segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lobão diz que Petrobras terá posição privilegiada para pré-sal

REUTERS
BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta segunda-feira que a Petrobras terá uma posição privilegiada em relação às reservas de petróleo da região pré-sal.
Lobão confirmou na última semana que o governo decidiu criar uma estatal para cuidar diretamente dos investimentos do petróleo na camada pré-sal. De acordo com o ministro, também há decisão política de substituir o atual sistema de concessão de blocos pelo sistema de partilha de produção.
Pela nova regra, a ser aplicada exclusivamente na região do pré-sal, a União ficaria com determinado percentual da produção, ao passo que caberia às empresas exploradoras o restante do insumo recolhido.
A parte que caberá à União será destinada a um fundo social, garantirá investimento para os setores sociais, como educação e saúde.
Os percentuais de divisão ainda não estão definidos e devem ser apresentados ao presidente Lula dentro de 15 dias, em uma reunião que irá definir as linhas finais do marco regulatório do pré-sal.
A ideia do executivo é enviar um projeto de lei em regime de urgência para o Congresso nacional no início dos trabalhos do Segundo semestre.
O sistema e partilha de produção vinha sendo defendido pela Petrobras pelo fato de a empresa considerar que a exploração da camada pré-sal tem menos riscos para o investidor do que outros blocos de petróleo, que hoje funcionam em sistema de concessão.
JB- 20/07/2009

Brasil e Rússia em discussão em reunião em Moscou

Aleksander Medvedovsky*, Jornal do Brasil
MOSCOU - Foi iniciada nesta segunda-feira em Moscou a 5ª Reunião da Comissão mista de Alto Nível dos governos do Brasil e da Rússia, chefiada pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Guimarães, e o primeiro-ministro russo Vladimir Putin.
Da parte do Brasil, os principais assuntos são: a participação russa em investimentos nos grandes projetos nacionais – pré-sal em primeiro lugar, a insatisfação dos exportadores de carnes do Brasil com as cotas geográficas e outras dificuldades, que tem influência negativa no desempenho das exportações para a Rússia em comparação com outros concorrentes, e a certificação dos aviões da Embraer. Está sendo discutida também a possibilidade das exportações de laticínios para a Rússia.
Do lado russo, a venda da segunda leva de helicópteros para o Exército brasileiro e outros materiais bélicos, as exportações brasileiras de fertilizantes e trigo e o baixo nível das importações de produtos russos estão entre os temas predominantes. Nenhumas das partes pode considerar positivo o resultado dos primeiros seis meses de 2009. O fluxo do comércio bilateral caiu em comparação com 2008.
A única unidade industrial brasileira na Rússia – a fábrica da Sadia na cidade Kaliningrado – foi vendida. Nas relações comerciais, continua dominando pura e simples troca de produtos básicos. As entidades empresariais de ambos os países ainda não assumiram o papel de liderança, nem tão pouco os governos elegeram o projeto para pilotar o processo de melhoramento da qualidade do comércio entre a Rússia e o Brasil
O vice-presidente José Alencar iria chefiar a comitiva, mas ficou impossibilitado devido à recente intervenção cirúrgica. Também participam das reuniões outros representantes dos governos e empresários de ambos países, além dos membros do Conselho Empresarial Brasil-Rússia.
JB 20/07/2009

sábado, 18 de julho de 2009

Nova moeda é viável, mas processo será lento, dizem analistas

Economistas argumentam que proposta precisa de grande articulação dos países e, mesmo assim, vai levar tempo

Giuliana Vallone, do estadao.com.br

SÃO PAULO - A proposta de criar uma nova moeda de reserva mundial para substituir o dólar vai enfrentar grandes dificuldades de implementação, dizem economistas. Para eles, a mudança exigiria um grau de articulação altíssimo, ou um processo muito lento de substituição da moeda norte-americana por outra nas transações comerciais.

Veja como o dólar se tornou a moeda de referência mundial

Até a 1ª Guerra, economias usavam padrão-ouro; conferência de Bretton Woods, em 1944, mudou o cenário

O dólar passou a ser referência em todo o mundo ainda na primeira metade do século XX, quando o padrão-ouro, adotado até então, fracassou. Até o início da Primeira Guerra Mundial, as instituições financeiras de cada país adotavam uma taxa fixa para suas moedas em relação ao outro. As negociações comerciais eram feitas respeitando esse preço fixo, impedindo que alguns países mexessem em sua taxa de câmbio para aumentar suas exportações e reverter déficits comerciais, e, assim, garantindo a estabilidade da economia.

Comércio em moeda local com a Argentina ainda é modesto

Enquanto Banco Central defende que sistema está crescendo no Brasil, economista fala em 'sonho de verão'

A declaração final da cúpula dos Brics - Brasil, Rússia, Índia e China -, em junho, não faz referências explícitas ao tema da substituição do dólar no comércio mundial. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz - repetidas vezes. À uma revista chinesa, em maio, disse que "é absurdo que duas nações comerciais importantes continuem a fazer comércio na moeda de um terceiro país". Neste mês, em Áquila, na Itália, divulgou o empenho brasileiro em adotar programas de comércio em moeda local com China, Índia e os vizinhos sul-americanos.
As maires reservas internacionais ao redor do mundo

Veja o que são e para que servem as reservas em moeda estrangeira acumuladas pelas nações

As reservas internacionais de um país representam o total de moeda estrangeira (principalmente dólares, no caso brasileiro) mantido pelo Banco Central, disponível para uso imediato. A maioria desses recursos fica aplicada em títulos da dívida de outros países.

