quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Brasil se destaca em produtividade na agroindústria por 3 décadas

Economia


SÃO PAULO, 30 de setembro de 2009 - O estudo elaborado em conjunto pela Ernst & Young Brasil e FGV Projetos revela que o Brasil foi o único País, em relação aos seus principais concorrentes nos últimos anos, que viu a produtividade da agroindústria crescer na casa dos 2% ao ano nas últimas três décadas.

Para efeito de comparação, nos EUA esse índice foi de 0,8% e na China de 1,8%. Outro ponto notável é a participação que a agroindústria tem no PIB brasileiro. Em 2005 o PIB do agronegócio chegou a U$ 438 bilhões, ou seja, 23% da renda nacional. Nos EUA, por exemplo, essa fatia é de 16,7%.

Se nos países com melhor nível social a demanda por alimentos responde de forma mais moderada aos aumentos de renda, no Brasil ainda há estratos sociais que podem se beneficiar diretamente desse incremento. Estima-se que a renda média brasileira cresça 3,1% anualmente e o consumo global das famílias, 3,8% ao ano. Nesse mesmo cenário, a projeção é que o consumo de alimentos deve avançar 3,0% ao ano (2,5% para alimentos in natura e 3,1% para alimentos processados). Isso significa que, considerando o País e suas diversas faixas de renda, para cada 10% de acréscimo no PIB o consumo de alimentos deve se elevar em 7,5%.

 Agência IN

Comuna sobrevive após 60 anos de comunismo na China



Enquanto a China se prepara para marcar os 60 anos do comunismo nesta quinta-feira, a pequena cidade de Nanjie, no norte do país, continua seguindo à risca muitos dos preceitos de Mao Tsé-Tung.

Nanjie é uma das poucas comunas que restaram na China, onde os trabalhadores começam o dia saudando Mao, a estátua do líder tem um lugar central na praça principal e cartazes com as imagens de outros líderes comunistas, como Lenin e Stalin estão espalhados pela cidadezinha.

Todos os 4 mil habitantes trabalham para a comunidade e tudo é público. Saúde, moradia, educação, água, gás e eletricidade são gratuitos e as ruas, limpas e organizadas.

Mas o modelo das comunas nem sempre funcionou tão bem. Elas foram criadas no fim dos anos 50, quando Mao Tsé-Tung tentava impor um modo de vida comunista na China rural.

Os moradores tinham que entregar suas terras, animais, ferramentas e colheitas e trabalhar em conjunto.

Nos primeiros anos, o modelo se provou um desastre econômico e contribuiu para que milhões de pessoas morressem de fome entre 1958 e 1961.

As comunas foram então abandonadas no início dos anos 80, quando a população começou a cuidar de seus próprios lotes no campo.

Mas algumas delas sobreviveram, como a de Nanjie.

Wang Hongbin, secretário do Partido Comunista da cidadezinha, disse que foram os próprios moradores que não quiseram acabar com a comuna.

"Eles quiseram ter uma propriedade coletiva e se o povo quer assim, nós, do partido, temos uma responsabilidade de manter o sistema", diz ele.

Plantações e fábricas

Hoje, Nanjie tem várias plantações e pequenas fábricas de processamento de alimentos que produzem cerveja, chocolate, condimentos e macarrão.

Moradores de vilas próximas a Nanjie invejam os que vivem na comunidade.

"Morar em Nanjie é tão bom, tudo é fornecido pela comunidade. Apesar de os salários deles serem baixos (cerca de US$ 60 por mês), eles não tem que se preocupar com outras coisas", diz Liu, uma moradora das cercanias.

"Nossa vila não oferece muitos benefícios e eu não consigo sobreviver apenas das plantações."

Em um momento em que as diferenças entre ricos e pobres são cada vez maiores na China, Nanjie oferece a segurança e a tranquilidade de uma era que hoje pertence ao passado.

BBC- 30-9-2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Inadimplência das empresas cai 12% em agosto, diz Serasa



Portal Terra

BRASÍLIA - A inadimplência das pessoas jurídicas no país recuou 12,7% em agosto, frente ao mês imediatamente anterior, segundo pesquisa divulgada pela Serasa Experian nesta segunda-feira. Já na comparação com o mesmo mês de 2008, o indicador cresceu 19,8%.

Segundo os analistas responsáveis pelo levantamento, o problema de liquidez das empresas está se normalizando aos poucos, com a volta gradativa do crédito e com juros menores. - No entanto, encontram muitos problemas as empresas exclusivamente exportadoras -apontaram.

A perspectiva dos especialistas é que a inadimplência continue caindo nos próximos meses, "pela reação econômica e também porque nas próximas comparações com 2008, já será possível notar os primeiros efeitos da chegada da crise no Brasil". No entanto, o indicador deve fechar o ano em alta de dois dígitos sobre 2008.

De janeiro a agosto deste ano, os títulos protestados representaram 41,6% dos casos de inadimplência e foram seguidos de perto pelos cheques sem fundos, com 38,9% da inadimplência das empresas. As dívidas com bancos ficaram com fatia de 19,4% de participação no indicador.

O valor médio das dívidas com bancos foi de R$ 4.567,57 - alta de 3,5% frente os oito primeiros meses de 2008. Os títulos protestados tiveram avanço de 19,6% (R$ 1.794,56) e os cheques sem fundos subiram 19,1%, com um valor médio de R$ 1.528,69.

JB- 28/09/2009

Analistas aumentam para 4,5% estimativa de crescimento do PIB em 2010

Economia

Agência Brasil


BRASÍLIA - Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) aumentaram a projeção para o crescimento da economia em 2010. A estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, passou de 4,20% para 4,50%. Há quatro semanas essa projeção era de 4%. Para este ano, foi mantida a estimativa de estabilidade. Essas informações constam do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo BC com base em projeções de analistas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.

Em relação à produção industrial neste ano, os analistas preveem retração de 7,24%, estimativa levemente melhor do que o projetado no boletim anterior (7,25%). Para 2010, foi mantida a previsão de recuperação, com crescimento de 6%.

Os analistas alteraram a projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, que passou de 43,10% para 43,25% neste ano e subiu de 41% para 41,20% em 2010.

A expectativa para a cotação do dólar ao final deste ano e de 2010 foi mantida em R$ 1,80.

A previsão para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) neste ano subiu de US$ 25 bilhões para US$ 25,3 bilhões. Em 2010, foi mantida em US$ 18 bilhões.

