BRASÍLIA -
A Ásia foi o principal bloco de comércio do Brasil no primeiro semestre do ano, para onde as exportações cresceram 15,8%, puxadas por um aumento de 42,3% nas vendas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, as vendas caíram para todos os demais blocos, em relação a janeiro/junho de 2008.
A China consolidou-se como o primeiro parceiro comercial do Brasil, respondendo por 14,9% das exportações totais. O país asiático tomou o lugar histórico dos EUA, que ficaram com uma fatia de 10,4%. As vendas aos americanos caíram 43,3% na mesma base de comparação, mas os EUA ainda são nossos principais fornecedores, representando 17,5% das importações totais.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, destacou que o saldo da balança comercial do primeiro semestre, de US$ 13,987 bilhões, ficou 23,8% acima dos US$ 11,3 bilhões do mesmo intervalo do ano passado.
Somente em junho, o superávit comercial foi de US$ 4,625 bilhões, o melhor resultado mensal desde dezembro de 2006 (US$ 5 bilhões). A meta de Barral para as exportações continua em US$ 160 bilhões para 2009.
Ele destacou que o resultado do semestre foi beneficiado por uma queda mais acentuada das importações, cujo recuo foi de 28,9% na comparação com o primeiro semestre de 2008, para US$ 55,965 bilhões. Já as exportações recuaram 22,2%, para US$ 69,952 bilhões.
A queda maior nas importações ocorreu em bens intermediários, com retração de 37%, principalmente em produtos minerais e insumos agrícolas. Do lado das vendas ao exterior, os básicos surpreenderam, lembrou Barral, pois não se confirmou o cenário mais negativo que se temia para as commodities, na fase mais aguda da crise global ao fim de 2008.
"Algumas commodities apresentaram até aumento de preços e de quantidade" nas exportações, disse ele, citando o cobre (alta de 775,1% no valor e 933% na quantidade exportada no semestre), o alumínio e a soja.
Barral admitiu que a retração de 30,6% nas exportações de manufaturados, no mesmo período, "foi muito alta", mas disse que "há recuperação de vários itens em relação ao desempenho recorde de 2008". Entre os exemplos, ele destaca os ônibus, cujas vendas externas subiram 242,5% no semestre, e 49,4% em junho sobre o mesmo mês de 2008.
Azelma Rodrigues / Valor Online
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