento dos vendedores. "Temos kit multimídia e conseguimos dar um suporte melhor ao vendedor, que pode ver técnicas de vendas e saber mais sobre os produtos."
_
Outra norte-americana que atua com vendas diretas no Brasil é a Herbalife. Em 2008, a companhia registrou, no mundo, vendas brutas da ordem de US$ 3,8 bilhões, resultado 9,9% maior que o registrado em 2007. A unidade brasileira fechou o primeiro trimestre de 2009 com vendas brutas de R$ 140 milhões, consolidando crescimento de 20% frente a igual período do ano passado.
_
Para aumentar sua penetração no mercado nacional, a empresa fechou acordo com a espanhola Puig Beauty & Fashion Group, que fabrica perfumes, cosméticos e moda. Marcelo Zalcberg, diretor-geral da operação brasileira da Herbalife, avalia que a entrada na área de perfumes é estratégica. "Nosso mix de produtos para cuidados pessoais correspondia a 10% das vendas em 2007. Em 2008, fechou em 13%. A linha Lively vai contribuir para continuarmos a crescer neste segmento."
_
Para dar suporte ao início das vendas, a Herbalife está distribuindo cerca de 100 mil catálogos à rede de distribuidores independentes, com detalhes da linha. Toda a liderança foi treinada e multiplicadores estão em campo para integrar os produtos ao dia a dia dos distribuidores. Zalcberg diz que houve maior investimento na divulgação, na infraestrutura da empresa e no treinamento dos revendedores. "Hoje nosso catálogo tem 50 produtos, desde aqueles para controle de peso, como sopas e shakes, a itens de cuidado pessoal e de uso diário."
_
O executivo acredita em um crescimento de dois dígitos este ano. "A maior concentração de vendas fica no Sudeste e Sul."
DCI- Varejo 16/06/09