Para o deficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior) neste ano, os analistas também não fizeram ajustes e mantiveram a estimativa de US$ 15 bilhões. Para 2010, foi alterada a projeção de US$ 22,8 bilhões para US$ 23,6 bilhões.

A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país), em 2009, foi mantida em US$ 25 bilhões e, no próximo ano, em US$ 30 bilhões.


JB- 28/09/2009

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Brics fixam meta de cotas para emergentes no FMI e no Bird

 Economia

Os ministros da Economia dos Brics (bloco composto pelos emergentes Brasil, Rússia, Índia e China) definiram nesta sexta-feira uma meta para aumentar a participação dos países em desenvolvimento em duas das principais instituições financeiras internacionais, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Bird (Banco Mundial).

Em um comunicado divulgado após uma reunião dos ministros em Londres, eles propõem aumentar a participação dos emergentes em cerca de sete pontos percentuais no FMI e seis no Banco Mundial.

"Isso faria com que a participação geral dos mercados emergentes e países em desenvolvimento no FMI e no Banco Mundial correspondesse aproximadamente à sua participação no PIB mundial", afirma o comunicado de 16 pontos.

A reunião dos ministros dos Brics antecede o encontro de ministros da Economia dos países do G20, marcada para sábado em Londres. Neste encontro, os ministros definirão alguns temas que serão debatidos na cúpula de chefes de Estado do G20, que acontecerá no fim do mês em Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Um dos itens em discussão no G20 é a reforma do FMI e do Banco Mundial para aumentar a participação dos países emergentes.

Seleção aberta

Atualmente, Brasil, Rússia, China e Índia possuem, em conjunto, 10% das cotas no FMI. Os Estados Unidos, o país com o maior número de cotas, possui 17,1%.
Na última reunião do G20, realizada em Londres em abril, os países dos Brics conseguiram um compromisso dos líderes para antecipar a reforma de cotas do FMI de 2013 para janeiro de 2011.

No comunicado divulgado nesta sexta-feira, os ministros dos Brics disseram que apoiam as medida de fortalecimento do FMI, definidas pelo G20 em abril.

"Nós estamos conjuntamente contribuindo com US$ 80 bilhões para suplementar os recursos do FMI", afirma a nota.

Os ministros também se manifestaram sobre o processo de escolha dos diretores do FMI e do Banco Mundial. Desde a sua criação, em 1944, há uma tradição entre os governos das economias avançadas – que possuem maioria – de eleger um europeu para o FMI e um americano para o Banco Mundial.

"Nós reiteramos nosso apoio por um sistema de seleção aberto e baseado em méritos para administração do FMI e do Banco Mundial", diz o comunicado. "O próximo diretor geral do FMI e o próximo presidente do Banco Mundial deveriam ser eleitos assim, independente das suas nacionalidades ou de qualquer preferência geográfica."

Sobre a crise econômica mundial, os ministros disseram que é cedo demais para se declarar o seu fim. Eles se comprometeram a encomendar uma pesquisa sobre o futuro da economia mundial e o papel dos Brics nele.

Os ministros também defenderam o G20 como fórum de debates entre os países sobre a crise econômica mundial e condenaram o protecionismo.

BBC

Cisões e impasses marcam reunião do G20

Econômia

Bruno Garcez

Enviado especial da BBC Brasil a Pittsburgh

A reunião do G20 começa nesta quinta-feira na cidade americana de Pittsburgh em meio a divergências que perduram desde o encontro de abril do bloco, em Londres.

A cúpula, que reune os países mais ricos do mundo e as principais economias emergentes, ocorre dias após os Estados Unidos terem imposto uma tarifa de 35% sobre pneus produzidos na China, gerando protestos por parte dos asiáticos.


E tem início horas depois de sindicatos americanos terem pedido a adoção de impostos sobre papel importado da China e da Indonésia.

Tudo isso apesar de, na última reunião, os países do G20 terem divulgado um comunicado conjunto, no qual se comprometiam a combater o protecionismo e a adotar medidas em defesa do livre comércio.

Pouco antes da realização da reunião de abril, o Banco Mundial avaliava que 17 das 20 nações do G20 haviam adotado pelo menos 47 medidas protecionistas.

E um relatório divulgado nesta semana pelo instituto World Trade Alliance, de Genebra, afirmou que, em média, um integrante do G20 quebrou sua promessa de não-protecionismo uma vez a cada três dias.

Controle financeiro

Outro ponto que pouco avançou desde o último encontro é a divergência entre americanos e europeus sobre mecanismos de controle do sistema financeiro.

Os Estados Unidos vêm defendendo a adoção de medidas de fiscalização do setor financeiro, mas a posição fica aquém da que é defendida pelas nações europeias.

Os americanos também acreditam que cabe aos países da UE fazer mais no sentido de garantir a capitalização dos bancos em seus territórios, proposta que é vista com reserva pelos europeus.

Em suma, apesar de a crise econômica global estar dando sinais de melhora em diferentes partes do mundo, há pouco consenso em relação a práticas capazes de garantir um sucesso duradouro e prevenir choques futuros.

“Por enquanto, temos visto declarações bem gerais sobre a importância de se evitar o protecionismo, mas disputas como esta entre Estados Unidos e China despertam dúvidas sobre a seriedade destes termos de compromisso e envenenam todo o ambiente da reunião’’, disse à BBC Brasil Philip Levy, do instituto de pesquisas American Enterprise Institute.

Protecionismo

O economista Barry Bosworth, do Brookings Institution, diz que “os Estados Unidos não são o único (país)” a seguir o caminho do protecionismo, mas crê que a imposição de tarifas sobre os pneus chineses “foi uma decisão muito difícil de defender, até porque o presidente Barack Obama foi tão enfático em sua crítica ao protecionismo na última reunião do G20”.

“Não há como alegar que a China agiu de forma ilegal ou que estava praticando dumping. A punição aos chineses não vai gerar empregos no mercado americano, porque os custos trabalhistas nos Estados Unidos seriam muito elevados para produzir esses pneus por aqui”, afirma Bosworth.

Para o analista, como os Estados Unidos têm uma economia diversificada e vasta, “nós temos dificuldades em ver como a economia global nos beneficia”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve chegar a Pittsburgh por volta de 12h, após vir de Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU.

Logo após a chegada, ele será um dos convidados de um almoço com outros chefes de Estado.

A tarde, ele se encontra com sindicalistas americanos e à noite, participa de um jantar oferecido pelo presidente Obama aos chefes de Estado presentes à cúpula.

