domingo, 12 de julho de 2009

Estatal venezuelana exige novo contrato com estaleiro brasileiro Eisa

DA REDAÇÃO - Em meio ao risco de simplesmente perder uma encomenda de US$ 670 milhões para construção de petroleiros para o governo da Venezuela, executivos do Estaleiro Ilha S.A. (Eisa) devem concluir nesta semana a renegociação dos novos termos do contrato firmado em 2006 com a Petroleos de Venezuela S.A. (PDVSA). Os entendimentos com a estatal venezuelana – que chegaram a suscitar boatos de calote no tradicional estaleiro carioca – deverão resultar, na prática, não só em novos prazos de pagamento, mas também na remodelagem tecnológica das encomendas. Se, antes, o contrato previa a construção de oito petroleiros do tipo Panamax, além de duas embarcações para transporte de derivados, agora prevê a encomenda de sete navios de derivados e só três petroleiros.
Às voltas com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional desde o ano passado, a PDVSA deu início, no fim de 2008, à renegociação do contrato firmado em 2006. As conversas, de acordo com interlocutores do setor, chegaram a “gelar” executivos do Eisa. Na semana passada, no entanto, técnicos do estaleiro praticamente concluíram a renegociação dos pontos finais do contrato – as características técnicas de cada embarcação. A renegociação, de acordo com executivos do Eisa, readequou os projetos à nova realidade de um setor que, em todo o mundo, vive um coquetel de problemas capaz de torpedear a confiança do mais otimista dos empresários.
A depreciação do barril – que chegou ao pico de US$ 140 em junho do ano passado – produziu uma onda de problemas para a indústria naval que inclui não só a superoferta de embarcações, como também a suspensão unilateral de contratos, baixos custos de frete e dificuldades de financiamento bancário. Em vias de quebrar, muitos fundos especializados em investir em embarcações para o mercado de curto prazo (spot) simplesmente cancelaram, também de forma unilateral, encomendas principalmente para estaleiros asiáticos. O mesmo fez a petroleira venezuelana, em 2008, que só não cancelou os contratos com o Eisa e um estaleiro argentino por compromisso político dos presidentes Hugo Chávez, Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner.
Produtos claros
Executivos do estaleiro envolvidos nas conversas fazem questão de minimizar tanto o risco de calote como também a responsabilidade da PDVSA.
A despeito do susto com o fantasma do calote, o próprio diretor comercial do Eisa, Jorge Gonçalves, admite que, dos males, o menor: apesar da dilatação do prazo em pelo menos seis meses para construção dos navios e da postergação das parcelas de pagamento, a renegociação aumentou o custo do contrato em cerca de US$ 30 milhões. Se antes envolvia cerca de US$ 670 milhões, agora deverá ser ampliado para algo em torno de US$ 700 milhões.
– Houve, sim, problemas lá atrás, no fim do ano passado, mas isso está sendo resolvido de forma amigável e negociada – minimiza Gonçalves. – Nesse meio tempo, o máximo que tivemos que fazer foi reescalonar outras encomendas do nosso estaleiro, de modo a construirmos outras embarcações, como as encomendadas pela Log in (o braço de logística da Vale S.A.).
Dos 10 navios originalmente concebidos, oito seriam utilizados para a exportação do petróleo cru produzido na Venezuela – hoje o maior produtor da região. Outros dois seriam destinados ao transporte dos chamados produtos claros, derivados como gasolina, nafta e óleo diesel. A intenção era aproveitar a oportunidade aberta pelas altas cotações do barril de petróleo. Com a crise mundial, no entanto, a empresa simplesmente cancelou encomendas para estaleiros da China e Europa.
Depois de diversas viagens de executivos do Eisa para Caracas, decidiu-se pelas novas encomendas. Uma das cláusulas do contrato não foi modificada, como ressalvou Gonçalves: a que prevê a transferência da tecnologia de construção para estaleiros venezuelanos. Hoje, um dos petroleiros já se encontra em fase de conclusão, com previsão de entrega no início do próximo ano. Do tipo Panamax (classificação que lhes assegura calado para atravessar o Canal do Panamá), as embarcações vão dividir o lote com navios para claros que deverão dispor, em média, de capacidade para transporte de 43 mil toneladas de derivados.
Pelo contrato, cabe ao Eisa construir as embarcações, enquanto ao estaleiro Mauá, de Niterói, foi conferida a responsabilidade pelo treinamento de técnicos venezuelanos – a transferência de tecnologia propriamente dita. Contratados em consórcio, os dois estaleiros fazem parte do Sinergy Group, a holding do empresário boliviano German Efromovich. Hoje, só a carteira do Eisa inclui 16 encomendas de US$ 1,5 bilhão, no total. Além das 10 embarcações para a PDVSA, também inclui cinco outros para a Log in e mais um para a petroleira argentina Ultrapetrol. Também vão fazer outros quatro Panamax para a Transpetro, a subsidiária de transporte da Petrobras. Os navios foram arrematados, em 2004, originalmente pelo consórcio Rio Naval, também do Rio, que não conseguiu, no entanto, local para construí-los.
Encomendas amortecem impacto da crise no Brasil
O próprio Gonçalves admite um cenário nebuloso para o setor naval mundial, apesar da carteira de encomendas que assegura ao Eisa ocupação pelo menos até 2011. Atualmente com 3 mil empregados diretos e outros 1 mil indiretos – contratados de empreiteiras, o estaleiro da Ilha do Governador vai disputar, no fim de agosto, a licitação de quatro navios gaseiros, incluídos na última etapa do Programa de Expansão e Modernização da Frota da Transpetro (Promef) que, até o fim do ano, vai ser responsável pela contratação de 49 navios de grande porte junto a estaleiros nacionais.
Tanto o diretor do Eisa quanto outros executivos do setor, que pediram para não ser identificados, atribuem a tais encomendas condições de assegurar uma travessia segura à indústria naval do país pelo menos até 2015. Só assim, de acordo com os executivos, será possível passar ao largo da crise que já começou a se desenhar no setor naval mundial, com o estouro de uma espécie de “bolha” de encomendas desde que o petróleo começou a despencar no terceiro trimestre do ano passado.
– Os estaleiros asiáticos estavam supercontratados com encomendas de embarcações pela modalidade asset playing, por meio da qual fundos de investimento especializados no setor encomendavam a embarcação, antes, para alugar depois – explica Gonçalves. – Quando os preços do petróleo caíram, ocorreu a redução do transporte de petróleo e derivados. Com isso, muitos fundos simplesmente começaram a quebrar, por não ter para quem afretar os petroleiros. Dessa forma, vários deles simplesmente suspenderam as encomendas de novos navios cujos estaleiros já haviam começado a construir.
Como consequência, explica o diretor do Eisa, uma cadeia de lucros começou a ir por água abaixo, ao levar fundos, estaleiros e armadores a pique. A existência de encomendas por um cliente estatal, do porte da subsidiária da Petrobras, amortece o impacto da bolha sobre os estaleiros brasileiros.
JB-Economia - 11/07/2009

China volta a pedir diversificação do regime monetário internacional

Agência EstadoPanoramaBrasil
L'AQUILA - A China apelou ontem para a diversificação do regime monetário internacional, durante uma reunião entre os líderes do Grupo dos Oito (G-8, os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) e p Grupo dos Cinco (G-5, que reúne os principais emergentes, entre eles Brasil e China).
O conselheiro de Estado chinês Dai Bingguo declarou durante a reunião que é preciso "manter uma relativa estabilidade das taxas de câmbio das principais moedas de reserva internacional e promover um sistema monetário internacional mais diversificado e razoável", segundo um resumo do encontro. Segundo o conselheiro de Estado, é necessário "melhorar o sistema monetário internacional e reforçar as reservas monetárias".
Diante da atual crise econômica e financeira, a China, que tem questionado publicamente a segurança dos ativos financeiros em dólares, tem apelado nos últimos meses para a adoção de uma nova moeda de reserva internacional para substituir o dólar, evocando uma iniciativa sob a égide do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em março, o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, considerou legítimas as discussões sobre uma nova moeda internacional de reserva, sugerindo que a discussão poderia ter lugar "nos próximos meses".
Doha
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse ontem que os líderes do G-8 e do G-5 "reiteraram o compromisso de rejeitar todas as medidas protecionistas e concordaram em relançar imediatamente" a Rodada de Doha de negociações de comércio global. Brown afirmou que um encontro ministerial de comércio está planejado para "relativamente em breve", provavelmente antes do encontro do Grupo dos Vinte (G-20, grupo que reúne os principais países emergentes), marcado para setembro em Pittsburgh, nos EUA.
"Estamos fixando como prazo final para a conclusão da Rodada de Doha o ano de 2010", afirmou Brown. Ele se declarou otimista em relação ao progresso das negociações porque o novo governo dos EUA mostrou vontade de avançar nas discussões, tendo anteriormente pedido tempo para estudar detalhes específicos da Rodada. "Para nós, obter este acordo, no qual avançaremos com velocidade agora, é um reflexo das políticas que o governo norte-americano está adotando", disse.
DCI-INTERNACIONAL-10/07/09