domingo, 14 de junho de 2009

Brasil deve emergir da crise antes da China, diz Pettis

Para o professor da Universidade de Pequim, a China terá dificuldade em aumentar a demanda doméstica
Luciana Xavier, da Agência Estado
_ _ SÃO PAULO - A crise global está longe do fim, mas se tem algum país que pode se recuperar primeiro, esse país é o Brasil e não a China, acredita o norte-americano Michael Pettis, professor de Finanças Internacionais da Escola de Administração da Universidade de Pequim. Pettis veio ao Brasil para participar de seminário em São Paulo. Pettis foi considerado este ano pela revista Businessweek uma das vozes mais influentes atualmente sobre economia chinesa. Autor de vários livros e do blog mpettis.com, Pettis passou muitos anos em Wall Street, alguns deles no Bear Stearns, antes de ir para a China, onde está há cerca de sete anos. _____
___ Pettis acha que a China terá dificuldade em resolver o problema de excesso de produção por meio do aumento da demanda doméstica. "A China está tentando fazer isso, mas se alguém acha que será fácil ou rápido, está muito enganado. Vai levar pelo menos uma década de transição difícil". _
Ele aceitou conceder entrevista no último dia 13, por telefone, do Rio de Janeiro, à jornalista Luciana Xavier, do AE Broadcast Ao Vivo, desde que fosse feita após seu almoço com o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e antes do uma reunião marcada na Casa das Garças. _
Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista: _
Agência Estado - O senhor diz em seu blog que a crise está longe de terminar. Quão distante estamos e isso se aplica também à China? _
Pettis - Isso se aplica especialmente à China. Acho que há muito para se trilhar até que a crise chegue ao fim.Pois esta crise é resultado de desequilíbrios significativos que se formaram ao longo de bastante tempo, especialmente nos últimos dez anos, nos quais o crescimento do consumo norte-americano foi muito, muito maior do que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O que é outro modo de dizer que os Estados Unidos foram aumentando cada vez mais os seus déficits comerciais. Uma das consequências disso é que as famílias nos EUA foram se endividando de modo insustentável. Esses níveis atingiram níveis históricos. _
Agora estamos num processo, que provavelmente deve levar de três a quatro anos, de estreitamento desse endividamento. A expansão do consumo nos EUA será menor do que a expansão do PIB por vários anos. _
Com isso, o déficit comercial dos EUA deve diminuir e pode até mesmo se tornar superávit, o que terá impacto importante sobre a China. Pois no coração do modelo de desenvolvimento chinês está o excesso de produção, acima do consumo doméstico. Isso requer que algum país tenha déficit comercial maior para absorver essa capacidade excedente chinesa. Esses tempos terminaram. Os EUA não estão querem ou não podem mais continuar com déficits comerciais tão altos. O que significa que o problema de excesso de capacidade da China terá de ser resolvido na esfera doméstica e isso será bem difícil. __
AE - O que pode ser feito? _
Pettis - A princípio, todos concordam que a China precisa aumentar o consumo doméstico. Mas as políticas que têm sido implementadas nos últimos anos vão na direção contrária. Se você olhar nos últimos cinco anos, o consumo na China caiu em relação ao PIB e as exportações chinesas cresceram em relação ao PIB, o que é exatamente o oposto do que deveria estar sendo feito. De fato, dada a rigidez do sistema financeiro e do modelo econômico é muito difícil fazer essa troca. Alguns países fizeram isso, como os Estados Unidos, no início do século 19, o Brasil, há 30 ou 40 anos, ou o Japão, um pouco mais recentemente. A China está tentando fazer isso, mas se alguém acha que será fácil ou rápido, está muito enganado Vai levar pelo menos uma década de transição difícil. _
AE - Então a China não será um dos primeiros a recuperar da crise, como apostam muitos analistas? _
Pettis - Não. Acho que a maioria dos analistas simplesmente não entende a magnitude do problema. É preciso ter cuidado ao que se quer dizer falar do que o país será "um dos primeiros a se recuperar". A China não irá entrar em sério colapso como outros países entrarão, porque o governo está estimulando gastos fiscais de maneira dramática. _ Particularmente, por meio de empréstimos bancários. O problema dessa expansão rápida dos empréstimos bancários é ter um aumento grande da inadimplência e isso levará anos para ser saldado. Então, a China não terá colapso, mas levará muitos anos para sair desse problema. E devo dizer que quando eu falo que a China terá uma década difícil não quero dizer que será como os EUA nos anos 30, o Japão nos anos 90 ou o Brasil nos anos 80. A China terá crescimento e ele poderá ser significativo, de 4% ou 5% ao ano, ou talvez mesmo um pouco mais que isso. Mas os tempos de crescimento de 13% ou 14% se foram e, provavelmente, para sempre. _
AE - A China não poderá substituir os EUA no futuro como consumidor global? _
Pettis - Não. O consumo total na China é quase o mesmo que o consumo total da França. Então a ideia de que o consumo chinês pode tirar o mundo da crise faz tanto sentido quanto dizer que a França pode tirar o mundo da crise. Vai ser um processo muito difícil.
_
AE - Como ficam os outros países emergentes, especialmente o Brasil, que é tão dependente do comércio com a China?
__
Pettis - Acho que será difícil. Lembre-se de que mesmo parte das exportações que o Brasil faz para a China, na verdade são indiretamente para os EUA. A China importa muitas commodities que depois são usadas na produção de suas exportações. Se houver crescimento lento no consumo norte-americano, então vai haver crescimento lento em todas as economias que dependem diretamente ou indiretamente do consumo dos EUA. _
AE- O senhor vê uma década difícil para o Brasil também?
_ Pettis - Acho que o sistema financeiro brasileiro é bem mais flexível. A estrutura da dívida no Brasil, embora ainda não seja notável, tem melhorado. Meu palpite é que o Brasil pode ter alguns anos difíceis, mas, honestamente, acho que o Brasil irá emergir da crise mais rápido do que a China e a maior parte dos países asiáticos. (...) _
_
AE- Isso significa que o Brasil poderia sair na frente em comparação a EUA, Europa e até mesmo a China? _
Pettis - Não sou especialista em Brasil, mas diria que o que nos surpreende ao fazermos retrospecto de crises globais é que países que parecem mais fortes, com maiores níveis de reservas e de superávits comerciais (...) são os que sofrem maiores ajustes e provavelmente veremos isso de novo.