BBC

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Coutinho vê retomada dos investimentos no final do 3º trimestre


REUTERS


RIO DE JANEIRO - Animado com a saída da recessão técnica, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, prevê que ao final deste terceiro trimestre haverá um movimento generalizado de retomada dos investimentos no país.

- Iniciamos uma recuperação em 'V' da economia. Neste trimestre provavelmente já estaremos próximos de recompor o nível de utilização da capacidade instalada e provavelmente no fim do trimestre estaremos próximos de um nível que começa a induzir condições generalizadas de investimento - disse na abertura de um seminário no Rio de Janeiro.

No segundo trimestre, a formação bruta de capital fixo permaneceu estável ante o primeiro trimestre e teve um declínio recorde sobre igual período de 2008, ainda sob efeito da crise financeira internacional.

- A retomada do investimento nos permite pensar na recuperação sustentável da economia, recuperação da política de investimento e desenvolvimento do país - acrescentou o presidente do BNDES.

Ele defendeu que, no mundo pós-crise, o Brasil invista mais em inovação tecnológica, o que será o diferencial entre as economias.

- A inovação é ingrediente essencial para a recuperação da economia mundial. A criação de produtos novos, de novos processos e aperfeiçoamento de produtos permitirão às empresas ter uma vantagem competitiva e sair na frente das concorrentes... Essa nova etapa na concorrência mundial será acirrada - avaliou.

JB-22/09/2009

domingo, 20 de setembro de 2009

Indústria nacional busca apoio do governo na luta contra importados

Economia

Gabriel Costa e Marta Nogueira, Jornal do Brasil

RIO - A economia brasileira pode ter engrenado a primeira marcha da recuperação pós-crise internacional, mas isso não quer dizer que os obstáculos no caminho possam ser desprezados. A melhora do panorama econômico e a valorização do real frente ao dólar ameaçam a indústria brasileira com uma nova onda de importações. Preocupados com o movimento, sobretudo de produtos asiáticos, representantes das indústrias têxtil, calçadista, de eletroeletônicos e de máquinas pediram ao governo medidas contra o que chamam de invasão.

Além da recente taxação de sapatos e pneus chineses, outros ramos se preparam para reduzir os impactos vindos do Oriente. Para estimular a competitividade dos respectivos setores, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) negociam com o governo medidas de incentivo de investimentos, programas de ampliação da exportação e redução dos custos de produção.

E também defendem a necessidade de elevação da cotação do dólar frente ao real, uma vez que a combinação do câmbio livre com taxas de juros altas estimula a entrada de capital especulativo e derruba as vendas externas do país. O efeito da valorização cambial do real no mercado interno é mais evidente em grupos do varejo que apresentam parcelas de importados, componentes trazidos de fora ou que têm os preços mais fortemente influenciados pelo mercado internacional, explicam especialistas.

A atividade de móveis e eletrodomésticos registrou o primeiro aumento positivo no volume de vendas internas em seis meses, 1,9% em julho, na comparação com junho. Mas a melhora veio com empurrão das importações de eletroeletrônicos, de 11,4% no mesmo período, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Em linha com a solicitação dos outros setores, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, ressalta que, para ser competitivo, o Brasil precisa rever a política cambial para minimizar a importação indiscriminada de produtos acabados.

– Os países asiáticos são os que mais exportam para o Brasil e é difícil competir com eles, pois as condições econômicas, de empregos e necessidades, facilitam que os preços finais de seus artigos sejam bem abaixo dos apresentados pelos brasileiros – alerta o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho.

Segundo Diniz Filho, que também preside a companhia de fiação e tecidos Cedro e Cachoeira, a indústria têxtil e de confecção brasileira emprega hoje 1,65 milhão de pessoas diretamente e 8 milhões direta e indiretamente. Para o executivo, é preciso que o país invista na sustentabilidade.
– Não podemos aceitar que a política desleal e predatória de preços aplicada por países da Ásia continuem atrapalhando nossos negócios internos – acrescenta.

Governo taxa compras externas

Uma conquista importante para dos setores mais abalados pela concorrência desleal dos importados, o de calçados, foi alcançada no início deste mês, quando o Brasil passou a taxar as importações de calçados da China em US$ 12,47 por par, a partir de solicitação da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A medida abre um precedente para outros setores prejudicados, enquanto o próprio segmento de calçados ainda espera maior rigidez.

– Nós iremos continuar atuando para a aplicação de um valor maior, de US$ 18,44 o par – ressaltou o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso na ocasião do anúncio da medida do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. – Foram 42 mil desempregados no último trimestre de 2008. Queremos recuperá-los e ainda aumentar a oferta de trabalho.

Por outro lado

Segundo cálculos da consultoria Tendências, baseados no índice de preços de importados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), no acumulado do ano, os preços de bens duráveis importados tiveram queda de 4,5% em dólar, que representa uma retração de 22,9% quando convertida em reais.

Uma dos argumentos dos que defendem a livre concorrência está na comparação de preços dos produtos fabricados no Brasil e os made in China. O comportamento dos preços da indústria nacional de têxteis e calçados continuam estão acima inflação, reforçados pelas novidades da coleção primavera-verão. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,5%, enquanto a variação do grupo vestuário foi de 7,6%.Neste ponto, os produtos brasileiros saem em desvantagem.

Os empregos que deixam de existir no Brasil não são considerados pelos consumidores, nem há algum tipo de campanha para tanto, como acontece em outros países vizinhos, como a Argentina.

Consumidor não se “importa”

Os brasileiros não se preocupam com a procedência dos produtos que compram, a julgar pelos milhares de clientes que lotam diariamente as ruelas da Sociedade dos Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara). Basta uma passada no maior centro comercial popular do Rio de Janeiro para notar a grande procura por preços baixos e a total falta de interesse pela origem dos produtos.

Andressa Liebemann, de 21 anos, confessa que até deveria pensar sobre o assunto, mas quando encontra algo que quer, por um valor abaixo do habitual, não se importa que seja estrangeiro.

– Pode ter vindo da África, da China que eu não estou nem aí. O que eu gosto, pego e levo – afirmou a estudante.

Outros até se preocupam, mas continuam em busca do preço menor. É o caso de Laelson das Virgens, motorista particular, que acredita que se houvesse maior preocupação com o assunto, o país poderia estar em melhor situação.

– Seria bom se todos se conscientizassem e comprassem mais produtos brasileiros, pois fortalece a indústria interna e gera empregos. Mas com certeza o que mais atrai na hora de fazer compras são os preços – diz das Virgens.