Estatal do pré-sal poderá gerir áreas estratégicas, diz Lobão

Segundo ministro, empresa que será criada pelo governo vai administrar áreas em que haja grandes reservas
Leonardo Goy e Tânia Monteiro, da Agência Estado BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quinta-feira, 16, que a futura estatal, que será criada para administrar a exploração de petróleo do pré-sal, também poderá administrar as chamadas "áreas estratégicas" que, segundo o próprio ministro, seriam outras regiões do País, fora do pré-sal, onde eventualmente poderão existir grandes reservas de petróleo. "Tudo passará pela estatal e pela Agência Nacional do Petróleo. Onde houver grande concentração de petróleo, também poderá ir para a estatal", afirmou.
Na última segunda-feira, depois da reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lobão disse que o sistema de partilha - no qual o óleo pertence à União e as empresas são remuneradas por um porcentual fixo na produção ou na receita - deverá ser aplicado não somente no pré-sal, mas também nas "áreas estratégicas". Nesta quinta, o ministro acrescentou que essas áreas estratégicas também poderão ser administradas pela nova estatal que vai gerir o pré-sal.
Ao ser questionado se a ANP terá no pré-sal a incumbência de fazer os leilões, Lobão disse que a agência terá seu papel "relevante e saliente" como sempre teve, inclusive na formulação dos editais. "E os leilões são feitos a partir dos editais", ressaltou.
Com relação aos royalties do pré-sal e a disputa dos Estados que querem aumentar a participação nessas futuras áreas de exploração, Lobão limitou-se a afirmar que, como o atual sistema será mantido nas áreas que já estão sendo exploradas, os Estados e municípios que recebem royalties continuarão com essa renda. Lobão também reiterou que a Petrobras, por ser uma empresa nacional, terá no pré-sal possibilidade de ser contratada diretamente. "Mas isso não impede a contratação de outras empresas".
Prazo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta quinta que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, se comprometeu a apresentar em 10 dias o marco regulatório para o setor do pré-sal. O prazo foi estabelecido na reunião ministerial da última segunda-feira. "Não quero que seja um projeto meu, mas da sociedade, para que ninguém nunca mais tente privatizar esse patrimônio", disse o presidente, em discurso no 51º Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Antes de começar a cerimônia, os estudantes manifestaram apoio à ministra Dilma Rousseff pré-candidata à Presidência da República. Ainda em seu discurso, Lula defendeu o sistema de cotas nas universidades.

''Brasil enfrenta bem a crise porque fez o dever de casa''

Para vice-presidente do Banco Mundial, alguns países da América Latina adotaram políticas adequadas
Fernando Dantas
A América Latina está resistindo melhor a esta crise do que resistiu às do passado porque se preparou adequadamente durante os anos que a precederam, segundo Pamela Cox, vice-presidente para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial. O Brasil, para ela, "é um dos países que fizeram o dever de casa", com sólida política fiscal, redução de pobreza e acúmulo de reservas.
Ela acha, entretanto, que a região é dependente do comércio mundial e, portanto, precisa da recuperação do mundo desenvolvido para manter um ritmo satisfatório de crescimento no médio e longo prazos. Pamela esteve no Brasil esta semana, onde participou, no Rio, na segunda-feira, de um seminário sobre investimentos públicos na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela conversou com o Estado no Rio.
A economista elogiou o Bolsa-Família e a sua expansão em plena crise, o que dá aos pobres uma rede de segurança social. O Banco Mundial prevê que a crise levará ao aumento de 8 milhões a 13 milhões no número de pobres na América Latina e no Caribe, depois de uma queda de 60 milhões de 2002 a 2006.
A economista notou que, diferentemente do Leste Europeu, a América Latina não foi atingida pela crise por meio do setor financeiro, mas da economia real, afetada pela contração do comércio internacional e pela queda do preço das commodities. "A América Latina foi atingida não porque tenha aplicado as políticas econômicas erradas, mas por causa da abertura para o resto do mundo."
Ela observou que, entre 2002 e 2006, a América Latina foi beneficiada com um crescimento médio de 5% ao ano e diversos países da região aproveitaram para implementar políticas econômicas adequadas, como superávits fiscais, redução da dívida pública e taxas de câmbio flexíveis.
Para Pamela, há, dentro da América Latina, diferenças entre o desempenho dos países na crise. Ela cita fatores como a dependência dos Estados Unidos em termos de comércio, muito forte no caso do México e de vários países centro-americanos, como um fator que aumentou o impacto da crise. Países como Venezuela e Equador, por outro lado, são muito dependentes das receitas do petróleo e prejudicados pela queda no seu preço.
Quanto ao fato de Venezuela, Equador e Argentina, por exemplo, terem executado políticas econômicas bem distintas de países como Brasil, Chile e Peru, ela é mais cautelosa. Evitando críticas específicas, diz apenas que os que "têm determinado tipo de política econômica - não têm dívida alta, não gastam mais do que podem e gastam sabiamente em investimentos de alto retorno - são os que crescem mais no longo prazo".

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Brasil criou mais de 119 mil postos em junho

SÃO PAULO, 16 de julho de 2009 - O País criou 119.495 postos de trabalho no mês de junho, segundo informações divulgadas hoje pelo Ministério do Trabalho. De acordo com dados do ministério, foram admitidos 1.356.349 e demitidos 1.236.854 de trabalhadores formais, ou seja, com carteira assinada, no mês.
De janeiro a junho deste ano, o número de empregos criados acumula 299.506. Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que estão sendo divulgados em entrevista coletiva com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Setores
A elevação do emprego em junho de 2009 é resultado do desempenho positivo de quase todos os setores de atividade econômica. Em termos absolutos, os setores que mais contribuíram para o resultado verificado foram a Agricultura, com 57.169 postos de trabalho (+3,51%), Serviços (22.877), a Construção Civil (18.321) e o Comércio (17.522). A Indústria de Transformação apresentou saldo positivo de 2.001 postos, consolidando o terceiro mês seguido de expansão do emprego no setor. A exceção é o Extrativo Mineral, com saldo de 26 postos de trabalho fechados, dado que aponta estabilização no setor.

