quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Brasil deve criar 1,1 milhão de empregos até o fim do ano, diz Lupi

Economia


Lourenço Canuto, Agência Brasil

BRASÍLIA - O Brasil deve criar 1,1 milhão de empregos, até o fim do ano, e cerca de 2 milhões de postos de trabalho em 2010. A previsão é do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Segundo ele, essa era a previsão, mesmo no auge da crise financeira internacional, no final do ano passado.

Lupi disse, durante o programa Bom Dia Ministro, que o Brasil é o país que melhor se recuperou dos efeitos da crise mundial e deve registrar em 2010 o melhor ano da sua economia. Os resultados foram possíveis porque o governo tomou medidas pontuais.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado neste mês registrou a geração 252 mil empregos diretos em setembro, computando 934 mil vagas criadas nos nove meses de 2009.

O ministro se declarou favorável à redução da carga horária para 40 horas semanais, defendida pelas centrais sindicais e disse que nos países europeus a média é de 37 horas. Ele argumenta que no Brasil grande parte dos trabalhadores leva até 3 horas para se locomover de casa para o trabalho e isso afeta o seu desempenho. Segundo ele, as empresas ganharão mais produtividade, com a oferta de mais empregos, e farão justiça social com a medida. "Não há pressão que possa abater a convicção", disse, defendendo a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.

JB - 22/10/2009

Desemprego brasileiro tem menor nível desde dezembro

Economia


REUTERS

RIO - A taxa de desemprego brasileira diminuiu mais que o esperado em setembro, igualando-se ao patamar de igual período do ano passado, antes do aprofundamento da crise global. O dado foi também o menor para um mês de setembro na série histórica iniciada em 2002 e o mais baixo desde dezembro do ano passado.

O mercado, no entanto, minimizou os dados positivos, apontando que a composição do índice continua mostrando que o mercado de trabalho não se recuperou totalmente.

A taxa caiu para 7,7% em setembro, ante 8,1% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Em setembro de 2008, o desemprego também foi de 7,7%.

Analistas ouvidos pela Reuters previam 8,1%, segundo a mediana de 18 projeções que oscilaram de 7,8 a 8,4%.

- O desemprego (cheio) é bom, mas os dados abertos mostram algumas coisas. A PEA (População Economicamente Ativa) teve uma redução forte. Se você olha a dinâmica entre ocupados e desocupados, ela não é tão boa. A população ocupada subiu pouco e a desocupada caiu bem... o que pode significar um aumento do desalento (pessoas que desistem de procurar emprego porque não acham) - afirmou Flávio Serrano, economista sênior do BES Investimento.

Segundo o IBGE, a população ocupada subiu 0,4% em setembro ante agosto e 0,6% contra igual mês de 2008, para 21,520 milhões de pessoas empregadas.

O total de desocupados foi de 1,799 milhão, queda de 4,8% na comparação mensal e alta de 1,3% na anual.

A PEA caiu 0,1% em setembro contra agosto e subiu 0,6% na comparação com o ano passado.

- No geral, o dado do mercado de trabalho não muda nossa visão de que a dinâmica continua fraca. O patamar do emprego está, na nossa estimativa, 0,7% pior que a tendência - afirmou Diego Donadio, analista sênior para América Latina do BNP Paribas, em nota.

O rendimento médio real subiu 0,6% na comparação mensal e 1,9% frente a setembro do ano passado, para 1.346,70 reais.

JB-22/10/2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Copom mantém taxa básica de juros em 8,75% ao ano

Boletim do Banco Central só prevê juros maiores em 2010

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu por unanimidade, nesta quarta-feira, manter a Selic – taxa básica de juros do país – em 8,75% ao ano.

“ Levando em conta, por um lado, a flexibilização da política monetária implementada desde janeiro, e, por outro, a margem de ociosidade dos fatores produtivos, entre outros fatores, o Comitê avalia que esse patamar de taxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno", afirma o comunicado divulgado pelo Copom.

A mais recente alteração na taxa Selic ocorreu em julho, quando o Banco Central fez uma redução de 0,5 ponto percentual e levou a taxa básica ao patamar atual – o menor da série histórica, iniciada em 1996. Desde janeiro, os cortes haviam sido de 1 ponto ou 1,5 p.p.