Adelziro Ferreira de Oliveira, que no momento está afastado do trabalho, se diz mais atento à qualidade do que vai comprar.

– Posso até pagar mais caro, mas gosto de sentir segurança de que estou comprando um artigo que vai funcionar. Quanto à procedência, acho que é o governo que deve se preocupar, arrumando uma forma de fazer com que o país ofereça bons produtos com preços viáveis – pondera Adelziro.

JB- 19/09/2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aumento de rendimento foi maior entre os mais pobres em 2008

Economia

 
Agência Brasil

BRASÍLIA - Embora tenha reduzido o ritmo de crescimento devido aos efeitos da crise internacional, o rendimento médio mensal de trabalho do brasileiro (pessoas com 10 anos ou mais de idade) aumentou 1,7% de 2007 para 2008, passando de R$ 1.019 para R$ 1.036. De 2005 para 2006, a elevação havia sido de 7,2%, e de 2006 para 2007, de 3,1%.

O acréscimo, no entanto, foi observado com mais intensidade entre a parcela mais pobre da população. Para os 10% das pessoas ocupadas com rendimentos mais baixos, o crescimento da renda média mensal foi de 4,3%, enquanto para os 10% com rendimentos mais elevados, de 0,3%.

Os dados, divulgados hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa ao ano de 2008. O estudo, publicado anualmente, traz uma radiografia da situação econômica do país, com informações sobre população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimentos.

De acordo com o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, a melhora nos rendimentos da população de mais baixa renda está associada, além do cenário econômico favorável, aos programas de transferência de renda do governo, como o Bolsa Família.

- Além de incentivar o aumento da escolarização das pessoas, o que já tem impacto direto no nível de rendimento, com a elevação da renda do trabalhador, ele pode cobrar mais por sua atividade laboral. Se antes se sujeitava a capinar por um preço baixo, sem a mesma necessidade ele passa a poder cobrar mais caro pelo que faz - afirmou.

O estudo mostra também que em termos regionais os maiores ganhos foram observados no Nordeste (5,4%) e no Centro-Oeste (3,2%). As regiões Sul (2,1%) e Sudeste (0,5%) também registraram elevação, enquanto a Norte não sofreu variação significativa. O Centro-Oeste continuou registrando o maior rendimento médio mensal de trabalho (R$ 1.261) e o Nordeste, o menor (R$ 685).

Segundo a pesquisa, houve redução na concentração dos rendimentos para o conjunto do país, tendo o Índice de Gini (que mede o grau de distribuição da renda) caído de 0,528 para 0,521 de uma ano para o outro.

Também foi observada queda nesse indicador nas regiões Norte (de 0,494 para 0,479), Sudeste (de 0,505 para 0,496) e Sul (de 0,494 para 0,486). Na Região Nordeste, como houve aumento do rendimento em todos os estratos sociais, a concentração deles não sofreu alteração relevante (de 0,547 para 0,546). O Centro-Oeste, que continuou liderando o ranking, também manteve o mesmo índice de concentração de rendimentos (0,552).

O estudo revela que os 10% da população ocupada com rendimentos mais baixos detiveram, em 2008, 1,2% do total de remunerações de trabalho, praticamente o mesmo patamar observado em 2007 (1,1%). Oos 10% com rendimentos mais elevados responderam, em 2008, por 42,7%, pouco menos do que os 43,3% observados em 2007.

A pesquisa mostra ainda que na categoria dos empregados (com e sem carteira assinada, exceto trabalhadores domésticos), os sem carteira assinada, que respondiam pelo menor rendimento médio (R$ 604) obtiveram o maior ganho real (2,7%) no período. Os militares e funcionários públicos recebiam a maior remuneração média (R$ 1.759) e tiveram ganho real de 0,4%; os empregados com carteira assinada, apresentaram incremento de 1,3% no rendimento médio mensal (R$ 1.034).

Na categoria dos trabalhadores domésticos, tanto com carteira assinada, que ganhavam em média R$ 523 em seu trabalho principal, quanto os sem carteira assinada, com renda média de R$ 300 apresentaram ganhos reais de 2,1% e 2,7%, respectivamente. Os que trabalham por conta própria tiveram queda de 4,8% no rendimento (R$ 799).

Na análise por gênero, o estudo mostra que as mulheres têm remuneração de trabalho média de R$ 839. O valor representa 71,6% do recebido por homens (R$ 1.172).

18/09/2009
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Conselho Monetário aprova mais R$ 2 bilhões para apoio à cafeicultura

Agência Brasil
BRASÍLIA - O governo aplicará mais R$ 2 bilhões até junho de 2010 para apoiar os cafeicultores brasileiros por meio de prorrogação de dívidas, da criação de uma linha de crédito e redução de juros. A maioria das medidas que regulamentam o apoio à cafeicultura foi aprovada hoje (16), pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e têm o objetivo de retirar do mercado cerca de 25% da safra atual.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que as decisões tomadas pelo governo farão com que o preço do produto se eleve antes dos produtores comercializarem sua produção. Assim, a renda dos produtores aumenta, são formados estoques públicos, que estavam praticamente zerados, e se equilibra a oferta e demanda do produto.
Na semana passada, já tinha sido anunciado um investimento de cerca de R$ 1 bilhão na aquisição de café por compra direta e conversão, em produto, de dívida de estocagem. Esse montante é suficiente para aquisição de cerca de 4 milhões de sacas. O ministro disse que, se for necessário, o governo poderá adquirir até 10 milhões de sacas de café, mas ele não acredita que será preciso.
"No limite, pode chegar a 10 milhões de sacas, mas eu acredito que o mercado vai reagir antes e se ajustar aos novos preços", afirmou. Ele disse que os problemas enfrentados pela cafeicultura brasileira, a maior do mundo, se devem, em grande parte, à ineficiência do governo ao aplicar as políticas de sustentação de preços.
"Se o produtor vai colher em abril, ele tem que receber crédito em abril, mas não é o que tem acontecido. Tem vezes que o crédito só chega em julho", disse Stephanes. Para ele, inclusive, as próximas medidas para o setor são relativas ao planejamento das próximas safras, para garantir que os recursos sejam liberados no momento certo, e também à avaliação sobre as áreas que terão condições de se manter no plantio de café.
Valor Online 16/09/2009

