Eduardo Puccioni
SÃO PAULO - O mercado de juro futuro no segmento BM&F da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa) ainda não começou a traçar a alta da taxa básica de juros, prevista por bancos e economistas para 2010. Por conta disso, há especialista que acredita que a taxa encerre este ano na casa de um dígito. Hoje, a taxa básica de juros está em 8,75% ao ano.
"Durante o ano eu não acredito que a taxa de juros volte para a casa dos dois dígitos. É possível que a taxa seja aumentada em um ponto percentual até o final do ano", afirma Mauro Calil, professor e educador financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil. A projeção do Boltime Focus, pesquisa feita pelo Banco Central junto a instituições financeira, é de que os juros básicos fechem esse ano a 10,75%.
Calil justifica a baixa taxa de juros por conta dos investimentos que já foram feitos pelo governo durante 2008 e 2009, podendo ter um maior controle sobre a inflação. "Outro motivo é que as famílias brasileiras também estão muito endividadas, então a demanda deve ter um acalmamento", explica o especialista.
Já para o professor de finanças do Insper Rafael Paschoarelli, o mercado deve sofrer uma elevação dos juros na metade do ano. "O mercado precifica aumento de Selic já no primeiro semestre de 2010. Se o mercado estiver certo, o Banco Central deve elevar a taxa Selic no primeiro semestre, alcançando algo perto de 10%".
"A probabilidade de juros para o primeiro semestre é baixa, em torno de 9%. Para o segundo semestre as taxas continuarão subindo", acrescenta Paschoarelli.
De acordo com o boletim on-line da BM&F Bovespa, a taxa de juros praticada pelo mercado para fevereiro de 2010 está em 8,61%. Outubro de 2010 apresenta taxa de 9,78%. Já para o próximo ano, janeiro de 2011 tem taxa de 10,34% e abril 10,83%.
No caso do dólar comercial futuro, o mercado realiza contratos na BM&F Bovespa projetando uma elevação da moeda. Contratos com vencimento para fevereiro de 2010 mostram o dólar a R$ 1,748 e para abril em R$ 1,770.
"O dólar tem dois fenômenos, primeiro o causado pelo banco central norte-americano, com desvalorização da moeda no longo prazo. O outro fenômeno é causado pelo fluxo e refluxo de capital estrangeiro no Brasil", explica Mauro Calil.
Segundo o educador financeiro, a realização de lucros dos investidores especializados em Bolsa de Valores, deve fazer com que o dólar comercial apresente uma leve valorização durante o ano. "Mesmo com esta alta durante o ano, o dólar comercial deve encerrar o ano abaixo do patamar de hoje", diz Calil.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira negociado a R$ 1,745, uma leve valorização de 0,35% se comparado ao fechamento de R$ 1,739 do dia anterior.
Balanço operacional
A BM&F Bovespa divulgou ontem o balanço de operações do segmento BM&F da Bolsa referente ao ano passado e ao mês de dezembro de 2009.
Os mercados negociaram 373,41 milhões de contratos, com volume financeiro de R$ 26,78 trilhões em 2009, ante 391,62 milhões de contratos e giro financeiro de R$ 28,01 trilhões em 2008. A média diária de contratos, no ano passado foi de 1.517.941, ante 1.572.783 no ano anterior.
Em dezembro, os mercados do segmento BM&F totalizaram 31.457.555 contratos negociados e giro financeiro de R$ 1,96 trilhão. No mês anterior, foram registrados 27.422.967 contratos e volume financeiro de R$ 1,76 trilhão no mercado futuro.
DCI- 08/01/10
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