Líderes mundiais indicam que G-8 será substituído pelo G-14

Maiores economias emergentes serão incluídas no grupo para que ele ganhe legitimidade para tratar de questões globais
AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Os chefes de Estado dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia (G-8) encerraram a cúpula de três dias realizada em Áquila, na Itália, com o entendimento de que, sozinho, o clube dos ricos não é mais capaz de tomar decisões sobre os principais temas globais, entre eles, a crise financeira mundial. É necessário adequar o debate à nova dinâmica de poder, ampliando o fórum para os países em desenvolvimento, concluíram.
"Uma coisa é absolutamente verdadeira: parece ser errado pensarmos que podemos de alguma forma lidar com alguns desses desafios globais sem grandes potências como China, Índia e Brasil", admitiu o presidente americano, Barack Obama, a jornalistas . "Não há dúvida que é preciso atualizar e renovar as instituições internacionais que se estabeleceram em outros tempos e lugares.
" Obama lembrou que algumas dessas instituições datam do pós-guerra. Outras, como o G-8, já completaram 30 anos. Criado em 1975, com seis membros (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália), o G-8 recebeu anos depois o Canadá e a Rússia. E, no encontro atual, com os convidados Brasil, México, China, Índia, África do Sul e Egito, surgiu espontaneamente o já intitulado "G-14".
"Estamos em um período de transição, estamos tentando encontrar o formato certo", disse Obama, acrescentando que a evolução vai demorar anos.
Segundo o anfitrião, o presidente italiano Silvio Berlusconi, houve consenso de que as potências industriais não refletem mais as mudanças no padrão de poder econômico mundial. Para ele, o novo grupo criado na Itália pode se transformar em um fórum dominante para discussões internacionais. "No que me diz respeito, o G-14 é o formato com que no futuro teremos a melhor possibilidade de tomar as decisões mais importantes sobre a economia global, e não somente isso.
"O presidente da França, Nicolas Sarkozy, também apoiou o grupo que representa cerca de 80% da economia global. "Vamos colocar o G-14 em evidência em 2011, quando a França assumir o G-8", prometeu.
G-8 SOBREVIVE
Stephen Harper, primeiro-ministro do Canadá, que assume a direção do G-8 no ano que vem, anunciou que tentará criar um fórum mais amplo, mas sem especificar o número de convidados, brincando que poderia ser "G-8, G-9, G-14, G-18, G-19, G-25 e G-28".
Mas a morte do G-8 não está decretada. Harper ressaltou que o clube dos mais ricos deve sobreviver - desejo compartilhado pela chanceler alemã, Angela Merkel. "Em nossa visão, existem questões para as quais o G-8 é o fórum apropriado", disse ela, mas sem deixar de reconhecer a importância do debate mais amplo. Para Merkel, o formato do G-20 (grupo das 20 maiores economias), que ganhou destaque no ano passado no combate à crise financeira, será fundamental no futuro.
Essa reorganização de poderes deve chegar à Organização das Nações Unidas, defendeu Obama, "uma vez que algumas dessas cúpulas são convocadas porque a Assembleia Geral nem sempre funciona de modo tão rápido ou efetivo como seria preciso". Para ele, uma nova organização "não vai funcionar se continentes inteiros, como a África ou a América Latina (sic), não estiverem adequadamente representados", disse.
CRISE
Outro entendimento dos líderes é que não se pode relaxar no controle da crise. "Embora nossos mercados estejam melhorando e parecemos ter evitado um colapso global, sabemos que muitas pessoas ainda estão com dificuldades", disse Obama.Os países concordaram que é muito cedo para retirar os estímulos econômicos. "A completa recuperação ainda está muito distante", afirmou.
Mas Obama reconheceu que os líderes não concordaram em todas as questões e retomarão as negociações no encontro do G-20 em setembro, em Pittsburgh, nos EUA.
Estadão- ECONOMIA & NEGÓCIO - 11/07/ 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

China, Brasil e Rússia pedem nova cesta de moedas no G-8

08/07/09 - 00:00 >
PanoramaBrasil com agências internacionais
ROMA - China, Rússia e Brasil vão usar a cúpula do Grupo dos Oito (G-8, os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) que começa hoje na Itália e dura três dias para defender sua visão de que o mundo precisa começar a procurar uma nova moeda de reserva global como alternativa ao dólar.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que está bastante interessado em explorar "a possibilidade de novas relações comerciais não dependentes do dólar" e a Índia também se colocou aberta à discussão.
Alemanha, França e Canadá, no entanto, descartaram um debate detalhado sobre moeda global na cúpula. Uma fonte do gabinete do presidente francês Nicolas Sarkozy, disse que o G-8 "não é de maneira geral o fórum para discussão de taxas de câmbio".O ministro de Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, afirmou na segunda-feira que o dólar tende a continuar como moeda de reserva global, mas que o iuane e o euro devem ganhar importância aos poucos.
O debate é bastante delicado nos mercados financeiros, que se preocupam com os valores de ativos norte-americanos. China e outros países, apesar de insistirem na discussão, agem com cautela para não derrubar o dólar e Lula disse que a moeda será vital "por décadas".
A China, que detém até 70% de suas reservas de US$ 1,95 trilhão em moeda norte-americana, ressalta que o dólar ainda é a mais importante moeda de reserva. Mas o país acredita que uma confiança exagerada no dólar potencializou a crise financeira e vê o Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI), baseado em uma cesta de moedas, como alternativa viável para o futuro.
No entanto, não é só a cesta de moedas que será tema das reuniões do G-8. Na pauta do encontro também estão desafios como a busca de soluções para a crise econômica global, a luta contra a mudança climática e a garantia de segurança alimentar.
A presidência italiana do G-8 convocou os membros do Grupo dos Cinco (G-5 - China, Índia, Brasil, México e África do Sul) e outros 14 países, além dos membros do grupo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá, Rússia e Itália para participar da reunião.
Esses países se reúnem em um momento de instabilidade internacional, com distúrbios no Irã, China e Honduras e uma escalada da tensão por parte da Coreia do Norte, que realizou vários testes de mísseis recentemente.
A Itália elaborou junto à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) 12 pontos para emendar as regras da economia global, como a luta contra o protecionismo e o estabelecimento de regras transparentes para o sistema financeiro.
Além disso, vários líderes europeus, entre eles o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, pediram objetivos em médio prazo para lutar contra as mudanças climáticas.
Na segunda-feira, o G-8 destinou US$ 12 bilhões para o desenvolvimento agrícola em um prazo de três anos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA), organização internacional que se encarrega das emergências alimentícias ao redor do mundo, elogiou o interesse mostrado pelo grupo sobre segurança alimentar.
Desorganização
A cúpula do G-8 da Itália é rodeada por uma organização caótica, tanto no conteúdo, quanto nos preparativos da sede em L'Aquila.A imprensa inglesa informou que, durante a preparação da cúpula, os EUA tiveram que tomar as iniciativas das negociações prévias, diante da inoperância da presidência italiana.
Em princípio, a cúpula seria realizada em uma ilha na Sardenha, mas o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, decidiu transferi-la para L'Aquila, a cidade que foi devastada no dia 6 de abril por um terremoto que matou 299 pessoas.
A possibilidade de um novo terremoto provocou inquietação no governo italiano e vários meios de comunicação italianos informaram que um tremor superior aos quatro graus na escala Richter foi registrado na região e a cúpula poderia ser transferida para Roma ou ser suspensa. Além disso, há a incerteza sobre o poder do grupo para tomar decisões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que os temas econômicos deveriam ser tratador com o Grupo dos 20 (G-20) e Berlusconi afirmou que um G-14 seria mais adequado.O último dia da cúpula será dedicado aos efeitos da crise na África e à segurança alimentar, na qual participarão todos os países convidados, além de várias organizações internacionais como o Banco Mundial (BM) ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
DCI- 08/07/09 - INTERNACIONAL

terça-feira, 7 de julho de 2009

Em nova encíclica, papa propõe "autoridade mundial" na economia

Efeitos da crise
Reuters/Brasil Online
CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI pediu nesta terça-feira que uma "autoridade política mundial" ordene a economia mundial e que haja maior regulação governamental das economias nacionais para tirar o mundo da atual crise e evitar que ela se repita.