Concessão de crédito volta ao nível anterior à crise

AE - Agencia Estado _ SÃO PAULO - O crédito total no Brasil praticamente dobrou entre 2002 e 2009. Saiu de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final daquele ano para o recorde de 42,6% em abril, o equivalente a R$ 1,25 trilhão. Ainda é um porcentual baixo, se comparado à média internacional, mas suficiente para influenciar, como nunca antes no País, o desempenho da economia.
_
Foi em grande medida por causa da ausência de crédito que o PIB do quarto trimestre de 2008 caiu 3,6% em relação aos três meses anteriores, o maior recuo nessa base de comparação desde o início da série histórica, em 1996. Por isso, o crédito determinará o tamanho do crescimento daqui até o fim do ano.
_
"As concessões diárias para pessoas físicas no primeiro trimestre voltaram ao nível em que se encontravam em setembro (quando a quebra do banco Lehman Brothers aprofundou a crise)", observa o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges. Segundo ele, esses empréstimos somavam R$ 2,47 bilhões/dia em setembro, caíram para R$ 2,40 bilhões em dezembro e atingiram R$ 2,46 bilhões em março. Com mais financiamento, argumenta, as pessoas compraram mais.
_
A mais recente pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com seus associados indica que a expectativa é de uma expansão de 14% do crédito com recursos livres (excluindo dinheiro público) em 2009. Para as pessoas físicas, estima-se uma alta de 13,7% e, para as empresas, de 14,6%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
_
Domingo, 14 de junho de 2009, 08:42 Online

sexta-feira, 12 de junho de 2009

G8 está morto e emergentes têm mais representatividade, diz ministro

Agência Brasil
_ O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (12), em Paris, que o G8 grupo que reúne os sete países desenvolvidos mais a Rússia está morto. "Não sei como ele vai ser enterrado, mas o G8 morreu".
_ "No mundo de hoje, o grupo dos oito países mais ricos do mundo não representa mais nada", completou, na saída de uma palestra comemorativa aos dez anos do departamento de Mercosul na universidade francesa Science Po, para uma plateia de estudantes.
_ Amorim debateu com o diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, as perspectivas para o mundo pós-crise. O chanceler brasileiro analisou que países como o Brasil, que diversificaram as exportações, sofreram menos o impacto da crise, e reafirmou a crença brasileira de que a solução para o comércio mundial passa por negociações multilaterais, notadamente as rodadas de negociação da OMC.
_ Lamy, que ressaltou a importância dos países em desenvolvimento, fez uma previsão otimista de arrefecimento para a crise financeira mundial, a partir de 2010. Ele lembrou que momentos críticos como o atual tendem a reforçar o protecionismo, mas avaliou que, de maneira geral, o mundo tem agido com bom senso e evitado esta pressão pela fechada dos mercados.
_ Ele também insistiu na necessidade de se concluir a chamada Rodada Doha, que debate a redução das barreiras comerciais e o estímulo à criação de zonas de livre comércio. "Oitenta por cento já foram feitos", disse ele. "Faltam os 20% mais difíceis".
_ Celso Amorim avaliou que as decisões tomadas hoje pelo grupo dos oito países mais poderosos do mundo não podem mais prescindir da opinião dos países em desenvolvimento. Ele afirmou que, para muitos temas, o G20 (grupo de 20 países emergentes criado nas discussões da OMC) tem hoje uma representatividade mais efetiva do que o G8. "Estamos entrando num tempo de governança variável, em que vários grupos diferentes vão se formar de acordo com áreas de interesse."
_ Amorim elogiou a posição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de propor um desarmamento nuclear mundial. "Pode soar poético, mas é factível a longo prazo. Antes se falava em não proliferação e controle das armas nucleares, mas a proposta de eliminação total das armas nucleares é totalmente inédito", afirmou.

Lula: País deu uma 'guinada para cima muito importante'

TÂNIA MONTEIRO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comemorar hoje os números da economia brasileira. Durante entrevista coletiva após inauguração de obras em Aracaju (SE), Lula disse que "já demos uma guinada para cima muito importante". Segundo ele, "realmente" os números do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano poderiam ter sido melhores. Mas ele atribuiu a responsabilidade pelo desempenho a alguns setores da economia e justificou: "Se não houvesse pânico de alguns setores, se a indústria automobilística não tivesse dado férias coletivas, a situação seria outra", declarou o presidente, ressaltando que a situação, no entanto, já mudou.
_
Ele lembrou que hoje o País "tem uma balança comercial diversificada, que o povo brasileiro está consumindo bastante" e voltou a dizer que o "Brasil vai sair da crise antes do que qualquer outro país". Sobre o empréstimo concedido pelo Brasil ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente disse que ele só foi possível agora porque a economia está estabilizada e o Brasil tem US$ 207 bilhões de reservas. "As reservas continuam em US$ 207 bilhões (mesmo com o empréstimo), porque o dinheiro é emprestado", disse, comentando ainda que o "Brasil ficou mais forte e vivemos uma grande estabilidade econômica