A manutenção da taxa Selic já havia sido prevista na última pesquisa semanal Focus, realizada pelo BC com diversos analistas e que traz expectativas sobre o mercado financeiro.

De acordo com o boletim, divulgado na última sexta-feira, a Selic deve seguir nesse patamar até julho de 2010, quando a taxa então passaria a 9,25% - um aumento de 0,50 ponto percentual.

Segundo a projeção do Focus, ao longo do segundo semestre, haveria aumento na taxa básica de juros, que encerraria 2010 em 10,50% ao ano.

BBC-Brasil

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dólar sobe 2,1% e bolsa cai com IOF sobre capital estrangeiro

Economia


No início da tarde Bovespa já operava com baixa de mais de 4%

Diante da cobrança de imposto sobre o capital estrangeiro, que entrou em vigor nesta terça-feira, o dólar comércial encerrou o dia com alta de 2,10%, a R$ 1,748 – a maior variação diária desde junho.

A mudança também prejudicou os negócios na bolsa. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia com queda de 2,88%.

A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investimentos estrangeiros em bolsa e títulos do governo foram taxados em 2%.

Mantega disse nesta terça-feira que um dos objetivos da medida é evitar uma "bolha" na bolsa de valores e, em consequencia, a "sobrevalorização do real". Segundo ele, "daqui a pouco vamos estar importando tudo e não exportando nada".

O ministro disse ainda que o impacto da cobrança do IOF será suficiente para "atenuar" a valorização da moeda brasileira, mas que não será possível evitá-la.

"Acredito que (as medidas) nas vão evitar a valorização do real porque ele reflete a força da economia", disse Mantega, depois de participar de um evento em São Paulo.

Excesso

O diretor excutivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, diz que a medida é "frágil", pois a atual valorização do real não é apenas reflexo do "excesso" de dólares no país.

"Esse excesso o Banco Central está comprando. Inclusive, o Banco Central está retirando do mercado mais do que o excedente", diz.

Segundo ele, o dólar vem caindo também em função das operações dos bancos no país. "As instituições estão com posição vendida (apostam na queda do dólar) e acabam operando de forma que forçam a desvalorização da moeda americana", diz.

Ainda na avaliação de Nehme, a cobrança do IOF tem impacto "parcial" diante da "estrutura" dos grandes bancos de investimento internacionais. "São instituições com estrutura para driblar, de forma lícita, o pagamento desse tipo de imposto", diz.

Ele lembra que, em março do ano passado, o governo adotou medidas parecidas, como a cobrança de 1,5% de IOF sobre investimentos estrangeiros em renda fixa. "Meses depois o dólar já estava caindo", diz.

Nos dia seguinte ao anúncio da medida, a moeda americana fechou em R$ 1,69. Quatro meses depois, o dólar comercial valia R$ 1,58.

Recuperação

O atual ritmo de valorização do real começou em março, mês em que os indicadores econômicos no país mostraram os primeiros sinais de recuperação frente à crise financeira.

Com os bons resultados da economia brasileira, investidores estrangeiros voltaram a procurar investimentos no país, sobretudo na bolsa de valores e em títulos públicos.

De janeiro a outubro deste ano, as entradas de dólares superaram as saídas em US$ 4,418 bilhões, segundo dados do Banco Central. No mesmo período do ano passado houve déficit de US$ 29,465 bilhões.

Em relatório divulgado a seus clientes nesta terça-feira, agência de classificação de risco Moodys diz que o Brasil é "vítima de seu próprio sucesso".

"O Brasil se tornou a economia emergente mais atraente, não apenas por ter se recuperado da crise financeira, mas também em função de perspectivas promissoras. O país é visto como a nova estrela da América Latina", diz o documento, justificando o ingresso de dólares no país.

A agência diz ainda que medidas como a anunciada ontem pelo governo brasileiro têm "apenas efeitos de curto prazo" e que "tendem a desaparecer com o tempo, na medida em que os investidores se acostumam com ela".

