quarta-feira, 8 de julho de 2009

China, Brasil e Rússia pedem nova cesta de moedas no G-8

08/07/09 - 00:00 >
PanoramaBrasil com agências internacionais
ROMA - China, Rússia e Brasil vão usar a cúpula do Grupo dos Oito (G-8, os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) que começa hoje na Itália e dura três dias para defender sua visão de que o mundo precisa começar a procurar uma nova moeda de reserva global como alternativa ao dólar.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que está bastante interessado em explorar "a possibilidade de novas relações comerciais não dependentes do dólar" e a Índia também se colocou aberta à discussão.
Alemanha, França e Canadá, no entanto, descartaram um debate detalhado sobre moeda global na cúpula. Uma fonte do gabinete do presidente francês Nicolas Sarkozy, disse que o G-8 "não é de maneira geral o fórum para discussão de taxas de câmbio".O ministro de Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, afirmou na segunda-feira que o dólar tende a continuar como moeda de reserva global, mas que o iuane e o euro devem ganhar importância aos poucos.
O debate é bastante delicado nos mercados financeiros, que se preocupam com os valores de ativos norte-americanos. China e outros países, apesar de insistirem na discussão, agem com cautela para não derrubar o dólar e Lula disse que a moeda será vital "por décadas".
A China, que detém até 70% de suas reservas de US$ 1,95 trilhão em moeda norte-americana, ressalta que o dólar ainda é a mais importante moeda de reserva. Mas o país acredita que uma confiança exagerada no dólar potencializou a crise financeira e vê o Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI), baseado em uma cesta de moedas, como alternativa viável para o futuro.
No entanto, não é só a cesta de moedas que será tema das reuniões do G-8. Na pauta do encontro também estão desafios como a busca de soluções para a crise econômica global, a luta contra a mudança climática e a garantia de segurança alimentar.
A presidência italiana do G-8 convocou os membros do Grupo dos Cinco (G-5 - China, Índia, Brasil, México e África do Sul) e outros 14 países, além dos membros do grupo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá, Rússia e Itália para participar da reunião.
Esses países se reúnem em um momento de instabilidade internacional, com distúrbios no Irã, China e Honduras e uma escalada da tensão por parte da Coreia do Norte, que realizou vários testes de mísseis recentemente.
A Itália elaborou junto à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) 12 pontos para emendar as regras da economia global, como a luta contra o protecionismo e o estabelecimento de regras transparentes para o sistema financeiro.
Além disso, vários líderes europeus, entre eles o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, pediram objetivos em médio prazo para lutar contra as mudanças climáticas.
Na segunda-feira, o G-8 destinou US$ 12 bilhões para o desenvolvimento agrícola em um prazo de três anos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA), organização internacional que se encarrega das emergências alimentícias ao redor do mundo, elogiou o interesse mostrado pelo grupo sobre segurança alimentar.
Desorganização
A cúpula do G-8 da Itália é rodeada por uma organização caótica, tanto no conteúdo, quanto nos preparativos da sede em L'Aquila.A imprensa inglesa informou que, durante a preparação da cúpula, os EUA tiveram que tomar as iniciativas das negociações prévias, diante da inoperância da presidência italiana.
Em princípio, a cúpula seria realizada em uma ilha na Sardenha, mas o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, decidiu transferi-la para L'Aquila, a cidade que foi devastada no dia 6 de abril por um terremoto que matou 299 pessoas.
A possibilidade de um novo terremoto provocou inquietação no governo italiano e vários meios de comunicação italianos informaram que um tremor superior aos quatro graus na escala Richter foi registrado na região e a cúpula poderia ser transferida para Roma ou ser suspensa. Além disso, há a incerteza sobre o poder do grupo para tomar decisões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que os temas econômicos deveriam ser tratador com o Grupo dos 20 (G-20) e Berlusconi afirmou que um G-14 seria mais adequado.O último dia da cúpula será dedicado aos efeitos da crise na África e à segurança alimentar, na qual participarão todos os países convidados, além de várias organizações internacionais como o Banco Mundial (BM) ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
DCI- 08/07/09 - INTERNACIONAL

terça-feira, 7 de julho de 2009

Em nova encíclica, papa propõe "autoridade mundial" na economia

Efeitos da crise
Reuters/Brasil Online
CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI pediu nesta terça-feira que uma "autoridade política mundial" ordene a economia mundial e que haja maior regulação governamental das economias nacionais para tirar o mundo da atual crise e evitar que ela se repita.

O chamado do papa para que se repense o modo como a economia mundial é conduzida foi feito em uma nova encíclica, que tratou de algumas questões sociais, mas cujo principal fio condutor é o modo como a atual crise afetou países ricos e pobres.

