terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dólar sobe 2,1% e bolsa cai com IOF sobre capital estrangeiro

Economia


No início da tarde Bovespa já operava com baixa de mais de 4%

Diante da cobrança de imposto sobre o capital estrangeiro, que entrou em vigor nesta terça-feira, o dólar comércial encerrou o dia com alta de 2,10%, a R$ 1,748 – a maior variação diária desde junho.

A mudança também prejudicou os negócios na bolsa. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia com queda de 2,88%.

A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investimentos estrangeiros em bolsa e títulos do governo foram taxados em 2%.

Mantega disse nesta terça-feira que um dos objetivos da medida é evitar uma "bolha" na bolsa de valores e, em consequencia, a "sobrevalorização do real". Segundo ele, "daqui a pouco vamos estar importando tudo e não exportando nada".

O ministro disse ainda que o impacto da cobrança do IOF será suficiente para "atenuar" a valorização da moeda brasileira, mas que não será possível evitá-la.

"Acredito que (as medidas) nas vão evitar a valorização do real porque ele reflete a força da economia", disse Mantega, depois de participar de um evento em São Paulo.

Excesso

O diretor excutivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, diz que a medida é "frágil", pois a atual valorização do real não é apenas reflexo do "excesso" de dólares no país.

"Esse excesso o Banco Central está comprando. Inclusive, o Banco Central está retirando do mercado mais do que o excedente", diz.

Segundo ele, o dólar vem caindo também em função das operações dos bancos no país. "As instituições estão com posição vendida (apostam na queda do dólar) e acabam operando de forma que forçam a desvalorização da moeda americana", diz.

Ainda na avaliação de Nehme, a cobrança do IOF tem impacto "parcial" diante da "estrutura" dos grandes bancos de investimento internacionais. "São instituições com estrutura para driblar, de forma lícita, o pagamento desse tipo de imposto", diz.

Ele lembra que, em março do ano passado, o governo adotou medidas parecidas, como a cobrança de 1,5% de IOF sobre investimentos estrangeiros em renda fixa. "Meses depois o dólar já estava caindo", diz.

Nos dia seguinte ao anúncio da medida, a moeda americana fechou em R$ 1,69. Quatro meses depois, o dólar comercial valia R$ 1,58.

Recuperação

O atual ritmo de valorização do real começou em março, mês em que os indicadores econômicos no país mostraram os primeiros sinais de recuperação frente à crise financeira.

Com os bons resultados da economia brasileira, investidores estrangeiros voltaram a procurar investimentos no país, sobretudo na bolsa de valores e em títulos públicos.

De janeiro a outubro deste ano, as entradas de dólares superaram as saídas em US$ 4,418 bilhões, segundo dados do Banco Central. No mesmo período do ano passado houve déficit de US$ 29,465 bilhões.

Em relatório divulgado a seus clientes nesta terça-feira, agência de classificação de risco Moodys diz que o Brasil é "vítima de seu próprio sucesso".

"O Brasil se tornou a economia emergente mais atraente, não apenas por ter se recuperado da crise financeira, mas também em função de perspectivas promissoras. O país é visto como a nova estrela da América Latina", diz o documento, justificando o ingresso de dólares no país.

A agência diz ainda que medidas como a anunciada ontem pelo governo brasileiro têm "apenas efeitos de curto prazo" e que "tendem a desaparecer com o tempo, na medida em que os investidores se acostumam com ela".

Fabrícia Peixoto


Da BBC Brasil em Brasília

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mantega anuncia taxação de 2% sobre capital estrangeiro

Economia

Mantega disse que o IOF é um imposto 'regulatório'

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira que o governo passará a taxar aplicações estrangeiras na Bolsa de Valores (Bovespa) e nas aplicações em renda fixa para tentar evitar a sobrevalorização do real e o excesso de especulação.

Segundo Mantega, a tributação entra em vigor a partir desta terça-feira, por meio de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) com uma alíquota de 2%. A taxação será apenas sobre no ingresso do capital estrangeiro e não afetará os investimentos estrangeiros diretos no país.

"Adotamos as medidas para evitar que haja um excesso de especulação na bolsa ou no mercado de capitais em função da grande liquidez que existe hoje no mercado externo e forte atrativo que o Brasil exerce no mercado internacional."

"Nossa preocupação é que haja um excesso de aplicações no Brasil, naturalmente especulativas e que venham a fazer uma bolha na nossa Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F)”, disse o ministro.

Mantega ressaltou ainda que a taxação tem como objetivo desestimular a sobrevalorização da moeda brasileira, o que prejudica as exportações e o emprego no país.

“Se tiver um fluxo muito grande de capital estrangeiro para o Brasil, além daquele que é necessário, teremos uma valorização excessiva do real e quando ele se valoriza acaba encarecendo as nossas exportações e barateando as importações”, afirmou Mantega.

Segundo o ministro, o IOF é um “imposto regulatório”.

Real

Desde o início do ano, o real já se valorizou 36% frente ao dólar. Em 4 de janeiro, o dólar estava cotado a R$ 2,27. Nesta segunda, a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 1,71. No ano passado, no auge da crise financeira mundial, o dólar chegou a ser negociado a mais de R$ 2,50.

O ingresso de capital estrangeiro é apontado por analistas como um dos fatores que contribuíram para a valorização da moeda brasileira.

Desde meados de março, começou a haver maior fluxo de dólares para o Brasil, como resultado do saldo positivo na balança comercial e da retomada de investimentos no mercado brasileiro, principalmente em bolsa de valores. Com isso, entram mais dólares no país e há uma consequente valorização da moeda nacional.

Outro motivo da valorização do real é uma diminuição da aversão ao risco, que havia se intensificado com o agravamento da crise econômica mundial, a partir de setembro de 2008.

Naquela época, investidores estrangeiros que investiam em bolsa de valores e títulos do governo no Brasil passaram a enviar dólares para o exterior, porque precisavam desse dinheiro lá, devido à crise financeira.

Agora, com sinais de que o pior da crise pode ter passado, os agentes financeiros estão mais dispostos a assumir riscos em mercados emergentes, como o Brasil, o que se reflete não apenas na alta do real frente ao dólar, mas também na valorização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Clique Leia na BBC Brasil: Entenda a trajetória de valorização do real

Ao anunciar a medida, Mantega afirmou que IOF poderia evitar a prática especulativa na Bolsa.

"A nossa bolsa de mercadorias e futuros é muito sadia, sólida. Não queremos que isso seja deturpado pelo excesso de investimento, de aplicações que poderiam ocorrer."

Fluxo

Essa não é a primeira vez que o governo interfere no fluxo de capitais para o país através do IOF.

A taxação foi retirada em 2006 e novamente introduzida em março de 2008 pelo mesmo motivo que está sendo imposta neste ano: limitar a valorização do real.