Retomada pós-crise agita os negócios do setor de logística

 LOGÍSTICA
Fabíola Binas
SÃO PAULO - O reaquecimento da indústria se reflete nos negócios das empresas de logística, ocasionando a abertura de novos contratos ao longo de 2009. Ontem, a Júlio Simões Logística anunciou mais uma operação para a Suzano Papel e Celulose, ao assumir a movimentação interna na sede da empresa, o que deve se estender às cinco fábricas da contratante até o fim do ano. A Júlio Simões prevê que os novos trabalhos conquistados este ano, contribuam com um incremento de 15% nos ganhos. Já a francesa ID Logistics conquistou parte das operações na Nadir Figueiredo, depois de ter assumido clientes como AmBev, Casa Show e Danone. Com isso, a operadora espera um crescimento de 20% ainda em 2009.
Em relação ao projeto da Júlio Simões, serão necessários aportes de cerca de R$ 18 milhões em equipamentos e infraestrutura, fora a mão de obra, para a efetivação total da nova operação. "É um cliente para o qual transportávamos a matéria prima para a fábrica e o também o produto acabado. Ao assumir a movimentação interna das plantas fabris, fechamos um ciclo logístico completo", explicou ao DCI Irecê Andrade, diretora comercial da Júlio Simões Logística.
As novas atividades para a Suzano terão início na sede da empresa, na cidade paulista de mesmo nome, passando depois às plantas Rio Verde, também em Suzano, às fábricas de Embu e Limeira, em São Paulo, e à de Mucuri (BA).
O setor de papel e celulose corresponde a 13% dos negócios de logística do grupo, que atua em serviços que vão do corte das árvores, carregamento e transporte da matéria-prima e distribuição para as plantas fabris, ao embarque para exportação no porto. "Neste setor atendemos também companhias como Aracruz-VCP e Veracel, sendo que já desenvolvemos algo para a Cenibra", disse Irecê.
Em 2009, a Júlio Simões também iniciou o atendimento a companhias o setor sucroalcooleiro e incluiu no portfólio e clientes como Cosan e Brenco. "É um setor com perspectiva de expansão", falou a executiva, sem revelar projeções.
O Grupo Júlio Simões faturou R$ 2,3 bilhões em 2008. Ele também atua na área de revendas de veículos - são mais de 20 da marca Volkswagen, além de terceirização de frotas e serviços de limpeza urbana. Em outros segmentos, atende clientes como MMX, Vale, Cummins e General Motors.
Tecnologia
Especializada em tecnologia para gestão de armazenagem em centros de distribuição, a europeia ID Logistics anuncia seu quarto contrato do ano para prestar serviços à empresas no País. Com isso, deve chegar, por aqui, à casa dos R$ 90 milhões de faturamento em 2009.
Agora a ID passa a cuidar da gestão dos estoques, da recepção de cargas e da movimentação interna da fábrica Nadir Figueiredo na região metropolitana de São Paulo. "A Nadir estima que sua produção irá crescer consideravelmente nos próximos anos", disse Nicolas Derouin, diretor-geral da ID Logistics no Brasil, ao colocar que por isso a fabricante de vidros e cristais procurou um operador que garantisse soluções flexíveis e ágeis: para obter vantagem competitiva.
Este ano ID conquistou operações junto a AmBev, Casa Show e Danone, mas já prestava serviços no Brasil a corporações como Carrefour, Leroy Merlin, ArvinMeritor e Chevron Texaco.
O Brasil já corresponde à segunda maior operação da ID Logistics no mundo, sendo que o grupo mantém 63 unidades, dividas entre mais de 1,5 milhão de metros quadrados de estoques espalhados por quatro continentes. O faturamento global da companhia chegou a R$ 930 milhões no ano passado.
Fusão
Outra operadora que confirma a retomada do mercado é a nacional Trafti, resultado da fusão que uniu os negócios de Ajofer, Fantinati, Trans-Postes, Transvec e Mestralog em junho passado.
"O mercado começa a reagir além do que esperávamos, sinalizando haver oportunidade de novos negócios", analisou Marco Capitano, presidente da Trafti.
O executivo disse que a empresa trabalha para fortalecer os serviços para os atuais clientes (não revelados), oferecendo novos serviços de acordo com a formatação integrada de todas as empresas que formaram a Trafti.
Além disso, Capitano confirmou que até o fim deste ano a empresa deve anunciar novas operações com grandes clientes e que as negociações estão em curso.
Entre os principais setores-alvo da empresa, estão as indústrias automobilística, sucroalcooleira, alimentícia, de eletroeletrônicos e farmacêutica.
A Trafti nasceu com ganhos próximos aos R$ 250 milhões, mas o objetivo é chegar a R$ 400 milhões em cinco anos.
Antônio Wrobleski (ex-Ryder Logística) deixou a presidência da Trafti depois de ter cumprido a missão de liderar a integração entre as empresas, mas ele permanece no conselho administrativo.

Emprego tem agosto recorde e ministro vê setembro ainda melhor

Economia


REUTERS
BRASÍLIA - O emprego com carteira assinada no Brasil teve o melhor agosto desde 1992 e setembro deve ser ainda melhor, avaliou nesta quarta-feira o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
A economia brasileira abriu 242.126 postos de trabalho com carteira assinada em agosto, melhor desempenho mensal deste ano e melhor leitura para o mês desde o início da série histórica iniciada em 1992, mostraram dados do ministério.
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 1.457.455 trabalhadores foram admitidos no mês passado e 1.215.329 foram demitidos.
Lupi disse que o resultado de setembro será melhor do que o de agosto e reafirmou a previsão de que 2009 encerrará com mais de um milhão de vagas criadas. Ele acrescentou que 2010 será o melhor ano do governo Lula em termos de emprego.
Segundo o ministro, a indústria vai ter contratação muito forte porque os estoques estão baixos, já que o setor vinha sofrendo perda de demanda em meio à crise global.
Outro impulso deve vir da construção civil, disse Lupi, lembrando que o programa 'Minha casa, minha vida' para o setor começará a ganhar fôlego.
No acumulado do ano, o saldo líquido de criação de vagas é de 680.034.
JB- 16/09/2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Lula: Brasil superou crise e é hora de ampliar mercado interno