Denominada "A Caridade na Verdade", a encíclica tem partes que parecem prestes a incomodar os conservadores por causa de sua rejeição subliminar do capitalismo desenfreado e das forças de mercado sem regulamentação, que ele disse que conduziram à violação "perfeitamente destrutiva" do sistema.
Em vários trechos da encíclica Bento 16 deixa claro que tem grandes reservas em relação ao mercado totalmente livre.
''A convicção de que a economia deve ser autônoma, de que deve ser preservada de 'influências' de caráter moral conduziu o homem a fazer mau uso do processo econômico de uma maneira destrutiva'' - afirmou o papa na encíclica.
O papa afirmou que toda decisão econômica tem uma consequência moral e pediu "formas de redistribuição" da riqueza supervisionadas por governos para ajudar os mais afetados pelas crises.
Bento XVI escreveu ainda que "há uma necessidade urgente de uma autoridade política verdadeira no mundo", cuja tarefa seria "ordenar a economia mundial; reavivar economias atingidas pela crise; evitar qualquer deterioração da crise atual e os desequilíbrios maiores que resultariam dela".
Tal autoridade deveria ser "regulamentada por lei" e "teria de ser reconhecida universalmente e ser investida de poder efetivo para garantir segurança a todos, consideração pela justiça e respeito pelos direitos."
''Obviamente teria de possuir a autoridade de garantir o cumprimento de suas decisões por todas as partes, e também o cumprimento das medidas coordenadas adotadas em vários fóruns internacionais''- disse.
''A Organização das Nações Unidas (ONU), instituições econômicas e as finanças internacionais, todos têm de ser reformados "mesmo em meio a uma recessão mundial", afirmou o papa na encíclica, um livreto de 141 páginas.
Uma encíclica é a mais elevada forma de documentos papais, pela qual se apresenta a mais clara indicação ao 1,1 bilhão de católicos do mundo, bem como às pessoas de outras religiões, sobre o que o pontífice e o Vaticano pensam sobre determinadas questões morais e sociais.
A nova encíclica é dirigida aos católicos e também a "todas as pessoas de boa vontade". Foi divulgada na véspera da cúpula do G8, na Itália, e também três dias antes de o papa discutir a desaceleração mundial como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A encíclica foi divulgada um dia antes da abertura, na cidade de L'Aquila, na Itália, da cúpula do G8, que reúne os líderes dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, e onde a crise econômica deve ser o principal tema de discussões.
Publicada em 07/07/2009

Inovação ganha espaço na construção civil

Agência Estado
SÃO PAULO - Ao que tudo indica, a crise no setor de construção civil está mesmo chegando ao fim. Reunidos na Rodada de Negócios da Construção Civil, realizada pelo Sebrae-PR em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), empresários de construtoras e dos mais diversos tipos de fornecimento de produtos e serviços ligados à construção de empreendimentos imobiliários estão investindo na retomada do setor, prevista para todo o segundo semestre de 2009.

Prova disso é que o evento, realizado nos últimos dias 30 de junho e 1º de julho, contou com a participação de 18 construtoras e de mais de 80 fornecedores.

Responsável pelo departamento comercial da construtora Raphael Pocai, que está entrando no mercado paranaense este ano, Renata Passos afirma que o momento é de segurança para os investidores. "No momento crítico da crise, trabalhamos na construção. Acreditamos que o consumidor está eufórico para começar a comprar imóveis", disse ela. "A realização da Rodada de Negócios neste momento do ano foi estratégica, porque o evento estimula a troca de contatos entre construtoras e empresas fornecedoras de produtos e de serviços, num momento em que o governo dá oportunidades e alternativas aos empresários do setor", concluiu.
DCI-07/07/09 - CONSTRUÇÃO

Exportação de café bate recorde

NOTAS

São Paulo - As exportações de café no período julho de 2008

a junho deste ano atingiram recordes, com 31.380.505 de sacas vendidas e receita cambial de US$ 4.645.557. Na análise dos resultados do período também surgem números positivos: o País exportou no último mês 2.335.915 de sacas, para uma receita de US$ 316.300. O volume é 26,8% maior que o vendido em junho de 2008 (1.841.671 de sacas) e 4,4% superior à receita do mesmo mês em 2008 (US$ 303.003). O balanço aponta Europa, América do Norte e Ásia como os principais mercados do Brasil.

DCI- 07/07/09

Empréstimos com recursos do FAT terão juros menores

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou hoje uma resolução que reduz as taxas de juros para empréstimos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A taxa mais alta, que hoje é de 0,9% ao mês, vai passar para 0,69% ao mês. Com isso, os juros ao ano vão baixar de 11,30% para 8,65%.
Segundo a resolução, os bancos que disponibilizam essas linhas de crédito, no caso, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, terão 90 dias para se adequar às novas normas.
VALOR ONLINE - 07/07/09

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Política fiscal foi a principal arma anticrise na América

Patrícia Acioli / karina nappi

SÃO PAULO - Relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal)mostra que, dos 37 países das Américas, a principal resposta à crise financeira mundial ficou concentrada (60%) em medidas de política fiscal, com destaque para diminuição de impostos,aumento de subsídios e benefícios tributários e ampliação de gastos públicos.