O IOF só foi retirado em outubro de 2008, em meio à crise econômica global.

JB- 19-10-2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Política social do País é tema de discussão

Correspondentes estrangeiros conheceram em São Paulo os avanços brasileiros e projeções

Foto: Daniel Castro

Os avanços brasileiros nos quesitos proteção e promoção social a partir da Constituição Federal de 1988, além de perspectivas para o futuro, foram discutidos nesta quinta-feira, 15, na capital paulista, em um encontro com jornalistas de veículos internacionais com o apoio da Associação de Correspondentes Estrangeiros (ACE) de São Paulo.

O debate aconteceu no Escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, e contou com a presença do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, e do diretor de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Instituto, Jorge Abrahão de Castro (foto).

Durante o encontro, foram apresentadas as novas publicações Políticas Sociais: acompanhamento e análise - Vinte Anos da Constituição Federal e Situação Social Brasileira 2007. O primeiro faz uma reflexão, em três volumes, sobre a política social do Brasil desde 1988; o segundo livro reúne as análises apresentadas em 2008 pelo Ipea a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2007 do IBGE.

Jorge Abrahão mostrou que o País investe hoje 21,9% do PIB no gasto público social, ou seja, ¼ da riqueza produzida. Mas, segundo ele, ainda temos um "sistema incompleto". "O Brasil, apesar de tardiamente e de maneira incompleta, conseguiu incorporar uma proteção social, calcada basicamente na previdência."

Desigualdade cai

O País paga, hoje, cerca de 28 milhões de benefícios de seguridade social. Apenas com a previdência do Regime Geral isso corresponde a 7% do PIB, o que significa aporte na economia e verdadeira transferência de renda. Outro ponto a chamar a atenção foi o da taxa de fecundidade no Brasil, que é de 1,8 filho por mulher, um nível abaixo da taxa de reposição.

Isso também gera mudança nos arranjos domiciliares, com a incidência cada vez maior de famílias monoparentais. "O envelhecimento da população é um processo acelerado. Projeções da matriz social brasileira mostram que, em 2040, nós seremos o Japão de hoje", afirmou Abrahão.

Marcio Pochmann, presidente do Ipea, encerrou a apresentação com um panorama da trajetória recente de evolução social e econômica do País e de suas perspectivas. "Pobreza e desigualdade caíram muito, mas ainda somos um país muito desigual", disse. No entanto, ele frisou que a reação do País à crise internacional foi uma mudança de paradigma.

Os programas de transferência de renda e as ações anticíclicas do governo mostraram sua eficácia ao conseguir manter a queda da pobreza e da desigualdade durante toda a crise. "Isso foi algo inédito", mostrou Pochmann, para quem as classes mais desfavorecidas eram sempre as primeiras a sofrer com impactos externos.
Veja os gráficos sobre política e situação social brasileira

IPEA- 16/10/2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Agronegócio exporta US$ 5,7 bi em setembro

PanoramaBrasil

SÃO PAULO - As exportações do agronegócio do Brasil atingiram US$ 5,745 bilhões em setembro, uma queda de 15,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informou o Ministério da Agricultura. Em moeda nacional, os embarques somaram R$ 10,4 bilhões no mês passado, recuo de 14,7% relação ao mesmo período de 2008.

Já as importações chegaram a US$ 876,5 milhões, contração de 16%, e em moeda nacional as compras caíram 15,1%, totalizando R$ 1,5 bilhão. Com isso, a balança comercial do agronegócio brasileiro registrou em setembro um superávit de R$ 4,868 bilhões ou R$ 8,8 bilhões.

Segundo comunicado do ministério, o complexo sucroalcooleiro registrou aumento nos embarques de US$ 816 milhões para US$ 1,05 bilhão em setembro, puxado pelas exportações de açúcar, que subiram 69,9% no mês passado em comparação com o mesmo período de 2008, atingindo US$ 900 milhões.

As vendas externas de álcool sofreram queda em dólares de 47,5%, para US$ 151 milhões. Essa queda se deve à redução de 37% na quantidade exportada e de 16,6% no preço praticado.

O ministério destacou que os países da Ásia e do Oriente Médio vêm ocupando posições de destaque no ranking de vendas do agronegócio brasileiro neste ano, com um crescimento das exportações para essas regiões de 13,4% e 8,9%, respectivamente, em relação a 2008. As vendas para os asiáticos, líderes das exportações brasileiras, somaram US$ 1,78 bilhão e, para o Oriente Médio, US$ 633,4 milhões.

Emprego formal bate recorde em setembro

Economia


REUTERS

BRASÍLIA - O emprego formal no Brasil teve o melhor desempenho do ano em setembro, impulsionado pela indústria da transformação, que criou um número recorde de vagas no mês, mostraram dados do Ministério do Trabalho nesta quarta-feira.

A economia abriu 252.617 postos de trabalho com carteira assinada em setembro, no oitavo mês seguido de expansão. No período, foram admitidos um total de 1.491.580 trabalhadores e demitidos 1.238.963, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No acumulado do ano, o saldo líquido de criação de vagas é de 932.651. O ministro Carlos Lupi previu que o país fechará o ano com a criação total de mais de 1,1 milhão de vagas

- A tendência é que a indústria continue crescendo bem nos próximos dois meses, e o comércio varejista também terá um desempenho positivo por conta do final do ano - afirmou Lupi a jornalistas.

Em setembro, todos os setores da economia criaram vagas formais com exceção do agropecuário, que fechou 17.064 vagas em meio à entressafra no Centro-Oeste.

A indústria da transformação criou 123.318 postos em setembro, o maior saldo desde o início da série do Caged, em 1992. Com isso, o resultado acumulado do setor no ano, que teve um primeiro semestre muito fraco diante da baixa demanda, passou a positivo pela primeira vez, com a criação de 62.759 postos.

Regionalmente, o Nordeste liderou a criação de vagas pela primeira vez no ano, com 100.442 postos. Segundo Lupi, o desempenho refletiu o desempenho positivo sazonal da indústria alimentícia ligada ao setor sucro-alcooleiro.

JB-14/10/2009
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Revap processa primeira carga de petróleo do pré-sal de Tupi


Refinaria da Petrobrás em São José dos Campos recebe 264 mil barris que serão processados em duas campanhas

Agência Estado

SÃO PAULO - A Refinaria Henrique Lage (Revap), Unidade de Negócios da Petrobrás localizada em São José dos Campos (SP), começou a processar a sua primeira carga de petróleo extraída da camada pré-sal da área de Tupi, na Bacia de Santos. Em comunicado, a estatal diz que foram recebidos 42 mil metros cúbicos (264 mil barris) de petróleo que serão processados em duas campanhas.

