sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desemprego cai 7,5% em outubro

IBGE

A taxa de desemprego caiu de 7,7% para 7,5%, em outubro, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre), após cair 0,4 pontos percentuais entre agosto e setembro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou também alta de 0,8% no mês e de 3,6% no ano no rendimento domiciliar per capita dos ocupados. A população ocupada, de 21,5 milhões, ficou estável nas comparações mensal e anual, assim como o número de trabalhadores com carteira assinada (9,5 milhões). O rendimento médio real dos ocupados, de R$ 1.349,70, ficou estável no mês e teve alta de 3,2% frente a outubro de 2008.

Os empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foram a única categoria a apresentar redução no rendimento médio real, registrando queda de 0,4% em relação a setembro deste ano. Os trabalhadores sem carteira tiveram a maior alta neste indicador, que foi de 7,2% em relação a outubro de 2008. Entre os sete grupos de atividade analisados pelo IBGE, três tiveram altas e quatro apresentaram recuos. A população inativa, 17,8 milhões no total, das seis regiões investigadas não variou em relação a setembro, mas cresceu 4,2% em relação a outubro do ano passado.

Veja mais....  http://www.ibge.gov.br/.






quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Índia ditará ritmo do mercado internacional de commodities

AGRONEGÓCIOS


Priscila MachadoBloomberg

NOVA DÉLHISÃO PAULO - Depois de a China ditar o ritmo no mercado de commodities, principalmente em razão do seu apetite por soja ao longo da última temporada, agora, na safra 2009/2010, será a vez da Índia apontar os rumos do comércio agrícola mundial. Além da explosão dos preços do açúcar, que já subiram 92% este ano, a Índia deve alavancar a demanda por óleo de soja e arroz.

As importações de óleo por parte da Índia, o maior comprador do produto no mercado internacional depois da China, deverão permanecer próximas de sua maior alta dos últimos 15 anos. De acordo com a Associação dos Extratores de Solventes, a elevação é efeito da concorrência com produtos estrangeiros mais baratos, o que torna pouco lucrativo o processamento da soja e do amendoim locais. As processadoras de soja estão operando suas unidades de produção a cerca de 50% de sua capacidade. "As compras de óleos de cozinha por parte da Índia, entre os quais o de palma, deverão ultrapassar 2 milhões de toneladas no período de três meses a encerrar-se em 31 de janeiro, comparativamente aos 2,1 milhões de toneladas do trimestre anterior", diz B.V. Mehta, diretor-executivo da associação.

As importações de óleos vegetais dispararam para seu maior volume desde 2004, quando o governo indiano pôs fim às tarifas incidentes sobre os óleos de palma e de soja, deprimindo os preços internos e forçando as usinas a desacelerar o processamento das lavouras semeadas durante as chuvas de monção. O aumento das vendas ajudou a alimentar a alta de 37% registrada pelo preço do óleo de palma este ano. "As pessoas não estão operando plenamente suas unidades de produção porque não há lucratividade operacional", disse Rajesh Agrawal, porta-voz da Associação dos Processadores de Soja da Índia. "Ou os preços das sementes têm de baixar ou os preços do óleo e do farelo precisam subir para tornar o processamento lucrativo", avaliou. O preço do óleo de palma saltou para sua maior alta de 11 semanas, puxado pela previsão de um aumento das compras por parte da Índia. Os contratos futuros para entrega em janeiro subiram até 3,1%, para US$ 695 a tonelada, seu patamar mais alto desde 28 de agosto.

Balizadora das cotações de açúcar durante todo o ano de 2009 a nova atitude da Índia já começa a influenciar o mercado da commodity novamente, desta vez puxando os preços para baixo. De acordo com avaliação da Archer Consulting, com o mercado de açúcar na Bolsa de Nova York tendo fechado a semana com alta inferior US$ 10 por tonelada, é possível observar, mais claramente, que a diferença de preços entre o março de 2010 e o março de 2011 se manteve em torno de 330 pontos, ou seja, os preços apontam para uma baixa de US$ 73 por tonelada para a safra 2011/2012 em comparação com a 2010/2011. No período seguinte, a diferença entre o março de 2011 e o março 2012 é de nova baixa de US$ 62 por tonelada. "Em resumo, a percepção do mercado, levando em conta os fatores de recuperação da Índia já para a 2010/2011 - que para eles inicia-se em outubro do ano que vem - é de queda nos preços em US$ 135 por tonelada em dois anos. Ainda assim, com retorno de 27% sobre o custo de produção previsto", analisa Arnaldo Luiz Corrêa, gestor de riscos da Archer.

Segundo Corrêa, se por um lado as perspectivas de importação continuam variando entre sete e nove milhões de toneladas, volume considerado elevado, por outro, os indianos têm mais tempo para comprar e assim deixam o mercado spot (a vista) mais ou menos largado. "Agora, é esperar para ver, já que na última sexta-feira, a Organização Internacional do Açúcar afirmou que o déficit mundial é de 7,2 milhões de toneladas comparado com os 8,4 milhões anteriormente divulgados. Daqui para frente, muita coisa pode mudar no cenário de altas do açúcar que tivemos até aqui", finaliza o gestor da Archer.

Até mesmo o mercado de arroz deve sofrer forte influência da Índia. O País cuja previsão inicial era de exportações da ordem de 4 milhões de toneladas deverá entrar agora no mercado internacional buscando adquirir cerca de 3 milhões de toneladas. A reversão no equilíbrio entre a oferta e demanda de arroz na Índia é atribuída à uma forte estiagem que atingiu o país este ano.

Depois de a China ditar o ritmo no mercado de commodities, principalmente em razão do seu apetite por soja ao longo da última temporada, chgou a vez da Índia. Na safra 2009/2010, o mercado indiano vai apontar os rumos do comércio agrícola mundial. Além da explosão dos preços do açúcar, que já subiram 92% este ano, a Índia deve alavancar a demanda por óleo de soja e arroz. As importações de óleo da Índia, o maior comprador do produto depois da China, deverão permanecer próximo de sua maior alta dos últimos 15 anos. Segundo os exportadores do produto, a elevação é efeito da concorrência com produtos estrangeiros mais baratos.

DCI-18/11/09





Participação do Sudeste no PIB do País cai em 12 anos


No mesmo período, a região Nordeste teve o maior avanço: de 12,0% para 13,1%.

Portal Terra

RIO - A região Sudeste viu sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País cair de 59,1% em 1995 para 56,4% em 2007. O dado foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



A concentração do PIB brasileiro também ficou menor em relação aos Estados que mais contribuem para a formação da riqueza do País. Os oito Estados mais industrializados (SP, MG, RS, PR, RJ, SC, BA e AM) concentravam 88,7% da indústria de transformação nacional em 1995. Essa participação caiu para 87,2% em 2007.

Segundo o IBGE, o maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal (R$ 40.696,08), cerca de três vezes o PIB per capita nacional (R$ 14.464,73). Entre 1995 e 2007, os três maiores PIB per capita permaneceram na mesma ordem (Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro) assim como os dois menores (Maranhão e Piauí).

JB- 18/11/2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Brasil tem melhor outubro e supera 1 milhão de vagas no ano


Portal Terra

BRASÍLIA - Assim como havia adiantado o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no começo do mês, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que o Brasil superou o saldo de 1 milhão de empregos formais em 2009. De janeiro a outubro foram criadas 1.163.607 vagas a mais que as fechadas em todo o País.