Fabrícia Peixoto


Da BBC Brasil em Brasília

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mantega anuncia taxação de 2% sobre capital estrangeiro

Economia

Mantega disse que o IOF é um imposto 'regulatório'

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira que o governo passará a taxar aplicações estrangeiras na Bolsa de Valores (Bovespa) e nas aplicações em renda fixa para tentar evitar a sobrevalorização do real e o excesso de especulação.

Segundo Mantega, a tributação entra em vigor a partir desta terça-feira, por meio de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) com uma alíquota de 2%. A taxação será apenas sobre no ingresso do capital estrangeiro e não afetará os investimentos estrangeiros diretos no país.

"Adotamos as medidas para evitar que haja um excesso de especulação na bolsa ou no mercado de capitais em função da grande liquidez que existe hoje no mercado externo e forte atrativo que o Brasil exerce no mercado internacional."

"Nossa preocupação é que haja um excesso de aplicações no Brasil, naturalmente especulativas e que venham a fazer uma bolha na nossa Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F)”, disse o ministro.

Mantega ressaltou ainda que a taxação tem como objetivo desestimular a sobrevalorização da moeda brasileira, o que prejudica as exportações e o emprego no país.

“Se tiver um fluxo muito grande de capital estrangeiro para o Brasil, além daquele que é necessário, teremos uma valorização excessiva do real e quando ele se valoriza acaba encarecendo as nossas exportações e barateando as importações”, afirmou Mantega.

Segundo o ministro, o IOF é um “imposto regulatório”.

Real

Desde o início do ano, o real já se valorizou 36% frente ao dólar. Em 4 de janeiro, o dólar estava cotado a R$ 2,27. Nesta segunda, a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 1,71. No ano passado, no auge da crise financeira mundial, o dólar chegou a ser negociado a mais de R$ 2,50.

O ingresso de capital estrangeiro é apontado por analistas como um dos fatores que contribuíram para a valorização da moeda brasileira.

Desde meados de março, começou a haver maior fluxo de dólares para o Brasil, como resultado do saldo positivo na balança comercial e da retomada de investimentos no mercado brasileiro, principalmente em bolsa de valores. Com isso, entram mais dólares no país e há uma consequente valorização da moeda nacional.

Outro motivo da valorização do real é uma diminuição da aversão ao risco, que havia se intensificado com o agravamento da crise econômica mundial, a partir de setembro de 2008.

Naquela época, investidores estrangeiros que investiam em bolsa de valores e títulos do governo no Brasil passaram a enviar dólares para o exterior, porque precisavam desse dinheiro lá, devido à crise financeira.

Agora, com sinais de que o pior da crise pode ter passado, os agentes financeiros estão mais dispostos a assumir riscos em mercados emergentes, como o Brasil, o que se reflete não apenas na alta do real frente ao dólar, mas também na valorização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Clique Leia na BBC Brasil: Entenda a trajetória de valorização do real

Ao anunciar a medida, Mantega afirmou que IOF poderia evitar a prática especulativa na Bolsa.

"A nossa bolsa de mercadorias e futuros é muito sadia, sólida. Não queremos que isso seja deturpado pelo excesso de investimento, de aplicações que poderiam ocorrer."

Fluxo

Essa não é a primeira vez que o governo interfere no fluxo de capitais para o país através do IOF.

A taxação foi retirada em 2006 e novamente introduzida em março de 2008 pelo mesmo motivo que está sendo imposta neste ano: limitar a valorização do real.

O IOF só foi retirado em outubro de 2008, em meio à crise econômica global.

JB- 19-10-2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Política social do País é tema de discussão

Correspondentes estrangeiros conheceram em São Paulo os avanços brasileiros e projeções

Foto: Daniel Castro

Os avanços brasileiros nos quesitos proteção e promoção social a partir da Constituição Federal de 1988, além de perspectivas para o futuro, foram discutidos nesta quinta-feira, 15, na capital paulista, em um encontro com jornalistas de veículos internacionais com o apoio da Associação de Correspondentes Estrangeiros (ACE) de São Paulo.

O debate aconteceu no Escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, e contou com a presença do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, e do diretor de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Instituto, Jorge Abrahão de Castro (foto).