O petróleo de Tupi é classificado como parafínico e de acordo com o fator de caracterização do Bureau of Mine, com grau API de 29,2, equivalente a uma densidade de 0,877. Quanto ao teor de enxofre, este petróleo é classificado como de baixo teor - quanto menor, mais fácil o atendimento às especificações futuras, cada vez mais rígidas para todos os derivados e principalmente nafta e diesel, diz a Petrobrás. Além disso, o petróleo do Campo de Tupi não gera óleo combustível, que é o produto de menor valor agregado.

O reservatório de Tupi está a mais de 3.000 metros sob o fundo do mar, abaixo de 2.000 metros de sal, em águas onde a profundidade é de 2.140 metros e a uma distância de 300 km do litoral paulista. Os volumes recuperáveis da área de Tupi estão estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo do tipo alta qualidade, ou seja petróleo leve, além de gás natural.

Agencia Estado- 08-10-2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Brasil mobilizou R$ 483 bilhões em medidas de combate à crise


Fabrícia Peixoto

Da BBC Brasil em Brasília


Para analistas, montante foi suficiente para 'blindar' economia

Um ano depois do agravamento da crise financeira internacional, as medidas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro somam R$ 483 bilhões, o que, na visão de economistas, mostrou-se "suficiente" para blindar a economia nacional de um impacto maior.

Desse total, R$ 15 bilhões sairão diretamente do caixa do governo, por meio da redução de impostos. Outros R$ 6 bilhões de gastos para construção de casas também estão previstos no orçamento deste ano.

A maior parte das medidas, no entanto, não teve impacto fiscal. Cerca de R$ 289 bilhões foram colocados à disposição do mercado pelo Banco Central, principalmente pela redução do compulsório bancário – dinheiro que pertence às instituições financeiras que fica retido pelo BC.

Esses recursos não entram na contabilidade fiscal do governo e nem chegaram a ser totalmente utilizados. Mas, segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, Pedro Paulo Silveira, foram "essenciais" em um momento delicado da crise.

"O crédito no país secou em poucos dias. A reação do BC no início desse processo foi crucial", diz o economista.

Fôlego

Com a quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro do ano passado, as instituições financeiras no Brasil e no mundo reduziram os empréstimos, prejudicando o caixa das empresas.

Uma das primeiras medidas anunciadas pelo governo brasileiro, a liberação do compulsório – que no total somou R$ 100 bilhões – deu fôlego ao mercado de crédito no país.

O economista Celso Grisi, do Instituto de Pesquisas Fractal, diz que a liberação do compulsório e o aumento da verba para empréstimos via BNDES (R$ 100 bilhões) conseguiram manter o mercado interno "ativo".

"Não importa tanto se o dinheiro foi realmente utilizado. O fato de ter sido colocado à disposição é que permitiu ao Brasil passar pelo auge da crise sem pânico", diz.

Impostos

Preocupado com a queda no consumo, o governo decidiu, a partir de novembro, reduzir impostos sobre alguns produtos, como automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção.

Na avaliação de Grisi, a escolha desses setores foi "acertada". "Não apenas porque estimulam outros setores da indústria, mas também por serem grandes empregadores", diz.

Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a isenção de IPI sobre o setor automotivo ajudou a "salvar" até 60 mil empregos (diretos e indiretos) no primeiro semestre deste ano.

Uma das críticas ao programa de desoneração fiscal implementado pelo governo diz respeito ao "efeito antecipação": a redução dos impostos teria apenas antecipado a decisão de compra, sem exatamente estimular a criação de um novo público consumidor.

O número de emplacamento de novos veículos, que vinha crescendo de fevereiro a junho, registrou queda em julho, sinalizando um possível desaquecimento das vendas. Na avaliação de Grisi, esse é um efeito "natural e até esperado".

"O governo ajudou em um momento de emergência, mas o pior já passou. A partir de outubro, o IPI dos carros volta a ser cobrado e caberá às empresas encontrar formas de manter as vendas aquecidas", diz Grisi.

Investimentos

Ao contrário do que ocorreu na maioria dos países ricos – como Estados Unidos e Japão – os investimentos públicos tiveram peso limitado nas medidas anticíclicas adotadas no Brasil.

De janeiro a julho deste ano, os investimentos do governo federal cresceram 16,7% em relação a 2008, somando R$ 15 bilhões. No mesmo período do ano passado, ou seja, antes do estouro da crise, os investimentos haviam crescido 48% sobre o ano de 2006.

Na avaliação de Grisi, o fato de os gastos com custeio (despesas fixas) terem crescido a uma velocidade maior do que os investimentos "não combina" com um momento de crise.

"O governo não deu a resposta que deveria ter dado no que diz respeito aos investimentos. Ao mesmo tempo, o reajuste do funcionalismo público foi agressivo. Isso vai pesar nas contas públicas", diz o economista.

Já Pedro Paulo Silveira, da Gradual Investimentos, não vê com surpresa o baixo nível de investimento público durante a crise.

"O governo tem em mãos uma planilha de investimentos de longo prazo que está submetida a questões legais e burocráticas", diz. "Isso não muda facilmente", acrescenta.

Um exemplo é o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida – que, apesar de ter sido lançado em meio à crise financeira, só estará totalmente finalizado no final de 2010.

PRINCIPAIS MEDIDAS
- Na esfera do Banco Central (compulsório, leilões de câmbio, etc.): R$ 289,15 bilhões
- Crédito para exportadores via BNDES: R$ 5 bilhões
- Crédito para setor agrícola via Banco do Brasil: R$ 6 bilhões
- Crédito para empresas (BNDES e Banco do Brasil): R$ 19 bilhões
- Crédito para aquisição de bens de consumo (Caixa Econômica Federal): R$ 2 bilhões
- Medidas de isenção fiscal: R$ 15 bilhões
- Liberação de FGTS: R$ 10 bilhões
- Adicional para o BNDES: R$ 100 bilhões
- Captação do Tesouro no exterior: R$ 1 bilhão
- Aumento do seguro-desemprego: R$ 2,2 bilhões
- Pacote habitacional: R$ 34 bilhões
- Total: R$ 483,35 bilhões

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Brasil e China emprestam US$ 60 bilhões ao FMI

Economia

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, formalizou segunda-feira a decisão de tornar o Brasil credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo brasileiro propôs ao fundo a aquisição de US$ 10 bilhões em bônus do organismo internacional.

Os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) concordaram em fornecer um total de US$ 80 bilhões para aumentar os recursos do FMI em resposta à crise global. A China fornecerá a maior parte: US$ 50 bilhões .

“O Brasil confirma sua decisão para ajudar a aumentar os recursos disponíveis do FMI, como uma forma de assegurar os meios necessários para efetivamente responder à atual crise financeira”, afirmou Mantega em uma carta ao diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

A proposta será encaminhada à diretoria executiva do Fundo para avaliação. Pela primeira vez, o Brasil passará à condição de credor do FMI, em vez de devedor.