Segundo Lupi, o número confirma as previsões feitas pelo governo no primeiro semestre deste ano. O mês de outubro fechou com saldo de 230.956 mil empregos formais.

- Foi o melhor outubro da história, corresponde a previsão que tinha feito no primeiro semestre do ano. Neste segundo semestre todos os setores tiveram recuperação na geração de empregos, principalmente a indústria de transformação, que mais demitiu no primeiro semestre - disse Lupi.

JB- 16/11/2009
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Setor de massas cresce acima do PIB e investe em expansão

ALIMENTOS

Laelya Longo

SÃO PAULO - A crise financeira mundial passou longe do segmento de massas alimentícias, que deve fechar o ano com crescimento bem superior ao Produto Interno Bruto (PIB), apoiado na retração do setor de alimentação fora do lar. A avaliação das indústrias do setor apontam para um 2010 ainda mais otimista, com grande volume de aportes em expansão.

Segundo Cláudio Zanão, diretor presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), o segmento teve bom desempenho em todos os mercados, principalmente os que mais sofreram com a crise financeira. "Os Estados Unidos estão tendo um aumento de 20% nas vendas de massas", afirma. "A recessão econômica norte-americana alavancou o consumo de massas, em função das características próprias do produto: preço baixo, valor nutritivo e facilidade de preparo."

Zanão evita antecipar o crescimento do setor para 2009, pois o consumo durante o primeiro semestre do ano é tradicionalmente inferior ao do segundo. "Prevíamos uma alta equivalente ao PIB [Produto Interno Bruto], mas com a expressiva melhora do cenário econômico do segundo semestre, devemos fechar em 3% a 4%, mas ainda é cedo para determinar um índice", ressalta.

Expansão

O Grupo Selmi, dono das marcas Renata e Galo, já registra 17% de alta no volume de vendas de suas massas. Para Ricardo Selmi, presidente do grupo, esse aumento é fruto, basicamente, da queda de preços dos produtos, atendendo à necessidade de consumo das camadas sociais mais baixas e das que sofreram com a recessão.

Até outubro, a empresa contabiliza um aumento de 20% na produção, na comparação com 2008. Segundo Selmi, o preço do trigo contribuiu fortemente para a expansão da produção. Nesse sentido, a empresa deve fechar o ano com aumento da capacidade produtiva, com uma nova linha de espaguete com capacidade de 4.500 quilos por hora.

Além disso, até o final de 2010, a empresa vai lançar uma nova linha de cream cracker, biscoitos doces e bolinhos prontos em monoporções. Outro foco será o de armazenagem, com incremento da unidade de Sumaré, no interior de São Paulo. O valor total desses investimentos gira em torne de R$ 30 milhões.

A Selmi acrescenta que, para 2011, está planejando a construção de uma planta em Pernambuco para fortalecer a presença no mercado nordestino. "O mercado consumidor do Nordeste está crescendo muito e queremos acompanhar essa tendência", justifica. Atualmente, a Selmi tem 13% de market share no Sudeste e Centro-oeste, além de Santa Catarina e Paraná, onde possui a segunda unidade, em Londrina, na região Sul. A implantação da unidade do Nordeste deve alavancar essa participação e irá consumir R$ 15 milhões, produzindo espaguete e macarrão instantâneo.

Para Selmi, no próximo ano, o setor deve crescer entre 3% e 4%. "O crescimento desse segmento é descolado do PIB, pois possui características próprias", declara. Mas a meta da empresa é mais ambiciosa e está fixada em 10%.

Outra empresa que aposta na expansão para atender ao aumento da demanda é a J. Macedo, responsável pelas marcas Dona Benta, Petybon e Brandini, líder no Norte-Nordeste. "Acreditamos que o mercado brasileiro apresenta um grande potencial para o crescimento do consumo", afirma Marcos Povoa, diretor comercial e de novos negócios da J.Macedo. "De olho nessa oportunidade, estamos trabalhando na expansão da capacidade produtiva de nossa unidade de São José dos Campos, aumentando o volume de massas de 63 mil toneladas ao ano para 93 mil toneladas".

Lacuna

Para ocupar o lugar deixado pela Frescarini, que deixou de ser produzida em abril, pela General Mills, o Grupo Bertin lançou, no fim de setembro, sua linha de massas frescas com a marca Vigor. Presente em grandes e médias redes de varejo, o objetivo da empresa é alcançar, em 12 meses, 15% do mercado de massas frescas em São Paulo, chegando ao pequeno varejo em março do próximo ano. "A Vigor tem uma forte atuação no pequeno varejo por conta de seus produtos lácteos, mas estamos definindo como se dará a logística de distribuição das massas", explica Marcos Scaldelai, diretor de marketing de produtos lácteos da Bertin.

Sem revelar os números, Scaldelai conta que, em outubro, a produção já dobrou de volume e que, este mês, deverá dobrar novamente. A fabricação das massas da Vigor é feita pela Pastitex, que também possui marca própria no segmento. "Nosso produto é voltado para as classes B/C e possui desde massa de pastel, responsável pelo maior volume de vendas, até as recheadas, que tem maior valor agregado e incrementa o faturamento", afirma o diretor de Marketing.

DCI- 16/11/09

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Brasil impulsionará o setor de turismo nos âmbitos nacional, estadual e municipal com auxílio do BID

13 Novembro, 2009


Brasil e o BID


Apoio ao Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional (PRODETUR NACIONAL)

Um empréstimo de US$ 15 milhões ajudará a estimular um setor cujas receitas internacionais triplicaram entre 2000 e 2008

O Banco Interamericano de Desenvolvimento aprovou um empréstimo de US$ 15 milhões para ajudar o setor de turismo brasileiro a se expandir nos âmbitos nacional, estadual e municipal a fim de fazer melhor uso de seu potencial.

Embora as receitas internacionais do turismo tenham triplicado para US$ 5,8 bilhões entre 2000 e 2008, as ofertas turísticas continuam concentradas essencialmente no litoral do país, deixando de lado outras atrações de alta qualidade.

A falta de conexões diretas para muitos destinos, deficiências de infraestrutura e serviços e acesso insuficiente a dados de mercado atualizados, recursos humanos habilitados e fórmulas de marketing eficazes são fatores que acabam limitando as ofertas de destinos turísticos. O turismo brasileiro também é prejudicado por uma coordenação ruim entre os diferentes níveis de governo.

O empréstimo do BID apoiará o Programa de Desenvolvimento do Turismo Nacional (PRODETUR Nacional) do governo federal, que pretende vencer esses desafios além de consolidar as políticas nacionais de turismo por meio de uma gestão pública cooperativa e descentralizada.

O programa tem três componentes:

Fortalecimento da gestão nacional do turismo, melhorando o sistema de estatísticas e informações de mercado e capacitando funcionários do Ministério do Turismo em projetos de investimento.

Apoio à preparação de planos de desenvolvimento do turismo nos âmbitos estaduais e municipais, seguindo diretrizes estratégicas e técnicas consistentes.