“Essa crise se caracteriza pela reação em fases. A primeira delas foi a provisão da liquidez”, disse Renato Baumann, presidente da Cepal no Brasil. No momento seguinte, Baumann explica que o centro das atenções passou a ser o estímulo à atividade econômica. “Foram implantadas medidas como a redução, por exemplo, a decisão do governo brasileiro de reduzir o Impostos sobre Produtos Industrializados [IPI]”, contou. Paralelamente, o governo entrou na geração de demanda uma forma de evitar o desemprego. “Houve clara opção por fechar os olhos para a política fiscal e privilegiar a atividade econômica.

”Por outro lado, houve uma onda protecionista quando o assunto é comércio exterior. Para Baumann, “o Mercosul é um bloco sem movimento conjunto, provavelmente pela perspectiva futura de concorrência no mercado asiático.Podemos perceber que a China avança como potência mundial, um dos principais motivos é que ela tem consolidados, com o bloco asiático,vínculos comerciais fortes”.

De modo geral, o relatório demonstra que todos os países tiveram uma preocupação com relação à política monetária interna, visto que o crédito para exportações e importações está cada vez mais escasso em todo o mundo.

DCI-06/07/09 -POLÍTICA ECONÔMICA

Queda forte é ameaça ao dólar no longo prazo

Eduardo Puccioni
SÃO PAULO - A cotação do dólar está ameaçada de sofrer, no médioe longo prazo, forte queda em relação ao real, principalmente por conta da intenção de países emergentes de diversificar suas reservas internacionais, acabando com a exclusividade da moeda norte-americana. Depois de Brasil, China e Rússia, foi a vez da Índia, na sexta-feira, de afirmar que pretende adotar outras moedas para compor suas reservas de US$ 264 bilhões. Relatório do Standard Bank, em Londres, projeta o dólar a R$ 1,70 ao final de setembro. Ontem o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que autoridades dos EUA devem agir e apoiar a valorização do dólar.
DCI-06/07/09 FINANÇAS

Moody's coloca nota de crédito do Brasil em revisão

A agência de classificação de risco de crédito Moody's Investors Service colocou em revisão para possível elevação os ratings Ba1 de dívida em moeda local e estrangeira do governo do Brasil. A revisão, segundo comunicado da Moody's, foi motivada pela confirmação de uma maior resistência da economia a choques. Se a Moody´s elevar a nota do Brasil, o país passará a ser considerado grau de investimento também por esta agência. A Moody´s é a única entre as três grandes agências classificadoras de risco que ainda não conferiu o "investment grade" ao Brasil.
Em 29 de maio do ano passado, a Fitch Ratings elevou o rating brasileiro de BB+ para BBB-, grau de investimento. A Standard & Poor´s, por sua vez, foi a primeira entre as três maiores agências de rating do mundo a conceder o grau de investimento ao País, ao elevar, no dia 30 de abril de 2008, a nota brasileira de BB+ para BBB-.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos. A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação. Parte deles é mais exigente, aplicando apenas em países que são considerados "grau de investimento" por ao menos duas das três grandes agências.
Fonte: Agência Estado

domingo, 5 de julho de 2009

Crédito do Banco do Brasil para safra é 30% maior e vai a R$ 39, 5 bi

PanoramaBrasil

BRASÍLIA - O Banco do Brasil vai destinar R$ 39,5 bilhões para operações de crédito rural na safra agrícola 2009/2010, volume 30% superior em relação ao que foi destinado na safra passada. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente de Agronegócios, Luís Carlos Guedes Pinto. Ele disse que, desse volume, R$ 9,4 bilhões serão destinados à agricultura familiar e R$ 30,1 bilhões para atender os demais produtores e suas cooperativas.

Recentemente o governo federal anunciou que destinará R$ 107,5 bilhões ao setor por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2009-2010, um aumento de 37% em relação a safra anterior. O objetivo é garantir renda ao produtor e estimular o crescimento sustentável.

Além da ampliação do volume de recursos, o programa dobra o limite de renda do produtor que pode ter acesso ao crédito. A partir deste semestre, o agricultor com renda bruta anual de até R$ 500 mil está apto a buscar o financiamento. Já os limites de crédito, que envolvem recursos para custeio, investimento, comercialização e aquisição de máquinas e equipamentos, subiram de R$ 150 mil para R$ 250 mil.

As agências do Banco do Brasil já estão operando a contratação das linhas de crédito rural e Pronaf do Plano Safra 2009/2010. Os recursos autorizados para desembolso em julho são da ordem de R$ 2 bilhões. A efetivação dos desembolsos vai depender da demanda apresentada pelo setor, da análise de crédito, do retorno dos recursos emprestados em anos anteriores e do comportamento dos depósitos à vista e da poupança rural no ano-safra.