Para o Brasil, que viu uma melhora em sua economia na última década, o movimento é uma mudança, acrescentou Mantega. “É a primeira vez que o Brasil empresta para o FMI. Estamos passando de um país devedor para credor. É um momento histórico.”

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda, no encontro que teve com o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, o ministro oficializou a decisão de assinar um Acordo de Compra de Notas (ACN) com o FMI, faltando apenas o envio a instâncias técnicas do governo para a revisão final.

Em abril deste ano, o FMI convidou o Brasil a fazer parte dos países credores da organização multilateral e o governo brasileiro aceitou a proposta. Na ocasião, Mantega antecipou que durante reunião do G20, em Londres, naquele mês, ficou combinado que os países “mais fortes, os que têm recursos disponíveis” dariam aportes de forma que o fundo obtivesse mais US$ 500 bilhões para poder ajudar os países em dificuldade.

Dois meses depois do convite, o ministro anunciou que o Brasil disponibilizaria US$ 10 bilhões ao fundo. A operação da aquisição de bônus do FMI é lastreada em Direito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda do fundo, com juros pagos trimestralmente, baseados na taxa estabelecida pela instituição. Essa taxa de juro é a média ponderada das taxas de juros de curto prazo dos Estados Unidos, da Zona do Euro, do Japão e Reino Unido, e atualmente está em 0,25%.

O comunicado do ministério informa que as notas serão emitidas de acordo com as necessidades de recursos do fundo e “terão prazos de repagamento iguais aos que vigoram nos empréstimos do FMI (três anos e um trimestre de carência e cinco anos de prazo total)”.

O ministro da Fazenda está em Istambul, na Turquia, onde participa da reunião do FMI e do Banco Mundial (Bird), em meio às discussões sobre a maior participação dos países emergentes nas decisões dos dois organismos multilaterais. Além de Mantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, participa do encontro.

A nota oficializando o empréstimo do Brasil ao fundo divulgada em Brasília ressalta que em meio à maior crise econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930, além de não precisar de apoio financeiro do FMI.

Com Reuters e Agência Brasil


JB-05/10/2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Alimentos revertem alta e desaceleram inflação pelo IPC-S


REUTERS

RIO - A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou ligeiramente em setembro, refletindo uma reversão dos custos dos alimentos, que passaram a cair. O indicador subiu 0,18% em setembro, ante elevação de 0,20% em agosto e de 0,33% na terceira prévia deste mês, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira.

A previsão de analistas consultados pela Reuters era de 0,20%.

- Este foi o menor resultado desde a quarta semana de junho de 2009, quando o índice registrou variação de 0,12% - disse a FGV em nota.

Os preços do grupo Alimentação caíram 0,11% em setembro, ante alta de 0,40% em agosto. O arrefecimento decorreu de menores elevações nos custos de Frutas e Hortaliças e legumes.

Os custos de Vestuário diminuíram a alta, para 0,42% em setembro, contra 0,98% em agosto.

Por outro lado, os preços de Despesas diversas saltaram 0,80%, seguindo a variação negativa de 0,02% no mês anterior.

As maiores quedas individuais de preços em setembro foram todas de alimentos: leite longa vida, cenoura, melancia, melão e banana prata.

As principais altas foram de limão, gás de bujão, batata-inglessa, mamão papaia e açúcar refinado.

JB-01/10/2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Brasil se destaca em produtividade na agroindústria por 3 décadas

Economia


SÃO PAULO, 30 de setembro de 2009 - O estudo elaborado em conjunto pela Ernst & Young Brasil e FGV Projetos revela que o Brasil foi o único País, em relação aos seus principais concorrentes nos últimos anos, que viu a produtividade da agroindústria crescer na casa dos 2% ao ano nas últimas três décadas.

Para efeito de comparação, nos EUA esse índice foi de 0,8% e na China de 1,8%. Outro ponto notável é a participação que a agroindústria tem no PIB brasileiro. Em 2005 o PIB do agronegócio chegou a U$ 438 bilhões, ou seja, 23% da renda nacional. Nos EUA, por exemplo, essa fatia é de 16,7%.

Se nos países com melhor nível social a demanda por alimentos responde de forma mais moderada aos aumentos de renda, no Brasil ainda há estratos sociais que podem se beneficiar diretamente desse incremento. Estima-se que a renda média brasileira cresça 3,1% anualmente e o consumo global das famílias, 3,8% ao ano. Nesse mesmo cenário, a projeção é que o consumo de alimentos deve avançar 3,0% ao ano (2,5% para alimentos in natura e 3,1% para alimentos processados). Isso significa que, considerando o País e suas diversas faixas de renda, para cada 10% de acréscimo no PIB o consumo de alimentos deve se elevar em 7,5%.

 Agência IN

Comuna sobrevive após 60 anos de comunismo na China



Enquanto a China se prepara para marcar os 60 anos do comunismo nesta quinta-feira, a pequena cidade de Nanjie, no norte do país, continua seguindo à risca muitos dos preceitos de Mao Tsé-Tung.

Nanjie é uma das poucas comunas que restaram na China, onde os trabalhadores começam o dia saudando Mao, a estátua do líder tem um lugar central na praça principal e cartazes com as imagens de outros líderes comunistas, como Lenin e Stalin estão espalhados pela cidadezinha.

Todos os 4 mil habitantes trabalham para a comunidade e tudo é público. Saúde, moradia, educação, água, gás e eletricidade são gratuitos e as ruas, limpas e organizadas.

Mas o modelo das comunas nem sempre funcionou tão bem. Elas foram criadas no fim dos anos 50, quando Mao Tsé-Tung tentava impor um modo de vida comunista na China rural.

Os moradores tinham que entregar suas terras, animais, ferramentas e colheitas e trabalhar em conjunto.

Nos primeiros anos, o modelo se provou um desastre econômico e contribuiu para que milhões de pessoas morressem de fome entre 1958 e 1961.

As comunas foram então abandonadas no início dos anos 80, quando a população começou a cuidar de seus próprios lotes no campo.

Mas algumas delas sobreviveram, como a de Nanjie.

Wang Hongbin, secretário do Partido Comunista da cidadezinha, disse que foram os próprios moradores que não quiseram acabar com a comuna.

"Eles quiseram ter uma propriedade coletiva e se o povo quer assim, nós, do partido, temos uma responsabilidade de manter o sistema", diz ele.

Plantações e fábricas

Hoje, Nanjie tem várias plantações e pequenas fábricas de processamento de alimentos que produzem cerveja, chocolate, condimentos e macarrão.

Moradores de vilas próximas a Nanjie invejam os que vivem na comunidade.