O chamado do papa para que se repense o modo como a economia mundial é conduzida foi feito em uma nova encíclica, que tratou de algumas questões sociais, mas cujo principal fio condutor é o modo como a atual crise afetou países ricos e pobres.

Denominada "A Caridade na Verdade", a encíclica tem partes que parecem prestes a incomodar os conservadores por causa de sua rejeição subliminar do capitalismo desenfreado e das forças de mercado sem regulamentação, que ele disse que conduziram à violação "perfeitamente destrutiva" do sistema.
Em vários trechos da encíclica Bento 16 deixa claro que tem grandes reservas em relação ao mercado totalmente livre.
''A convicção de que a economia deve ser autônoma, de que deve ser preservada de 'influências' de caráter moral conduziu o homem a fazer mau uso do processo econômico de uma maneira destrutiva'' - afirmou o papa na encíclica.
O papa afirmou que toda decisão econômica tem uma consequência moral e pediu "formas de redistribuição" da riqueza supervisionadas por governos para ajudar os mais afetados pelas crises.
Bento XVI escreveu ainda que "há uma necessidade urgente de uma autoridade política verdadeira no mundo", cuja tarefa seria "ordenar a economia mundial; reavivar economias atingidas pela crise; evitar qualquer deterioração da crise atual e os desequilíbrios maiores que resultariam dela".
Tal autoridade deveria ser "regulamentada por lei" e "teria de ser reconhecida universalmente e ser investida de poder efetivo para garantir segurança a todos, consideração pela justiça e respeito pelos direitos."
''Obviamente teria de possuir a autoridade de garantir o cumprimento de suas decisões por todas as partes, e também o cumprimento das medidas coordenadas adotadas em vários fóruns internacionais''- disse.
''A Organização das Nações Unidas (ONU), instituições econômicas e as finanças internacionais, todos têm de ser reformados "mesmo em meio a uma recessão mundial", afirmou o papa na encíclica, um livreto de 141 páginas.
Uma encíclica é a mais elevada forma de documentos papais, pela qual se apresenta a mais clara indicação ao 1,1 bilhão de católicos do mundo, bem como às pessoas de outras religiões, sobre o que o pontífice e o Vaticano pensam sobre determinadas questões morais e sociais.
A nova encíclica é dirigida aos católicos e também a "todas as pessoas de boa vontade". Foi divulgada na véspera da cúpula do G8, na Itália, e também três dias antes de o papa discutir a desaceleração mundial como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A encíclica foi divulgada um dia antes da abertura, na cidade de L'Aquila, na Itália, da cúpula do G8, que reúne os líderes dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, e onde a crise econômica deve ser o principal tema de discussões.
Publicada em 07/07/2009

Inovação ganha espaço na construção civil

Agência Estado
SÃO PAULO - Ao que tudo indica, a crise no setor de construção civil está mesmo chegando ao fim. Reunidos na Rodada de Negócios da Construção Civil, realizada pelo Sebrae-PR em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), empresários de construtoras e dos mais diversos tipos de fornecimento de produtos e serviços ligados à construção de empreendimentos imobiliários estão investindo na retomada do setor, prevista para todo o segundo semestre de 2009.

Prova disso é que o evento, realizado nos últimos dias 30 de junho e 1º de julho, contou com a participação de 18 construtoras e de mais de 80 fornecedores.

Responsável pelo departamento comercial da construtora Raphael Pocai, que está entrando no mercado paranaense este ano, Renata Passos afirma que o momento é de segurança para os investidores. "No momento crítico da crise, trabalhamos na construção. Acreditamos que o consumidor está eufórico para começar a comprar imóveis", disse ela. "A realização da Rodada de Negócios neste momento do ano foi estratégica, porque o evento estimula a troca de contatos entre construtoras e empresas fornecedoras de produtos e de serviços, num momento em que o governo dá oportunidades e alternativas aos empresários do setor", concluiu.
DCI-07/07/09 - CONSTRUÇÃO

Exportação de café bate recorde

NOTAS

São Paulo - As exportações de café no período julho de 2008

a junho deste ano atingiram recordes, com 31.380.505 de sacas vendidas e receita cambial de US$ 4.645.557. Na análise dos resultados do período também surgem números positivos: o País exportou no último mês 2.335.915 de sacas, para uma receita de US$ 316.300. O volume é 26,8% maior que o vendido em junho de 2008 (1.841.671 de sacas) e 4,4% superior à receita do mesmo mês em 2008 (US$ 303.003). O balanço aponta Europa, América do Norte e Ásia como os principais mercados do Brasil.

DCI- 07/07/09

Empréstimos com recursos do FAT terão juros menores

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou hoje uma resolução que reduz as taxas de juros para empréstimos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A taxa mais alta, que hoje é de 0,9% ao mês, vai passar para 0,69% ao mês. Com isso, os juros ao ano vão baixar de 11,30% para 8,65%.
Segundo a resolução, os bancos que disponibilizam essas linhas de crédito, no caso, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, terão 90 dias para se adequar às novas normas.
VALOR ONLINE - 07/07/09

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Política fiscal foi a principal arma anticrise na América

Patrícia Acioli / karina nappi

SÃO PAULO - Relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal)mostra que, dos 37 países das Américas, a principal resposta à crise financeira mundial ficou concentrada (60%) em medidas de política fiscal, com destaque para diminuição de impostos,aumento de subsídios e benefícios tributários e ampliação de gastos públicos.

“Essa crise se caracteriza pela reação em fases. A primeira delas foi a provisão da liquidez”, disse Renato Baumann, presidente da Cepal no Brasil. No momento seguinte, Baumann explica que o centro das atenções passou a ser o estímulo à atividade econômica. “Foram implantadas medidas como a redução, por exemplo, a decisão do governo brasileiro de reduzir o Impostos sobre Produtos Industrializados [IPI]”, contou. Paralelamente, o governo entrou na geração de demanda uma forma de evitar o desemprego. “Houve clara opção por fechar os olhos para a política fiscal e privilegiar a atividade econômica.

”Por outro lado, houve uma onda protecionista quando o assunto é comércio exterior. Para Baumann, “o Mercosul é um bloco sem movimento conjunto, provavelmente pela perspectiva futura de concorrência no mercado asiático.Podemos perceber que a China avança como potência mundial, um dos principais motivos é que ela tem consolidados, com o bloco asiático,vínculos comerciais fortes”.

De modo geral, o relatório demonstra que todos os países tiveram uma preocupação com relação à política monetária interna, visto que o crédito para exportações e importações está cada vez mais escasso em todo o mundo.

DCI-06/07/09 -POLÍTICA ECONÔMICA

Queda forte é ameaça ao dólar no longo prazo

Eduardo Puccioni
SÃO PAULO - A cotação do dólar está ameaçada de sofrer, no médioe longo prazo, forte queda em relação ao real, principalmente por conta da intenção de países emergentes de diversificar suas reservas internacionais, acabando com a exclusividade da moeda norte-americana. Depois de Brasil, China e Rússia, foi a vez da Índia, na sexta-feira, de afirmar que pretende adotar outras moedas para compor suas reservas de US$ 264 bilhões. Relatório do Standard Bank, em Londres, projeta o dólar a R$ 1,70 ao final de setembro. Ontem o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que autoridades dos EUA devem agir e apoiar a valorização do dólar.
DCI-06/07/09 FINANÇAS

Moody's coloca nota de crédito do Brasil em revisão

A agência de classificação de risco de crédito Moody's Investors Service colocou em revisão para possível elevação os ratings Ba1 de dívida em moeda local e estrangeira do governo do Brasil. A revisão, segundo comunicado da Moody's, foi motivada pela confirmação de uma maior resistência da economia a choques. Se a Moody´s elevar a nota do Brasil, o país passará a ser considerado grau de investimento também por esta agência. A Moody´s é a única entre as três grandes agências classificadoras de risco que ainda não conferiu o "investment grade" ao Brasil.
Em 29 de maio do ano passado, a Fitch Ratings elevou o rating brasileiro de BB+ para BBB-, grau de investimento. A Standard & Poor´s, por sua vez, foi a primeira entre as três maiores agências de rating do mundo a conceder o grau de investimento ao País, ao elevar, no dia 30 de abril de 2008, a nota brasileira de BB+ para BBB-.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos. A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação. Parte deles é mais exigente, aplicando apenas em países que são considerados "grau de investimento" por ao menos duas das três grandes agências.
Fonte: Agência Estado

domingo, 5 de julho de 2009

Crédito do Banco do Brasil para safra é 30% maior e vai a R$ 39, 5 bi

PanoramaBrasil

BRASÍLIA - O Banco do Brasil vai destinar R$ 39,5 bilhões para operações de crédito rural na safra agrícola 2009/2010, volume 30% superior em relação ao que foi destinado na safra passada. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente de Agronegócios, Luís Carlos Guedes Pinto. Ele disse que, desse volume, R$ 9,4 bilhões serão destinados à agricultura familiar e R$ 30,1 bilhões para atender os demais produtores e suas cooperativas.