Do total emprestado na safra 2008/2009, o montante de R$ 30,5 bilhões, foram destinados R$ 7,5 bilhões para a agricultura familiar e R$ 23 bilhões para os demais produtores e suas cooperativas. Esses valores correspondem a 30% de incremento sobre a safra 2007/2008, dos quais 23% referem-se à agricultura familiar e 32% aos demais produtores e suas cooperativas.

Cooperativas

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e o Banco do Brasil assinaram ontem um Protocolo de Intenções visando à implementação de ações conjuntas para o desenvolvimento das cooperativas agropecuárias brasileiras.

A ideia é viabilizar projetos integrados de capacitação e promoção para a utilização de instrumentos de proteção da produção, preço e moeda pelas cooperativas. A assinatura do Protocolo ocorreu após sessão solene em Brasília.O Banco do Brasil anunciou ontem que vai destinar R$ 39,5 bilhões a operações de crédito rural na safra agrícola 2009/2010, volume 30% superior ao que foi destinado na safra passada.

DCI- AGRONEGÓCIO - 03/07/09

Ipea aponta BC como um dos responsáveis pela recessão

Agência Estado
SÃO PAULO - A política monetária do Banco Central (BC) também é responsável pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, avalia o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica aplicada) em relatório divulgado ontem.
"A queda do PIB no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009 é um impacto da crise financeira, mas é também resultado da política monetária implementada pelo BC, no início do ano passado", afirmou o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú.
"Quando a taxa de juros é elevada, espera-se que entre seis e nove meses ela tenha impacto sobre o ritmo de crescimento", disse Sicsú, chamando atenção para o fato de o BC ter aumentado a Selic em abril do ano passado, o que produziria reflexo na economia entre outubro e janeiro.
Em abril de 2008, a taxa subiu de 11,25% ao ano para 11,75%. Depois disso, houve mais três elevações nos juros, até alcançarem 13,75% ao ano em setembro. Em janeiro, o BC passou a cortar a taxa até ela chegar aos atuais 9,25% ao ano, a menor da história.
Sicsú informou também que o Ipea vai anunciar em julho uma nova previsão para o crescimento do PIB em 2009. Em março, a instituição havia projetado alta entre 1,5% e 2% neste ano. O diretor adiantou apenas que a nova estimativa ainda é de desempenho positivo do PIB.
O setor de serviços, que está com uma rentabilidade elevada e pressiona a inflação, tem condições de pagar mais impostos e direcionar esse recurso para a indústria, cuja rentabilidade está deteriorada, avalia Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões, do Ipea.Messenberg alerta, ainda, que o setor de serviços, apesar de corresponder a 55% do Produto Interno Bruto (PIB), gera menos receita para o governo do que indústria, segmento que tem participação de apenas 23% no PIB."
Temos que nos preocupar com a indústria. O resto está indo. A balança comercial vai crescer, o consumo vai se manter, só que vamos crescer com base no setor de serviços, enquanto a industria vai se tornar cada vez mais problemática para efeito de expansão da economia brasileira", analisa Messenberg.
Ele ressalta que, em situações como a que a indústria vive hoje, surgem normalmente propostas para desvalorizar o real. No entanto, no atual momento, isso pode gerar inflação. "Se você desvaloriza o câmbio, isso vai se repassar para preços, sendo que a inflação de serviços já está muito acima da inflação na economia."
DCI-03/07/09 POLÍTICA ECONÔMICA

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Infraestrutura e indústria impulsionam financiamentos

Agência Brasil

RIO DE JANEIRO - Os desembolsos efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos últimos 12 meses, até maio, totalizaram R$ 90,27 bilhões, o que representa crescimento de 16% sobre igual período anterior. Entre janeiro e maio deste ano, os desembolsos atingiram R$ 32,7 bilhões, incluindo as operações de mercado, mostrando estabilidade em relação a igual período de 2008.

Infraestrutura e indústria foram os setores que mais receberam financiamento do BNDES este ano, até maio. Os dois setores alcançaram R$ 13,10 bilhões e R$ 12,49 bilhões, respectivamente. O chefe do Departamento de Orçamento do BNDES, Gabriel Visconti, destacou que, historicamente, o banco sempre teve a indústria como o seu carro-chefe.

“Mas, nos últimos anos, os desembolsos para a área de infraestrutura cresceram muito por conta do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC] e também por conta da ênfase que o governo vem dando aos investimentos em infraestrutura. E o BNDES, como uma das principais instituições de financiamento de longo prazo, está participando de todos os grandes projetos do país”, afirmou.

A Região Sudeste seguiu liderando os desembolsos por regiões brasileiras, respondendo por R$ 15,36 bilhões, o equivalente a 48% do total liberado nos cinco primeiros meses do ano. O mesmo ocorreu em relação aos 12 meses encerrados em maio, quando o Sudeste ficou com algo perto de R$ 50 bilhões.