"Morar em Nanjie é tão bom, tudo é fornecido pela comunidade. Apesar de os salários deles serem baixos (cerca de US$ 60 por mês), eles não tem que se preocupar com outras coisas", diz Liu, uma moradora das cercanias.

"Nossa vila não oferece muitos benefícios e eu não consigo sobreviver apenas das plantações."

Em um momento em que as diferenças entre ricos e pobres são cada vez maiores na China, Nanjie oferece a segurança e a tranquilidade de uma era que hoje pertence ao passado.

BBC- 30-9-2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Inadimplência das empresas cai 12% em agosto, diz Serasa



Portal Terra

BRASÍLIA - A inadimplência das pessoas jurídicas no país recuou 12,7% em agosto, frente ao mês imediatamente anterior, segundo pesquisa divulgada pela Serasa Experian nesta segunda-feira. Já na comparação com o mesmo mês de 2008, o indicador cresceu 19,8%.

Segundo os analistas responsáveis pelo levantamento, o problema de liquidez das empresas está se normalizando aos poucos, com a volta gradativa do crédito e com juros menores. - No entanto, encontram muitos problemas as empresas exclusivamente exportadoras -apontaram.

A perspectiva dos especialistas é que a inadimplência continue caindo nos próximos meses, "pela reação econômica e também porque nas próximas comparações com 2008, já será possível notar os primeiros efeitos da chegada da crise no Brasil". No entanto, o indicador deve fechar o ano em alta de dois dígitos sobre 2008.

De janeiro a agosto deste ano, os títulos protestados representaram 41,6% dos casos de inadimplência e foram seguidos de perto pelos cheques sem fundos, com 38,9% da inadimplência das empresas. As dívidas com bancos ficaram com fatia de 19,4% de participação no indicador.

O valor médio das dívidas com bancos foi de R$ 4.567,57 - alta de 3,5% frente os oito primeiros meses de 2008. Os títulos protestados tiveram avanço de 19,6% (R$ 1.794,56) e os cheques sem fundos subiram 19,1%, com um valor médio de R$ 1.528,69.

JB- 28/09/2009

Analistas aumentam para 4,5% estimativa de crescimento do PIB em 2010

Economia

Agência Brasil


BRASÍLIA - Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) aumentaram a projeção para o crescimento da economia em 2010. A estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 4,20% para 4,50%. Há quatro semanas essa projeção era de 4%. Para este ano, foi mantida a estimativa de estabilidade. Essas informações constam do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo BC com base em projeções de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

Em relação à produção industrial neste ano, os analistas preveem retração de 7,24%, estimativa levemente melhor do que o projetado no boletim anterior (7,25%). Para 2010, foi mantida a previsão de recuperação, com crescimento de 6%.

Os analistas alteraram a projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, que passou de 43,10% para 43,25% neste ano e subiu de 41% para 41,20% em 2010.

A expectativa para a cotação do dólar ao final deste ano e de 2010 foi mantida em R$ 1,80.

A previsão para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) neste ano subiu de US$ 25 bilhões para US$ 25,3 bilhões. Em 2010, foi mantida em US$ 18 bilhões.

Para o deficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) neste ano, os analistas também não fizeram ajustes e mantiveram a estimativa de US$ 15 bilhões. Para 2010, foi alterada a projeção de US$ 22,8 bilhões para US$ 23,6 bilhões.

A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país), em 2009, foi mantida em US$ 25 bilhões e, no próximo ano, em US$ 30 bilhões.


JB- 28/09/2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Brics fixam meta de cotas para emergentes no FMI e no Bird

 Economia

Os ministros da Economia dos Brics (bloco composto pelos emergentes Brasil, Rússia, Índia e China) definiram nesta sexta-feira uma meta para aumentar a participação dos países em desenvolvimento em duas das principais instituições financeiras internacionais, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Bird (Banco Mundial).

Em um comunicado divulgado após uma reunião dos ministros em Londres, eles propõem aumentar a participação dos emergentes em cerca de sete pontos percentuais no FMI e seis no Banco Mundial.

"Isso faria com que a participação geral dos mercados emergentes e países em desenvolvimento no FMI e no Banco Mundial correspondesse aproximadamente à sua participação no PIB mundial", afirma o comunicado de 16 pontos.

A reunião dos ministros dos Brics antecede o encontro de ministros da Economia dos países do G20, marcada para sábado em Londres. Neste encontro, os ministros definirão alguns temas que serão debatidos na cúpula de chefes de Estado do G20, que acontecerá no fim do mês em Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Um dos itens em discussão no G20 é a reforma do FMI e do Banco Mundial para aumentar a participação dos países emergentes.

Seleção aberta

Atualmente, Brasil, Rússia, China e Índia possuem, em conjunto, 10% das cotas no FMI. Os Estados Unidos, o país com o maior número de cotas, possui 17,1%.
Na última reunião do G20, realizada em Londres em abril, os países dos Brics conseguiram um compromisso dos líderes para antecipar a reforma de cotas do FMI de 2013 para janeiro de 2011.

No comunicado divulgado nesta sexta-feira, os ministros dos Brics disseram que apoiam as medida de fortalecimento do FMI, definidas pelo G20 em abril.

"Nós estamos conjuntamente contribuindo com US$ 80 bilhões para suplementar os recursos do FMI", afirma a nota.

Os ministros também se manifestaram sobre o processo de escolha dos diretores do FMI e do Banco Mundial. Desde a sua criação, em 1944, há uma tradição entre os governos das economias avançadas – que possuem maioria – de eleger um europeu para o FMI e um americano para o Banco Mundial.

"Nós reiteramos nosso apoio por um sistema de seleção aberto e baseado em méritos para administração do FMI e do Banco Mundial", diz o comunicado. "O próximo diretor geral do FMI e o próximo presidente do Banco Mundial deveriam ser eleitos assim, independente das suas nacionalidades ou de qualquer preferência geográfica."

Sobre a crise econômica mundial, os ministros disseram que é cedo demais para se declarar o seu fim. Eles se comprometeram a encomendar uma pesquisa sobre o futuro da economia mundial e o papel dos Brics nele.

Os ministros também defenderam o G20 como fórum de debates entre os países sobre a crise econômica mundial e condenaram o protecionismo.

BBC

Cisões e impasses marcam reunião do G20

Econômia

Bruno Garcez

Enviado especial da BBC Brasil a Pittsburgh

A reunião do G20 começa nesta quinta-feira na cidade americana de Pittsburgh em meio a divergências que perduram desde o encontro de abril do bloco, em Londres.

A cúpula, que reune os países mais ricos do mundo e as principais economias emergentes, ocorre dias após os Estados Unidos terem imposto uma tarifa de 35% sobre pneus produzidos na China, gerando protestos por parte dos asiáticos.


E tem início horas depois de sindicatos americanos terem pedido a adoção de impostos sobre papel importado da China e da Indonésia.