IPC-S acelera para 0,37% na segunda prévia de julho

Agência IN
SÃO PAULO, 16 de julho de 2009 - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou alta de 0,37% na segunda prévia de julho, com alta de 0,6 ponto percentual ante o registrado na primeira medição do mês. As informações foram divulgadas nesta manhã pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com a instituição, a alta do índice foi puxada pelo grupo habitação (de 0,20% para 0,35%). A aceleração é justificada pelo comportamento da taxa do item tarifa de eletricidade residencial (de -0,73% para 0,80%).

Também registraram acréscimo: Transportes (de -0,09% para 0,01%), despesas diversas (de 0,05% para 0,11%) e educação, leitura e recreação (de -0,06% para -0,04%). Com destaque para os itens: Álcool combustível (de -3,06% para -1,89%), alimento para animais domésticos (de 0,24% para 0,83%) e jornais e revistas (de -0,26% para 0,08%).

O grupo alimentação teve a mesma variação da semana anterior (0,73%). No sentido ascendente, vale citar: Hortaliças e legumes (de -1,30% para -0,76%) e Frutas (de -0,15% para 0,86%). Já itens de laticínios recuaram (de 6,14% para 4,97%), assim como carnes bovinas (de -0,18% para -0,79%).

Os únicos grupos a apresentarem decréscimo na taxa de variação foram: Saúde e cuidados Pessoais (de 0,29% para 0,26%) e Vestuário (de 0,44% para 0,42%). O movimento foi influenciado pelo comportamento dos itens medicamentos em geral (de 0,55% para 0,40%) e roupas (de 0,61% para 0,53%).

Carina Urbanin -

Empréstimo pessoal tem menor taxa desde 2007

Agência IN
SÃO PAULO, 16 de julho de 2009 - Os juros bancários continuam em declínio durante o mês de julho. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, as taxas de juros das duas modalidades, empréstimo pessoal e cheque especial para pessoa física, tiveram a sétima queda consecutiva.

O estudo, realizado no dia 6 julho, considerou as taxas administradas por dez instituições financeiras como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal (CEF), HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.

No empréstimo pessoal a taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,30% ao mês, inferior a do mês anterior, que foi de 5,52% ao mês - menor taxa desde desde dezembro de 2007, sendo que a menor taxa é da CEF (4,39%) e a maior do Grupo Santander/Real (6%).

No cheque especial a taxa média dos bancos pesquisados foi de 8,83% ao mês, inferior a do mês anterior, que foi de 8,87% ao mês, voltando ao patamar de julho do ano passado. Nesta modalidade, a CEF também lidera, cobrando menor juros de 6,79%, enquanto que a taxa no Safra chega a 12,3% ao mês.

Segundo o levantamento, as quedas verificadas nas taxas de empréstimo pessoal foram: Banco Itaú que alterou de 6,81% para 5,90% ao mês, Unibanco alterou de 6,71% para 5,90% ao mês, Banco Real e Santander, que alteraram a taxa de 6,15% para 6% ao mês, Bradesco, que passou 5,76% para 5,68% ao mês, Banco do Brasil e Nossa Caixa, de 4,56% para 4,50%. As demais instituições como CEF, HSBC e Safra mantiveram suas taxas em 4,39%, 4,61% e 5,50%, respectivamente.

Já no cheque especial, o Banco do Brasil reduziu a taxa de 8,36% para 8,28% ao mês, Real e Santander passaram de 9,50% para 9,42% ao mês, Itaú alterou de 8,67% para 8,63% e a Nossa Caixa passou a taxa de 7,77% para 7,75% ao mês. Os demais bancos da amostra, como Bradesco, CEF, HSBC, Safra e Unibanco mantiveram os percentuais em 8,28%, 6,79%, 9,34%, 12,3% e 8,71%, respectivamente.

Simone e Silva Bernardino

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Construtora abre pontos de "varejo" para chegar ao cliente