Recentemente o governo federal anunciou que destinará R$ 107,5 bilhões ao setor por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2009-2010, um aumento de 37% em relação a safra anterior. O objetivo é garantir renda ao produtor e estimular o crescimento sustentável.

Além da ampliação do volume de recursos, o programa dobra o limite de renda do produtor que pode ter acesso ao crédito. A partir deste semestre, o agricultor com renda bruta anual de até R$ 500 mil está apto a buscar o financiamento. Já os limites de crédito, que envolvem recursos para custeio, investimento, comercialização e aquisição de máquinas e equipamentos, subiram de R$ 150 mil para R$ 250 mil.

As agências do Banco do Brasil já estão operando a contratação das linhas de crédito rural e Pronaf do Plano Safra 2009/2010. Os recursos autorizados para desembolso em julho são da ordem de R$ 2 bilhões. A efetivação dos desembolsos vai depender da demanda apresentada pelo setor, da análise de crédito, do retorno dos recursos emprestados em anos anteriores e do comportamento dos depósitos à vista e da poupança rural no ano-safra.

Do total emprestado na safra 2008/2009, o montante de R$ 30,5 bilhões, foram destinados R$ 7,5 bilhões para a agricultura familiar e R$ 23 bilhões para os demais produtores e suas cooperativas. Esses valores correspondem a 30% de incremento sobre a safra 2007/2008, dos quais 23% referem-se à agricultura familiar e 32% aos demais produtores e suas cooperativas.

Cooperativas

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e o Banco do Brasil assinaram ontem um Protocolo de Intenções visando à implementação de ações conjuntas para o desenvolvimento das cooperativas agropecuárias brasileiras.

A ideia é viabilizar projetos integrados de capacitação e promoção para a utilização de instrumentos de proteção da produção, preço e moeda pelas cooperativas. A assinatura do Protocolo ocorreu após sessão solene em Brasília.O Banco do Brasil anunciou ontem que vai destinar R$ 39,5 bilhões a operações de crédito rural na safra agrícola 2009/2010, volume 30% superior ao que foi destinado na safra passada.

DCI- AGRONEGÓCIO - 03/07/09

Ipea aponta BC como um dos responsáveis pela recessão

Agência Estado
SÃO PAULO - A política monetária do Banco Central (BC) também é responsável pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, avalia o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica aplicada) em relatório divulgado ontem.
"A queda do PIB no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009 é um impacto da crise financeira, mas é também resultado da política monetária implementada pelo BC, no início do ano passado", afirmou o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú.
"Quando a taxa de juros é elevada, espera-se que entre seis e nove meses ela tenha impacto sobre o ritmo de crescimento", disse Sicsú, chamando atenção para o fato de o BC ter aumentado a Selic em abril do ano passado, o que produziria reflexo na economia entre outubro e janeiro.
Em abril de 2008, a taxa subiu de 11,25% ao ano para 11,75%. Depois disso, houve mais três elevações nos juros, até alcançarem 13,75% ao ano em setembro. Em janeiro, o BC passou a cortar a taxa até ela chegar aos atuais 9,25% ao ano, a menor da história.
Sicsú informou também que o Ipea vai anunciar em julho uma nova previsão para o crescimento do PIB em 2009. Em março, a instituição havia projetado alta entre 1,5% e 2% neste ano. O diretor adiantou apenas que a nova estimativa ainda é de desempenho positivo do PIB.
O setor de serviços, que está com uma rentabilidade elevada e pressiona a inflação, tem condições de pagar mais impostos e direcionar esse recurso para a indústria, cuja rentabilidade está deteriorada, avalia Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões, do Ipea.Messenberg alerta, ainda, que o setor de serviços, apesar de corresponder a 55% do Produto Interno Bruto (PIB), gera menos receita para o governo do que indústria, segmento que tem participação de apenas 23% no PIB."
Temos que nos preocupar com a indústria. O resto está indo. A balança comercial vai crescer, o consumo vai se manter, só que vamos crescer com base no setor de serviços, enquanto a industria vai se tornar cada vez mais problemática para efeito de expansão da economia brasileira", analisa Messenberg.
Ele ressalta que, em situações como a que a indústria vive hoje, surgem normalmente propostas para desvalorizar o real. No entanto, no atual momento, isso pode gerar inflação. "Se você desvaloriza o câmbio, isso vai se repassar para preços, sendo que a inflação de serviços já está muito acima da inflação na economia."
DCI-03/07/09 POLÍTICA ECONÔMICA

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Infraestrutura e indústria impulsionam financiamentos

Agência Brasil

RIO DE JANEIRO - Os desembolsos efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos últimos 12 meses, até maio, totalizaram R$ 90,27 bilhões, o que representa crescimento de 16% sobre igual período anterior. Entre janeiro e maio deste ano, os desembolsos atingiram R$ 32,7 bilhões, incluindo as operações de mercado, mostrando estabilidade em relação a igual período de 2008.

Infraestrutura e indústria foram os setores que mais receberam financiamento do BNDES este ano, até maio. Os dois setores alcançaram R$ 13,10 bilhões e R$ 12,49 bilhões, respectivamente. O chefe do Departamento de Orçamento do BNDES, Gabriel Visconti, destacou que, historicamente, o banco sempre teve a indústria como o seu carro-chefe.

“Mas, nos últimos anos, os desembolsos para a área de infraestrutura cresceram muito por conta do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC] e também por conta da ênfase que o governo vem dando aos investimentos em infraestrutura. E o BNDES, como uma das principais instituições de financiamento de longo prazo, está participando de todos os grandes projetos do país”, afirmou.

A Região Sudeste seguiu liderando os desembolsos por regiões brasileiras, respondendo por R$ 15,36 bilhões, o equivalente a 48% do total liberado nos cinco primeiros meses do ano. O mesmo ocorreu em relação aos 12 meses encerrados em maio, quando o Sudeste ficou com algo perto de R$ 50 bilhões.

Visconti observou, porém, que o Norte foi a região de maior crescimento de desembolsos do BNDES nos últimos 12 meses. O aumento registrado atingiu 41%. “Ainda que a Região Sudeste seja a mais representativa, a Região Norte é que teve um crescimento, comparativo em 12 meses, mais significativo”.

O desempenho divulgado nesta quinta-feira (2) pelo BNDES destaca as consultas para novos investimentos, que evoluíram 40% nos cinco primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 91,30 bilhões.

“As consultas, que demonstram a intenção de investimento das empresas na economia, cresceram bastante, o que é um indicador interessante, se nós imaginarmos que começamos a atravessar um período de recuperação”, avaliou o economista.

DCI- 02/07/09 BANCOS

Dólar acompanha reação externa e sobe para R$ 1,952

O dólar comercial devolveu parte da baixa de 1,78% ontem e subiu 1,19% hoje, fechando as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,952. No mês, registra um recuo de 0,61% e no acumulado do ano, queda de 16,40%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar de liquidação à vista subiu 1,14% para R$ 1,951. A aversão ao risco no mercado externo ditou as regras dos negócios locais de câmbio e o dólar subiu por conta disso.
Os dados de desemprego nos Estados Unidos e na Europa piores do que o esperado reacenderam os temores com o processo de recuperação da demanda e da economia dos países desenvolvidos, justificou um gerente de mesa de câmbio de uma corretora em São Paulo. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) foi cauteloso e manteve a taxa de juros da zona do euro (16 países que compartilham a moeda) no piso histórico de 1% ao ano, reforçando a avaliação no mercado de que os juros seguirão baixos na região por um período prolongado. Por precaução, os investidores reduziram posições em ações e commodities e migraram para o dólar e os títulos do Tesouro americano. No mercado global de moedas, o dólar só perdeu valor para o iene.
No mercado de câmbio doméstico, o Banco Central realizou leilão de compra de dólares à tarde, no qual fixou taxa de corte das propostas em R$ 1,9525. Desde 8 de maio, o BC está fazendo intervenções diárias no câmbio, adquirindo dólares, que vão para as reservas internacionais do País. De acordo com dados do BC divulgados ontem à noite, as reservas internacionais subiram US$ 858 milhões na terça-feira, totalizando US$ 208,425 bilhões no conceito de liquidez internacional
Fonte: Agência Estado

