sábado, 29 de agosto de 2009

Zona do euro dá primeiros sinais de saída da crise global

 INTERNACIONAL
Agência EstadoPanoramaBrasil
BRUXELASFRANKFURT - A economia da zona do euro já dá seus primeiros sinais de melhora depois que Alemanha e França saíram da recessão no segundo trimestre. No entanto, o fluxo de crédito ainda sinaliza desaceleração para o setor privado.
Ontem, pesquisa da Conference Board mostrou que o índice dos principais indicadores da zona do euro subiu 1,6% em julho, para 97,4. O indicador aumentou pelo quarto mês consecutivo. O índice é formado por oito componentes, como confiança econômica e encomendas de bens de capital, e visa indicar a tendência econômica da região para até seis meses à frente.
No segundo trimestre, a economia da Espanha se contraiu mais que o esperado, contrastando com a recuperação vista na Alemanha e na França, devido a uma deterioração da demanda interna, segundo os dados divulgados pela agência nacional de estatísticas ontem. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 1,1% sobre o primeiro trimestre, quando a retração foi de 1,6%.
Já a confiança do consumidor da Alemanha aumentou para o maior patamar em 15 meses em setembro, de acordo com um indicador antecedente, divulgado ontem, em razão de menores preços e de um mercado de trabalho mais estável. O índice do grupo de pesquisa GfK subiu para 3,7 na leitura para o próximo mês, ante o dado revisado para baixo de 3,4 em agosto.
Já o aumento dos créditos ao setor privado registrou nítida desaceleração em julho na zona do euro, de acordo com dados do Banco Central Europeu (BCE) divulgados ontem, consequência do temor dos bancos de emprestar e dos planos de economia das empresas em dificuldades.
Os créditos ao setor privado aumentaram 0,6% ao ano, contra altas de 1,5% em junho e 1,8% em maio, informou o Banco Central Europeu (BCE). A desaceleração do aumento dos empréstimos bancários às empresas está se intensificando. Ao mesmo tempo, os temores de escassez de crédito que ameaçam entravar uma retorno duradouro ao crescimento aumentam na Europa, principalmente na Alemanha, onde a demanda de crédito é mais forte que a média. "Os temores de escassez do crédito parecem estar se materializando", disse Jean-Christophe Caffet da Natixis.
Os bancos endureceram os critérios de concessão de crédito nos últimos meses, mas ao mesmo tempo a demanda caiu em razão do adiamento dos investimentos das empresas em subcapacidade, principalmente na indústria, segundo Caffet. "Claro, uma forte desaceleração do aumento do crédito é mais do que normal quando a economia está no meio de uma severa recessão", disse Carsten Brzeski da ING. "Mas o ciclo do crédito deve rapidamente melhorar sua tendência para permitir uma verdadeira retomada", acrescentou.
"Com tão poucos sinais de uma vontade dos bancos de emprestar, uma retomada em V na zona euro é improvável", disse Ben May da Capital Economics. O BCE publicou ontem seu indicador antecipado da inflação, a massa monetária M3. O índice aumento 3% em julho em um ano, contra 3,6% em junho.
Os economistas interrogados pelo Dow Jones Newswires previam um crescimento ligeiramente superior, a 3,1%. "Este é o 15º mês de recuo do M3, ressaltou May, o que parece confirmar a ausência de pressões inflacionárias em um futuro próximo", completou Brzeski. "O Banco Central Europeu (BCE) sabe disso muito bem, e por isso não está apressado em abandonar sua política monetária acomodativa".
Há meses o BCE alimenta os bancos implantados na zona do euro em liquidez a taxas muitos pequenas, para incentivá-los a aumentar seus empréstimos á economia real. A principal taxa diretriz do banco central europeu está em 1% desde maio - seu mais baixo nível da história.
Gratificações
José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia (CE - órgão executivo da União Europeia), mostrou sua satisfação ontem pelo fato de que os líderes europeus proponham regular as gratificações dos diretores. No entanto, lembrou que a CE apresentou no final de 2004 uma recomendação nesta linha, à qual "quase ninguém prestou atenção". Barroso disse que está "muito feliz" com que alguns líderes se comprometam agora com a regulação do sistema de gratificações a altos executivos, em referência à iniciativa que Alemanha e França.
DCI- 28 28/08/09

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