BRIC definirá ações contra crise na semana que vem

AE - Agencia Estado
_ BRASÍLIA - Os países que formam o chamado grupo BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - devem aprovar, em sua reunião de cúpula, na próxima terça-feira, na cidade russa de Ecaterimburgo, uma declaração conjunta com as medidas que consideram indispensáveis para a retomada do crescimento sustentável da economia mundial. A declaração será apresentada no próximo encontro dos 20 países mais desenvolvidos (G-20), no segundo semestre deste ano, possivelmente na Itália.
_
As informações são do porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach. A programação do governo brasileiro para a reunião da próxima terça-feira, a ser elaborada pelo Ministério das Relações Exteriores, ainda não está pronta. A conclusão desse trabalho depende de informações do país organizador do encontro, que é a Rússia. O Itamaraty informou hoje que divulgará a programação no domingo.
_
O porta-voz da Presidência informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acha possível conseguir um pacto na Cúpula dos BRIC, para que o grupo de países tenha uma participação maior em todos os temas da agenda internacional. "E tenha um poder de influência maior sobre o equacionamento de várias questões internacionais, tais como a crise internacional pela qual nós estamos passando no momento", afirmou Baumbach.
_
Além da crise econômica e financeira global, serão discutidos na reunião da próxima terça-feira, segundo o porta-voz, o panorama geral da política e do comércio internacionais, o diálogo do BRIC no futuro com o G-8 (sete países mais industrializados do mundo, mais a Rússia) e a reforma das instituições financeiras internacionais, além das questões de segurança alimentar e energética, mudança do clima e assistência ao desenvolvimento. Na noite da próxima terça, Lula participará de jantar de trabalho oferecido pelo presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev, e em seguida, às 22h30, partirá para Astana, no Casaquistão.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Russia escolhe frigoríficos para importar carne suína do Brasil

Na próxima semana, a Rússia publicará a lista com os frigoríficos de Santa Catarina habilitados para exportação de suínos. A afirmação é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes que fez um relato, nesta tarde, sobre a missão oficial brasileira ao país ocorrida entre os dias 2 e 8 de junho. Na última quarta-feira (3) em reunião com a ministra da Agricultura da Rússia, Elena Skinnik, Stephanes anunciou a decisão do governo russo de habilitar os estabelecimentos catarinenses.
_
Durante a viagem, o ministro Reinhold Stephanes discutiu ainda com as autoridades russas ampliação das cotas por elas estipuladas para exportação de carnes brasileiras de aves e suínos. “Estou encaminhando uma nota para o presidente Luiz Inácio Lula da silva sobre essa negociação, já que ele vai se reunir com o chefe de estado russo, Dmitry Medvedey, no próximo dia 16”, disse. A intenção, conforme Stephanes, é que o aumento dessas cotas passe a vigorar a partir de 2010.
_
Atualmente, o Brasil está inserido numa cota anual de exportação de carnes para a Rússia que inclui outros países. Em 2008, esta quantidade foi fixada em 193 mil toneladas para suínos e de 68 mil toneladas para carne de frango. Já em 2009, este valor caiu para 177,5 mil toneladas para suínos e 12,4 mil toneladas para frangos. Apenas Estados Unidos e União Europeia têm cotas exclusivas estabelecidas por aquele governo.
_
O ministro também participou nos dias 6 e 7 de junho do Fórum Mundial de Grãos, em São Petersburgo. O evento abordou a economia mundial e o aumento da produção agrícola para atender a demanda internacional.
_ Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da RepúblicaNº 823 - Brasília, 10 de Junho de 2009

Fecomércio prevê retomada para o próximo trimestre

NOTAS _
São Paulo - A Fecomércio acredita que, no próximo trimestre, a expectativa da atividade econômica será melhor, uma vez que o consumo caiu, mas a confiança do consumidor em relação à economia aumentou em abril. Segundo a Federação, o Produto Interno Bruto (PIB) não apresentou resultado pior porque o setor de serviços, que inclui os bancos, cresceu moderadamente, atenuando a situação. Abram Szajman, presidente da Fecomércio, diz que o consumo das famílias colaborou fundamentalmente para que não houvesse uma queda maior.
DCI - Comercio -10/06/09 -