Tudo isso apesar de, na última reunião, os países do G20 terem divulgado um comunicado conjunto, no qual se comprometiam a combater o protecionismo e a adotar medidas em defesa do livre comércio.

Pouco antes da realização da reunião de abril, o Banco Mundial avaliava que 17 das 20 nações do G20 haviam adotado pelo menos 47 medidas protecionistas.

E um relatório divulgado nesta semana pelo instituto World Trade Alliance, de Genebra, afirmou que, em média, um integrante do G20 quebrou sua promessa de não-protecionismo uma vez a cada três dias.

Controle financeiro

Outro ponto que pouco avançou desde o último encontro é a divergência entre americanos e europeus sobre mecanismos de controle do sistema financeiro.

Os Estados Unidos vêm defendendo a adoção de medidas de fiscalização do setor financeiro, mas a posição fica aquém da que é defendida pelas nações europeias.

Os americanos também acreditam que cabe aos países da UE fazer mais no sentido de garantir a capitalização dos bancos em seus territórios, proposta que é vista com reserva pelos europeus.

Em suma, apesar de a crise econômica global estar dando sinais de melhora em diferentes partes do mundo, há pouco consenso em relação a práticas capazes de garantir um sucesso duradouro e prevenir choques futuros.

“Por enquanto, temos visto declarações bem gerais sobre a importância de se evitar o protecionismo, mas disputas como esta entre Estados Unidos e China despertam dúvidas sobre a seriedade destes termos de compromisso e envenenam todo o ambiente da reunião’’, disse à BBC Brasil Philip Levy, do instituto de pesquisas American Enterprise Institute.

Protecionismo

O economista Barry Bosworth, do Brookings Institution, diz que “os Estados Unidos não são o único (país)” a seguir o caminho do protecionismo, mas crê que a imposição de tarifas sobre os pneus chineses “foi uma decisão muito difícil de defender, até porque o presidente Barack Obama foi tão enfático em sua crítica ao protecionismo na última reunião do G20”.

“Não há como alegar que a China agiu de forma ilegal ou que estava praticando dumping. A punição aos chineses não vai gerar empregos no mercado americano, porque os custos trabalhistas nos Estados Unidos seriam muito elevados para produzir esses pneus por aqui”, afirma Bosworth.

Para o analista, como os Estados Unidos têm uma economia diversificada e vasta, “nós temos dificuldades em ver como a economia global nos beneficia”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar a Pittsburgh por volta de 12h, após vir de Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU.

Logo após a chegada, ele será um dos convidados de um almoço com outros chefes de Estado.

A tarde, ele se encontra com sindicalistas americanos e à noite, participa de um jantar oferecido pelo presidente Obama aos chefes de Estado presentes à cúpula.

BBC

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Coutinho vê retomada dos investimentos no final do 3º trimestre


REUTERS


RIO DE JANEIRO - Animado com a saída da recessão técnica, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, prevê que ao final deste terceiro trimestre haverá um movimento generalizado de retomada dos investimentos no país.

- Iniciamos uma recuperação em 'V' da economia. Neste trimestre provavelmente já estaremos próximos de recompor o nível de utilização da capacidade instalada e provavelmente no fim do trimestre estaremos próximos de um nível que começa a induzir condições generalizadas de investimento - disse na abertura de um seminário no Rio de Janeiro.

No segundo trimestre, a formação bruta de capital fixo permaneceu estável ante o primeiro trimestre e teve um declínio recorde sobre igual período de 2008, ainda sob efeito da crise financeira internacional.

- A retomada do investimento nos permite pensar na recuperação sustentável da economia, recuperação da política de investimento e desenvolvimento do país - acrescentou o presidente do BNDES.

Ele defendeu que, no mundo pós-crise, o Brasil invista mais em inovação tecnológica, o que será o diferencial entre as economias.

- A inovação é ingrediente essencial para a recuperação da economia mundial. A criação de produtos novos, de novos processos e aperfeiçoamento de produtos permitirão às empresas ter uma vantagem competitiva e sair na frente das concorrentes... Essa nova etapa na concorrência mundial será acirrada - avaliou.

JB-22/09/2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Indústria nacional busca apoio do governo na luta contra importados

Economia

Gabriel Costa e Marta Nogueira, Jornal do Brasil

RIO - A economia brasileira pode ter engrenado a primeira marcha da recuperação pós-crise internacional, mas isso não quer dizer que os obstáculos no caminho possam ser desprezados. A melhora do panorama econômico e a valorização do real frente ao dólar ameaçam a indústria brasileira com uma nova onda de importações. Preocupados com o movimento, sobretudo de produtos asiáticos, representantes das indústrias têxtil, calçadista, de eletroeletônicos e de máquinas pediram ao governo medidas contra o que chamam de invasão.

Além da recente taxação de sapatos e pneus chineses, outros ramos se preparam para reduzir os impactos vindos do Oriente. Para estimular a competitividade dos respectivos setores, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) negociam com o governo medidas de incentivo de investimentos, programas de ampliação da exportação e redução dos custos de produção.

E também defendem a necessidade de elevação da cotação do dólar frente ao real, uma vez que a combinação do câmbio livre com taxas de juros altas estimula a entrada de capital especulativo e derruba as vendas externas do país. O efeito da valorização cambial do real no mercado interno é mais evidente em grupos do varejo que apresentam parcelas de importados, componentes trazidos de fora ou que têm os preços mais fortemente influenciados pelo mercado internacional, explicam especialistas.

A atividade de móveis e eletrodomésticos registrou o primeiro aumento positivo no volume de vendas internas em seis meses, 1,9% em julho, na comparação com junho. Mas a melhora veio com empurrão das importações de eletroeletrônicos, de 11,4% no mesmo período, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Em linha com a solicitação dos outros setores, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, ressalta que, para ser competitivo, o Brasil precisa rever a política cambial para minimizar a importação indiscriminada de produtos acabados.

– Os países asiáticos são os que mais exportam para o Brasil e é difícil competir com eles, pois as condições econômicas, de empregos e necessidades, facilitam que os preços finais de seus artigos sejam bem abaixo dos apresentados pelos brasileiros – alerta o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho.

Segundo Diniz Filho, que também preside a companhia de fiação e tecidos Cedro e Cachoeira, a indústria têxtil e de confecção brasileira emprega hoje 1,65 milhão de pessoas diretamente e 8 milhões direta e indiretamente. Para o executivo, é preciso que o país invista na sustentabilidade.
– Não podemos aceitar que a política desleal e predatória de preços aplicada por países da Ásia continuem atrapalhando nossos negócios internos – acrescenta.