Economia
Laryssa Borges, Portal Terra
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comemorar nesta terça-feira o fato de o Brasil ter conseguido superar a crise financeira mundial e disse que, depois da "febre", o País precisa de "vitamina" para se fortalecer e continuar a ampliar o mercado interno e o montante de investimentos.
"Não temos obrigação de ficar vangloriando sobre quem é responsável por sair da crise. Foi a primeira crise que todos sabiam que era uma crise internacional começada nos Estados Unidos. (Agora) É a saída gloriosa dela, é como se a febre estivesse passado. Agora então não é mais dar antibiótico, é para dar vitamina", afirmou o presidente ao participar da reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
De acordo com Lula, mesmo com um cenário mais favorável ao Brasil neste período de um ano após o auge das turbulências mundiais, o governo não pretende deixar de monitorar a pressão inflacionária ou de garantir a responsabilidade fiscal.
"Não vamos abrir mão da nossa responsabilidade fiscal ou de controlar a inflação. Ela não vai voltar porque toda vez que volta desgraça a vida e a economia desse país", disse, lembrando que atualmente existe no Brasil "um espaço fértil para fazer investimento".
"Agora é hora de fazer investimento. Quem tem investimento e parou por conta da crise comece a fazer investimento. Quem estiver mais preparado vai sair na frente", afirmou, cobrando ainda empenho dos empresários principalmente na discussão de uma cadeia produtiva para exploração do petróleo encontrado na camada pré-sal.
"As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), quem quer que venha governar esse país, vai ter muito mais obra. E ao mesmo tempo temos essa novidade extraordinária do pré-sal. Acho que a preparação tem que ser anterior. Todos nós precisamos começar a discutir e pensar como estruturar a cadeia produtiva", disse.
"A verdade que estamos descobrindo uma coisa importante. Não existe possibilidade de o governo sobreviver sozinho, de o empresário viver sozinho, de o trabalhador viver se as empresas estiverem enfraquecidas ou (se houver) um exército infinito de miseráveis", salientou.
"Seria importante que os empresários começassem a preparar grupos de trabalho junto aos trabalhadores para a gente começar a (...) estruturação da cadeia produtiva do pré-sal", afirmou, dizendo que o Brasil precisará de mais indústrias, de maior produção de aço e de mais infraestrutura para arcar com a exploração plena do pré-sal.
"É um desafio tão excepcional que ainda não temos a dimensão e noção do que pode acontecer os seis, sete ou oito anos depois. Qual é o Brasil que nos espera na hora que a gente começar a explorar o pré-sal? Não temos dimensão das coisas que estão por vir e temos que nos antecipar. O que a gente pode fazer dentro do Brasil? Esse é o desafio: fazer que grande parte desses produtos (relacionados à exploração do pré-sal) sejam fabricados dentro do nosso País. Isso vai aumentar classe média, vai aumentar a formação profissional e vai qualificar o brasileiro para ser mais competitivo", declarou o presidente.
JB-15/09/2009

domingo, 13 de setembro de 2009

PIB sobe 1,9% no 2º tri e encerra recessão; em um ano queda é de 1,2%

11/09/2009
CIRILO JUNIOR
A economia brasileira voltou crescer no segundo trimestre deste ano, com alta de 1,9% frente aos três meses imediatamente anteriores, informou nesta sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a igual período em 2008, no entanto, o PIB (Produto Interno Bruto) teve recuo de 1,2%.
A alta frente ao trimestre anterior configura que o país saiu do quadro de recessão técnica, quando há duas retrações consecutivas. No primeiro trimestre, a queda foi de 1% após revisão (a leitura inicial era de queda de 0,8%), e no quarto trimestre de 2008, o recuo havia sido de 3,4% após revisão (o dado anterior era de queda de 3,6%).
No acumulado do semestre, a economia caiu 1,5% frente aos seis primeiros meses de 2008, a maior retração para um semestre em toda a série histórica, inciada em 1996.
Ao todo, a economia movimentou R$ 756,2 bilhões de abril a junho. A taxa acumulada dos últimos 12 meses (encerrados em junho) indica alta de 1,3% do PIB em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país. O indicador é composto por indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.
O consumo das famílias, um dos principais componentes do PIB, teve aumento de 2,1% em relação ao primeiro trimestre, o que mostra que os brasileiros continuaram a comprar apesar da crise, estimulados pela redução de impostos. Quando confrontado com o segundo trimestre de 2008, o consumo teve alta de 3,2%. Ao longo do primeiro semestre, os gastos das famílias cresceu 2,3%, e no acumulado dos últimos 12 meses, acumula incremento de 3,5%.
Já o consumo do governo no segundo trimestre registrou variação negativa de 0,1% em relação ao primeiro trimestre. Sobre igual período em 2008, constatou-se crescimento de 2,2%. No primeiro semestre, registra alta de 2,5%, e nos últimos 12 meses, o aumento chega a 4,2%.
O investimento --medido pela chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e que indica a confiança das empresas--, ficou estável em relação ao primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2008, houve retração de 17%. No acumulado do semestre, a queda foi de 15,6%, e nos últimos 12 meses, a queda chega a 2,2%.
A taxa de investimento de abril a junho representou 15,7% do PIB, a menor para um segundo trimestre desde 2003 (14,8%); em igual período em 2008, a taxa significou 18,5%. No acumulado do semestre, o investimento representou 16,1% do PIB, menor taxa desde o primeiro semestre de 2005.
O setor industrial, após dois trimestres negativos, teve alta de 2,1% frente ao primeiro trimestre. Em relação ao período de abril a junho do ano passado, a indústria caiu 7,9%. De janeiro a junho, a queda foi de 8,6%, e no acumulado em 12 meses, houve retrocesso de 3%.
Já o setor de serviços registrou incremento de 1,2% na comparação com o primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB dos serviços subiu 2,4%, assim como no acumulado do primeiro semestre, cujo avanço chegou a 2,1%. Nos últimos 12 meses encerrados em junho, verifica-se alta de 3,1%.
O setor agropecuário, por sua vez, teve variação negativa de 0,1% na comparação com o período de janeiro a março deste ano. Em relação ao segundo trimestre de 2008, a agropecuária teve queda de 4,2%. A retração do setor chegou a 3% quando o desempenho de janeiro a junho é comparado a igual período no ano passado. Nos últimos 12 meses, foi constatado avanço de 0,2%.
Folha Online