Brasil, Rússia, Índia e China irão debater reservas em dólar

INTERNACIONAL 10/06/09 -Agência Estado Bloomberg PEQUIMWASHINGTON - Hu Jintao, presidente da China, participará do primeiro encontro de cúpula entre Brasil, Rússia, Índia e China (Bric) que acontecerá na Rússia no dia 16, terça-feira. Hu viajará no domingo para Ekaterinburgo, no oeste da Rússia, onde será realizado o encontro. Ele permanece no país até dia 18. A viagem envolve, além da reunião dos países do Bric, uma visita de Estado e reuniões regionais de segurança, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Qin Gang.Em maio do ano passado, foi realizado um encontro similar dos países do BRIC, mas contando apenas com a participação de ministros de relações exteriores. Hu deixará a Rússia no dia 18 em direção a Eslováquia e a Croácia para visitas de Estado.
_
Na entrevista concedida pelo Ministério de Relação Exteriores da China para divulgar a viagem de Hu, o vice-ministro de Relações Exteriores da China, He Yafei, afirmou ser necessário aprofundar as discussões sobre a ideia de uma supermoeda soberana, acrescentando que atualmente tais discussões estão em nível acadêmico e entre peritos.
_
A Rússia e a China sugeriram anteriormente que os Direitos Especiais de Saque emitidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) poderiam eventualmente substituir o dólar como moeda de reserva global. Mas as ponderações feitas por He indicam que Pequim não prevê aplicação de tais ideias no curto prazo. O presidente do Banco do Povo da China, Zhou Xiaochuan, discutiu a criação de uma super moeda soberana em um ensaio que veio a público em maio, pouco antes da reunião do G-20 em abril.
_
He reiterou que a China é a favor de uma relativa estabilidade cambial entre as maiores moedas de reserva, o que conduz a um sistema monetário global mais racional e diversificado. Ele acrescentou que a China propõe melhora nos mecanismos para emissão e administração de moedas de reserva internacional.
_
Recentemente, a China pediu ao FMI para melhorar o monitoramento das nações que emitem moedas de reserva, particularmente daquelas utilizadas como moeda de reserva. Tais comentários vêm à tona em meio a preocupações de que o aumento no déficit fiscal dos Estados Unidos, em decorrência dos planos de estímulo do governo norte-americano, poderá eventualmente produzir inflação, enfraquecer o dólar e minar o valor dos investimentos chineses na moeda.
_
"Temos ouvido do governo chinês - em privado - preocupação substancial, contínua e crescente", afirmou o deputado republicano Mark Kirk após viagem à China, que incluiu conversas com funcionários do governo chinês e com presidente do banco central, Zhou Xiaochuan."É claro que a China gostaria de diversificar seus investimentos em relação ao dólar", disse o congressista no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
_
A avaliação de Kirk difere dos comentários feitos pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, na semana passada, sobre sua visita à China, de que os líderes chineses manifestaram confiança sobre o futuro da economia dos EUA, atingida por uma recessão. A China é o maior credor dos EUA, com US$ 700 bilhões investidos em títulos do Tesouro norte-americano. O país lançou, no início deste ano, a ideia de substituir o dólar por uma cesta de moedas como unidade de referência global.
_
Segundo Kirk, os líderes chineses criticaram fortemente a política de alívio quantitativo do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). O alívio quantitativo é uma forma de inundar o sistema financeiro com dinheiro, que os chineses classificaram como impressão de dinheiro imaginário.
_
Ontem, Dominique Strauss-Kahn, diretor-geral do FMI, afirmou que os bônus do Fundo são um investimento seguro. A declaração foi feita assim que a China anunciou a intenção de comprar US$ 50 bilhões desses papéis. "Estes novos bônus são outro instrumento de investimento seguro e com um rendimento razoável para os países-membros", disse Strauss-Kahn, declarando-se "agradecido às autoridades chinesas por seu forte apoio ao sistema financeiro internacional". A China é o segundo país, depois da Rússia, a oficializar seu interesse em contribuir para o refinanciamento do FMI.
_
Carros
_
As vendas de veículos de passageiros na China subiram 47% em maio, seu maior salto desde fevereiro de 2006, uma vez que os cortes de impostos e os subsídios do governo ajudaram a ampliar a liderança do país sobre os EUA como o maior mercado automobilístico do mundo. O total das vendas de veículos subiu 34%, para 1,12 milhão de unidades.
_
Hu Jintao, presidente da China, participa do 1º encontro de cúpula de Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC), na Rússia no dia 16.