Visconti observou, porém, que o Norte foi a região de maior crescimento de desembolsos do BNDES nos últimos 12 meses. O aumento registrado atingiu 41%. “Ainda que a Região Sudeste seja a mais representativa, a Região Norte é que teve um crescimento, comparativo em 12 meses, mais significativo”.

O desempenho divulgado nesta quinta-feira (2) pelo BNDES destaca as consultas para novos investimentos, que evoluíram 40% nos cinco primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 91,30 bilhões.

“As consultas, que demonstram a intenção de investimento das empresas na economia, cresceram bastante, o que é um indicador interessante, se nós imaginarmos que começamos a atravessar um período de recuperação”, avaliou o economista.

DCI- 02/07/09 BANCOS

Dólar acompanha reação externa e sobe para R$ 1,952

O dólar comercial devolveu parte da baixa de 1,78% ontem e subiu 1,19% hoje, fechando as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,952. No mês, registra um recuo de 0,61% e no acumulado do ano, queda de 16,40%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar de liquidação à vista subiu 1,14% para R$ 1,951. A aversão ao risco no mercado externo ditou as regras dos negócios locais de câmbio e o dólar subiu por conta disso.
Os dados de desemprego nos Estados Unidos e na Europa piores do que o esperado reacenderam os temores com o processo de recuperação da demanda e da economia dos países desenvolvidos, justificou um gerente de mesa de câmbio de uma corretora em São Paulo. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) foi cauteloso e manteve a taxa de juros da zona do euro (16 países que compartilham a moeda) no piso histórico de 1% ao ano, reforçando a avaliação no mercado de que os juros seguirão baixos na região por um período prolongado. Por precaução, os investidores reduziram posições em ações e commodities e migraram para o dólar e os títulos do Tesouro americano. No mercado global de moedas, o dólar só perdeu valor para o iene.
No mercado de câmbio doméstico, o Banco Central realizou leilão de compra de dólares à tarde, no qual fixou taxa de corte das propostas em R$ 1,9525. Desde 8 de maio, o BC está fazendo intervenções diárias no câmbio, adquirindo dólares, que vão para as reservas internacionais do País. De acordo com dados do BC divulgados ontem à noite, as reservas internacionais subiram US$ 858 milhões na terça-feira, totalizando US$ 208,425 bilhões no conceito de liquidez internacional
Fonte: Agência Estado

IBGE: IPI reduzido estimulou produção de bens duráveis

O crescimento na produção de bens de consumo duráveis (3,8%) acima da média da indústria (1,3%) em maio ante abril confirma a importância do mercado interno na recuperação do setor industrial, após a derrocada provocada pela crise internacional, observou hoje a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes. Segundo ela, a desoneração de impostos e as promoções de produtos reduziram os estoques de bens duráveis e elevaram a produção.
O governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis em dezembro do ano passado e a medida prosseguirá em vigor até o fim de setembro e, a partir de outubro, a alíquota volta a subir gradualmente, até janeiro do ano que vem. No caso dos eletrodomésticos, a redução do imposto passou a vigorar na segunda quinzena de abril e também prosseguirá até o início do quarto trimestre de 2009.
Na comparação de maio ante mês anterior, a produção de automóveis cresceu 3,6% e representou a maior influência positiva para a produção de veículos automotores (inclui automóveis, caminhões, autopeças) no período, que cresceu 2% e representou o segundo maior impacto de crescimento da produção total da indústria nessa base de comparação.
Para os eletrodomésticos não há dados contabilizados ante mês anterior, mas os produtos de linha branca (geladeira, fogão e máquina de lavar) que foram os beneficiados pela redução do IPI registraram alta de 0,9% ante maio do ano passado, a primeira taxa positiva nessa base de comparação apurada desde setembro de 2008, último mês de crescimento acelerado da indústria antes dos efeitos da crise. Na comparação com maio do ano passado, a produção de automóveis prosseguiu em queda (-8,5%).
Fonte: Agência Estado

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ásia foi principal destino de exportações no 1º semestre