sábado, 12 de setembro de 2009

BANCO DO BRASIL JÁ TEM MAIS DE 99% DO CAPITAL DA NOSSA CAIXA

AÇÕES

PanoramaBrasil

SÃO PAULO - O Banco do Brasil (BB) informou que aconteceu ontem a liquidação financeira do leilão de compra de ações da Nossa Caixa, realizado em 4 de setembro. Segundo o BB, foram negociadas 865.807 ações a vista, pelo preço de R$ 73,59 cada, e 29.175.597 ações a prazo, por R$ 76,82. Com isso, a oferta soma R$ 2,304 bilhões. A quantidade negociada representa 97,62% do total em posse dos acionistas minoritários (30.772 541). Concluída a oferta, o BB passa a deter 106.304.316 ações, correspondentes a 99,32% do capital da Nossa Caixa.
Ouvidorias
O Banco Central (BC) passou a divulgar na internet, a partir de ontem, a lista dos ouvidores dos bancos e os canais de contato das ouvidorias com o cidadão. Segundo nota do BC, a medida tem o objetivo de facilitar a comunicação entre o cidadão e as instituições, principalmente no que diz respeito à solução de eventuais conflitos entre as partes.
O BC ressalta que as ouvidorias dos bancos não substituem os canais convencionais de atendimento. O cliente ou usuário deve procurar primeiramente o responsável por sua conta ou o gerente da agência e, em segundo lugar, o serviço de atendimento ao consumidor (SAC). A orientação é que, se esses canais não oferecerem uma solução, então sim, será a hora de buscar a ouvidoria. Desde 2007 as instituições financeiras e as demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central são obrigadas a ter ouvidoria, segundo o BC. A exigência veio com a Resolução n. 3.477 e visa a assegurar o cumprimento das normas legais relativas aos direitos do consumidor. A ideia é possibilitar que a ouvidoria seja um canal de comunicação entre a instituição, os clientes e os usuários de serviços, inclusive na mediação de conflitos, e evitar que o BC fique sobrecarregado com o volume de reclamações.

DCI-11/09/09

Ações de países emergentes têm maior alta em nove anos

 INTERNACIONAL

Nova York - As ações dos países em desenvolvimento subiram, elevando o Índice MSCI de Mercados Emergentes ao seu nível mais caro de nove anos.
Os papéis das fabricantes de software da Índia dispararam e a alta nos preços do petróleo aumentaram o potencial de renda das economias sustentadas pelas exportações.
O Índice MSCI de Mercados Emergentes registrava alta de 0,4% para 883,13 pontos às 9:46 de ontem em Nova York, empurrando as cotações para 19,9 vezes os lucros informados pela primeira vez desde 29 de junho de 2000, segundo dados compilados pela Bloomberg.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

PNEUS E CALÇADOS CHINESES TERÃO SOBRETAXA

Valor Online
BRASÍLIA - As importações de calçados da China passam a pagar a sobretaxa de US$ 12,47 por par, como punição antidumping. Também pneus para automóveis vindos da China, séries 65 e 70 com aros 13 " e 14 " , terão o adicional de US$ 0,75 por quilo, pelos próximos cinco anos.
A decisão é da Câmara de Comércio Exterior (Camex), publicada hoje em duas resoluções no Diário Oficial da União. O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (Mdic) explicou que as medidas antidumping valem a partir de hoje, e foram fruto de investigação de denúncias pelo Departamento de Defesa Comercial (Decon).
No caso dos calçados, a denúncia contra exportações chinesas ao Brasil a preços abaixo do custo foi protocolada pela Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados), em dezembro de 2008.
A alíquota adicional vale para as importações da China de vários tipos de calçados, com exceção de sandálias praianas e exclusivos para esportes como esqui, surf de neve, patinação, lutas, boxe e ciclismo.
Também ficam de fora pantufas chinesas, sapatilhas para dança, calçados descartáveis, aqueles utilizados como item de segurança em unidades fabris, fabricados totalmente em material têxtil, sapatos de bebês cuja parte superior seja totalmente fabricada em tecido, além dos calçados de couro natural com a parte superior em tiras, popularmente chamados de alpercatas.
A investigação da prática de dumping nas exportações chinesas de pneus para o Brasil foi aberta em julho de 2008. O Mdic atendeu solicitação da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).
O Mdic justificou em nota que "a prática de dumping, ou a exportação de bens para outros mercados com preços inferiores ao praticado no mercado de origem é considerada desleal pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O direito antidumping é uma medida clássica de defesa comercial utilizada para evitar que produtores nacionais sejam prejudicados por importações desleais".
 09/09/2009

SELIC MENOR TRAZ NOVO PANORAMA PARA INVESTIMENTOS

Economia
SÃO PAULO, 9 de setembro de 2009 - A crise financeira mundial, que até alguns meses assustou a todos, diminuindo a atividade econômica nos países desenvolvidos e derrubando a cotação das commodities, trouxe para o Brasil a necessidade de redução efetiva da taxa de juros básica da economia, como uma das medidas para amenizar os efeitos nocivos que uma crise como esta pode proporcionar. Porém, o mais importante foi que o Copom baixou os juros básicos a níveis que não se imaginavam no passado, pois a cada crise a resposta era alta dos juros para não afastar as reservas em moeda forte.
"A redução feita desde novembro do ano passado modificou a estrutura da taxa de juros no País, reduzindo a diferença entre a inflação e os juros para patamares mais próximos as que são praticadas em outros países", comenta Mauro Giorgi, gestor de recursos da Hera Investment.
Para ele, a primeira constatação é que a renda variável passa a ter uma competição mais coerente, apesar do imposto de renda sobre o ganho em ações ainda ser uma distorção. Na visão do especialista, a conseqüência é que pode haver uma maior atração de investidores que buscam um pouco mais de risco e rentabilidade.
Giorgi afirma que as estratégias de gestores de recursos na criação de produtos para os novos investidores do mercado de ações será muito importante para fidelizá-los e cativá-los. "Vejo que o Brasil pode chegar em curto espaço de tempo a números próximos aos seus pares em desenvolvimento, quanto a investidores nacionais detentores de fatias de empresas, o que democratiza ganhos, eleva a capacidade de captação de recursos mais baratos, e atrai mais investimentos produtivos", diz.
Mauro acredita que a grande transformação se dará na renda fixa. Como primeira e já bastante alardeada mudança, a elevação ao nível de investimento rentável será na popular, em todos os sentidos, caderneta de poupança, avisa o economista. De acordo com ele, para o investidor de pequeno e médio porte, entre R$ 10 mil e R$ 100 mi, as taxas de administração cobradas por administradores e gestores de recursos na renda fixa eram compatíveis, ou aceitas, para uma estrutura de juros acima da casa de 10% a.a. líquidos.
Com a taxa Selic atual a 8,75% a.a. e taxas de administração e gestão cobradas acima de 1% a.a., a caderneta de poupança é mais rentável, levando-se em consideração a isenção fiscal da mesma. Mauro Giorgi considera que esse panorama condiz com uma rentabilidade real, acima da inflação, com elevada dose de segurança.
Porém, as mudanças na renda fixa são maiores para um investidor com um aporte mais elevado, ou seja, acima de R$ 100 mil. Acostumado a uma margem próxima a 100%, esse indivíduo terá que assumir riscos para manter a rentabilidade, pois somente a iniciativa privada oferecerá taxas compatíveis com ganhos reais mais robustos, avalia o especialista.
Segundo Giorgi, as conseqüências para essa tentativa de manutenção de ganhos reais serão as mais diversas. "O primeiro efeito será a redução da remuneração dos administradores e gestores. O segundo será a criação de novos produtos, sempre embutindo uma nova dose de risco. E o terceiro será o crescimento de um mercado maior e mais forte de títulos privados de renda fixa, mas da mesma maneira embutindo nova e às vezes elevada dose de risco", finaliza.
(SSB - Agência IN)

