Diretor do órgão reconhece rapidez da recuperação, mas ainda vê fragilidade econômica
Segundo ele, a demanda do setor privado "ainda está muito fraca" na maior parte dos países, enquanto as taxas de desemprego podem aumentar nos Estados Unidos, Europa e Japão nos próximos meses.
Para Strauss-Kahn, "se você sair cedo demais (das medidas de estímulo), você corre o risco de voltar à recessão". Embora o FMI não esteja prevendo uma recessão com dois vales - ou uma volta da recessão depois um período breve de crescimento - Strauss-Kahn disse que "nunca se sabe. Isso pode ocorrer".
O problema é que muitos governos e bancos centrais já exauriram muitas ferramentas de sua caixa de medidas para sustentar o crescimento, disse ele. Se um fim muito rápido às medidas de estímulo provocar um novo declínio, "eu não sei o que poderemos fazer".
Embora Strauss-Kahn não tenha respondido claramente à pergunta sobre o que acha das preocupações em torno do aperto monetário na China, ele disse que "certamente precisamos de um rápido crescimento" naquele país.
Segundo ele, a demanda do setor privado e as condições do emprego - que podem ser os "melhores" indicadores para determinar os prazos da retirada - estão fracas em muitas economias. Para o comandante do FMI, a demanda privada segue dependente do gasto do governo e "não está em caminho sustentável" em muitos países.
Strauss-Kahn disse ainda que “há um risco de aumento do desemprego nos próximos meses" nos EUA e na Europa em relação às suas taxas atuais de 10%, e no Japão, onde, atualmente, o desemprego está em 5%.
Ele ainda destacou que, se os bancos centrais mantiverem os mercados inundados em dinheiro por tempo demais, outros problemas podem surgir, como bolhas de ativos. A continuação do gasto orçamentário agressivo pode aumentar a dívida pública, que já está crescendo em muitas regiões. Ainda assim, esses riscos são superados pelo risco de um novo declínio, e "nosso conselho é ter muito cuidado com a saída cedo demais".
Strauss-Kahn indicou que o mesmo se aplica ao Japão. Embora o governo do país precise de um plano para voltar a um "caminho mais sustentável em termos de política fiscal, a necessidade de evitar qualquer risco de um novo declínio ainda está aí". O nível da dívida pública do Japão é o mais alto entre os países industrializados, a 180% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas do país). As informações são da Dow Jones.
Agencia Estado- 18/01/2010
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