Selic tem taxa de um dígito pela 1ª vez na história, a 9,25%

Copom surpreende mercado e mantém ritmo de corte de juros, reduzindo a Selic em um ponto porcentual
_
Agência Estado _
SÃO PAULO - O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto porcentual, de 10,25% ao ano para 9,25% ao ano, sem viés. A decisão foi tomada por 6 votos a favor de 1 ponto e dois votos, pela redução de 0,75 ponto porcentual. É a primeira vez desde que a Selic foi criada, em 1986, que ela fica em um dígito.
_ Na reunião anterior, em 29 de abril, o corte também havia sido de 1 ponto porcentual. Em 11 de março, a redução dos juros foi mais agressiva, de 1,5 ponto, e na primeira reunião do ano, em 21 de janeiro, a taxa caíra 1 ponto. Neste ano, portanto, o juro básico acumula uma redução de 4,5 pontos porcentuais.
_ Em nota à imprensa divulgada após a decisão, o BC sinaliza que deve reduzir o ritmo dos cortes nas próximas reuniões. "Levando em conta que mudanças da taxa básica de juros têm efeitos sobre a atividade econômica e sobre a dinâmica inflacionária que se acumulam ao longo do tempo, o Comitê concorda que qualquer flexibilização monetária adicional deverá ser implementada de maneira mais parcimoniosa", diz o texto.
_ Na nota, o BC afirma que "acompanhará atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos da estratégia de política monetária".
_
_ Surpresa
_ A maioria dos economistas do mercado financeiro acreditava que o BC teria uma postura menos agressiva na decisão desta quarta, porém ainda de corte na taxa básica de juros. Conforme levantamento feito pela Agência Estado com 60 instituições, antes das divulgações do relatório de emprego nos EUA e do PIB no Brasil, mais da metade, ou 41, trabalhava com uma expectativa de redução de 0,75 ponto porcentual, contra um grupo de 16 instituições que ainda via espaço para uma redução de um ponto porcentual na Selic e apenas três economistas com estimativa mais conservadora, de diminuição de 0,50 ponto porcentual.
_ Na terça-feira, após a divulgação do PIB do primeiro trimestre - com taxa negativa, mas não tão ruim quanto as previsões -, o mercado eliminou apostas mais agressivas de corte de juros (de 1 ponto porcentual) e fez as fichas convergirem para a de redução de 0,75 ponto porcentual. Mas acabou sendo surpreendido pelo BC.
_ O Copom voltará a se reunir para decidir sobre a taxa básica de juros nos dias 21 e 22 de julho deste ano. A ata com as explicações da decisão de hoje será divulgada pelo Banco Central na quinta-feira da próxima semana (dia 18 de junho).
__
Leia a seguir a íntegra do comunicado do Copom sobre a decisão de política monetária:
_ "Tendo em vista as perspectivas para a inflação em relação à trajetória de metas, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,25% ao ano, sem viés, por seis votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em 0,75 ponto porcentual. Levando em conta que mudanças da taxa básica de juros têm efeitos sobre a atividade econômica e sobre a dinâmica inflacionária que se acumulam ao longo do tempo, o Comitê concorda que qualquer flexibilização monetária adicional deverá ser implementada de maneira mais parcimoniosa. O Copom acompanhará atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos da estratégia de política monetária.
_ Brasília, 10 de junho de 2009"