Fabíola Binas
SÃO PAULO - Empolgadas com a possibilidade de incrementar os negócios voltados à venda de imóveis de padrão econômico, as construtoras aproveitam os atuais incentivos do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" e investem em mais uma estratégia para chegar ao consumidor final: instalar lojas em regiões onde se concentra o varejo, como shoppings, regiões centrais e calçadões comerciais, além dos tradicionais estandes. Habituada a implantar nesse tipo de local pontos-de-venda esporádicos, de acordo com o andamento de cada lançamento, a MRV Engenharia deve voltar a investir no modelo. Mais otimista, a Rossi, construtora e incorporadora, pretende implantar sete lojas piloto até o final de 2009, quando especialmente deve apostar no projeto Rossi Ideal, que pertence a uma nova linha de produtos, com imóveis a partir de R$ 42 mil.
"Estamos investindo muito na otimização do processo comercial, pulverizando os pontos-de-venda", revelou ao DCI Rodrigo Martins, diretor do Segmento Econômico da Rossi. O executivo colocou que os locais escolhidos são os de principal circulação do público-alvo, de perfil mais popular, como regiões centrais, lojas de rua, nas proximidades de estações de metrô e no entorno da concentração dos varejos locais.
Martins disse que elas funcionam com um bom ponto de captação de clientes, onde é possível demonstrar o produto e até funcionar como uma espécie de "secretaria de vendas" e apoio aos trâmites burocráticos da compra de um imóvel. "Vamos implantar 7 lojas piloto ate o final deste ano, número que poderá ser elevado nos próximos anos, dependendo da resposta do mercado", analisou o executivo.
Hoje, a Rossi mantém três lojas desse tipo, uma no Goiânia Shopping, outra próxima da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, e uma terceira no centro de Porto Alegre.
A expectativa da construtora é de lançar este ano, nos segmentos econômico e supereconômico, entre 13 mil e 15 mil unidades, nas linhas Rossi Ideal, Praças e Villa Flora. Segundo a Rossi, para a empreitada serão utilizados 41% do banco de terrenos da empresa, que vale R$ 8,6 bilhões, mais o potencial de reunir R$ 20,7 bilhões em futuros lançamentos.
Os imóveis a partir de R$ 42 mil serão construídos acompanhando o déficit habitacional do País, apresentado nas demandas do plano habitacional do governo. A previsão é de que em 2009, cerca de 50% dos lançamentos sejam voltados ao econômico.
O diretor responsável pelo desenvolvimento do segmento na Rossi, garantiu que a empresa "está seguindo à risca o plano de projetos em desenvolvimento", ao incluir que este mês será apresentado ao mercado um empreendimento Rossi Ideal com 40 unidades com preços a partir de R$ 80 mil, na região metropolitana de Canoas, no Rio Grande do Sul. Ainda estão previstas duas mil novas unidades em Manaus, no Amazonas e outra série em Fortaleza, no Ceará. Um dos conjuntos lançados do Rio de Janeiro, já foi totalmente vendido.
Especializada nos residenciais econômicos, a MRV Engenharia deve apresentar um mix entre os tradicionais estandes, os pontos-de-venda sazonais e as lojas fixas. A empresa já teve lojas fixas no passado, projeto que abandonou por um tempo e agora deve retomar. De acordo com Sérgio Paulo Amaral dos Anjos, diretor de Vendas em São Paulo, ultimamente a empresa tem apostado em pontos-de-venda esporádicos, que ficam em média três meses em cada local, como shoppings. "O último foi o Shopping Aricanduva [capital paulista]", colocou o diretor. O executivo contou que a MRV deve retomar o modelo de lojas fixas em locais de forte fluxo de pessoas. Em Belo Horizonte (MG), a empresa mantém lojas e em São Paulo, montou uma loja conceito no Morumbi.
"É importante ir para um centro de cidade onde seja possível capitalizar um número maior de clientes", sinalizou o diretor, que concordou que o pacote deu impulso extra a este processo de fortalecimento comercial. "Acredito que o mercado vai caminhar nesse sentido", disse Anjos.
A MRV não pode contabilizar projeções de negócio, por conta de um período de silêncio pré-resultados. Mas no último demonstrativo financeiro projetava que 78% de seu banco de terrenos se encaixava no perfil do "Minha Casa, Minha Vida", e que em abril passado, mês seguinte ao do anúncio do pacote, as vendas já apresentavam impacto positivo.
Pioneira
Uma das pioneiras no sistema de lojas e nos imóveis econômicos, a Construtora Tenda pode ter inspirado a concorrência. Ela trabalha com 42 lojas, divididas entre 12 estados. Contatada, informou estar em período de silêncio.
O velho estande de vendas em obras parece estar com seus dias contados. As construtoras começam a instalar lojas para venda de imóveis em áreas de grande concentração do varejo popular como estratégia para fisgar o consumidor de baixa renda e incrementar as vendas dos imóveis econômicos. Elas querem aproveitar os incentivos do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida".
Um exemplo é o da Rossi que projeta sete lojas piloto até o final de 2009, onde vai expor nova linha de imóveis a partir de R$ 42 mil. "Estamos investindo na otimização do processo comercial, pulverizando pontos-de-venda", revelou Rodrigo Martins, diretor. O executivo colocou que os locais escolhidos são os de principal circulação do público-alvo, como regiões centrais, lojas de rua, proximidades de estações de metrô e o entorno dos varejos locais.
Outra que estuda voltar a investir nesse modelo de vendas é a MRV Engenharia, que já teve lojas fixas no passado e ultimamente aposta em pontos-de-venda esporádicos, como no Shopping Aricanduva, na capital paulista. Em Belo Horizonte (MG), a empresa mantém a mesma estratégia. A Tenda pode ter inspirado a concorrência. Ela conta hoje 42 lojas, divididas entre 12 estados.
DCI-CONSTRUÇÃO-14/07/09

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Projeção para PIB melhora; produção industrial recua

SÃO PAULO - A projeção dos analistas do mercado financeiro para o desempenho da economia brasileira em 2009 mostrou melhora na última semana, de acordo com o boletim Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC). A estimativa para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano ficou 0,34%% na semana encerrada em 10 de julho, contra -0,50% na medição anterior. Há quatro semanas, a retração projetada era de 0,55%.
Para 2010, entretanto, a expectativa é de recuperação. A projeção para o crescimento do PIB no próximo ano permanece em 3,50% há 19 semanas.
Já a estimativa para a produção industrial deste ano foi revisada para baixo, passando de -5,37%, na medição anterior, para -6%. Para 2010, o índice avançou para os 4,08%, contra 4,03% uma semana antes.
A expectativa de inflação para este ano avançou para os 4,50%, ante 4,42% na semana encerrada em 3 de julho. Para 2010, a projeção do IPCA também teve leve alta, passando de 4,33%, para 4,40%.
A expectativa para a taxa de câmbio ao final de 2009 votou a ser de R$ 2,00, contra R$ 1,99 na medição anterior. Para 2010, a estimativa se mantém em R$ 2,00.
A expectativa para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) para 2009 ficou inalterada, aos US$ 22 bilhões. Para 2010, a expectativa foi ajustada para baixo, passando de US$ 19,5 bilhões, para US$ 19 bilhões.
Para as transações correntes (todas as operações do Brasil com o exterior) a projeção de déficit se mantém em US$ 16 bilhões para este ano; para o próximo ano, a estimativa também é a mesma da semana passada, negativa em US$ 22 bilhões.
Os analistas mantiveram a expectativa para o investimento estrangeiro direto deste ano (caracterizado pelo interesse duradouro do investimento na economia) aos US$ 25 bilhões. Para 2010, a projeção teve alta, para US$ 26,30 bilhões, contra US$ 26 bilhões na semana anterior.
(Carina Urbanin - Agência IN) - 13/07/2009