Durante o encontro, foram apresentadas as novas publicações Políticas Sociais: acompanhamento e análise - Vinte Anos da Constituição Federal e Situação Social Brasileira 2007. O primeiro faz uma reflexão, em três volumes, sobre a política social do Brasil desde 1988; o segundo livro reúne as análises apresentadas em 2008 pelo Ipea a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2007 do IBGE.

Jorge Abrahão mostrou que o País investe hoje 21,9% do PIB no gasto público social, ou seja, ¼ da riqueza produzida. Mas, segundo ele, ainda temos um "sistema incompleto". "O Brasil, apesar de tardiamente e de maneira incompleta, conseguiu incorporar uma proteção social, calcada basicamente na previdência."

Desigualdade cai

O País paga, hoje, cerca de 28 milhões de benefícios de seguridade social. Apenas com a previdência do Regime Geral isso corresponde a 7% do PIB, o que significa aporte na economia e verdadeira transferência de renda. Outro ponto a chamar a atenção foi o da taxa de fecundidade no Brasil, que é de 1,8 filho por mulher, um nível abaixo da taxa de reposição.

Isso também gera mudança nos arranjos domiciliares, com a incidência cada vez maior de famílias monoparentais. "O envelhecimento da população é um processo acelerado. Projeções da matriz social brasileira mostram que, em 2040, nós seremos o Japão de hoje", afirmou Abrahão.

Marcio Pochmann, presidente do Ipea, encerrou a apresentação com um panorama da trajetória recente de evolução social e econômica do País e de suas perspectivas. "Pobreza e desigualdade caíram muito, mas ainda somos um país muito desigual", disse. No entanto, ele frisou que a reação do País à crise internacional foi uma mudança de paradigma.

Os programas de transferência de renda e as ações anticíclicas do governo mostraram sua eficácia ao conseguir manter a queda da pobreza e da desigualdade durante toda a crise. "Isso foi algo inédito", mostrou Pochmann, para quem as classes mais desfavorecidas eram sempre as primeiras a sofrer com impactos externos.
Veja os gráficos sobre política e situação social brasileira

IPEA- 16/10/2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Agronegócio exporta US$ 5,7 bi em setembro

PanoramaBrasil

SÃO PAULO - As exportações do agronegócio do Brasil atingiram US$ 5,745 bilhões em setembro, uma queda de 15,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informou o Ministério da Agricultura. Em moeda nacional, os embarques somaram R$ 10,4 bilhões no mês passado, recuo de 14,7% relação ao mesmo período de 2008.

Já as importações chegaram a US$ 876,5 milhões, contração de 16%, e em moeda nacional as compras caíram 15,1%, totalizando R$ 1,5 bilhão. Com isso, a balança comercial do agronegócio brasileiro registrou em setembro um superávit de R$ 4,868 bilhões ou R$ 8,8 bilhões.

Segundo comunicado do ministério, o complexo sucroalcooleiro registrou aumento nos embarques de US$ 816 milhões para US$ 1,05 bilhão em setembro, puxado pelas exportações de açúcar, que subiram 69,9% no mês passado em comparação com o mesmo período de 2008, atingindo US$ 900 milhões.

As vendas externas de álcool sofreram queda em dólares de 47,5%, para US$ 151 milhões. Essa queda se deve à redução de 37% na quantidade exportada e de 16,6% no preço praticado.

O ministério destacou que os países da Ásia e do Oriente Médio vêm ocupando posições de destaque no ranking de vendas do agronegócio brasileiro neste ano, com um crescimento das exportações para essas regiões de 13,4% e 8,9%, respectivamente, em relação a 2008. As vendas para os asiáticos, líderes das exportações brasileiras, somaram US$ 1,78 bilhão e, para o Oriente Médio, US$ 633,4 milhões.

Emprego formal bate recorde em setembro

Economia


REUTERS

BRASÍLIA - O emprego formal no Brasil teve o melhor desempenho do ano em setembro, impulsionado pela indústria da transformação, que criou um número recorde de vagas no mês, mostraram dados do Ministério do Trabalho nesta quarta-feira.

