Danielle FonsecaJosé Guerra
São paulo - apesar de registrar alta nas operações de crédito do sistema financeiro nacional (sfn) em maio, de 0,8% ante o mês anterior, para um estoque de r$ 1,259 trilhão, o banco central ainda mostra uma baixa no saldo total para pessoa jurídica, que caiu 0,8%, a r$ 383,193 bilhões. No entanto, analistas apostam em reversão da tendência no segundo semestre, devido, em grande parte, a um aumento da competitividade entre as instituições financeiras.
Para o professor da fundação instituto de pesquisas contábeis, atuariais e financeiras (fipecafi) e diretor do instituto assaf, alexandre assaf, a queda da taxa básica de juros será a principal responsável pelo aumento da concorrência. "quando o governo baixou a selic, os ganhos com operações de tesouraria dos bancos caíram. Para manter a rentabilidade, eles precisam aumentar as operações de crédito." já antevendo essa situação, grande parte dos bancos declarou, em divulgação de resultados do primeiro trimestre, que aumentar operações para pequena e média empresa era o objetivo este ano.
O professor de economia da trevisan escola de negócios, alcides leite, acompanha a linha de raciocínio. "para defender a rentabilidade que possuíam aplicando em títulos do governo, os bancos serão obrigados a buscar ampliar suas operações de crédito", completa.
A taxa básica de juros iniciou o ano a 13,75% ao ano. Depois de quatro cortes, chegou aos atuais 9,25% ao ano. "e essa redução de quatro pontos percentuais é bastante significativa para as instituições", diz assaf. Segundo ele, os bancos primeiro buscaram ampliar sua fatia no crédito consignado, "mais rentável e com menor risco". "com mais crédito à disposição e mais propaganda das instituições, mais gente passou a buscar financiamento. E muitas passaram sua barreira de endividamento.“Segundo o bc, a inadimplência subiu tanto para pessoa jurídica -alta de 0,3 ponto percentual, e chegou a 3,2%- como para pessoa física, que chegou a 8,6%, alta de 0,2 ponto percentual, maior índice já registrado.
Segundo avaliação do chefe do departamento econômico do banco central, altamir lopes, o cheque especial foi principal motivo de aumento para famílias."essa é a modalidade mais cara de crédito [167,8% ao ano, registrados em maio]. Isso evidentemente compromete muito a renda."No caso do cheque especial, a inadimplência subiu, de abril para maio deste ano, de 10% para 10,8%, também a maior taxa da série histórica do bc. A taxa geral de inadimplência passou de 5,2% para 5,5% de abril para maio, a maior desde setembro de 2000, quando estava em 5,7%.
Segundo lopes, o aumento da inadimplência ocorre por conta da redução da oferta de crédito, resultado da crise financeira internacional. Com isso, famílias e empresas tiveram dificuldade de renovar os empréstimos e de honrar os compromissos. Mas, para lopes, a expectativa é de que a inadimplência caia com a recuperação da oferta de crédito.
Os analistas ainda acreditam que o aumento da concorrência entre as instituições é responsável pela queda dos juros e do spread. Segundo o bc, a taxa média caiu 0,7 ponto percentual, a 37,9%. A baixa para empresas foi menor, de 0,3 ponto, a 28,5%, e para indivíduos a queda chegou a 1,5 ponto, a 47,3%.
DCI- Bancos 26/06/09
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