domingo, 6 de setembro de 2009

COM SINAIS POSITIVOS SOBRE ECONOMIA, G20 MUDA O FOCO DO DEBATE

da Reuters, em Londres
Líderes mundiais de finanças mudaram o foco da luta contra a crise para reformas no setor bancário, diante de mais evidências de que a pior recessão global em décadas está finalmente chegando ao fim.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, pediu exigências mais duras de capital dos bancos, com o objetivo de evitar práticas mais arriscadas de empréstimos que foram apontadas como causa da crise. Outra grande potência do setor bancário, a Inglaterra, apoia a posição dos EUA.
Mas a criação de um consenso mais amplo entre os minitros de Finanças do G20, que se reúnem neste final de semana em Londres, pode ser difícil. A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, disse que a revisão das atuais regras de capital, conhecidas como Basileia II, deve ser suficiente.
Enquanto o grupo prepara a reunião de chefes de Estado no final do mês nos EUA, houve amplo entendimento em pelo menos um assunto: ninguém tem pressa de retirar o apoio financeiro emergencial até estar certo de que a retomada é sustentável.
"Há o perigo de pessoas dizerem que o trabalho já foi feito e que agora podemos acelerar e voltar ao normal", disse à Reuters o ministro de Finanças inglês, Alistair Darling. "Já cometemos esses erros antes --o mais evidente sendo nos EUA, no final dos anos de 1930, que viram uma recuperação na hora errada e voltaram a cair em recessão de novo."
Fontes do G7 afirmaram à Reuters que o comunicado do G20, que deve ser divulgado no sábado, provavelmente irá reiterar a promessa de manter políticas expansionistas pelo tempo que for necessário.
Em um discurso feito hoje em Berlim (Alemanha), o diretor geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, chamou a atenção para a necessidade de pensar em estratégias claras de saída para a crise.
"Chegou o momento para os dirigentes de desenvolver suas estratégias de saída, já que se não conseguirem desenvolver suas estratégias de saída, se não conseguirem esclarecer e formular seus planos, correm o risco de acabar com a confiança e com o próprio processo de recuperação", afirmou. "Retirar o estímulo cedo demais implica um risco real de tirar a recuperação dos trilhos, com implicações potenciais significativas para o crescimento e o emprego."
Com taxas de juros em recordes de baixa e trilhões de dólares colocados nas economias para driblar a crise, os formuladores de política querem mostrar que eles têm estratégias de saída para que os mercados não temam eventuais ameaças inflacionárias.
O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, por sua vez, disse que "agora não é o momento de retirar" as ajudas, mas destacou que o banco "tem uma estratégia de retirada e estamos prontos para colocá-la em ação quando for apropriado".
Bric
Líderes de Brasil, Rússia, Índia e China, os quatro mercados emergentes que compõem as economias do Bric, reuniram-se com Geithner. Em comunicado, os representantes das áreas econômicas do chamado Bric afirmaram nesta que querem ampliar suas cotas gerais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e prometeram dar US$ 80 bilhões para reforçar o órgão.
O grupo também apontou que o pior da crise global pode ter ficado para trás, mas é muito cedo para dizer que acabou. Para os países do Bric, o G20 deve continuar a implementar políticas anticíclicas de maneira coordenada.
Bônus
Com o desemprego ainda propenso a crescer por ora, os políticos também estão buscando alguém para culpar e irão enfatizar que os bancos não podem regressar à atividade normal.
França, Alemanha e Grã-Bretanha encaminharam propostas conjuntas para mudar a cultura de bônus nos bancos, o que muitos dizem ter sido a raiz da atual crise.
Outras questões em negociação são garantir que o FMI consiga todos os recursos prometidos na cúpula de abril, realizada em Londres, quando líderes se comprometeram a aumentar em US$ 1,1 trilhão potencial de empréstimo.
O governo dos Estados Unidos também quer tornar as mudanças climáticas um importante tópico na cúpula de Pittsburgh e pedirá aos demais membros do G20 que eliminem subsídios concedidos a combustíveis fósseis e aumentem a transparência do mercado de petróleo.
Folha Online- 04/09/2009

BB cortará ainda mais o juro, mesmo sem redução da Selic



Economia
Apesar da interrupção nos cortes da taxa básica de juros, a Selic, o Banco do Brasil pretende manter a política de redução nos juros como instrumento para avançar sobre a concorrência e ganhar mercado, informam Sheila D'Amorim e Toni Sciarretta, em reportagem da Folha neste domingo (a íntegra está disponível para assinantes do UOL e do jornal).
"Taxa de juros sempre vai ser o grande diferencial da concorrência", disse, em entrevista à Folha, o presidente do banco, Aldemir Bendine. Segundo ele, o comportamento da inadimplência será determinante para os novos cortes.
Perto de completar cinco meses no cargo para o qual foi indicado pelo presidente Lula com a incumbência de induzir concorrência para reduzir o "spread" (diferença entre a taxa de captação e a repassada), Bendine afirmou que o banco errou ao precificar um medo exagerado de calote no auge da crise. "O cenário para a inadimplência é benigno." ]

Aldemir Bendine afirmou ainda que os bancos não precisam mais do estímulo para compra de carteiras dado pelo governo no auge da crise, como liberação de depósito compulsório. Ele alfineta o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, que afirmou que os bancos públicos praticam "taxas insustentáveis" no longo prazo. "Talvez ele tenha feito isso baseado na estrutura de custos dentro do banco dele, que é totalmente diferente do meu", disse.

Folha Online 06/09/2009
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