BRASÍLIA -
A Ásia foi o principal bloco de comércio do Brasil no primeiro semestre do ano, para onde as exportações cresceram 15,8%, puxadas por um aumento de 42,3% nas vendas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, as vendas caíram para todos os demais blocos, em relação a janeiro/junho de 2008.
A China consolidou-se como o primeiro parceiro comercial do Brasil, respondendo por 14,9% das exportações totais. O país asiático tomou o lugar histórico dos EUA, que ficaram com uma fatia de 10,4%. As vendas aos americanos caíram 43,3% na mesma base de comparação, mas os EUA ainda são nossos principais fornecedores, representando 17,5% das importações totais.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, destacou que o saldo da balança comercial do primeiro semestre, de US$ 13,987 bilhões, ficou 23,8% acima dos US$ 11,3 bilhões do mesmo intervalo do ano passado.
Somente em junho, o superávit comercial foi de US$ 4,625 bilhões, o melhor resultado mensal desde dezembro de 2006 (US$ 5 bilhões). A meta de Barral para as exportações continua em US$ 160 bilhões para 2009.
Ele destacou que o resultado do semestre foi beneficiado por uma queda mais acentuada das importações, cujo recuo foi de 28,9% na comparação com o primeiro semestre de 2008, para US$ 55,965 bilhões. Já as exportações recuaram 22,2%, para US$ 69,952 bilhões.
A queda maior nas importações ocorreu em bens intermediários, com retração de 37%, principalmente em produtos minerais e insumos agrícolas. Do lado das vendas ao exterior, os básicos surpreenderam, lembrou Barral, pois não se confirmou o cenário mais negativo que se temia para as commodities, na fase mais aguda da crise global ao fim de 2008.
"Algumas commodities apresentaram até aumento de preços e de quantidade" nas exportações, disse ele, citando o cobre (alta de 775,1% no valor e 933% na quantidade exportada no semestre), o alumínio e a soja.
Barral admitiu que a retração de 30,6% nas exportações de manufaturados, no mesmo período, "foi muito alta", mas disse que "há recuperação de vários itens em relação ao desempenho recorde de 2008". Entre os exemplos, ele destaca os ônibus, cujas vendas externas subiram 242,5% no semestre, e 49,4% em junho sobre o mesmo mês de 2008.
Azelma Rodrigues / Valor Online

Balança comercial tem saldo de US$ 13,987 bilhões no primeiro semestre

Valor representa crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado
A balança comercial do primeiro semestre de 2009 apresentou um superávit (diferença entre os valores exportados e importados) de US$ 13,987 bilhões (média diária de US$ 114,6 milhões). Em valores, o número é 23,8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o saldo comercial semestral ficou em US$ 11,301 bilhões. De janeiro a junho deste ano, as exportações ficaram em US$ 69,952 bilhões (média diária de US$ 573,4 milhões) e as importações chegaram a US$ 55,965 bilhões (média diária de US$ 458,7 milhões).
No acumulado do mês de junho, com 21 dias úteis, a balança comercial ficou superavitária em US$ 4,625 bilhões, com média diária de US$ 220,2 milhões. O valor mensal é o maior desde dezembro de 2006, quando a balança apresentou superávit de US$ 5,052 bilhões. Comparado com junho de 2008, quando o saldo foi de US$ 2,728 bilhões, houve um crescimento de 69,5% pela média diária.
A corrente de comércio do mês de junho ficou em US$ 24,311 bilhões (média diária de US$ 1,158 bilhão). As exportações ficaram em US$ 14,468 bilhões (média diária de US$ 689 milhões) e as importações atingiram o montante de US$ 9,843 bilhões (média diária 468,7 milhões).
Quarta e quinta semanas
A balança comercial da quarta semana de junho de 2009 (dos dias 22 a 28), com cinco dias úteis, apresentou um superávit de US$ 1,249 bilhão (média diária de US$ 249,8 milhões). A corrente de comércio no período foi de US$ 6,247 bilhões (média diária de US$ 1,249 bilhão).
Os valores resultam de exportações de US$ 3,748 bilhões (média diária de US$ 749,6 milhões) e importações de US$ 2,499 bilhões (média diária de US$ 499,8 milhões). A quinta e última semana de junho (dos dias 29 a 30), com dois dias úteis, apresentou saldo de US$ 300 milhões (média diária de US$ 150 milhões).
O número é conseqüência de exportações de US$ 1,243 bilhão (média diária de US$ 621,5 milhões) e importações de US$ 943 milhões (média diária de US$ 471,5 milhões).
A corrente de comércio no período foi de US$ 2,186 bilhões (média diária de US$ 1,093 bilhão). Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgará no site http://www.mdic.gov.br/ o detalhamento das informações sobre as exportações e importações brasileiras do primeiro semestre de 2009.
Fonte- APEX Brasil- 01/07/2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Banco do Brasil vai oferecer cartão para microempresário

