quarta-feira, 10 de junho de 2009

Brasil, Rússia, Índia e China irão debater reservas em dólar

INTERNACIONAL 10/06/09 -Agência Estado Bloomberg PEQUIMWASHINGTON - Hu Jintao, presidente da China, participará do primeiro encontro de cúpula entre Brasil, Rússia, Índia e China (Bric) que acontecerá na Rússia no dia 16, terça-feira. Hu viajará no domingo para Ekaterinburgo, no oeste da Rússia, onde será realizado o encontro. Ele permanece no país até dia 18. A viagem envolve, além da reunião dos países do Bric, uma visita de Estado e reuniões regionais de segurança, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Qin Gang.Em maio do ano passado, foi realizado um encontro similar dos países do BRIC, mas contando apenas com a participação de ministros de relações exteriores. Hu deixará a Rússia no dia 18 em direção a Eslováquia e a Croácia para visitas de Estado.
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Na entrevista concedida pelo Ministério de Relação Exteriores da China para divulgar a viagem de Hu, o vice-ministro de Relações Exteriores da China, He Yafei, afirmou ser necessário aprofundar as discussões sobre a ideia de uma supermoeda soberana, acrescentando que atualmente tais discussões estão em nível acadêmico e entre peritos.
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A Rússia e a China sugeriram anteriormente que os Direitos Especiais de Saque emitidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) poderiam eventualmente substituir o dólar como moeda de reserva global. Mas as ponderações feitas por He indicam que Pequim não prevê aplicação de tais ideias no curto prazo. O presidente do Banco do Povo da China, Zhou Xiaochuan, discutiu a criação de uma super moeda soberana em um ensaio que veio a público em maio, pouco antes da reunião do G-20 em abril.
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He reiterou que a China é a favor de uma relativa estabilidade cambial entre as maiores moedas de reserva, o que conduz a um sistema monetário global mais racional e diversificado. Ele acrescentou que a China propõe melhora nos mecanismos para emissão e administração de moedas de reserva internacional.
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Recentemente, a China pediu ao FMI para melhorar o monitoramento das nações que emitem moedas de reserva, particularmente daquelas utilizadas como moeda de reserva. Tais comentários vêm à tona em meio a preocupações de que o aumento no déficit fiscal dos Estados Unidos, em decorrência dos planos de estímulo do governo norte-americano, poderá eventualmente produzir inflação, enfraquecer o dólar e minar o valor dos investimentos chineses na moeda.
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"Temos ouvido do governo chinês - em privado - preocupação substancial, contínua e crescente", afirmou o deputado republicano Mark Kirk após viagem à China, que incluiu conversas com funcionários do governo chinês e com presidente do banco central, Zhou Xiaochuan."É claro que a China gostaria de diversificar seus investimentos em relação ao dólar", disse o congressista no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
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A avaliação de Kirk difere dos comentários feitos pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, na semana passada, sobre sua visita à China, de que os líderes chineses manifestaram confiança sobre o futuro da economia dos EUA, atingida por uma recessão. A China é o maior credor dos EUA, com US$ 700 bilhões investidos em títulos do Tesouro norte-americano. O país lançou, no início deste ano, a ideia de substituir o dólar por uma cesta de moedas como unidade de referência global.
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Segundo Kirk, os líderes chineses criticaram fortemente a política de alívio quantitativo do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). O alívio quantitativo é uma forma de inundar o sistema financeiro com dinheiro, que os chineses classificaram como impressão de dinheiro imaginário.
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Ontem, Dominique Strauss-Kahn, diretor-geral do FMI, afirmou que os bônus do Fundo são um investimento seguro. A declaração foi feita assim que a China anunciou a intenção de comprar US$ 50 bilhões desses papéis. "Estes novos bônus são outro instrumento de investimento seguro e com um rendimento razoável para os países-membros", disse Strauss-Kahn, declarando-se "agradecido às autoridades chinesas por seu forte apoio ao sistema financeiro internacional". A China é o segundo país, depois da Rússia, a oficializar seu interesse em contribuir para o refinanciamento do FMI.
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Carros
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As vendas de veículos de passageiros na China subiram 47% em maio, seu maior salto desde fevereiro de 2006, uma vez que os cortes de impostos e os subsídios do governo ajudaram a ampliar a liderança do país sobre os EUA como o maior mercado automobilístico do mundo. O total das vendas de veículos subiu 34%, para 1,12 milhão de unidades.
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Hu Jintao, presidente da China, participa do 1º encontro de cúpula de Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC), na Rússia no dia 16.

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