Apoio a investimentos estaduais e municipais dentro do PRODETUR, incluindo o estabelecimento de uma estrutura técnica integrada por diferentes especialistas que ajudarão a implementar projetos locais com metodologias comuns e compartilhadas.

O empréstimo tem prazo de 20 anos, com um período de carência de 4 anos e taxa de juros variável baseada na LIBOR. Outros US$ 10 milhões serão fornecidos como fundos de contrapartida locais.

Fonte : BID

Mais informações
Adela Moreda
Líder de equipe do BID
adelam@iadb.org
Líder da equipe na Representação do BID no Brasil
Juan Poveda
juanpo@iadb.org
Peter Bate
terb@iadb.org
(202) 623-2609

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Emprego industrial em SP tem maior crescimento em 18 meses

Ocupação sobe 0,28% em outubro ante setembro, com ajuste sazonal; resultado representa 9 mil novas vagas

RICARDO LEOPOLDO - Agencia Estado

SÃO PAULO - O nível de emprego da indústria paulista subiu 0,41% em outubro ante setembro, na série sem ajuste, de acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira, 11, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com o ajuste sazonal, a elevação no período atingiu 0,28%, que é a maior marca em 18 meses. O resultado representa a criação de 9 mil vagas no mês.

De janeiro a outubro de 2009, o patamar de empregos caiu 1,49%. Em outubro, houve queda de 7,61% em relação ao mesmo mês do ano passado. Dos 22 setores pesquisados, 16 contrataram no mês, quatro demitiram e dois permaneceram estáveis.

Nível de confiança

Já a confiança dos dirigentes das indústrias paulistas atingiu a marca de 56,3 pontos na primeira quinzena de novembro, segundo informou hoje a Fiesp. Na segunda quinzena de outubro, o indicador Sensor da entidade registrou o patamar de 58,3 pontos.

O levantamento é feito desde junho de 2006. Dos cinco componentes do Sensor, o item Mercado atingiu 65 pontos na primeira quinzena de novembro, ante 65,5 pontos apurados na segunda quinzena de outubro. No mesmo período de análise, o tópico Vendas registrou 56,5 pontos, marca inferior aos 59,6 pontos apurada na quinzena anterior.

Já o item Emprego atingiu 56 pontos, um pouco abaixo dos 56,8 pontos contabilizados nos últimos 15 dias do mês passado. Estoque ficou praticamente estável, pois registrou 49,5 pontos ante 49,7 pontos da quinzena anterior. Já o item Investimento registrou 54,6 pontos, abaixo dos 58,5 pontos das duas últimas semanas de outubro.

Na pesquisa, o patamar de 50 pontos sinaliza estabilidade. Resultados inferiores a essa marca sugerem pessimismo dos empresários, enquanto uma pontuação superior indica otimismo.

Crescimento do PIB em 2010 dever ser revisto para 5%


POLÍTICA ECONÔMICA

Agência Estado

SÃO PAULO - O governo deve rever ainda este mês a projeção oficial de crescimento para 2010 dos atuais 4,5% para 5%, segundo informou uma fonte do governo. A nova projeção deverá servir de referência para as discussões do projeto de lei orçamentária para 2010, que está em tramitação no Congresso Nacional. Uma previsão de crescimento mais elevado tende a aumentar também a estimativa de receitas considerada para a distribuição de despesas na peça orçamentária do ano que vem.

De acordo com a fonte, a previsão de 5% também pode ser considerada "conservadora", uma vez que há possibilidades reais de o crescimento do País no ano que vem ser maior do que isso, como alguns analistas do mercado financeiro já comentam.

Governo e analistas esperam que 2010 comece com um carregamento estatístico positivo - o impulso que a atividade econômica deixa de um ano para outro -, ao contrário do que aconteceu neste ano, quando a economia já começou o jogo tendo que correr atrás do prejuízo legado pelo tombo do quarto trimestre de 2008. O tamanho do carregamento positivo para o ano que vem dependerá do ritmo de crescimento do último trimestre.

Um dos fatores que leva à opção do governo por uma projeção conservadora de crescimento para 2010 é a incerteza em torno de qual será o tamanho da contribuição negativa do setor externo para o Produto Interno Bruto (PIB). Quando as importações crescem mais rápido que as exportações e a expectativa é de que o cenário do governo para próximo ano, ocorra uma redução no resultado do PIB.

O governo também tem buscado evitar um excesso de otimismo por parte do mercado com a demanda no ano que vem, que pode provocar um temor de alta da inflação e uma postura mais defensiva do Banco Central na condução da política monetária. Por isso, apesar de nos bastidores e até em declarações públicas de autoridades já ser mencionada a projeção de crescimento de 5% para 2010, até agora o governo ainda não revisou formalmente a estimativa de 4,5%, retardando ao máximo as informações desse movimento econômico.

As discussões do Orçamento 2010 no Congresso, contudo, tornam inevitável a revisão dessa projeção. O próprio ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse recentemente em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento que considerava razoável uma revisão de 4,5% para 5% na projeção de crescimento do PIB em 2010.

JB-11/11/09

terça-feira, 10 de novembro de 2009

13º salário deve injetar R$ 85 bilhões na economia

(Maria de Lourdes Chagas - Agência IN)

SÃO PAULO, 10 de novembro de 2009 - Até dezembro de 2009 devem ser injetados na economia brasileira cerca de R$ 85 bilhões em decorrência do pagamento do 13º salário, um aumento de 8,7% em relação ao ano passado. O número de pessoas que receberá o 13º salário em 2009 é cerca de 2,4% superior ao observado em 2008, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Estima-se que 1,7 milhões de pessoas passaram a receber o benefício, por terem requerido aposentadoria ou pensão ou se incorporado ao mercado de trabalho ou ainda formalizado o vínculo empregatício.

Este montante representa aproximadamente 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e engloba os trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social, aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados.

Cerca de 70 milhões de brasileiros serão beneficiados. Pelos cálculos da instituição, os R$ 85 bilhões devem ser pagos a 69.925 mil pessoas.

A estimativa feita pelo Dieese leva em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2008, e informações do Ministério da Previdência e Assistência Social e da Secretaria Nacional do Tesouro (STN).

JB - 10/11/2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Valor da cesta básica cai em outubro, diz Procon-SP

Maria de Lourdes Chagas - Agência IN

SÃO PAULO, 9 de novembro de 2009 - O valor da cesta básica de outubro apresentou queda de 0,12%, revela pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese. O preço médio da cesta, que em 30 de setembro era de R$ 283,30, passou para R$ 282,96 em 30 de outubro.

Dos 31 produtos pesquisados, 16 apresentaram queda, 13 altas e dois mantiveram-se estáveis. O grupo Alimentação foi o único que apresentou queda, -0,35%. Os grupos Higiene Pessoal e Limpeza apresentaram variação positiva de 0,61% e 1,09%, respectivamente.

Entre os produtos que compõem o grupo Alimentação, destacamos os que registraram as maiores quedas de preço neste mês: feijão carioquinha - pac. 1kg (-4,98%); ovos brancos - dz (-4,46%); frango resfriado inteiro - kg (-4,37%); batata - kg (-3,95%) e queijo muzzarela fatiado - kg (-3,47). Cabe destacar também o arroz - pac. 5kg (-2,47%), que foi o segundo produto que mais pressionou a queda no período. O maior aumento de preço foi o da cebola - kg (20,16%).