terça-feira, 9 de junho de 2009

Demanda do consumidor por crédito cresce 2,5% em maio

SÃO PAULO - O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito registrou crescimento de 2,5% em maio de 2009 na comparação com o mês anterior, perfazendo a terceira variação mensal positiva consecutiva (em abril houve alta de 10,8% e, em março, de 5,8%).
_
Segundo a empresa, tal movimento consolida a trajetória iniciada em março, de reativação da demanda do consumidor por crédito, que pode ser explicada pela melhora gradual das condições da oferta de crédito às pessoas físicas por parte do sistema financeiro (aumento dos prazos médios e custos mais baixos para o tomador final) bem como pela queda do dólar, aumentando a confiança dos consumidores na economia sinalizada por pesquisas especializadas nesta área.
_
Não obstante a recuperação que se observa na margem da demanda do consumidor por crédito, as variações anuais, isto é, comparadas com os mesmos meses do ano anterior, ainda encontram-se em território negativo, segundo a Serasa. Em maio de 2009, o nível da demanda do consumidor por crédito recuou 13,6% em relação ao patamar observado em maio de 2008. No acumulado do ano (janeiro a maio de 2009), a procura dos consumidores por crédito encontra-se 8,0% abaixo do nível verificado no acumulado dos primeiros cinco meses de 2008.
_
Na abertura regional, o maior crescimento da demanda dos consumidores por crédito em maio foi observado na Região Nordeste (alta de 5,4%), seguida de perto pelas Regiões Sudeste (+3,3%) e Centro-Oeste (+2,5%). As Regiões Norte (-2,8%) e Sul (-0,8%) acusaram quedas em maio na procura dos consumidores destas regiões por crédito. No acumulado do ano, todas as regiões ainda apresentam queda na procura dos consumidores por crédito. A maior delas é verificada na Região Nordeste (-11,7%), seguida pela Sudeste (-7,9%), Sul (-7,2%), Norte (-5,4%) e Centro-Oeste (-5,1%).
_
A elevação da procura dos consumidores por crédito em maio foi liderada pelas camadas de mais alto rendimento mensal da população. Os consumidores com renda pessoal mensal superior a R$ 10 mil elevaram sua demanda por crédito em 11,3% no mês de maio e os consumidores com rendimento entre R$ 5 mil e R$ 10 mil apresentaram alta de 4,5% na procura por crédito. O maior acesso a informação via noticiário especializado dando conta de sinais de recuperação do cenário econômico doméstico pode explicar essa liderança.
_
DCI-BANCOS 09/06/09 Agência Estado

Moagem de cana-de-açúcar é 61,83% maior nesta safra

Nota __ São Paulo - Condições favoráveis para a colheita da cana-de-açúcar desde o início da safra 2009/2010, em toda a região centro-sul do País, aceleram o ritmo de moagem, atingindo o volume de 72,68 milhões de toneladas, que comparados com o acumulado da safra anterior de 44,91 milhões de toneladas, representam um acréscimo de 61,83%.
_
Essa moagem representa até essa data 13,21% do estimado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em sua previsão inicial. Até 15 de maio, ainda não haviam iniciado a moagem 65 unidades produtoras, das quais 22 das novas unidades previstas.
_
A unidade da Usina Colombo, no Município de Santa Albertina (SP), foi a primeira das novas unidades a iniciar a moagem.
_
DCI- 09/06/09

Caixa anuncia redução de juros de até 16,4%

BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal anunciou nesta terça-feira (9) que vai operar nova tabela de juros na próxima segunda-feira (15) e acenou com uma redução de até 16,4% no crédito comercial. As reduções contemplam oito linhas de crédito para pessoa física e dez modalidades pessoa jurídica (empresas).
_
Para pessoa física, o destaque é a queda de juros na linha de créditos conveniados INSS, que baixa de 0,88% para 0,85% ao mês, numa redução de 3,4%. O banco também reduziu as taxas do penhor, de 2,10% para 2,08%, e vai cobrar juros a partir de 1,19% no financiamento de veículos.
_
O Cartão Turismo Parcelado também teve reduzida a taxa mínima de 2,9% para 2,4% ao mês e máxima, de 3,8% para 3,3%. No caso do crédito pessoal, a taxa mínima diminui de 3,85% para 3,80% e a máxima, de 4,31% para 4,26%. A taxa mínima do cheque especial também cai de 1,27% para 1,20%.
_
Segundo a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, o banco vem se mantendo com as menores taxas de juros do mercado. “Nossa atuação aponta claramente que estamos cumprindo nossa missão de banco público, ampliando a oferta de crédito e reduzindo os juros com sustentabilidade”, disse.
_
De acordo com o vice-presidente de Finanças, Márcio Percival, a diretoria da Caixa analisou o comportamento das curvas futuras de juros e resolveu reduzir as taxas de vários produtos às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, iniciada hoje (9).
_
Percival entende que “as novas taxas irão contribuir para a expansão do crédito e do consumo, necessárias para a retomada dos níveis de crescimento, emprego e renda”. Foi por esse motivo, segundo o vice-presidente que o banco reduziu para até 16,42% a taxa máxima do GiroCaixa para o segmento de micro e pequenas empresas e também promoveu a redução da taxa do cheque Empresa Caixa, conveniado em folha de pagamento, que passa de 5,13% para 5,09% ao mês.
DCI. 09/06/09 POLÍTICA ECONÔMICA- Agência Brasil

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Linha de crédito destina R$ 200 milhões para turismo