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Banco do Brasil (BB) vai prestar atendimento diferenciado ao empreendedor individual. Segundo o BB, ao formalizar seu negócio, o empreendedor poderá abrir uma conta corrente de pessoa jurídica, passando a ter acesso a produtos e serviços próprios para empresas, principalmente crédito com recursos oriundos de programas governamentais, como do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
As necessidades de capital de giro serão atendidas por linha compartilhada com cartão de crédito. A linha permitirá ao empreendedor fazer compras com cartão e financiar a fatura em até 18 meses, com taxa de juros a partir de 2,09% ao mês. O limite de crédito, que varia de R$ 1 mil a R$ 2 mil, dependerá do faturamento anual do empreendedor e das informações de seu cadastro.
O atendimento aos empreendedores individuais será feito por toda a rede do Banco do Brasil, incluindo os canais eletrônicos e alternativos: rede de correspondentes BB (cerca de 9 mil pontos de atendimento), terminais de auto atendimento (mais de 40 mil), Gerenciador Financeiro (portal bb.com.br nas versões web e celular) e Central de Atendimento BB, que dispõe de atendimento humano e eletrônico.
A partir de 1º de julho, o autônomo poderá acessar o Portal do BB na internet pelo endereço www.bb.com.br/mpe, para esclarecer dúvidas sobre a nova lei e conhecer os produtos e serviços disponíveis. Em agosto, o Banco do Brasil, em conjunto com entidades parceiras, realizará, em aproximadamente 300 municípios, a terceira edição do Mutirão da Cidadania Empresarial, com foco no apoio formalização do empreendedor individual.
Segundo o BB, com a nova lei, o trabalhador autônomo que atua na economia informal e fatura até R$ 36 mil por ano pode formalizar-se. Podem aderir ao novo regime manicures, cabeleireiros, pipoqueiros, vendedores de churros, de cachorro-quente, camelôs, eletricistas, encanadores, borracheiros e costureiras, entre 200 ocupações.
A formalização será feita exclusivamente pela internet no Portal do Empreendedor, pelo endereço www.portaldoempreendedor.gov.br, em cerca de 30 minutos.
O novo regime tem carga tributária reduzida: R$ 51,15 para Previdência Social, R$ 1,00 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), se a atividade for comércio ou indústria, e R$ 5,00 de ISS (Imposto Sobre Serviços), para serviços.
Havendo a contratação de, no máximo, um empregado, o empresário deverá reter ainda 8% do salário pago e recolher mais 3% ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do trabalhador.
DCI- Bancos 29/06/09 -

Municípios recebem 7,7% a menos no primeiro semestre

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Tesouro Nacional repassa, nesta terça-feira (30), R$ 768,73 milhões ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já descontada a retenção de R$ 192,19 milhões para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) juntamente com balanço dos repasses da União para o FPM no primeiro semestre do ano. De acordo com cálculos da CNM, o total de repasses somou R$ 24,4 bilhões, contra R$ 24,9 bilhões no primeiro semestre do ano passado.
Houve, portanto, a redução de 2,10% em termos nominais, equivalentes a R$ 524,06 milhões. Mas, descontada a inflação do período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a perda sobe para 7,7%.
A CNM admite, contudo, que os três repasses deste mês, no total de R$ 4 bilhões, representam um crescimento nominal de 5,06% comparado a junho de 2008, e reconhece, sem citar números, que houve aumentos menores também nos meses de janeiro e maio.
A entidade representativa dos municípios registrou uma “diminuição brusca” dos repasses nos meses de fevereiro, março e abril. Antes, portanto, do compromisso público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que apesar da queda na arrecadação federal os municípios receberiam ao todo, neste ano, pelo menos o mesmo valor do ano passado, quando somou R$ 58 bilhões.
DCI- Estados e Municipios- 29/06/09

domingo, 28 de junho de 2009

Crise afeta os mais ricos e classe C já reage

A crise econômica global atingiu em cheio o bolso dos brasileiros mais ricos. De janeiro a abril deste ano, a renda média (individual) das pessoas das classes A e B nas seis principais regiões metropolitanas caiu 8,7% em termos reais (descontada a inflação), ante igual período de 2008, de R$ 2.637 para R$ 2.407. Em 2008, a renda das classes A e B já havia caído 7,01% ante 2007. Na visão do economista Marcelo Neri, que calculou esses números, a queda em 2008 deve ter sido influenciada pelos meses após a crise global, iniciada em setembro do ano passado.
A boa notícia, nesse levantamento feito por Neri, que chefia o Centro de Política Social (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é que a classe C, muito atingida em janeiro, se recuperou. Um estudo anterior de Neri mostrava que, apenas em janeiro, a classe C tinha perdido para as classes D e E 11% de todo o seu crescimento em tamanho no governo Lula.
Os novos números fazem parte de um estudo de natureza diferente, que revela o salário médio por classe, e não o tamanho de cada uma. O cálculo do novo estudo também toma por base a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife.
O trabalho mostra que a renda média das pessoas de classe C cresceu 3,9% de janeiro a abril deste ano, comparada com os mesmos meses de 2008, subindo de R$ 625 para R$ 649. Em 2008, já havia aumentado 6,12%. Coerentemente com esse resultado, a classe C já representava, na última semana de abril, 53,6% da população das seis regiões metropolitanas, após ter caído de 53,81% para 52,64% apenas em janeiro. As classes A e B correspondiam a 13,3% da população metropolitan.
Fonte: Agência Estado

Estoque volta ao normal e indústria mostra recuperação

ECONOMIA

São Paulo- O ajuste dos estoques acumulados no auge da crise está praticamente completo nos diversos setores da economia, graças ao consumo doméstico e aos incentivos tributários concedidos pelo governo federal. Livres do fardo, as indústrias vão elevar a produção e voltar a contratar no segundo semestre deste ano, mas em níveis inferiores aos do período anterior à turbulência, por causa das fracas exportações e do recuo dos investimentos.