A economia abriu 252.617 postos de trabalho com carteira assinada em setembro, no oitavo mês seguido de expansão. No período, foram admitidos um total de 1.491.580 trabalhadores e demitidos 1.238.963, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No acumulado do ano, o saldo líquido de criação de vagas é de 932.651. O ministro Carlos Lupi previu que o país fechará o ano com a criação total de mais de 1,1 milhão de vagas

- A tendência é que a indústria continue crescendo bem nos próximos dois meses, e o comércio varejista também terá um desempenho positivo por conta do final do ano - afirmou Lupi a jornalistas.

Em setembro, todos os setores da economia criaram vagas formais com exceção do agropecuário, que fechou 17.064 vagas em meio à entressafra no Centro-Oeste.

A indústria da transformação criou 123.318 postos em setembro, o maior saldo desde o início da série do Caged, em 1992. Com isso, o resultado acumulado do setor no ano, que teve um primeiro semestre muito fraco diante da baixa demanda, passou a positivo pela primeira vez, com a criação de 62.759 postos.

Regionalmente, o Nordeste liderou a criação de vagas pela primeira vez no ano, com 100.442 postos. Segundo Lupi, o desempenho refletiu o desempenho positivo sazonal da indústria alimentícia ligada ao setor sucro-alcooleiro.

JB-14/10/2009
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Revap processa primeira carga de petróleo do pré-sal de Tupi


Refinaria da Petrobrás em São José dos Campos recebe 264 mil barris que serão processados em duas campanhas

Agência Estado

SÃO PAULO - A Refinaria Henrique Lage (Revap), Unidade de Negócios da Petrobrás localizada em São José dos Campos (SP), começou a processar a sua primeira carga de petróleo extraída da camada pré-sal da área de Tupi, na Bacia de Santos. Em comunicado, a estatal diz que foram recebidos 42 mil metros cúbicos (264 mil barris) de petróleo que serão processados em duas campanhas.

O petróleo de Tupi é classificado como parafínico e de acordo com o fator de caracterização do Bureau of Mine, com grau API de 29,2, equivalente a uma densidade de 0,877. Quanto ao teor de enxofre, este petróleo é classificado como de baixo teor - quanto menor, mais fácil o atendimento às especificações futuras, cada vez mais rígidas para todos os derivados e principalmente nafta e diesel, diz a Petrobrás. Além disso, o petróleo do Campo de Tupi não gera óleo combustível, que é o produto de menor valor agregado.

O reservatório de Tupi está a mais de 3.000 metros sob o fundo do mar, abaixo de 2.000 metros de sal, em águas onde a profundidade é de 2.140 metros e a uma distância de 300 km do litoral paulista. Os volumes recuperáveis da área de Tupi estão estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo do tipo alta qualidade, ou seja petróleo leve, além de gás natural.

Agencia Estado- 08-10-2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Brasil mobilizou R$ 483 bilhões em medidas de combate à crise


Fabrícia Peixoto

Da BBC Brasil em Brasília


Para analistas, montante foi suficiente para 'blindar' economia

Um ano depois do agravamento da crise financeira internacional, as medidas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro somam R$ 483 bilhões, o que, na visão de economistas, mostrou-se "suficiente" para blindar a economia nacional de um impacto maior.

Desse total, R$ 15 bilhões sairão diretamente do caixa do governo, por meio da redução de impostos. Outros R$ 6 bilhões de gastos para construção de casas também estão previstos no orçamento deste ano.

A maior parte das medidas, no entanto, não teve impacto fiscal. Cerca de R$ 289 bilhões foram colocados à disposição do mercado pelo Banco Central, principalmente pela redução do compulsório bancário – dinheiro que pertence às instituições financeiras que fica retido pelo BC.

Esses recursos não entram na contabilidade fiscal do governo e nem chegaram a ser totalmente utilizados. Mas, segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, Pedro Paulo Silveira, foram "essenciais" em um momento delicado da crise.

"O crédito no país secou em poucos dias. A reação do BC no início desse processo foi crucial", diz o economista.