Concessão de crédito por banco público cresce mais na crise

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira, durante reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que as operações de crédito realizadas pelos bancos públicos desde setembro do ano passado até abril deste ano cresceram 19,5%. O mesmo tipo de operação realizada pelos bancos privados teve aumento de 2,5% no mesmo período.
Mantega fez uma explanação sobre as medidas tomadas pela Fazenda no combate à crise financeira. Em sua apresentação, o ministro disse que a tormenta já está menos grave, mas que ainda não acabou. Mantega afirmou que o quadro de recessão pode durar anos nas economias avançadas.
Além do incentivo à concessão de crédito via bancos públicos, Mantega afirmou que a redução da taxa básica de juros, a Selic, a redução da reserva compulsória dos bancos e as desonerações de impostos concedidas ajudam o Brasil a passar pela crise sentindo efeitos mais brandos. A reunião ministerial continua na tarde desta segunda, na Granja do Torto.
JB- ECONOMIA- 13/07/2009

domingo, 12 de julho de 2009

Estatal venezuelana exige novo contrato com estaleiro brasileiro Eisa

DA REDAÇÃO - Em meio ao risco de simplesmente perder uma encomenda de US$ 670 milhões para construção de petroleiros para o governo da Venezuela, executivos do Estaleiro Ilha S.A. (Eisa) devem concluir nesta semana a renegociação dos novos termos do contrato firmado em 2006 com a Petroleos de Venezuela S.A. (PDVSA). Os entendimentos com a estatal venezuelana – que chegaram a suscitar boatos de calote no tradicional estaleiro carioca – deverão resultar, na prática, não só em novos prazos de pagamento, mas também na remodelagem tecnológica das encomendas. Se, antes, o contrato previa a construção de oito petroleiros do tipo Panamax, além de duas embarcações para transporte de derivados, agora prevê a encomenda de sete navios de derivados e só três petroleiros.
Às voltas com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional desde o ano passado, a PDVSA deu início, no fim de 2008, à renegociação do contrato firmado em 2006. As conversas, de acordo com interlocutores do setor, chegaram a “gelar” executivos do Eisa. Na semana passada, no entanto, técnicos do estaleiro praticamente concluíram a renegociação dos pontos finais do contrato – as características técnicas de cada embarcação. A renegociação, de acordo com executivos do Eisa, readequou os projetos à nova realidade de um setor que, em todo o mundo, vive um coquetel de problemas capaz de torpedear a confiança do mais otimista dos empresários.
A depreciação do barril – que chegou ao pico de US$ 140 em junho do ano passado – produziu uma onda de problemas para a indústria naval que inclui não só a superoferta de embarcações, como também a suspensão unilateral de contratos, baixos custos de frete e dificuldades de financiamento bancário. Em vias de quebrar, muitos fundos especializados em investir em embarcações para o mercado de curto prazo (spot) simplesmente cancelaram, também de forma unilateral, encomendas principalmente para estaleiros asiáticos. O mesmo fez a petroleira venezuelana, em 2008, que só não cancelou os contratos com o Eisa e um estaleiro argentino por compromisso político dos presidentes Hugo Chávez, Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner.
Produtos claros
Executivos do estaleiro envolvidos nas conversas fazem questão de minimizar tanto o risco de calote como também a responsabilidade da PDVSA.
A despeito do susto com o fantasma do calote, o próprio diretor comercial do Eisa, Jorge Gonçalves, admite que, dos males, o menor: apesar da dilatação do prazo em pelo menos seis meses para construção dos navios e da postergação das parcelas de pagamento, a renegociação aumentou o custo do contrato em cerca de US$ 30 milhões. Se antes envolvia cerca de US$ 670 milhões, agora deverá ser ampliado para algo em torno de US$ 700 milhões.
– Houve, sim, problemas lá atrás, no fim do ano passado, mas isso está sendo resolvido de forma amigável e negociada – minimiza Gonçalves. – Nesse meio tempo, o máximo que tivemos que fazer foi reescalonar outras encomendas do nosso estaleiro, de modo a construirmos outras embarcações, como as encomendadas pela Log in (o braço de logística da Vale S.A.).
Dos 10 navios originalmente concebidos, oito seriam utilizados para a exportação do petróleo cru produzido na Venezuela – hoje o maior produtor da região. Outros dois seriam destinados ao transporte dos chamados produtos claros, derivados como gasolina, nafta e óleo diesel. A intenção era aproveitar a oportunidade aberta pelas altas cotações do barril de petróleo. Com a crise mundial, no entanto, a empresa simplesmente cancelou encomendas para estaleiros da China e Europa.
Depois de diversas viagens de executivos do Eisa para Caracas, decidiu-se pelas novas encomendas. Uma das cláusulas do contrato não foi modificada, como ressalvou Gonçalves: a que prevê a transferência da tecnologia de construção para estaleiros venezuelanos. Hoje, um dos petroleiros já se encontra em fase de conclusão, com previsão de entrega no início do próximo ano. Do tipo Panamax (classificação que lhes assegura calado para atravessar o Canal do Panamá), as embarcações vão dividir o lote com navios para claros que deverão dispor, em média, de capacidade para transporte de 43 mil toneladas de derivados.
Pelo contrato, cabe ao Eisa construir as embarcações, enquanto ao estaleiro Mauá, de Niterói, foi conferida a responsabilidade pelo treinamento de técnicos venezuelanos – a transferência de tecnologia propriamente dita. Contratados em consórcio, os dois estaleiros fazem parte do Sinergy Group, a holding do empresário boliviano German Efromovich. Hoje, só a carteira do Eisa inclui 16 encomendas de US$ 1,5 bilhão, no total. Além das 10 embarcações para a PDVSA, também inclui cinco outros para a Log in e mais um para a petroleira argentina Ultrapetrol. Também vão fazer outros quatro Panamax para a Transpetro, a subsidiária de transporte da Petrobras. Os navios foram arrematados, em 2004, originalmente pelo consórcio Rio Naval, também do Rio, que não conseguiu, no entanto, local para construí-los.
Encomendas amortecem impacto da crise no Brasil
O próprio Gonçalves admite um cenário nebuloso para o setor naval mundial, apesar da carteira de encomendas que assegura ao Eisa ocupação pelo menos até 2011. Atualmente com 3 mil empregados diretos e outros 1 mil indiretos – contratados de empreiteiras, o estaleiro da Ilha do Governador vai disputar, no fim de agosto, a licitação de quatro navios gaseiros, incluídos na última etapa do Programa de Expansão e Modernização da Frota da Transpetro (Promef) que, até o fim do ano, vai ser responsável pela contratação de 49 navios de grande porte junto a estaleiros nacionais.
Tanto o diretor do Eisa quanto outros executivos do setor, que pediram para não ser identificados, atribuem a tais encomendas condições de assegurar uma travessia segura à indústria naval do país pelo menos até 2015. Só assim, de acordo com os executivos, será possível passar ao largo da crise que já começou a se desenhar no setor naval mundial, com o estouro de uma espécie de “bolha” de encomendas desde que o petróleo começou a despencar no terceiro trimestre do ano passado.
– Os estaleiros asiáticos estavam supercontratados com encomendas de embarcações pela modalidade asset playing, por meio da qual fundos de investimento especializados no setor encomendavam a embarcação, antes, para alugar depois – explica Gonçalves. – Quando os preços do petróleo caíram, ocorreu a redução do transporte de petróleo e derivados. Com isso, muitos fundos simplesmente começaram a quebrar, por não ter para quem afretar os petroleiros. Dessa forma, vários deles simplesmente suspenderam as encomendas de novos navios cujos estaleiros já haviam começado a construir.
Como consequência, explica o diretor do Eisa, uma cadeia de lucros começou a ir por água abaixo, ao levar fundos, estaleiros e armadores a pique. A existência de encomendas por um cliente estatal, do porte da subsidiária da Petrobras, amortece o impacto da bolha sobre os estaleiros brasileiros.
JB-Economia - 11/07/2009