IBGE: IPI reduzido estimulou produção de bens duráveis

O crescimento na produção de bens de consumo duráveis (3,8%) acima da média da indústria (1,3%) em maio ante abril confirma a importância do mercado interno na recuperação do setor industrial, após a derrocada provocada pela crise internacional, observou hoje a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes. Segundo ela, a desoneração de impostos e as promoções de produtos reduziram os estoques de bens duráveis e elevaram a produção.
O governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis em dezembro do ano passado e a medida prosseguirá em vigor até o fim de setembro e, a partir de outubro, a alíquota volta a subir gradualmente, até janeiro do ano que vem. No caso dos eletrodomésticos, a redução do imposto passou a vigorar na segunda quinzena de abril e também prosseguirá até o início do quarto trimestre de 2009.
Na comparação de maio ante mês anterior, a produção de automóveis cresceu 3,6% e representou a maior influência positiva para a produção de veículos automotores (inclui automóveis, caminhões, autopeças) no período, que cresceu 2% e representou o segundo maior impacto de crescimento da produção total da indústria nessa base de comparação.
Para os eletrodomésticos não há dados contabilizados ante mês anterior, mas os produtos de linha branca (geladeira, fogão e máquina de lavar) que foram os beneficiados pela redução do IPI registraram alta de 0,9% ante maio do ano passado, a primeira taxa positiva nessa base de comparação apurada desde setembro de 2008, último mês de crescimento acelerado da indústria antes dos efeitos da crise. Na comparação com maio do ano passado, a produção de automóveis prosseguiu em queda (-8,5%).
Fonte: Agência Estado

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ásia foi principal destino de exportações no 1º semestre

BRASÍLIA -
A Ásia foi o principal bloco de comércio do Brasil no primeiro semestre do ano, para onde as exportações cresceram 15,8%, puxadas por um aumento de 42,3% nas vendas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, as vendas caíram para todos os demais blocos, em relação a janeiro/junho de 2008.
A China consolidou-se como o primeiro parceiro comercial do Brasil, respondendo por 14,9% das exportações totais. O país asiático tomou o lugar histórico dos EUA, que ficaram com uma fatia de 10,4%. As vendas aos americanos caíram 43,3% na mesma base de comparação, mas os EUA ainda são nossos principais fornecedores, representando 17,5% das importações totais.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, destacou que o saldo da balança comercial do primeiro semestre, de US$ 13,987 bilhões, ficou 23,8% acima dos US$ 11,3 bilhões do mesmo intervalo do ano passado.
Somente em junho, o superávit comercial foi de US$ 4,625 bilhões, o melhor resultado mensal desde dezembro de 2006 (US$ 5 bilhões). A meta de Barral para as exportações continua em US$ 160 bilhões para 2009.
Ele destacou que o resultado do semestre foi beneficiado por uma queda mais acentuada das importações, cujo recuo foi de 28,9% na comparação com o primeiro semestre de 2008, para US$ 55,965 bilhões. Já as exportações recuaram 22,2%, para US$ 69,952 bilhões.
A queda maior nas importações ocorreu em bens intermediários, com retração de 37%, principalmente em produtos minerais e insumos agrícolas. Do lado das vendas ao exterior, os básicos surpreenderam, lembrou Barral, pois não se confirmou o cenário mais negativo que se temia para as commodities, na fase mais aguda da crise global ao fim de 2008.
"Algumas commodities apresentaram até aumento de preços e de quantidade" nas exportações, disse ele, citando o cobre (alta de 775,1% no valor e 933% na quantidade exportada no semestre), o alumínio e a soja.
Barral admitiu que a retração de 30,6% nas exportações de manufaturados, no mesmo período, "foi muito alta", mas disse que "há recuperação de vários itens em relação ao desempenho recorde de 2008". Entre os exemplos, ele destaca os ônibus, cujas vendas externas subiram 242,5% no semestre, e 49,4% em junho sobre o mesmo mês de 2008.
Azelma Rodrigues / Valor Online

Balança comercial tem saldo de US$ 13,987 bilhões no primeiro semestre

Valor representa crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado
A balança comercial do primeiro semestre de 2009 apresentou um superávit (diferença entre os valores exportados e importados) de US$ 13,987 bilhões (média diária de US$ 114,6 milhões). Em valores, o número é 23,8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o saldo comercial semestral ficou em US$ 11,301 bilhões. De janeiro a junho deste ano, as exportações ficaram em US$ 69,952 bilhões (média diária de US$ 573,4 milhões) e as importações chegaram a US$ 55,965 bilhões (média diária de US$ 458,7 milhões).
No acumulado do mês de junho, com 21 dias úteis, a balança comercial ficou superavitária em US$ 4,625 bilhões, com média diária de US$ 220,2 milhões. O valor mensal é o maior desde dezembro de 2006, quando a balança apresentou superávit de US$ 5,052 bilhões. Comparado com junho de 2008, quando o saldo foi de US$ 2,728 bilhões, houve um crescimento de 69,5% pela média diária.
A corrente de comércio do mês de junho ficou em US$ 24,311 bilhões (média diária de US$ 1,158 bilhão). As exportações ficaram em US$ 14,468 bilhões (média diária de US$ 689 milhões) e as importações atingiram o montante de US$ 9,843 bilhões (média diária 468,7 milhões).
Quarta e quinta semanas
A balança comercial da quarta semana de junho de 2009 (dos dias 22 a 28), com cinco dias úteis, apresentou um superávit de US$ 1,249 bilhão (média diária de US$ 249,8 milhões). A corrente de comércio no período foi de US$ 6,247 bilhões (média diária de US$ 1,249 bilhão).
Os valores resultam de exportações de US$ 3,748 bilhões (média diária de US$ 749,6 milhões) e importações de US$ 2,499 bilhões (média diária de US$ 499,8 milhões). A quinta e última semana de junho (dos dias 29 a 30), com dois dias úteis, apresentou saldo de US$ 300 milhões (média diária de US$ 150 milhões).
O número é conseqüência de exportações de US$ 1,243 bilhão (média diária de US$ 621,5 milhões) e importações de US$ 943 milhões (média diária de US$ 471,5 milhões).
A corrente de comércio no período foi de US$ 2,186 bilhões (média diária de US$ 1,093 bilhão). Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgará no site http://www.mdic.gov.br/ o detalhamento das informações sobre as exportações e importações brasileiras do primeiro semestre de 2009.
Fonte- APEX Brasil- 01/07/2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Banco do Brasil vai oferecer cartão para microempresário

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Banco do Brasil (BB) vai prestar atendimento diferenciado ao empreendedor individual. Segundo o BB, ao formalizar seu negócio, o empreendedor poderá abrir uma conta corrente de pessoa jurídica, passando a ter acesso a produtos e serviços próprios para empresas, principalmente crédito com recursos oriundos de programas governamentais, como do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
As necessidades de capital de giro serão atendidas por linha compartilhada com cartão de crédito. A linha permitirá ao empreendedor fazer compras com cartão e financiar a fatura em até 18 meses, com taxa de juros a partir de 2,09% ao mês. O limite de crédito, que varia de R$ 1 mil a R$ 2 mil, dependerá do faturamento anual do empreendedor e das informações de seu cadastro.
O atendimento aos empreendedores individuais será feito por toda a rede do Banco do Brasil, incluindo os canais eletrônicos e alternativos: rede de correspondentes BB (cerca de 9 mil pontos de atendimento), terminais de auto atendimento (mais de 40 mil), Gerenciador Financeiro (portal bb.com.br nas versões web e celular) e Central de Atendimento BB, que dispõe de atendimento humano e eletrônico.
A partir de 1º de julho, o autônomo poderá acessar o Portal do BB na internet pelo endereço www.bb.com.br/mpe, para esclarecer dúvidas sobre a nova lei e conhecer os produtos e serviços disponíveis. Em agosto, o Banco do Brasil, em conjunto com entidades parceiras, realizará, em aproximadamente 300 municípios, a terceira edição do Mutirão da Cidadania Empresarial, com foco no apoio formalização do empreendedor individual.
Segundo o BB, com a nova lei, o trabalhador autônomo que atua na economia informal e fatura até R$ 36 mil por ano pode formalizar-se. Podem aderir ao novo regime manicures, cabeleireiros, pipoqueiros, vendedores de churros, de cachorro-quente, camelôs, eletricistas, encanadores, borracheiros e costureiras, entre 200 ocupações.
A formalização será feita exclusivamente pela internet no Portal do Empreendedor, pelo endereço www.portaldoempreendedor.gov.br, em cerca de 30 minutos.
O novo regime tem carga tributária reduzida: R$ 51,15 para Previdência Social, R$ 1,00 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), se a atividade for comércio ou indústria, e R$ 5,00 de ISS (Imposto Sobre Serviços), para serviços.
Havendo a contratação de, no máximo, um empregado, o empresário deverá reter ainda 8% do salário pago e recolher mais 3% ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do trabalhador.
DCI- Bancos 29/06/09 -