A variação no ano é de -1,68% (base 26/12/2008), e nos últimos 12 meses, de -4,79% (base 30/10/2008).

O último recorde da cesta básica desde o Plano Real foi de R$ 305,30, em 23 de julho2008.

É importante salientar que os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.).

As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra, seja para estimular a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para "desovar" estoques através do rebaixamento temporário dos preços.

Brasil registra criação de mais de 1 milhão de empregos em 2009, diz Lupi

 Rio

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) anunciou nesta segunda-feira que já foram criados, este ano, mais de 1 milhão de empregos formais. O saldo superou as metas do governo. Ao longo de 2008, foram geradas 1,452 milhão de vagas.

Ele antecipou dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) relativos a outubro, que serão divulgados nos próximos dias, que indicam que no acumulado de janeiro outubro, o número de novos empregos já superou a meta traçada por ele para este ano.

Lupi lembrou que poucos acreditavam na sua previsão, em meio à recuperação do país após a crise. Em dezembro, o país chegou a registrar perda de 654 mil empregos, recorde em dez anos, pelo números do Caged.

"Acharam que eu era maluco, os pessimistas não acreditavam. Mas os números estão aí e provam que minha previsão estava certa", afirmou, ao participar da abertura da Fenashore, em Niterói, região metropolitana do Rio.

O ministro acrescentou que o país já vê a crise pelo retrovisor. "Crise é coisa de gringo", comentou.

Em setembro, houve a criação de 252.617 empregos. No ano, o saldo de empregos está em 932.651 postos, até setembro, superando as mais de 800 mil vagas fechadas entre novembro e janeiro, por conta da crise econômica.

Folha Online - 09/11/2009

Taxa de desemprego na OCDE se estabiliza em 8,6% em setembro

Valor Online

SÃO PAULO - A taxa de desemprego nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, apresentou estabilidade em setembro, permanecendo no patamar dos 8,6%, o mesmo registrado em agosto.

O desemprego nos países mais ricos do mundo vem começando a mostrar certa estabilidade nos últimos meses, com taxa de 8,4% em julho e de 8,5 % em junho, por exemplo.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, houve um avanço de 2,3 pontos percentuais na taxa de desemprego desses países.

Na zona do euro, o desemprego atingiu 9,7% da população em setembro, sendo que no mês anterior essa proporção tinha ficado em 9,6%. No Japão, a taxa saiu de 5,5% em agosto para 5,3%. Nos EUA, os dados são referentes a outubro, quando a taxa ficou em 10,2%, 0,4 ponto percentual acima do registrado no mês anterior.

A Espanha continua a liderar no que diz respeito a desemprego e alcançou a proporção de 19,3% de pessoas desempregadas em setembro. Em agosto, o índice foi de 18,8%, segundo a OCDE.

Valor ONLINE- 09/11/2009

sábado, 7 de novembro de 2009

IBGE e Conab elevam projeção para a safra a 139 mi de toneladas

 AGRONEGÓCIOS

Agência EstadoPanoramaBrasil

RIO DE JANEIRO - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem a primeira estimativa para a safra de grãos 2010, que aponta uma produção de 139,3 milhões de toneladas, volume 3,8% maior que o da safra 2009 que, segundo o instituto, será de 134,1 milhões de toneladas.

A projeção para a soja é de uma produção de 63,7 milhões de toneladas, com alta de 11,8% ante a safra anterior. Para o milho na primeira safra, a estimativa é de colheita de 33,1 milhões de toneladas, com queda de 2,2%. Deve ocorrer expansão na safra do feijão (primeira safra), para 1,9 milhão de toneladas, com alta de 13,9%. Estão previstas quedas na safra do arroz em casca (11,9 milhões de toneladas, com queda de 5,1%) e no algodão em caroço (2,7 milhões de toneladas, queda de 8,1%).

Para 2009, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2009 deve ser 8,1% menor do que a safra recorde de 2008 e totalizar 134,1 milhões de toneladas, 8,5 mil toneladas a menos do que a projeção divulgada em setembro. Devido às condições climáticas que afetaram a Região Sul.

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a retração da colheita este ano reflete os impactos das chuvas sobre as culturas de inverno, em especial, a queda da produção de trigo, a principal lavoura da estação, em Santa Catarina e no Paraná. Devido a esses efeitos climáticos, o Mato Grosso ultrapassará o Paraná e, neste ano, será o maior produtor nacional de grãos.

Conab

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) manteve praticamente inalterada sua projeção para a safra de grãos 2009/2010 em relação à primeira estimativa, feita no início de outubro.

Para a estatal, o ciclo ficará entre 139,04 milhões de toneladas e 141,69 milhões de toneladas, segundo divulgação feita ontem. Na primeira estimativa, as projeções iam de 139,06 milhões de toneladas a 141,62 milhões de toneladas.

Mesmo com a pequena redução do intervalo esperado ante a previsão anterior, a safra 2009/2010 deverá registrar crescimento entre 3% e 5% na comparação com o ciclo anterior.

A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento é a de que a área a ser plantada em todo o País fique entre 47,44 milhões de hectares e 48,18 milhões de hectares. Se for levado em conta o piso da projeção, a área total registrará uma queda de 0,5% na comparação com a safra 2008/2009. Já se houver confirmação do teto das expectativas, a alta será de 1,1%.


DCI-06/11/09


Ministros do G20 concordam em manter estímulo econômico

Brown (centro) propôs taxa sobre transações financeiras internacionais


Os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 – grupo que reúne os principais países ricos e em desenvolvimento – se comprometeram a manter medidas de estímulo até que a recuperação da economia global esteja consolidada.

“As condições econômicas e financeiras melhoraram após a nossa resposta coordenada à crise. No entanto, a recuperação ainda é instável e permanece dependente de políticas de apoio, e a alta taxa de desemprego é uma grande preocupação”, diz o documento final do encontro do G20 encerrado neste sábado na cidade escocesa de Saint Andrews.

“Para restaurar a saúde da economia global e do sistema financeiro, nós concordamos em manter o apoio à recuperação até que ela esteja consolidada”, diz o texto.

Segundo o correspondente da BBC no encontro, Andrew Walker, a reunião foi ofuscada pela proposta do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, de um novo “contrato social” para os bancos, que os tornariam mais responsáveis diante da sociedade.

Imposto sobre transações

Brown sugeriu a criação de um fundo para ajudar bancos em dificuldades no futuro, que poderia ser financiado por um imposto sobre transações financeiras internacionais.

O premiê disse que o setor financeiro é tão importante que os governos não têm opção, a não ser intervir quando ele entra em colapso.

“E não pode ser aceitável que os benefícios do sucesso deste setor sejam colhidos por uns poucos, mas os custos de seu fracasso pesem sobre todos nós”, afirmou.

No passado, a Grã-Bretanha se opôs a impostos sobre transações financeiras, acreditando que eles poderiam prejudicar as atividades da City de Londres, o distrito financeiro da capital.

Brown disse que é necessária uma ação “global” para reformar o sistema bancário mundial e que “a Grã-Bretanha não vai agir, a não ser que os outros ajam conosco”.

A proposta do premiê britânico, porém, foi recebida sem entusiasmo pelos outros países do G20.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, disse que seu país não está preparado para apoiar um imposto sobre transações internacionais.