Fôlego

Com a quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro do ano passado, as instituições financeiras no Brasil e no mundo reduziram os empréstimos, prejudicando o caixa das empresas.

Uma das primeiras medidas anunciadas pelo governo brasileiro, a liberação do compulsório – que no total somou R$ 100 bilhões – deu fôlego ao mercado de crédito no país.

O economista Celso Grisi, do Instituto de Pesquisas Fractal, diz que a liberação do compulsório e o aumento da verba para empréstimos via BNDES (R$ 100 bilhões) conseguiram manter o mercado interno "ativo".

"Não importa tanto se o dinheiro foi realmente utilizado. O fato de ter sido colocado à disposição é que permitiu ao Brasil passar pelo auge da crise sem pânico", diz.

Impostos

Preocupado com a queda no consumo, o governo decidiu, a partir de novembro, reduzir impostos sobre alguns produtos, como automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção.

Na avaliação de Grisi, a escolha desses setores foi "acertada". "Não apenas porque estimulam outros setores da indústria, mas também por serem grandes empregadores", diz.

Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a isenção de IPI sobre o setor automotivo ajudou a "salvar" até 60 mil empregos (diretos e indiretos) no primeiro semestre deste ano.

Uma das críticas ao programa de desoneração fiscal implementado pelo governo diz respeito ao "efeito antecipação": a redução dos impostos teria apenas antecipado a decisão de compra, sem exatamente estimular a criação de um novo público consumidor.

O número de emplacamento de novos veículos, que vinha crescendo de fevereiro a junho, registrou queda em julho, sinalizando um possível desaquecimento das vendas. Na avaliação de Grisi, esse é um efeito "natural e até esperado".

"O governo ajudou em um momento de emergência, mas o pior já passou. A partir de outubro, o IPI dos carros volta a ser cobrado e caberá às empresas encontrar formas de manter as vendas aquecidas", diz Grisi.

Investimentos

Ao contrário do que ocorreu na maioria dos países ricos – como Estados Unidos e Japão – os investimentos públicos tiveram peso limitado nas medidas anticíclicas adotadas no Brasil.

De janeiro a julho deste ano, os investimentos do governo federal cresceram 16,7% em relação a 2008, somando R$ 15 bilhões. No mesmo período do ano passado, ou seja, antes do estouro da crise, os investimentos haviam crescido 48% sobre o ano de 2006.

Na avaliação de Grisi, o fato de os gastos com custeio (despesas fixas) terem crescido a uma velocidade maior do que os investimentos "não combina" com um momento de crise.

"O governo não deu a resposta que deveria ter dado no que diz respeito aos investimentos. Ao mesmo tempo, o reajuste do funcionalismo público foi agressivo. Isso vai pesar nas contas públicas", diz o economista.

Já Pedro Paulo Silveira, da Gradual Investimentos, não vê com surpresa o baixo nível de investimento público durante a crise.

"O governo tem em mãos uma planilha de investimentos de longo prazo que está submetida a questões legais e burocráticas", diz. "Isso não muda facilmente", acrescenta.

Um exemplo é o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida – que, apesar de ter sido lançado em meio à crise financeira, só estará totalmente finalizado no final de 2010.

PRINCIPAIS MEDIDAS
- Na esfera do Banco Central (compulsório, leilões de câmbio, etc.): R$ 289,15 bilhões
- Crédito para exportadores via BNDES: R$ 5 bilhões
- Crédito para setor agrícola via Banco do Brasil: R$ 6 bilhões
- Crédito para empresas (BNDES e Banco do Brasil): R$ 19 bilhões
- Crédito para aquisição de bens de consumo (Caixa Econômica Federal): R$ 2 bilhões
- Medidas de isenção fiscal: R$ 15 bilhões
- Liberação de FGTS: R$ 10 bilhões
- Adicional para o BNDES: R$ 100 bilhões
- Captação do Tesouro no exterior: R$ 1 bilhão
- Aumento do seguro-desemprego: R$ 2,2 bilhões
- Pacote habitacional: R$ 34 bilhões
- Total: R$ 483,35 bilhões

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Brasil e China emprestam US$ 60 bilhões ao FMI

Economia

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, formalizou segunda-feira a decisão de tornar o Brasil credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo brasileiro propôs ao fundo a aquisição de US$ 10 bilhões em bônus do organismo internacional.