Municípios recebem 7,7% a menos no primeiro semestre

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Tesouro Nacional repassa, nesta terça-feira (30), R$ 768,73 milhões ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já descontada a retenção de R$ 192,19 milhões para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) juntamente com balanço dos repasses da União para o FPM no primeiro semestre do ano. De acordo com cálculos da CNM, o total de repasses somou R$ 24,4 bilhões, contra R$ 24,9 bilhões no primeiro semestre do ano passado.
Houve, portanto, a redução de 2,10% em termos nominais, equivalentes a R$ 524,06 milhões. Mas, descontada a inflação do período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a perda sobe para 7,7%.
A CNM admite, contudo, que os três repasses deste mês, no total de R$ 4 bilhões, representam um crescimento nominal de 5,06% comparado a junho de 2008, e reconhece, sem citar números, que houve aumentos menores também nos meses de janeiro e maio.
A entidade representativa dos municípios registrou uma “diminuição brusca” dos repasses nos meses de fevereiro, março e abril. Antes, portanto, do compromisso público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que apesar da queda na arrecadação federal os municípios receberiam ao todo, neste ano, pelo menos o mesmo valor do ano passado, quando somou R$ 58 bilhões.
DCI- Estados e Municipios- 29/06/09

domingo, 28 de junho de 2009

Crise afeta os mais ricos e classe C já reage

A crise econômica global atingiu em cheio o bolso dos brasileiros mais ricos. De janeiro a abril deste ano, a renda média (individual) das pessoas das classes A e B nas seis principais regiões metropolitanas caiu 8,7% em termos reais (descontada a inflação), ante igual período de 2008, de R$ 2.637 para R$ 2.407. Em 2008, a renda das classes A e B já havia caído 7,01% ante 2007. Na visão do economista Marcelo Neri, que calculou esses números, a queda em 2008 deve ter sido influenciada pelos meses após a crise global, iniciada em setembro do ano passado.
A boa notícia, nesse levantamento feito por Neri, que chefia o Centro de Política Social (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é que a classe C, muito atingida em janeiro, se recuperou. Um estudo anterior de Neri mostrava que, apenas em janeiro, a classe C tinha perdido para as classes D e E 11% de todo o seu crescimento em tamanho no governo Lula.
Os novos números fazem parte de um estudo de natureza diferente, que revela o salário médio por classe, e não o tamanho de cada uma. O cálculo do novo estudo também toma por base a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife.
O trabalho mostra que a renda média das pessoas de classe C cresceu 3,9% de janeiro a abril deste ano, comparada com os mesmos meses de 2008, subindo de R$ 625 para R$ 649. Em 2008, já havia aumentado 6,12%. Coerentemente com esse resultado, a classe C já representava, na última semana de abril, 53,6% da população das seis regiões metropolitanas, após ter caído de 53,81% para 52,64% apenas em janeiro. As classes A e B correspondiam a 13,3% da população metropolitan.
Fonte: Agência Estado

Estoque volta ao normal e indústria mostra recuperação

ECONOMIA

São Paulo- O ajuste dos estoques acumulados no auge da crise está praticamente completo nos diversos setores da economia, graças ao consumo doméstico e aos incentivos tributários concedidos pelo governo federal. Livres do fardo, as indústrias vão elevar a produção e voltar a contratar no segundo semestre deste ano, mas em níveis inferiores aos do período anterior à turbulência, por causa das fracas exportações e do recuo dos investimentos.

Dados preliminares de uma sondagem feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que em junho menos de 13% das indústrias estão com estoques considerados excessivos. Esse resultado é igual à média dos últimos dez anos. Em maio, o indicador estava em 14,1%. Em janeiro, o resultado chegou a 21,8%. "A indústria caminha para a normalidade, mas está longe da euforia anterior à crise", disse Jorge Ferreira Braga, responsável pela sondagem da FGV. Apenas 3,5% das indústrias tinham estoques excessivos em setembro de 2008.

Com o problema dos estoques resolvido, os economistas projetam alta entre 5% e 6% para a produção industrial no segundo semestre de 2009, em relação ao primeiro, descontadas as influências sazonais. Mesmo assim, no acumulado do ano, a indústria deve produzir 7% menos que em 2008. O crescimento só voltará a ser expressivo em 2010, favorecido também pela base de comparação fraca. "Quando o ajuste de estoques é forte, a recuperação ocorre por saltos. Com a mesma demanda, teremos mais produção na segunda metade do ano", disse Fernando Montero, economista-chefe da Corretora Convenção. ?A demanda brasileira está limpando os estoques. A resistência do varejo deve fazer o Brasil sair antes da crise?, disse Júlio Callegari, economista do JPMor.

Fonte: Agência Estado

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O aperto no crédito é maior para varejistas

Danielle FonsecaJosé Guerra
São paulo - apesar de registrar alta nas operações de crédito do sistema financeiro nacional (sfn) em maio, de 0,8% ante o mês anterior, para um estoque de r$ 1,259 trilhão, o banco central ainda mostra uma baixa no saldo total para pessoa jurídica, que caiu 0,8%, a r$ 383,193 bilhões. No entanto, analistas apostam em reversão da tendência no segundo semestre, devido, em grande parte, a um aumento da competitividade entre as instituições financeiras.
Para o professor da fundação instituto de pesquisas contábeis, atuariais e financeiras (fipecafi) e diretor do instituto assaf, alexandre assaf, a queda da taxa básica de juros será a principal responsável pelo aumento da concorrência. "quando o governo baixou a selic, os ganhos com operações de tesouraria dos bancos caíram. Para manter a rentabilidade, eles precisam aumentar as operações de crédito." já antevendo essa situação, grande parte dos bancos declarou, em divulgação de resultados do primeiro trimestre, que aumentar operações para pequena e média empresa era o objetivo este ano.
O professor de economia da trevisan escola de negócios, alcides leite, acompanha a linha de raciocínio. "para defender a rentabilidade que possuíam aplicando em títulos do governo, os bancos serão obrigados a buscar ampliar suas operações de crédito", completa.
A taxa básica de juros iniciou o ano a 13,75% ao ano. Depois de quatro cortes, chegou aos atuais 9,25% ao ano. "e essa redução de quatro pontos percentuais é bastante significativa para as instituições", diz assaf. Segundo ele, os bancos primeiro buscaram ampliar sua fatia no crédito consignado, "mais rentável e com menor risco". "com mais crédito à disposição e mais propaganda das instituições, mais gente passou a buscar financiamento. E muitas passaram sua barreira de endividamento.“Segundo o bc, a inadimplência subiu tanto para pessoa jurídica -alta de 0,3 ponto percentual, e chegou a 3,2%- como para pessoa física, que chegou a 8,6%, alta de 0,2 ponto percentual, maior índice já registrado.
Segundo avaliação do chefe do departamento econômico do banco central, altamir lopes, o cheque especial foi principal motivo de aumento para famílias."essa é a modalidade mais cara de crédito [167,8% ao ano, registrados em maio]. Isso evidentemente compromete muito a renda."No caso do cheque especial, a inadimplência subiu, de abril para maio deste ano, de 10% para 10,8%, também a maior taxa da série histórica do bc. A taxa geral de inadimplência passou de 5,2% para 5,5% de abril para maio, a maior desde setembro de 2000, quando estava em 5,7%.
Segundo lopes, o aumento da inadimplência ocorre por conta da redução da oferta de crédito, resultado da crise financeira internacional. Com isso, famílias e empresas tiveram dificuldade de renovar os empréstimos e de honrar os compromissos. Mas, para lopes, a expectativa é de que a inadimplência caia com a recuperação da oferta de crédito.
Os analistas ainda acreditam que o aumento da concorrência entre as instituições é responsável pela queda dos juros e do spread. Segundo o bc, a taxa média caiu 0,7 ponto percentual, a 37,9%. A baixa para empresas foi menor, de 0,3 ponto, a 28,5%, e para indivíduos a queda chegou a 1,5 ponto, a 47,3%.
DCI- Bancos 26/06/09