Os ministros e presidentes de bancos centrais do G20 também se comprometeram com ações para garantir o financiamento necessário no combate às mudanças climáticas e em trabalhar juntos para o sucesso da conferência da ONU em Copenhague, na Dinamarca.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Brasil deve criar 1,1 milhão de empregos até o fim do ano, diz Lupi

Economia


Lourenço Canuto, Agência Brasil

BRASÍLIA - O Brasil deve criar 1,1 milhão de empregos, até o fim do ano, e cerca de 2 milhões de postos de trabalho em 2010. A previsão é do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Segundo ele, essa era a previsão, mesmo no auge da crise financeira internacional, no final do ano passado.

Lupi disse, durante o programa Bom Dia Ministro, que o Brasil é o país que melhor se recuperou dos efeitos da crise mundial e deve registrar em 2010 o melhor ano da sua economia. Os resultados foram possíveis porque o governo tomou medidas pontuais.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado neste mês registrou a geração 252 mil empregos diretos em setembro, computando 934 mil vagas criadas nos nove meses de 2009.

O ministro se declarou favorável à redução da carga horária para 40 horas semanais, defendida pelas centrais sindicais e disse que nos países europeus a média é de 37 horas. Ele argumenta que no Brasil grande parte dos trabalhadores leva até 3 horas para se locomover de casa para o trabalho e isso afeta o seu desempenho. Segundo ele, as empresas ganharão mais produtividade, com a oferta de mais empregos, e farão justiça social com a medida. "Não há pressão que possa abater a convicção", disse, defendendo a aprovação da medida pelo Congresso Nacional.

JB - 22/10/2009

Desemprego brasileiro tem menor nível desde dezembro

Economia


REUTERS

RIO - A taxa de desemprego brasileira diminuiu mais que o esperado em setembro, igualando-se ao patamar de igual período do ano passado, antes do aprofundamento da crise global. O dado foi também o menor para um mês de setembro na série histórica iniciada em 2002 e o mais baixo desde dezembro do ano passado.

O mercado, no entanto, minimizou os dados positivos, apontando que a composição do índice continua mostrando que o mercado de trabalho não se recuperou totalmente.

A taxa caiu para 7,7% em setembro, ante 8,1% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Em setembro de 2008, o desemprego também foi de 7,7%.

Analistas ouvidos pela Reuters previam 8,1%, segundo a mediana de 18 projeções que oscilaram de 7,8 a 8,4%.

- O desemprego (cheio) é bom, mas os dados abertos mostram algumas coisas. A PEA (População Economicamente Ativa) teve uma redução forte. Se você olha a dinâmica entre ocupados e desocupados, ela não é tão boa. A população ocupada subiu pouco e a desocupada caiu bem... o que pode significar um aumento do desalento (pessoas que desistem de procurar emprego porque não acham) - afirmou Flávio Serrano, economista sênior do BES Investimento.

Segundo o IBGE, a população ocupada subiu 0,4% em setembro ante agosto e 0,6% contra igual mês de 2008, para 21,520 milhões de pessoas empregadas.

O total de desocupados foi de 1,799 milhão, queda de 4,8% na comparação mensal e alta de 1,3% na anual.

A PEA caiu 0,1% em setembro contra agosto e subiu 0,6% na comparação com o ano passado.

- No geral, o dado do mercado de trabalho não muda nossa visão de que a dinâmica continua fraca. O patamar do emprego está, na nossa estimativa, 0,7% pior que a tendência - afirmou Diego Donadio, analista sênior para América Latina do BNP Paribas, em nota.

O rendimento médio real subiu 0,6% na comparação mensal e 1,9% frente a setembro do ano passado, para 1.346,70 reais.

JB-22/10/2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Copom mantém taxa básica de juros em 8,75% ao ano

Boletim do Banco Central só prevê juros maiores em 2010

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu por unanimidade, nesta quarta-feira, manter a Selic – taxa básica de juros do país – em 8,75% ao ano.

“ Levando em conta, por um lado, a flexibilização da política monetária implementada desde janeiro, e, por outro, a margem de ociosidade dos fatores produtivos, entre outros fatores, o Comitê avalia que esse patamar de taxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno", afirma o comunicado divulgado pelo Copom.

A mais recente alteração na taxa Selic ocorreu em julho, quando o Banco Central fez uma redução de 0,5 ponto percentual e levou a taxa básica ao patamar atual – o menor da série histórica, iniciada em 1996. Desde janeiro, os cortes haviam sido de 1 ponto ou 1,5 p.p.

A manutenção da taxa Selic já havia sido prevista na última pesquisa semanal Focus, realizada pelo BC com diversos analistas e que traz expectativas sobre o mercado financeiro.

De acordo com o boletim, divulgado na última sexta-feira, a Selic deve seguir nesse patamar até julho de 2010, quando a taxa então passaria a 9,25% - um aumento de 0,50 ponto percentual.

Segundo a projeção do Focus, ao longo do segundo semestre, haveria aumento na taxa básica de juros, que encerraria 2010 em 10,50% ao ano.

BBC-Brasil

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dólar sobe 2,1% e bolsa cai com IOF sobre capital estrangeiro

Economia


No início da tarde Bovespa já operava com baixa de mais de 4%

Diante da cobrança de imposto sobre o capital estrangeiro, que entrou em vigor nesta terça-feira, o dólar comércial encerrou o dia com alta de 2,10%, a R$ 1,748 – a maior variação diária desde junho.

A mudança também prejudicou os negócios na bolsa. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia com queda de 2,88%.

A cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi anunciada na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os investimentos estrangeiros em bolsa e títulos do governo foram taxados em 2%.

Mantega disse nesta terça-feira que um dos objetivos da medida é evitar uma "bolha" na bolsa de valores e, em consequencia, a "sobrevalorização do real". Segundo ele, "daqui a pouco vamos estar importando tudo e não exportando nada".

O ministro disse ainda que o impacto da cobrança do IOF será suficiente para "atenuar" a valorização da moeda brasileira, mas que não será possível evitá-la.

"Acredito que (as medidas) nas vão evitar a valorização do real porque ele reflete a força da economia", disse Mantega, depois de participar de um evento em São Paulo.

Excesso

O diretor excutivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, diz que a medida é "frágil", pois a atual valorização do real não é apenas reflexo do "excesso" de dólares no país.

"Esse excesso o Banco Central está comprando. Inclusive, o Banco Central está retirando do mercado mais do que o excedente", diz.

Segundo ele, o dólar vem caindo também em função das operações dos bancos no país. "As instituições estão com posição vendida (apostam na queda do dólar) e acabam operando de forma que forçam a desvalorização da moeda americana", diz.

Ainda na avaliação de Nehme, a cobrança do IOF tem impacto "parcial" diante da "estrutura" dos grandes bancos de investimento internacionais. "São instituições com estrutura para driblar, de forma lícita, o pagamento desse tipo de imposto", diz.

Ele lembra que, em março do ano passado, o governo adotou medidas parecidas, como a cobrança de 1,5% de IOF sobre investimentos estrangeiros em renda fixa. "Meses depois o dólar já estava caindo", diz.