_
Empresas prestadoras de serviços turísticos cadastradas no Ministério do Turismo terão crédito de R$ 200 milhões para financiar investimentos e capital de giro de pequenos empreendimentos. A linha especial de crédito - Giro Setorial Turismo -, lançada nesta segunda-feira (8), conta com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), aprovados na última reunião ao Conselho Deliberativo do fundo. Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o turismo é uma vocação forte e estratégica para o Brasil, o que pode garantir muitos empregos.
_
“O setor de serviços é o que mais cresceu nos últimos anos na geração de empregos. É um setor que tem força, tem pujança, é um dos mais vinculados, por meio de restaurantes, bares, hotéis, transportes, tudo é vinculado ao turismo”, disse.
_
Micro, pequenas, médias e grandes empresas do setor poderão tomar emprestados até R$ 5 milhões, a serem pagos em até 36 meses, incluído o prazo de carência de até 18 meses. O limite de crédito tem o objetivo de pulverizar os recursos e atender ao maior número de empresas possível. Para ter direito aos recursos do FAT, as empresas precisam se cadastrar no Ministério do Turismo. O Cadastramento pode ser feito online pelo site http://www.cadastur.turismo.gov.br/
_
Os empréstimos poderão ter dois tipos de taxas de juros: uma pós-fixada, que não poderá ultrapassar a TJLP acrescida de até 2,8% ao ano, e outra prefixada, que será de 8,5% ao ano. A linha será operada pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal .
_
A linha de crédito é mais uma ação do governo federal para estimular empresas a manter os níveis de emprego e renda no setor. Desde março, o Ministério do Turismo vem colocando em prática medidas estratégicas para incentivar a oferta e a demanda turística brasileira. Alguns exemplos são a promoção de destinos nacionais, o crediário Caixa Fácil para o Turismo, que financia viagens em até 24 meses, e a abertura da terceira temporada do programa Viaja Mais Melhor Idade.
_
Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da RepúblicaNº 821 - Brasília, 8 de Junho de 2009

Banco Central prevê recessão maior na zona do euro e mantém juro

FRANKFURT LONDRES - Em um dia de decisão sobre as taxas de juros na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) elevou significativamente, para 4,6%, sua previsão de recessão na zona euro em 2009. O BCE apostava até então em um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,7% em 2009. Para 2010, a instituição de Frankfurt também elevou suas previsões: ela espera agora um recuo do PIB de 0,3%, contra um crescimento nulo até então. Sobre a inflação na zona euro, o BCE abaixou levemente sua previsão, de 0,4% para 0,3%.
_
Para 2010, o BCE manteve sua previsão de 1%. No mesmo dia, o Banco Central Europeu manteve a taxa básica de juro da zona do euro no recorde de baixa de 1%, como já era esperado pelo mercado. O BCE também manteve a taxa de depósito, em 0,25%, e a taxa de empréstimos, em 1,75%. Já o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BOE - autoridade monetária britânica) informou ontem que, pelo terceiro mês consecutivo, decidiu deixar inalterada a taxa básica de juros no Reino Unido no mínimo histórico de 0,5%.
_
A medida não surpreendeu os analistas, que já tinham previsto uma manutenção dos juros e estavam mais interessados em saber se o banco central quer colocar mais dinheiro em circulação, para reativar o mercado creditício e estimular a economia da região. Sobre isso, a instituição afirmou ontem que não reforçará seu programa de alívio quantitativo da economia, cujo orçamento é de mais de 125 bilhões de libras (143 bilhões de euros).
_
O programa foi ativado depois que a taxa de juros neste país ficou em 0,5% em março, após seis quedas consecutivas com as quais o banco central tentou amortecer o impacto da crise financeira na economia nacional. No entanto, após comprovar que esta medida não estava conseguindo reaquecer a economia nem impulsionar a recuperação do mercado creditício, o Banco da Inglaterra decidiu emitir dinheiro para injetar liquidez no mercado, fato inédito em sua história. Essa estratégia contemplava, em um primeiro momento, a emissão de 75 bilhões de libras (86,25 bilhões de euros) para a compra de títulos.
_
Rússia
_
O banco central da Rússia reduziu sua taxa básica de juro pela terceira vez em seis semanas. O BC cortou o juro em 0,50 ponto percentual, para 11,5%. Uma pesquisa mostrou que os analistas previam redução para 11,5% até o fim de junho e para 11% até o fim do ano. A Rússia iniciou em abril o processo de afrouxamento monetário.
DCI- 05/06/2009- Internacional- Agência Estado
________________________________________________________