China volta a pedir diversificação do regime monetário internacional

Agência EstadoPanoramaBrasil
L'AQUILA - A China apelou ontem para a diversificação do regime monetário internacional, durante uma reunião entre os líderes do Grupo dos Oito (G-8, os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) e p Grupo dos Cinco (G-5, que reúne os principais emergentes, entre eles Brasil e China).
O conselheiro de Estado chinês Dai Bingguo declarou durante a reunião que é preciso "manter uma relativa estabilidade das taxas de câmbio das principais moedas de reserva internacional e promover um sistema monetário internacional mais diversificado e razoável", segundo um resumo do encontro. Segundo o conselheiro de Estado, é necessário "melhorar o sistema monetário internacional e reforçar as reservas monetárias".
Diante da atual crise econômica e financeira, a China, que tem questionado publicamente a segurança dos ativos financeiros em dólares, tem apelado nos últimos meses para a adoção de uma nova moeda de reserva internacional para substituir o dólar, evocando uma iniciativa sob a égide do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em março, o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, considerou legítimas as discussões sobre uma nova moeda internacional de reserva, sugerindo que a discussão poderia ter lugar "nos próximos meses".
Doha
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, disse ontem que os líderes do G-8 e do G-5 "reiteraram o compromisso de rejeitar todas as medidas protecionistas e concordaram em relançar imediatamente" a Rodada de Doha de negociações de comércio global. Brown afirmou que um encontro ministerial de comércio está planejado para "relativamente em breve", provavelmente antes do encontro do Grupo dos Vinte (G-20, grupo que reúne os principais países emergentes), marcado para setembro em Pittsburgh, nos EUA.
"Estamos fixando como prazo final para a conclusão da Rodada de Doha o ano de 2010", afirmou Brown. Ele se declarou otimista em relação ao progresso das negociações porque o novo governo dos EUA mostrou vontade de avançar nas discussões, tendo anteriormente pedido tempo para estudar detalhes específicos da Rodada. "Para nós, obter este acordo, no qual avançaremos com velocidade agora, é um reflexo das políticas que o governo norte-americano está adotando", disse.
DCI-INTERNACIONAL-10/07/09