Nos dia seguinte ao anúncio da medida, a moeda americana fechou em R$ 1,69. Quatro meses depois, o dólar comercial valia R$ 1,58.

Recuperação

O atual ritmo de valorização do real começou em março, mês em que os indicadores econômicos no país mostraram os primeiros sinais de recuperação frente à crise financeira.

Com os bons resultados da economia brasileira, investidores estrangeiros voltaram a procurar investimentos no país, sobretudo na bolsa de valores e em títulos públicos.

De janeiro a outubro deste ano, as entradas de dólares superaram as saídas em US$ 4,418 bilhões, segundo dados do Banco Central. No mesmo período do ano passado houve déficit de US$ 29,465 bilhões.

Em relatório divulgado a seus clientes nesta terça-feira, agência de classificação de risco Moodys diz que o Brasil é "vítima de seu próprio sucesso".

"O Brasil se tornou a economia emergente mais atraente, não apenas por ter se recuperado da crise financeira, mas também em função de perspectivas promissoras. O país é visto como a nova estrela da América Latina", diz o documento, justificando o ingresso de dólares no país.

A agência diz ainda que medidas como a anunciada ontem pelo governo brasileiro têm "apenas efeitos de curto prazo" e que "tendem a desaparecer com o tempo, na medida em que os investidores se acostumam com ela".

Fabrícia Peixoto


Da BBC Brasil em Brasília

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Mantega anuncia taxação de 2% sobre capital estrangeiro

Economia

Mantega disse que o IOF é um imposto 'regulatório'

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira que o governo passará a taxar aplicações estrangeiras na Bolsa de Valores (Bovespa) e nas aplicações em renda fixa para tentar evitar a sobrevalorização do real e o excesso de especulação.

Segundo Mantega, a tributação entra em vigor a partir desta terça-feira, por meio de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) com uma alíquota de 2%. A taxação será apenas sobre no ingresso do capital estrangeiro e não afetará os investimentos estrangeiros diretos no país.

"Adotamos as medidas para evitar que haja um excesso de especulação na bolsa ou no mercado de capitais em função da grande liquidez que existe hoje no mercado externo e forte atrativo que o Brasil exerce no mercado internacional."

"Nossa preocupação é que haja um excesso de aplicações no Brasil, naturalmente especulativas e que venham a fazer uma bolha na nossa Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F)”, disse o ministro.

Mantega ressaltou ainda que a taxação tem como objetivo desestimular a sobrevalorização da moeda brasileira, o que prejudica as exportações e o emprego no país.

“Se tiver um fluxo muito grande de capital estrangeiro para o Brasil, além daquele que é necessário, teremos uma valorização excessiva do real e quando ele se valoriza acaba encarecendo as nossas exportações e barateando as importações”, afirmou Mantega.

Segundo o ministro, o IOF é um “imposto regulatório”.

Real

Desde o início do ano, o real já se valorizou 36% frente ao dólar. Em 4 de janeiro, o dólar estava cotado a R$ 2,27. Nesta segunda, a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 1,71. No ano passado, no auge da crise financeira mundial, o dólar chegou a ser negociado a mais de R$ 2,50.

O ingresso de capital estrangeiro é apontado por analistas como um dos fatores que contribuíram para a valorização da moeda brasileira.

Desde meados de março, começou a haver maior fluxo de dólares para o Brasil, como resultado do saldo positivo na balança comercial e da retomada de investimentos no mercado brasileiro, principalmente em bolsa de valores. Com isso, entram mais dólares no país e há uma consequente valorização da moeda nacional.

Outro motivo da valorização do real é uma diminuição da aversão ao risco, que havia se intensificado com o agravamento da crise econômica mundial, a partir de setembro de 2008.

Naquela época, investidores estrangeiros que investiam em bolsa de valores e títulos do governo no Brasil passaram a enviar dólares para o exterior, porque precisavam desse dinheiro lá, devido à crise financeira.

Agora, com sinais de que o pior da crise pode ter passado, os agentes financeiros estão mais dispostos a assumir riscos em mercados emergentes, como o Brasil, o que se reflete não apenas na alta do real frente ao dólar, mas também na valorização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Clique Leia na BBC Brasil: Entenda a trajetória de valorização do real

Ao anunciar a medida, Mantega afirmou que IOF poderia evitar a prática especulativa na Bolsa.

"A nossa bolsa de mercadorias e futuros é muito sadia, sólida. Não queremos que isso seja deturpado pelo excesso de investimento, de aplicações que poderiam ocorrer."

Fluxo

Essa não é a primeira vez que o governo interfere no fluxo de capitais para o país através do IOF.

A taxação foi retirada em 2006 e novamente introduzida em março de 2008 pelo mesmo motivo que está sendo imposta neste ano: limitar a valorização do real.

O IOF só foi retirado em outubro de 2008, em meio à crise econômica global.

JB- 19-10-2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Política social do País é tema de discussão

Correspondentes estrangeiros conheceram em São Paulo os avanços brasileiros e projeções

Foto: Daniel Castro

Os avanços brasileiros nos quesitos proteção e promoção social a partir da Constituição Federal de 1988, além de perspectivas para o futuro, foram discutidos nesta quinta-feira, 15, na capital paulista, em um encontro com jornalistas de veículos internacionais com o apoio da Associação de Correspondentes Estrangeiros (ACE) de São Paulo.

O debate aconteceu no Escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, e contou com a presença do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, e do diretor de Estudos e Políticas Sociais (Disoc) do Instituto, Jorge Abrahão de Castro (foto).

Durante o encontro, foram apresentadas as novas publicações Políticas Sociais: acompanhamento e análise - Vinte Anos da Constituição Federal e Situação Social Brasileira 2007. O primeiro faz uma reflexão, em três volumes, sobre a política social do Brasil desde 1988; o segundo livro reúne as análises apresentadas em 2008 pelo Ipea a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2007 do IBGE.

Jorge Abrahão mostrou que o País investe hoje 21,9% do PIB no gasto público social, ou seja, ¼ da riqueza produzida. Mas, segundo ele, ainda temos um "sistema incompleto". "O Brasil, apesar de tardiamente e de maneira incompleta, conseguiu incorporar uma proteção social, calcada basicamente na previdência."

Desigualdade cai

O País paga, hoje, cerca de 28 milhões de benefícios de seguridade social. Apenas com a previdência do Regime Geral isso corresponde a 7% do PIB, o que significa aporte na economia e verdadeira transferência de renda. Outro ponto a chamar a atenção foi o da taxa de fecundidade no Brasil, que é de 1,8 filho por mulher, um nível abaixo da taxa de reposição.

Isso também gera mudança nos arranjos domiciliares, com a incidência cada vez maior de famílias monoparentais. "O envelhecimento da população é um processo acelerado. Projeções da matriz social brasileira mostram que, em 2040, nós seremos o Japão de hoje", afirmou Abrahão.

Marcio Pochmann, presidente do Ipea, encerrou a apresentação com um panorama da trajetória recente de evolução social e econômica do País e de suas perspectivas. "Pobreza e desigualdade caíram muito, mas ainda somos um país muito desigual", disse. No entanto, ele frisou que a reação do País à crise internacional foi uma mudança de paradigma.