Governo taxa compras externas

Uma conquista importante para dos setores mais abalados pela concorrência desleal dos importados, o de calçados, foi alcançada no início deste mês, quando o Brasil passou a taxar as importações de calçados da China em US$ 12,47 por par, a partir de solicitação da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A medida abre um precedente para outros setores prejudicados, enquanto o próprio segmento de calçados ainda espera maior rigidez.

– Nós iremos continuar atuando para a aplicação de um valor maior, de US$ 18,44 o par – ressaltou o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso na ocasião do anúncio da medida do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. – Foram 42 mil desempregados no último trimestre de 2008. Queremos recuperá-los e ainda aumentar a oferta de trabalho.

Por outro lado

Segundo cálculos da consultoria Tendências, baseados no índice de preços de importados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), no acumulado do ano, os preços de bens duráveis importados tiveram queda de 4,5% em dólar, que representa uma retração de 22,9% quando convertida em reais.

Uma dos argumentos dos que defendem a livre concorrência está na comparação de preços dos produtos fabricados no Brasil e os made in China. O comportamento dos preços da indústria nacional de têxteis e calçados continuam estão acima inflação, reforçados pelas novidades da coleção primavera-verão. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,5%, enquanto a variação do grupo vestuário foi de 7,6%.Neste ponto, os produtos brasileiros saem em desvantagem.

Os empregos que deixam de existir no Brasil não são considerados pelos consumidores, nem há algum tipo de campanha para tanto, como acontece em outros países vizinhos, como a Argentina.

Consumidor não se “importa”

Os brasileiros não se preocupam com a procedência dos produtos que compram, a julgar pelos milhares de clientes que lotam diariamente as ruelas da Sociedade dos Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara). Basta uma passada no maior centro comercial popular do Rio de Janeiro para notar a grande procura por preços baixos e a total falta de interesse pela origem dos produtos.

Andressa Liebemann, de 21 anos, confessa que até deveria pensar sobre o assunto, mas quando encontra algo que quer, por um valor abaixo do habitual, não se importa que seja estrangeiro.

– Pode ter vindo da África, da China que eu não estou nem aí. O que eu gosto, pego e levo – afirmou a estudante.

Outros até se preocupam, mas continuam em busca do preço menor. É o caso de Laelson das Virgens, motorista particular, que acredita que se houvesse maior preocupação com o assunto, o país poderia estar em melhor situação.

– Seria bom se todos se conscientizassem e comprassem mais produtos brasileiros, pois fortalece a indústria interna e gera empregos. Mas com certeza o que mais atrai na hora de fazer compras são os preços – diz das Virgens.

Adelziro Ferreira de Oliveira, que no momento está afastado do trabalho, se diz mais atento à qualidade do que vai comprar.

– Posso até pagar mais caro, mas gosto de sentir segurança de que estou comprando um artigo que vai funcionar. Quanto à procedência, acho que é o governo que deve se preocupar, arrumando uma forma de fazer com que o país ofereça bons produtos com preços viáveis – pondera Adelziro.

JB- 19/09/2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aumento de rendimento foi maior entre os mais pobres em 2008

Economia

 
Agência Brasil

BRASÍLIA - Embora tenha reduzido o ritmo de crescimento devido aos efeitos da crise internacional, o rendimento médio mensal de trabalho do brasileiro (pessoas com 10 anos ou mais de idade) aumentou 1,7% de 2007 para 2008, passando de R$ 1.019 para R$ 1.036. De 2005 para 2006, a elevação havia sido de 7,2%, e de 2006 para 2007, de 3,1%.

O acréscimo, no entanto, foi observado com mais intensidade entre a parcela mais pobre da população. Para os 10% das pessoas ocupadas com rendimentos mais baixos, o crescimento da renda média mensal foi de 4,3%, enquanto para os 10% com rendimentos mais elevados, de 0,3%.

Os dados, divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa ao ano de 2008. O estudo, publicado anualmente, traz uma radiografia da situação econômica do país, com informações sobre população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimentos.

De acordo com o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, a melhora nos rendimentos da população de mais baixa renda está associada, além do cenário econômico favorável, aos programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família.

- Além de incentivar o aumento da escolarização das pessoas, o que já tem impacto direto no nível de rendimento, com a elevação da renda do trabalhador, ele pode cobrar mais por sua atividade laboral. Se antes se sujeitava a capinar por um preço baixo, sem a mesma necessidade ele passa a poder cobrar mais caro pelo que faz - afirmou.

O estudo mostra também que em termos regionais os maiores ganhos foram observados no Nordeste (5,4%) e no Centro-Oeste (3,2%). As regiões Sul (2,1%) e Sudeste (0,5%) também registraram elevação, enquanto a Norte não sofreu variação significativa. O Centro-Oeste continuou registrando o maior rendimento médio mensal de trabalho (R$ 1.261) e o Nordeste, o menor (R$ 685).

Segundo a pesquisa, houve redução na concentração dos rendimentos para o conjunto do país, tendo o Índice de Gini (que mede o grau de distribuição da renda) caído de 0,528 para 0,521 de uma ano para o outro.

Também foi observada queda nesse indicador nas regiões Norte (de 0,494 para 0,479), Sudeste (de 0,505 para 0,496) e Sul (de 0,494 para 0,486). Na Região Nordeste, como houve aumento do rendimento em todos os estratos sociais, a concentração deles não sofreu alteração relevante (de 0,547 para 0,546). O Centro-Oeste, que continuou liderando o ranking, também manteve o mesmo índice de concentração de rendimentos (0,552).

O estudo revela que os 10% da população ocupada com rendimentos mais baixos detiveram, em 2008, 1,2% do total de remunerações de trabalho, praticamente o mesmo patamar observado em 2007 (1,1%). Oos 10% com rendimentos mais elevados responderam, em 2008, por 42,7%, pouco menos do que os 43,3% observados em 2007.

A pesquisa mostra ainda que na categoria dos empregados (com e sem carteira assinada, exceto trabalhadores domésticos), os sem carteira assinada, que respondiam pelo menor rendimento médio (R$ 604) obtiveram o maior ganho real (2,7%) no período. Os militares e funcionários públicos recebiam a maior remuneração média (R$ 1.759) e tiveram ganho real de 0,4%; os empregados com carteira assinada, apresentaram incremento de 1,3% no rendimento médio mensal (R$ 1.034).

Na categoria dos trabalhadores domésticos, tanto com carteira assinada, que ganhavam em média R$ 523 em seu trabalho principal, quanto os sem carteira assinada, com renda média de R$ 300 apresentaram ganhos reais de 2,1% e 2,7%, respectivamente. Os que trabalham por conta própria tiveram queda de 4,8% no rendimento (R$ 799).

Na análise por gênero, o estudo mostra que as mulheres têm remuneração de trabalho média de R$ 839. O valor representa 71,6% do recebido por homens (R$ 1.172).