A negociação de reajustes salariais em meio à crise internacional

Nota Técnica do DIEESE- Departamento Intersindical de Estudo e Estatística Sócio Econômica, traz análise do acompanhamento das negociações salariais através do SAS- Sistema de Acompanhamento de Salários. Segundo os dados apesar da crise internacional cerca de 79% dos acordos firmado em 2009 estão acima do índice de preço. Veja abaixo resumo da nota.
_ "Como parte das ações que visam avançar no entendimento acerca dos impactos da crise internacional no Brasil e, sobretudo, subsidiar o movimento sindical brasileiro em seus processos de negociação coletiva, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apresenta nesta Nota Técnica uma síntese dos reajustes salariais negociados em 2009.
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No transcorrer dos cinco primeiros meses do ano, o SAS-DIEESE (Sistema de Acompanhamento de Salários) analisou o resultado das negociações salariais de 100 categorias de todo o Brasil.
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Uma mudança importante em relação à metodologia de pesquisa merece ser destacada: com o intuito de construir um diagnóstico mais preciso dos impactos da crise na negociação dos reajustes salariais, a opção foi acompanhar em 2009 as mesmas unidades de negociação analisadas em 2008 e, ao longo da análise, considerar somente as negociações com informação de reajustes salariais nos dois anos. Neste estudo serão considerados, portanto, os reajustes salariais de 2008 e 2009 das mesmas 100 unidades de negociação.
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A análise dos reajustes de 2009 revela ligeira melhora diante do ano anterior: se em 2008, 89% das negociações consideradas asseguraram pelo menos a recomposição das perdas ocorridas durante a data-base, em 2009, esse percentual subiu para 96% das negociações. Por conseguinte, o percentual de negociações com reajustes inferiores ao INPC-IBGE2 passou de 11%, em 2008, para 4%, em 2009. No entanto, o percentual de negociações que garantiu reajuste acima do índice de preços permaneceu quase inalterado: 77%, em 2008, e 78%, em 2009."
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Fonte- Dieese- Departamento Intersindical de Estatística Estatistica Sócio Econômica

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Demanda interna por turismo pode ajudar o setor, afirma Ipea

Agência Brasil _ _
BRASÍLIA - A participação do turismo na economia brasileira pode ser maior do que os 2,5% registrados atualmente, apesar dos prejuízos causados pela crise financeira internacional. Basta que o país crie as condições para formar as demandas a partir da parcela considerável da população brasileira que se encontra à margem do mercado turístico. A conclusão é do estudo Crise Mundial e seus Reflexos sobre o Turismo no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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Segundo o estudo, a inserção de novos contingentes populacionais ao mercado turístico exigirá uma presença maior do Estado, no sentido de garantir a sustentabilidade da atividade que tende a ocupar um papel cada vez mais relevante na economia mundial.
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Mas para obter sucesso nessa empreitada, segundo o estusdo, é necessário que, antes, o país invista na expansão e na melhoria da infraestrutura de acesso às cidades. Principalmente com estradas e aeroportos, porque o aumento da competitividade da indústria do turismo está ligado ao processo de desenvolvimento do país, dependendo tanto de sua infraestrutura física como da qualidade da mão de obra utilizada pelo setor.

País ganha banco de exportação na 2ª feira

Patrícia Acioli
_ SÃO PAULOBRASÍLIA - O setor produtivo já admite, a contragosto, não contar com medidas de desoneração no pacote que o governo federal deve anunciar na próxima segunda-feira (29). Sem margem para promover novas renúncias de receita, a equipe econômica alinhava saídas alternativas para enfrentar a crise financeira. Uma delas é a criação do Ex-Im Bank brasileiro, um banco dedicado exclusivamente a financiar exportações e a produção ao mercado exterior.
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No comando da iniciativa está o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que conhece o ressentimento das empresas exportadoras pela falta de uma estrutura adequada de financiamento das exportações, assemelhada a um Ex-Im Bank, e pela perda de produtividade nominal decorrente do câmbio desfavorável.
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Avalia-se que o momento para bancar o projeto do Ex-Im Bank é oportuno, porque além de atacar o problema de falta de crédito para o setor exportados - um dos mais combalidos pela turbulência econômica - sem mexer na estrutura de arrecadação do governo, a proposta encontra apoio no Congresso Nacional. Além disso, nos bastidores da Fazenda, corre que o ministro Guido Mantega haveria avisado que a onda de desonerações havia acabado, que o caminho agora seria atuação em outras frentes. O aviso parece que será seguido.
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A idéia articulada pelo governo, parlamentares e exportadores é que a exemplo do que existe nos Estados Unidos e em países como Japão, Índia e China, o Brasil conte com uma estrutura administrativa, como o Ex-Im Bank. Ou seja, crie uma instituição, que reúna os recursos, as avaliações de risco e as garantias às operações e que ele funcione com um braço forte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
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Atualmente, o exportador brasileiro precisa percorrer uma jornada para obter crédito: primeiro procurar o Banco do Brasil para conseguir financiamento do Programa de Financiamento às Exportações e em seguida, deve recorrer ao Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações, formado por vários ministérios e administrado pelo Tesouro Nacional, para obter seguro.
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Não é a primeira vez, no entanto, que se tenta criar um Ex-Im Bank. No governo Fernando Henrique Cardoso a iniciativa foi anunciada algumas vezes sem obter sucesso. Desta vez, o clima político é mais favorável para que o projeto se realize. O próprio ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia comprado a ideia e dando sinal verde para a medida.
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Durante audiência pública, realizada na Comissão Especial de Acompanhamento da Crise no âmbito da Indústria, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho também se disse preocupado com as limitações institucionais que o BNDES enfrenta para operar efetivamente como um Ex-im bank e manifestou interesse em que se ampliasse o escopo de algum de seus fundos, para que pudesse ser melhor aplicado a micro e pequenas empresas. Se formalizado, o novo banco poderá contar com R$ 2,6 bilhões do Proex e recursos do BNDES.
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Ontem, o presidente Lula esteve com o Miguel Jorge e a articulação política em torno do projeto está avançada. Apesar do Ex-Im bank ser bem visto pelos exportadores, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, reconhece que há espaço para que o governo faça mais. No mês passado, durante audiência pública na Câmara, ele admitiu a necessidade de manter taxa de investimento com a suspensão de IPI, PIS e COFINS para bens de capital e redução do IOF para sobre investimento estrangeiro. Miguel Jorge também destacou a busca por solução para os problemas de acúmulo de créditos tributários - ampliação de possibilidades de compensação automática contra outros encargos; estoque de créditos do ICMS: estudo de medidas de securitização; agilização da restituição para empresas exportadoras de crédito PIS/COFINS -, a ampliação de esquemas de financiamento e comércio em moeda local com países vizinhos, a exemplo do que já ocorre com a Argentina.
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A expectativa é que outras propostas apresentadas pelas Comissões Especiais instaladas na Câmara para acompanhar a crise sejam abraçadas pela equipe econômica. Uma delas diz respeito aos cartões de crédito.O pleito do compartilhamento da máquina, que significa diminuição de custos para o varejo, deverá sair do papel e a Fazenda já analisa uma revisão do teto do Simples Nacional (hoje de R$ 2,4 milhões/ano), e os impactos sobre arrecadação em três cenários distintos: R$ 5 milhões; R$ 4,2 milhões e R$ 3,6 milhões.
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DCI-25/06/09 - POLÍTICA ECONÔMICA

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Obama cita Brasil e Chile como exemplos para a América Latina

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Agência Estado
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WASHINGTON - Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, declarou ontem que o Chile é um exemplo a ser seguido em metas para o desenvolvimento econômico na América Latina, e adiantou que na reunião que terá com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, abordará um tema que também é do interesse chileno, a energia renovável. "O Chile está mostrando o exemplo", disse Obama em coletiva de imprensa minutos antes de receber Bachelet na Casa Branca. "Mas o mesmo é válido para o Brasil", acrescentou o mandatário norte-americano.
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Bachelet é a segunda presidente latino-americana que Obama recebe em seu escritório, após a visita do colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, desde que o norte-americano assumiu o cargo, há cinco meses. Na próxima semana, Obama terá uma reunião com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, na Casa Branca.
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Antes de assumir o cargo em janeiro, Obama teve uma reunião em Washington com o presidente mexicano Felipe Calderón. Bachelet, por sua vez, declarou que exortará Obama a não perder a lua-de-mel que ainda existe entre o presidente dos EUA e os mandatários latino-americanos. "Infelizmente, as luas-de-mel duram muito pouco", disse Bachelet. "Este é o momento de construir uma relação firme", acrescentou.Durante a entrevista coletiva, Obama defendeu ainda o trabalho do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, à frente da instituição, mas afirmou que a mesma poderia ter feito mais para evitar a crise financeira.
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Obama opinou que, dadas as circunstâncias da crise, Bernanke fez um "trabalho notável em condições muito difíceis". No entanto, o presidente norte-americano disse que, com base no que se viu nos últimos meses, "todos os reguladores falharam em fazer todo o possível para prevenir a crise".
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Irã
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Obama endureceu ontem o tom ao falar dos acontecimentos recentes no Irã e se declarou "escandalizado e indignado". Criticado até agora pelo que a oposição republicana considera uma resposta muito leve para violência do regime contra os manifestantes que pedem reformas no Irã, Obama aproveitou a coletiva para expressar sua "condenação enérgica às ações injustas" no Irã.
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Ontem, o líder supremo da Revolução iraniana, o aiatolá Ali Khamenei, aceitou prorrogar em cinco dias o prazo para a apresentação de queixas relacionadas às eleições do último dia 12, na qual Mahmoud Ahmadinejad saiu vitorioso.Barack Obama, presidente dos EUA, afirmou que Brasil e Chile são exemplos de desenvolvimento econômico na América Latina.
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DCI-24/06/09 INTERNACIONAL