Os programas de transferência de renda e as ações anticíclicas do governo mostraram sua eficácia ao conseguir manter a queda da pobreza e da desigualdade durante toda a crise. "Isso foi algo inédito", mostrou Pochmann, para quem as classes mais desfavorecidas eram sempre as primeiras a sofrer com impactos externos.
Veja os gráficos sobre política e situação social brasileira

IPEA- 16/10/2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Agronegócio exporta US$ 5,7 bi em setembro

PanoramaBrasil

SÃO PAULO - As exportações do agronegócio do Brasil atingiram US$ 5,745 bilhões em setembro, uma queda de 15,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informou o Ministério da Agricultura. Em moeda nacional, os embarques somaram R$ 10,4 bilhões no mês passado, recuo de 14,7% relação ao mesmo período de 2008.

Já as importações chegaram a US$ 876,5 milhões, contração de 16%, e em moeda nacional as compras caíram 15,1%, totalizando R$ 1,5 bilhão. Com isso, a balança comercial do agronegócio brasileiro registrou em setembro um superávit de R$ 4,868 bilhões ou R$ 8,8 bilhões.

Segundo comunicado do ministério, o complexo sucroalcooleiro registrou aumento nos embarques de US$ 816 milhões para US$ 1,05 bilhão em setembro, puxado pelas exportações de açúcar, que subiram 69,9% no mês passado em comparação com o mesmo período de 2008, atingindo US$ 900 milhões.

As vendas externas de álcool sofreram queda em dólares de 47,5%, para US$ 151 milhões. Essa queda se deve à redução de 37% na quantidade exportada e de 16,6% no preço praticado.

O ministério destacou que os países da Ásia e do Oriente Médio vêm ocupando posições de destaque no ranking de vendas do agronegócio brasileiro neste ano, com um crescimento das exportações para essas regiões de 13,4% e 8,9%, respectivamente, em relação a 2008. As vendas para os asiáticos, líderes das exportações brasileiras, somaram US$ 1,78 bilhão e, para o Oriente Médio, US$ 633,4 milhões.

Emprego formal bate recorde em setembro

Economia


REUTERS

BRASÍLIA - O emprego formal no Brasil teve o melhor desempenho do ano em setembro, impulsionado pela indústria da transformação, que criou um número recorde de vagas no mês, mostraram dados do Ministério do Trabalho nesta quarta-feira.

A economia abriu 252.617 postos de trabalho com carteira assinada em setembro, no oitavo mês seguido de expansão. No período, foram admitidos um total de 1.491.580 trabalhadores e demitidos 1.238.963, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No acumulado do ano, o saldo líquido de criação de vagas é de 932.651. O ministro Carlos Lupi previu que o país fechará o ano com a criação total de mais de 1,1 milhão de vagas

- A tendência é que a indústria continue crescendo bem nos próximos dois meses, e o comércio varejista também terá um desempenho positivo por conta do final do ano - afirmou Lupi a jornalistas.

Em setembro, todos os setores da economia criaram vagas formais com exceção do agropecuário, que fechou 17.064 vagas em meio à entressafra no Centro-Oeste.

A indústria da transformação criou 123.318 postos em setembro, o maior saldo desde o início da série do Caged, em 1992. Com isso, o resultado acumulado do setor no ano, que teve um primeiro semestre muito fraco diante da baixa demanda, passou a positivo pela primeira vez, com a criação de 62.759 postos.

Regionalmente, o Nordeste liderou a criação de vagas pela primeira vez no ano, com 100.442 postos. Segundo Lupi, o desempenho refletiu o desempenho positivo sazonal da indústria alimentícia ligada ao setor sucro-alcooleiro.

JB-14/10/2009
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Revap processa primeira carga de petróleo do pré-sal de Tupi


Refinaria da Petrobrás em São José dos Campos recebe 264 mil barris que serão processados em duas campanhas

Agência Estado

SÃO PAULO - A Refinaria Henrique Lage (Revap), Unidade de Negócios da Petrobrás localizada em São José dos Campos (SP), começou a processar a sua primeira carga de petróleo extraída da camada pré-sal da área de Tupi, na Bacia de Santos. Em comunicado, a estatal diz que foram recebidos 42 mil metros cúbicos (264 mil barris) de petróleo que serão processados em duas campanhas.

O petróleo de Tupi é classificado como parafínico e de acordo com o fator de caracterização do Bureau of Mine, com grau API de 29,2, equivalente a uma densidade de 0,877. Quanto ao teor de enxofre, este petróleo é classificado como de baixo teor - quanto menor, mais fácil o atendimento às especificações futuras, cada vez mais rígidas para todos os derivados e principalmente nafta e diesel, diz a Petrobrás. Além disso, o petróleo do Campo de Tupi não gera óleo combustível, que é o produto de menor valor agregado.

O reservatório de Tupi está a mais de 3.000 metros sob o fundo do mar, abaixo de 2.000 metros de sal, em águas onde a profundidade é de 2.140 metros e a uma distância de 300 km do litoral paulista. Os volumes recuperáveis da área de Tupi estão estimados entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo do tipo alta qualidade, ou seja petróleo leve, além de gás natural.

Agencia Estado- 08-10-2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Brasil mobilizou R$ 483 bilhões em medidas de combate à crise


Fabrícia Peixoto

Da BBC Brasil em Brasília


Para analistas, montante foi suficiente para 'blindar' economia

Um ano depois do agravamento da crise financeira internacional, as medidas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro somam R$ 483 bilhões, o que, na visão de economistas, mostrou-se "suficiente" para blindar a economia nacional de um impacto maior.

Desse total, R$ 15 bilhões sairão diretamente do caixa do governo, por meio da redução de impostos. Outros R$ 6 bilhões de gastos para construção de casas também estão previstos no orçamento deste ano.

A maior parte das medidas, no entanto, não teve impacto fiscal. Cerca de R$ 289 bilhões foram colocados à disposição do mercado pelo Banco Central, principalmente pela redução do compulsório bancário – dinheiro que pertence às instituições financeiras que fica retido pelo BC.

Esses recursos não entram na contabilidade fiscal do governo e nem chegaram a ser totalmente utilizados. Mas, segundo o economista-chefe da Gradual Investimentos, Pedro Paulo Silveira, foram "essenciais" em um momento delicado da crise.

"O crédito no país secou em poucos dias. A reação do BC no início desse processo foi crucial", diz o economista.

Fôlego

Com a quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro do ano passado, as instituições financeiras no Brasil e no mundo reduziram os empréstimos, prejudicando o caixa das empresas.

Uma das primeiras medidas anunciadas pelo governo brasileiro, a liberação do compulsório – que no total somou R$ 100 bilhões – deu fôlego ao mercado de crédito no país.

O economista Celso Grisi, do Instituto de Pesquisas Fractal, diz que a liberação do compulsório e o aumento da verba para empréstimos via BNDES (R$ 100 bilhões) conseguiram manter o mercado interno "ativo".

"Não importa tanto se o dinheiro foi realmente utilizado. O fato de ter sido colocado à disposição é que permitiu ao Brasil passar pelo auge da crise sem pânico", diz.

Impostos

Preocupado com a queda no consumo, o governo decidiu, a partir de novembro, reduzir impostos sobre alguns produtos, como automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção.

Na avaliação de Grisi, a escolha desses setores foi "acertada". "Não apenas porque estimulam outros setores da indústria, mas também por serem grandes empregadores", diz.

Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a isenção de IPI sobre o setor automotivo ajudou a "salvar" até 60 mil empregos (diretos e indiretos) no primeiro semestre deste ano.

Uma das críticas ao programa de desoneração fiscal implementado pelo governo diz respeito ao "efeito antecipação": a redução dos impostos teria apenas antecipado a decisão de compra, sem exatamente estimular a criação de um novo público consumidor.

O número de emplacamento de novos veículos, que vinha crescendo de fevereiro a junho, registrou queda em julho, sinalizando um possível desaquecimento das vendas. Na avaliação de Grisi, esse é um efeito "natural e até esperado".

"O governo ajudou em um momento de emergência, mas o pior já passou. A partir de outubro, o IPI dos carros volta a ser cobrado e caberá às empresas encontrar formas de manter as vendas aquecidas", diz Grisi.

Investimentos

Ao contrário do que ocorreu na maioria dos países ricos – como Estados Unidos e Japão – os investimentos públicos tiveram peso limitado nas medidas anticíclicas adotadas no Brasil.

De janeiro a julho deste ano, os investimentos do governo federal cresceram 16,7% em relação a 2008, somando R$ 15 bilhões. No mesmo período do ano passado, ou seja, antes do estouro da crise, os investimentos haviam crescido 48% sobre o ano de 2006.

Na avaliação de Grisi, o fato de os gastos com custeio (despesas fixas) terem crescido a uma velocidade maior do que os investimentos "não combina" com um momento de crise.

"O governo não deu a resposta que deveria ter dado no que diz respeito aos investimentos. Ao mesmo tempo, o reajuste do funcionalismo público foi agressivo. Isso vai pesar nas contas públicas", diz o economista.

Já Pedro Paulo Silveira, da Gradual Investimentos, não vê com surpresa o baixo nível de investimento público durante a crise.

"O governo tem em mãos uma planilha de investimentos de longo prazo que está submetida a questões legais e burocráticas", diz. "Isso não muda facilmente", acrescenta.

Um exemplo é o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida – que, apesar de ter sido lançado em meio à crise financeira, só estará totalmente finalizado no final de 2010.

PRINCIPAIS MEDIDAS
- Na esfera do Banco Central (compulsório, leilões de câmbio, etc.): R$ 289,15 bilhões
- Crédito para exportadores via BNDES: R$ 5 bilhões
- Crédito para setor agrícola via Banco do Brasil: R$ 6 bilhões
- Crédito para empresas (BNDES e Banco do Brasil): R$ 19 bilhões
- Crédito para aquisição de bens de consumo (Caixa Econômica Federal): R$ 2 bilhões
- Medidas de isenção fiscal: R$ 15 bilhões
- Liberação de FGTS: R$ 10 bilhões
- Adicional para o BNDES: R$ 100 bilhões
- Captação do Tesouro no exterior: R$ 1 bilhão
- Aumento do seguro-desemprego: R$ 2,2 bilhões
- Pacote habitacional: R$ 34 bilhões
- Total: R$ 483,35 bilhões

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Brasil e China emprestam US$ 60 bilhões ao FMI

Economia

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, formalizou segunda-feira a decisão de tornar o Brasil credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo brasileiro propôs ao fundo a aquisição de US$ 10 bilhões em bônus do organismo internacional.

Os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) concordaram em fornecer um total de US$ 80 bilhões para aumentar os recursos do FMI em resposta à crise global. A China fornecerá a maior parte: US$ 50 bilhões .

“O Brasil confirma sua decisão para ajudar a aumentar os recursos disponíveis do FMI, como uma forma de assegurar os meios necessários para efetivamente responder à atual crise financeira”, afirmou Mantega em uma carta ao diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

A proposta será encaminhada à diretoria executiva do Fundo para avaliação. Pela primeira vez, o Brasil passará à condição de credor do FMI, em vez de devedor.

Para o Brasil, que viu uma melhora em sua economia na última década, o movimento é uma mudança, acrescentou Mantega. “É a primeira vez que o Brasil empresta para o FMI. Estamos passando de um país devedor para credor. É um momento histórico.”

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda, no encontro que teve com o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, o ministro oficializou a decisão de assinar um Acordo de Compra de Notas (ACN) com o FMI, faltando apenas o envio a instâncias técnicas do governo para a revisão final.

Em abril deste ano, o FMI convidou o Brasil a fazer parte dos países credores da organização multilateral e o governo brasileiro aceitou a proposta. Na ocasião, Mantega antecipou que durante reunião do G20, em Londres, naquele mês, ficou combinado que os países “mais fortes, os que têm recursos disponíveis” dariam aportes de forma que o fundo obtivesse mais US$ 500 bilhões para poder ajudar os países em dificuldade.

Dois meses depois do convite, o ministro anunciou que o Brasil disponibilizaria US$ 10 bilhões ao fundo. A operação da aquisição de bônus do FMI é lastreada em Direito Especial de Saque (DES), uma espécie de moeda do fundo, com juros pagos trimestralmente, baseados na taxa estabelecida pela instituição. Essa taxa de juro é a média ponderada das taxas de juros de curto prazo dos Estados Unidos, da Zona do Euro, do Japão e Reino Unido, e atualmente está em 0,25%.

O comunicado do ministério informa que as notas serão emitidas de acordo com as necessidades de recursos do fundo e “terão prazos de repagamento iguais aos que vigoram nos empréstimos do FMI (três anos e um trimestre de carência e cinco anos de prazo total)”.

O ministro da Fazenda está em Istambul, na Turquia, onde participa da reunião do FMI e do Banco Mundial (Bird), em meio às discussões sobre a maior participação dos países emergentes nas decisões dos dois organismos multilaterais. Além de Mantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, participa do encontro.

A nota oficializando o empréstimo do Brasil ao fundo divulgada em Brasília ressalta que em meio à maior crise econômica desde a Grande Depressão dos anos 1930, além de não precisar de apoio financeiro do FMI.

Com Reuters e Agência Brasil


JB-05/10/2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Alimentos revertem alta e desaceleram inflação pelo IPC-S


REUTERS

RIO - A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou ligeiramente em setembro, refletindo uma reversão dos custos dos alimentos, que passaram a cair. O indicador subiu 0,18% em setembro, ante elevação de 0,20% em agosto e de 0,33% na terceira prévia deste mês, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira.

A previsão de analistas consultados pela Reuters era de 0,20%.

- Este foi o menor resultado desde a quarta semana de junho de 2009, quando o índice registrou variação de 0,12% - disse a FGV em nota.

Os preços do grupo Alimentação caíram 0,11% em setembro, ante alta de 0,40% em agosto. O arrefecimento decorreu de menores elevações nos custos de Frutas e Hortaliças e legumes.

Os custos de Vestuário diminuíram a alta, para 0,42% em setembro, contra 0,98% em agosto.

Por outro lado, os preços de Despesas diversas saltaram 0,80%, seguindo a variação negativa de 0,02% no mês anterior.

As maiores quedas individuais de preços em setembro foram todas de alimentos: leite longa vida, cenoura, melancia, melão e banana prata.

As principais altas foram de limão, gás de bujão, batata-inglessa, mamão papaia e açúcar refinado.

JB-01/10/2009
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