18/09/2009
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Conselho Monetário aprova mais R$ 2 bilhões para apoio à cafeicultura

Agência Brasil
BRASÍLIA - O governo aplicará mais R$ 2 bilhões até junho de 2010 para apoiar os cafeicultores brasileiros por meio de prorrogação de dívidas, da criação de uma linha de crédito e redução de juros. A maioria das medidas que regulamentam o apoio à cafeicultura foi aprovada hoje (16), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e têm o objetivo de retirar do mercado cerca de 25% da safra atual.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que as decisões tomadas pelo governo farão com que o preço do produto se eleve antes dos produtores comercializarem sua produção. Assim, a renda dos produtores aumenta, são formados estoques públicos, que estavam praticamente zerados, e se equilibra a oferta e demanda do produto.
Na semana passada, já tinha sido anunciado um investimento de cerca de R$ 1 bilhão na aquisição de café por compra direta e conversão, em produto, de dívida de estocagem. Esse montante é suficiente para aquisição de cerca de 4 milhões de sacas. O ministro disse que, se for necessário, o governo poderá adquirir até 10 milhões de sacas de café, mas ele não acredita que será preciso.
"No limite, pode chegar a 10 milhões de sacas, mas eu acredito que o mercado vai reagir antes e se ajustar aos novos preços", afirmou. Ele disse que os problemas enfrentados pela cafeicultura brasileira, a maior do mundo, se devem, em grande parte, à ineficiência do governo ao aplicar as políticas de sustentação de preços.
"Se o produtor vai colher em abril, ele tem que receber crédito em abril, mas não é o que tem acontecido. Tem vezes que o crédito só chega em julho", disse Stephanes. Para ele, inclusive, as próximas medidas para o setor são relativas ao planejamento das próximas safras, para garantir que os recursos sejam liberados no momento certo, e também à avaliação sobre as áreas que terão condições de se manter no plantio de café.
Valor Online 16/09/2009

Retomada pós-crise agita os negócios do setor de logística

 LOGÍSTICA
Fabíola Binas
SÃO PAULO - O reaquecimento da indústria se reflete nos negócios das empresas de logística, ocasionando a abertura de novos contratos ao longo de 2009. Ontem, a Júlio Simões Logística anunciou mais uma operação para a Suzano Papel e Celulose, ao assumir a movimentação interna na sede da empresa, o que deve se estender às cinco fábricas da contratante até o fim do ano. A Júlio Simões prevê que os novos trabalhos conquistados este ano, contribuam com um incremento de 15% nos ganhos. Já a francesa ID Logistics conquistou parte das operações na Nadir Figueiredo, depois de ter assumido clientes como AmBev, Casa Show e Danone. Com isso, a operadora espera um crescimento de 20% ainda em 2009.
Em relação ao projeto da Júlio Simões, serão necessários aportes de cerca de R$ 18 milhões em equipamentos e infraestrutura, fora a mão de obra, para a efetivação total da nova operação. "É um cliente para o qual transportávamos a matéria prima para a fábrica e o também o produto acabado. Ao assumir a movimentação interna das plantas fabris, fechamos um ciclo logístico completo", explicou ao DCI Irecê Andrade, diretora comercial da Júlio Simões Logística.
As novas atividades para a Suzano terão início na sede da empresa, na cidade paulista de mesmo nome, passando depois às plantas Rio Verde, também em Suzano, às fábricas de Embu e Limeira, em São Paulo, e à de Mucuri (BA).
O setor de papel e celulose corresponde a 13% dos negócios de logística do grupo, que atua em serviços que vão do corte das árvores, carregamento e transporte da matéria-prima e distribuição para as plantas fabris, ao embarque para exportação no porto. "Neste setor atendemos também companhias como Aracruz-VCP e Veracel, sendo que já desenvolvemos algo para a Cenibra", disse Irecê.
Em 2009, a Júlio Simões também iniciou o atendimento a companhias o setor sucroalcooleiro e incluiu no portfólio e clientes como Cosan e Brenco. "É um setor com perspectiva de expansão", falou a executiva, sem revelar projeções.
O Grupo Júlio Simões faturou R$ 2,3 bilhões em 2008. Ele também atua na área de revendas de veículos - são mais de 20 da marca Volkswagen, além de terceirização de frotas e serviços de limpeza urbana. Em outros segmentos, atende clientes como MMX, Vale, Cummins e General Motors.
Tecnologia
Especializada em tecnologia para gestão de armazenagem em centros de distribuição, a europeia ID Logistics anuncia seu quarto contrato do ano para prestar serviços à empresas no País. Com isso, deve chegar, por aqui, à casa dos R$ 90 milhões de faturamento em 2009.
Agora a ID passa a cuidar da gestão dos estoques, da recepção de cargas e da movimentação interna da fábrica Nadir Figueiredo na região metropolitana de São Paulo. "A Nadir estima que sua produção irá crescer consideravelmente nos próximos anos", disse Nicolas Derouin, diretor-geral da ID Logistics no Brasil, ao colocar que por isso a fabricante de vidros e cristais procurou um operador que garantisse soluções flexíveis e ágeis: para obter vantagem competitiva.
Este ano ID conquistou operações junto a AmBev, Casa Show e Danone, mas já prestava serviços no Brasil a corporações como Carrefour, Leroy Merlin, ArvinMeritor e Chevron Texaco.
O Brasil já corresponde à segunda maior operação da ID Logistics no mundo, sendo que o grupo mantém 63 unidades, dividas entre mais de 1,5 milhão de metros quadrados de estoques espalhados por quatro continentes. O faturamento global da companhia chegou a R$ 930 milhões no ano passado.
Fusão
Outra operadora que confirma a retomada do mercado é a nacional Trafti, resultado da fusão que uniu os negócios de Ajofer, Fantinati, Trans-Postes, Transvec e Mestralog em junho passado.
"O mercado começa a reagir além do que esperávamos, sinalizando haver oportunidade de novos negócios", analisou Marco Capitano, presidente da Trafti.
O executivo disse que a empresa trabalha para fortalecer os serviços para os atuais clientes (não revelados), oferecendo novos serviços de acordo com a formatação integrada de todas as empresas que formaram a Trafti.
Além disso, Capitano confirmou que até o fim deste ano a empresa deve anunciar novas operações com grandes clientes e que as negociações estão em curso.
Entre os principais setores-alvo da empresa, estão as indústrias automobilística, sucroalcooleira, alimentícia, de eletroeletrônicos e farmacêutica.
A Trafti nasceu com ganhos próximos aos R$ 250 milhões, mas o objetivo é chegar a R$ 400 milhões em cinco anos.
Antônio Wrobleski (ex-Ryder Logística) deixou a presidência da Trafti depois de ter cumprido a missão de liderar a integração entre as empresas, mas ele permanece no conselho administrativo.
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