Os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) concordaram em fornecer um total de US$ 80 bilhões para aumentar os recursos do FMI em resposta à crise global. A China fornecerá a maior parte: US$ 50 bilhões .

“O Brasil confirma sua decisão para ajudar a aumentar os recursos disponíveis do FMI, como uma forma de assegurar os meios necessários para efetivamente responder à atual crise financeira”, afirmou Mantega em uma carta ao diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

A proposta será encaminhada à diretoria executiva do Fundo para avaliação. Pela primeira vez, o Brasil passará à condição de credor do FMI, em vez de devedor.

Para o Brasil, que viu uma melhora em sua economia na última década, o movimento é uma mudança, acrescentou Mantega. “É a primeira vez que o Brasil empresta para o FMI. Estamos passando de um país devedor para credor. É um momento histórico.”

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda, no encontro que teve com o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, o ministro oficializou a decisão de assinar um Acordo de Compra de Notas (ACN) com o FMI, faltando apenas o envio a instâncias técnicas do governo para a revisão final.

Em abril deste ano, o FMI convidou o Brasil a fazer parte dos países credores da organização multilateral e o governo brasileiro aceitou a proposta. Na ocasião, Mantega antecipou que durante reunião do G20, em Londres, naquele mês, ficou combinado que os países “mais fortes, os que têm recursos disponíveis” dariam aportes de forma que o fundo obtivesse mais US$ 500 bilhões para poder ajudar os países em dificuldade.

Dois meses depois do convite, o ministro anunciou que o Brasil disponibilizaria US$ 10 bilhões ao fundo. A operação da aquisição de bônus do FMI é lastreada em Direito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda do fundo, com juros pagos trimestralmente, baseados na taxa estabelecida pela instituição. Essa taxa de juro é a média ponderada das taxas de juros de curto prazo dos Estados Unidos, da Zona do Euro, do Japão e Reino Unido, e atualmente está em 0,25%.

O comunicado do ministério informa que as notas serão emitidas de acordo com as necessidades de recursos do fundo e “terão prazos de repagamento iguais aos que vigoram nos empréstimos do FMI (três anos e um trimestre de carência e cinco anos de prazo total)”.

O ministro da Fazenda está em Istambul, na Turquia, onde participa da reunião do FMI e do Banco Mundial (Bird), em meio às discussões sobre a maior participação dos países emergentes nas decisões dos dois organismos multilaterais. Além de Mantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, participa do encontro.

A nota oficializando o empréstimo do Brasil ao fundo divulgada em Brasília ressalta que em meio à maior crise econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930, além de não precisar de apoio financeiro do FMI.

Com Reuters e Agência Brasil


JB-05/10/2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Alimentos revertem alta e desaceleram inflação pelo IPC-S


REUTERS

RIO - A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou ligeiramente em setembro, refletindo uma reversão dos custos dos alimentos, que passaram a cair. O indicador subiu 0,18% em setembro, ante elevação de 0,20% em agosto e de 0,33% na terceira prévia deste mês, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira.

A previsão de analistas consultados pela Reuters era de 0,20%.

- Este foi o menor resultado desde a quarta semana de junho de 2009, quando o índice registrou variação de 0,12% - disse a FGV em nota.

Os preços do grupo Alimentação caíram 0,11% em setembro, ante alta de 0,40% em agosto. O arrefecimento decorreu de menores elevações nos custos de Frutas e Hortaliças e legumes.

Os custos de Vestuário diminuíram a alta, para 0,42% em setembro, contra 0,98% em agosto.

Por outro lado, os preços de Despesas diversas saltaram 0,80%, seguindo a variação negativa de 0,02% no mês anterior.

As maiores quedas individuais de preços em setembro foram todas de alimentos: leite longa vida, cenoura, melancia, melão e banana prata.

As principais altas foram de limão, gás de bujão, batata-inglessa, mamão papaia e açúcar refinado.

JB-01/10/2009
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