Líderes mundiais indicam que G-8 será substituído pelo G-14

Maiores economias emergentes serão incluídas no grupo para que ele ganhe legitimidade para tratar de questões globais
AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Os chefes de Estado dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia (G-8) encerraram a cúpula de três dias realizada em Áquila, na Itália, com o entendimento de que, sozinho, o clube dos ricos não é mais capaz de tomar decisões sobre os principais temas globais, entre eles, a crise financeira mundial. É necessário adequar o debate à nova dinâmica de poder, ampliando o fórum para os países em desenvolvimento, concluíram.
"Uma coisa é absolutamente verdadeira: parece ser errado pensarmos que podemos de alguma forma lidar com alguns desses desafios globais sem grandes potências como China, Índia e Brasil", admitiu o presidente americano, Barack Obama, a jornalistas . "Não há dúvida que é preciso atualizar e renovar as instituições internacionais que se estabeleceram em outros tempos e lugares.
" Obama lembrou que algumas dessas instituições datam do pós-guerra. Outras, como o G-8, já completaram 30 anos. Criado em 1975, com seis membros (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália), o G-8 recebeu anos depois o Canadá e a Rússia. E, no encontro atual, com os convidados Brasil, México, China, Índia, África do Sul e Egito, surgiu espontaneamente o já intitulado "G-14".
"Estamos em um período de transição, estamos tentando encontrar o formato certo", disse Obama, acrescentando que a evolução vai demorar anos.
Segundo o anfitrião, o presidente italiano Silvio Berlusconi, houve consenso de que as potências industriais não refletem mais as mudanças no padrão de poder econômico mundial. Para ele, o novo grupo criado na Itália pode se transformar em um fórum dominante para discussões internacionais. "No que me diz respeito, o G-14 é o formato com que no futuro teremos a melhor possibilidade de tomar as decisões mais importantes sobre a economia global, e não somente isso.
"O presidente da França, Nicolas Sarkozy, também apoiou o grupo que representa cerca de 80% da economia global. "Vamos colocar o G-14 em evidência em 2011, quando a França assumir o G-8", prometeu.
G-8 SOBREVIVE
Stephen Harper, primeiro-ministro do Canadá, que assume a direção do G-8 no ano que vem, anunciou que tentará criar um fórum mais amplo, mas sem especificar o número de convidados, brincando que poderia ser "G-8, G-9, G-14, G-18, G-19, G-25 e G-28".
Mas a morte do G-8 não está decretada. Harper ressaltou que o clube dos mais ricos deve sobreviver - desejo compartilhado pela chanceler alemã, Angela Merkel. "Em nossa visão, existem questões para as quais o G-8 é o fórum apropriado", disse ela, mas sem deixar de reconhecer a importância do debate mais amplo. Para Merkel, o formato do G-20 (grupo das 20 maiores economias), que ganhou destaque no ano passado no combate à crise financeira, será fundamental no futuro.
Essa reorganização de poderes deve chegar à Organização das Nações Unidas, defendeu Obama, "uma vez que algumas dessas cúpulas são convocadas porque a Assembleia Geral nem sempre funciona de modo tão rápido ou efetivo como seria preciso". Para ele, uma nova organização "não vai funcionar se continentes inteiros, como a África ou a América Latina (sic), não estiverem adequadamente representados", disse.
CRISE
Outro entendimento dos líderes é que não se pode relaxar no controle da crise. "Embora nossos mercados estejam melhorando e parecemos ter evitado um colapso global, sabemos que muitas pessoas ainda estão com dificuldades", disse Obama.Os países concordaram que é muito cedo para retirar os estímulos econômicos. "A completa recuperação ainda está muito distante", afirmou.
Mas Obama reconheceu que os líderes não concordaram em todas as questões e retomarão as negociações no encontro do G-20 em setembro, em Pittsburgh, nos EUA.
Estadão- ECONOMIA & NEGÓCIO - 11/07/ 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