Dados preliminares de uma sondagem feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que em junho menos de 13% das indústrias estão com estoques considerados excessivos. Esse resultado é igual à média dos últimos dez anos. Em maio, o indicador estava em 14,1%. Em janeiro, o resultado chegou a 21,8%. "A indústria caminha para a normalidade, mas está longe da euforia anterior à crise", disse Jorge Ferreira Braga, responsável pela sondagem da FGV. Apenas 3,5% das indústrias tinham estoques excessivos em setembro de 2008.

Com o problema dos estoques resolvido, os economistas projetam alta entre 5% e 6% para a produção industrial no segundo semestre de 2009, em relação ao primeiro, descontadas as influências sazonais. Mesmo assim, no acumulado do ano, a indústria deve produzir 7% menos que em 2008. O crescimento só voltará a ser expressivo em 2010, favorecido também pela base de comparação fraca. "Quando o ajuste de estoques é forte, a recuperação ocorre por saltos. Com a mesma demanda, teremos mais produção na segunda metade do ano", disse Fernando Montero, economista-chefe da Corretora Convenção. ?A demanda brasileira está limpando os estoques. A resistência do varejo deve fazer o Brasil sair antes da crise?, disse Júlio Callegari, economista do JPMor.

Fonte: Agência Estado

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O aperto no crédito é maior para varejistas

Danielle FonsecaJosé Guerra
São paulo - apesar de registrar alta nas operações de crédito do sistema financeiro nacional (sfn) em maio, de 0,8% ante o mês anterior, para um estoque de r$ 1,259 trilhão, o banco central ainda mostra uma baixa no saldo total para pessoa jurídica, que caiu 0,8%, a r$ 383,193 bilhões. No entanto, analistas apostam em reversão da tendência no segundo semestre, devido, em grande parte, a um aumento da competitividade entre as instituições financeiras.
Para o professor da fundação instituto de pesquisas contábeis, atuariais e financeiras (fipecafi) e diretor do instituto assaf, alexandre assaf, a queda da taxa básica de juros será a principal responsável pelo aumento da concorrência. "quando o governo baixou a selic, os ganhos com operações de tesouraria dos bancos caíram. Para manter a rentabilidade, eles precisam aumentar as operações de crédito." já antevendo essa situação, grande parte dos bancos declarou, em divulgação de resultados do primeiro trimestre, que aumentar operações para pequena e média empresa era o objetivo este ano.
O professor de economia da trevisan escola de negócios, alcides leite, acompanha a linha de raciocínio. "para defender a rentabilidade que possuíam aplicando em títulos do governo, os bancos serão obrigados a buscar ampliar suas operações de crédito", completa.
A taxa básica de juros iniciou o ano a 13,75% ao ano. Depois de quatro cortes, chegou aos atuais 9,25% ao ano. "e essa redução de quatro pontos percentuais é bastante significativa para as instituições", diz assaf. Segundo ele, os bancos primeiro buscaram ampliar sua fatia no crédito consignado, "mais rentável e com menor risco". "com mais crédito à disposição e mais propaganda das instituições, mais gente passou a buscar financiamento. E muitas passaram sua barreira de endividamento.“Segundo o bc, a inadimplência subiu tanto para pessoa jurídica -alta de 0,3 ponto percentual, e chegou a 3,2%- como para pessoa física, que chegou a 8,6%, alta de 0,2 ponto percentual, maior índice já registrado.
Segundo avaliação do chefe do departamento econômico do banco central, altamir lopes, o cheque especial foi principal motivo de aumento para famílias."essa é a modalidade mais cara de crédito [167,8% ao ano, registrados em maio]. Isso evidentemente compromete muito a renda."No caso do cheque especial, a inadimplência subiu, de abril para maio deste ano, de 10% para 10,8%, também a maior taxa da série histórica do bc. A taxa geral de inadimplência passou de 5,2% para 5,5% de abril para maio, a maior desde setembro de 2000, quando estava em 5,7%.
Segundo lopes, o aumento da inadimplência ocorre por conta da redução da oferta de crédito, resultado da crise financeira internacional. Com isso, famílias e empresas tiveram dificuldade de renovar os empréstimos e de honrar os compromissos. Mas, para lopes, a expectativa é de que a inadimplência caia com a recuperação da oferta de crédito.
Os analistas ainda acreditam que o aumento da concorrência entre as instituições é responsável pela queda dos juros e do spread. Segundo o bc, a taxa média caiu 0,7 ponto percentual, a 37,9%. A baixa para empresas foi menor, de 0,3 ponto, a 28,5%, e para indivíduos a queda chegou a 1,5 ponto, a 47,3%.
DCI- Bancos 26/06/09
________________________________________________________