Exportação terá novo pacote de incentivos

Patrícia Acioliernanda Guimarães
_ SÃO PAULO - O governo federal deve apresentar nos próximos dias medidas para aliviar o setor exportador. Segundo fontes ouvidas pelo DCI há movimentos do Executivo nessa direção e a solução pode ser anunciada junto ao pacote já esperado pelo setor de bens de capital. A principal reivindicação dos exportadores está relacionado a compensação dos créditos acumulados de tributos - IPI, ICMS, PIS e Cofins. A ideia é que o estoque passado de tributos detidos pelo fisco possa ser restituído via transferências para terceiros ou quitação direta de dívidas pelo Tesouro Nacional.
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As vendas para o exterior são imunes de impostos diretos - isto é, a Constituição prevê a não incidência direta. O problema é que indiretamente os exportadores acabam pagando impostos quando não conseguem recuperar créditos, porque foram embutidos nas compras de insumos e mesmo bens de capital. Esses créditos ficam detidos pelos fiscos, o que poderia ser resolvido com mudanças na legislação.
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"Já houve sinalização do governo para que isso aconteça. Deve ser por meio de Medida Provisória", diz Otávio Cançado, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Pleito antigo do setor, Cançado diz que a crise financeira acelerou as negociações da compensação do crédito presumido do PIS/Cofins. Ele, no entanto, não aposta em transferência para terceiro do crédito. "O setor quer liquidez imediata ao crédito passado", afirma. Cançado acrescenta que a compensação do PIS/Cofins não é benesse, mas impostos gerados.
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Mas há quem duvide que o governo seja capaz de avançar nesse sentido. "Imposto retido e câmbio são alívios para o exportador", destaca Júlio Almeida, diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "A vida do exportador especialmente de manufaturados, diante da dificuldade do quadro externo poderia melhorar", acrescenta. Apesar a necessidade, Almeida não vê o Executivo seguindo este caminho.
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Se as apostas dos bastidores se concretizarem, o governo acertará dois setores afetados pela crise: a indústria e as exportações. Lembrando apenas que o tributos negociados, tanto pelo setor de bens de capital como pelos exportadores, têm um peso expressivo na arrecadação. Em maio, o PIS/Cofins, na receita administrada, representou cerca de 23% do total.
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Para o economista da Tendências Consultoria, Felipe Salto, os espaços fiscais para o governo atuar com não são muitos. No caso específico das ações voltadas aos bens de capital, Salto vê a vantagem de que a medida seria homogênea e estimularia os investimento no setor privado. O economista ressalta que a disposição da equipe econômica de apresentar novas medidas coincide com as chances de escalonar as alíquotas do IPI dos automóveis.
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Produção x exportação
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Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) mostra que a retração das exportações foi responsável por metade da queda na produção industrial nos seis meses seguintes ao agravamento da crise internacional. No caso da indústria de transformação, o efeito total foi ainda maior, com as vendas ao exterior respondendo por 55% da redução na produção. "Da queda da produção industrial, cerca de 30% é efeito direto do recuo de exportação, e outros 20% de efeitos indiretos causados pela queda", explica Fernando Puga, economista do BNDES.
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"Qual era a grande questão? Entender porque o desempenho da indústria tinhas sido muito pior do que a expectativa, não obstante as vendas para interno não terem caído e a participação das exportações dentro do setor representar apenas 20%", diz.Segundo Puga, foi observado que o peso das exportações era maior do que se pensava em razão do encadeamento entre os setores industriais. Porém, esse encadeamento indica que a recuperação da produção industrial tende a ser rápida em um cenário de retomada das exportações.
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DCI- 24/06/09 POLÍTICA Econômica

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Plano Agrícola tem R$ 5 bi para financiar médio produtor

_ Na safra 2009/2010, o médio produtor brasileiro terá R$ 5 bilhões para financiar a lavoura, 72% a mais do que no ciclo anterior, por meio do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger Rural). Reformulado para permitir que mais agricultores tenham acesso ao crédito com condições facilitadas, o programa faz parte do Plano Agrícola e Pecuário para a próxima safra anunciado, nesta segunda-feira, em Londrina(PR). O Proger também dobra o limite de renda do produtor que pode ter acesso ao crédito. A partir deste semestre, o agricultor com renda bruta anual de até R$ 500 mil está apto a buscar o financiamento. Já os limites de crédito subiram de R$ 150 mil para R$ 250 mil.
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No total, o Plano destina R$ 107,5 bilhões para financiar plantio, colheita, venda e seguro rural na próxima safra, que começa em julho. “O governo entende que a agropecuária é um dos setores que mais contribui para o Brasil sair da crise econômica mundial”, comentou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.
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Cooperativas
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Responsável por quase 40% da produção nacional de grãos, o cooperativismo mereceu destaque no Plano 2009/2010, com R$ 2 bilhões destinados ao Programa de Capitalização das Cooperativas (Procap Agro) – criado para promover a ampliação de capital de giro e a reestruturação da estrutura patrimonial das cooperativas de produção agropecuária, agroindustrial, aquícola e pesqueira. O Procap Agro também permite o aumento do capital de giro associado ou não a um projeto de investimento, além do custeio ou saneamento financeiro. O limite de financiamento é de R$ 25 mil por associado. Já o limite por cooperativa foi estabelecido em R$ 50 milhões. A linha de crédito, com taxas anuais de 6,75%, tem prazo de reembolso de até seis anos.
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Sustentabilidade
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O pioneiro do Plantio Direto na Palha no Brasil, Herbert Arnold Bartz, foi homenageado com a medalha Apolônio Salles, durante o lançamento do Plano Agrícola. Para deter a a erosão, Bartz, em 1972, buscou conhecimento o plantio direto, desenvolvido nos Estados Unidos. Além de aumentar a produtividade e poupar combustível e fertilizantes, a técnica aumenta a matéria orgânica.
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Nesta próxima safra, os produtores terão R$ 1,5 bilhão para investir na reinserção de áreas no processo produtivo, na correção e conservação do solo bem como na adoção de práticas sustentáveis no campo. São mais R$ 500 milhões em relação ao ciclo 2008/2009. Os recursos também serão aplicados na adoção de sistemas de produção sustentáveis, como o Integração Lavoura-Pecuária-Silvicultura (ILPS) e o Orgânico.
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Também para incentivar a produção sustentável, será concedido até 15% mais crédito de custeio para quem tenha reservas legais e áreas de proteção permanentes, ou tenha plano de recuperação das áreas. Há também outros programas de investimento, como a construção e a modernização de equipamentos para tratamento de dejetos e projetos de adequação sanitária e ambiental. Já o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora) concede crédito para a manutenção de florestas com fins econômicos e a recomposição de áreas de preservação permanente e de reserva legal. Os programas de investimento tiveram acréscimo de 37% na safra 2009/2010 e vão contar com R$ 14 bilhões. Os recursos para custeio e comercialização a juros controlados (taxas fixas) subiram 20,2%, alcançando o valor recorde de R$ 54,2 bilhões. O novo Plano abrange também a criação de linhas de financiamento que favorecem o produtor, a ampliação de limites de crédito e a inclusão de modalidades nas linhas de crédito disponíveis.
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Os preços mínimos para 33 culturas foram reajustados em até 65%. O aumento dos valores inclui as culturas mais expressivas, como arroz (20%), leite (15%), raiz de mandioca (12%), soja (10%) e milho (6%).
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O orçamento para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR) em 2009, é de R$ 182 milhões. Para atender à demanda apresentada pelas seguradoras, o governo federal está propondo ao Congresso Nacional a elevação deste valor para R$ 273 milhões. Esses recursos possibilitarão o atendimento a 90 mil produtores e cobertura de 8,1 milhões de hectares, quase o dobro do verificado em 2008.
Fonte- Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Nº 829 - Brasília, 22 de Junho de 2009
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