China, Brasil e Rússia pedem nova cesta de moedas no G-8

08/07/09 - 00:00 >
PanoramaBrasil com agências internacionais
ROMA - China, Rússia e Brasil vão usar a cúpula do Grupo dos Oito (G-8, os sete países mais ricos do mundo e a Rússia) que começa hoje na Itália e dura três dias para defender sua visão de que o mundo precisa começar a procurar uma nova moeda de reserva global como alternativa ao dólar.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que está bastante interessado em explorar "a possibilidade de novas relações comerciais não dependentes do dólar" e a Índia também se colocou aberta à discussão.
Alemanha, França e Canadá, no entanto, descartaram um debate detalhado sobre moeda global na cúpula. Uma fonte do gabinete do presidente francês Nicolas Sarkozy, disse que o G-8 "não é de maneira geral o fórum para discussão de taxas de câmbio".O ministro de Finanças da Alemanha, Peer Steinbrueck, afirmou na segunda-feira que o dólar tende a continuar como moeda de reserva global, mas que o iuane e o euro devem ganhar importância aos poucos.
O debate é bastante delicado nos mercados financeiros, que se preocupam com os valores de ativos norte-americanos. China e outros países, apesar de insistirem na discussão, agem com cautela para não derrubar o dólar e Lula disse que a moeda será vital "por décadas".
A China, que detém até 70% de suas reservas de US$ 1,95 trilhão em moeda norte-americana, ressalta que o dólar ainda é a mais importante moeda de reserva. Mas o país acredita que uma confiança exagerada no dólar potencializou a crise financeira e vê o Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI), baseado em uma cesta de moedas, como alternativa viável para o futuro.
No entanto, não é só a cesta de moedas que será tema das reuniões do G-8. Na pauta do encontro também estão desafios como a busca de soluções para a crise econômica global, a luta contra a mudança climática e a garantia de segurança alimentar.
A presidência italiana do G-8 convocou os membros do Grupo dos Cinco (G-5 - China, Índia, Brasil, México e África do Sul) e outros 14 países, além dos membros do grupo: Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Canadá, Rússia e Itália para participar da reunião.
Esses países se reúnem em um momento de instabilidade internacional, com distúrbios no Irã, China e Honduras e uma escalada da tensão por parte da Coreia do Norte, que realizou vários testes de mísseis recentemente.
A Itália elaborou junto à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) 12 pontos para emendar as regras da economia global, como a luta contra o protecionismo e o estabelecimento de regras transparentes para o sistema financeiro.
Além disso, vários líderes europeus, entre eles o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, pediram objetivos em médio prazo para lutar contra as mudanças climáticas.
Na segunda-feira, o G-8 destinou US$ 12 bilhões para o desenvolvimento agrícola em um prazo de três anos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA), organização internacional que se encarrega das emergências alimentícias ao redor do mundo, elogiou o interesse mostrado pelo grupo sobre segurança alimentar.
Desorganização
A cúpula do G-8 da Itália é rodeada por uma organização caótica, tanto no conteúdo, quanto nos preparativos da sede em L'Aquila.A imprensa inglesa informou que, durante a preparação da cúpula, os EUA tiveram que tomar as iniciativas das negociações prévias, diante da inoperância da presidência italiana.
Em princípio, a cúpula seria realizada em uma ilha na Sardenha, mas o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, decidiu transferi-la para L'Aquila, a cidade que foi devastada no dia 6 de abril por um terremoto que matou 299 pessoas.
A possibilidade de um novo terremoto provocou inquietação no governo italiano e vários meios de comunicação italianos informaram que um tremor superior aos quatro graus na escala Richter foi registrado na região e a cúpula poderia ser transferida para Roma ou ser suspensa. Além disso, há a incerteza sobre o poder do grupo para tomar decisões.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu que os temas econômicos deveriam ser tratador com o Grupo dos 20 (G-20) e Berlusconi afirmou que um G-14 seria mais adequado.O último dia da cúpula será dedicado aos efeitos da crise na África e à segurança alimentar, na qual participarão todos os países convidados, além de várias organizações internacionais como o Banco Mundial (BM) ou o Fundo Monetário Internacional (FMI).
DCI- 08/07/09 - INTERNACIONAL

terça-feira, 7 de julho de 2009

Em nova encíclica, papa propõe "autoridade mundial" na economia

Efeitos da crise
Reuters/Brasil Online
CIDADE DO VATICANO - O papa Bento XVI pediu nesta terça-feira que uma "autoridade política mundial" ordene a economia mundial e que haja maior regulação governamental das economias nacionais para tirar o mundo da atual crise e evitar que ela se repita.

O chamado do papa para que se repense o modo como a economia mundial é conduzida foi feito em uma nova encíclica, que tratou de algumas questões sociais, mas cujo principal fio condutor é o modo como a atual crise afetou países ricos e pobres.

Denominada "A Caridade na Verdade", a encíclica tem partes que parecem prestes a incomodar os conservadores por causa de sua rejeição subliminar do capitalismo desenfreado e das forças de mercado sem regulamentação, que ele disse que conduziram à violação "perfeitamente destrutiva" do sistema.
Em vários trechos da encíclica Bento 16 deixa claro que tem grandes reservas em relação ao mercado totalmente livre.
''A convicção de que a economia deve ser autônoma, de que deve ser preservada de 'influências' de caráter moral conduziu o homem a fazer mau uso do processo econômico de uma maneira destrutiva'' - afirmou o papa na encíclica.
O papa afirmou que toda decisão econômica tem uma consequência moral e pediu "formas de redistribuição" da riqueza supervisionadas por governos para ajudar os mais afetados pelas crises.
Bento XVI escreveu ainda que "há uma necessidade urgente de uma autoridade política verdadeira no mundo", cuja tarefa seria "ordenar a economia mundial; reavivar economias atingidas pela crise; evitar qualquer deterioração da crise atual e os desequilíbrios maiores que resultariam dela".
Tal autoridade deveria ser "regulamentada por lei" e "teria de ser reconhecida universalmente e ser investida de poder efetivo para garantir segurança a todos, consideração pela justiça e respeito pelos direitos."
''Obviamente teria de possuir a autoridade de garantir o cumprimento de suas decisões por todas as partes, e também o cumprimento das medidas coordenadas adotadas em vários fóruns internacionais''- disse.
''A Organização das Nações Unidas (ONU), instituições econômicas e as finanças internacionais, todos têm de ser reformados "mesmo em meio a uma recessão mundial", afirmou o papa na encíclica, um livreto de 141 páginas.
Uma encíclica é a mais elevada forma de documentos papais, pela qual se apresenta a mais clara indicação ao 1,1 bilhão de católicos do mundo, bem como às pessoas de outras religiões, sobre o que o pontífice e o Vaticano pensam sobre determinadas questões morais e sociais.
A nova encíclica é dirigida aos católicos e também a "todas as pessoas de boa vontade". Foi divulgada na véspera da cúpula do G8, na Itália, e também três dias antes de o papa discutir a desaceleração mundial como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A encíclica foi divulgada um dia antes da abertura, na cidade de L'Aquila, na Itália, da cúpula do G8, que reúne os líderes dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, e onde a crise econômica deve ser o principal tema de discussões.
Publicada em 07/07/2009

Inovação ganha espaço na construção civil

Agência Estado
SÃO PAULO - Ao que tudo indica, a crise no setor de construção civil está mesmo chegando ao fim. Reunidos na Rodada de Negócios da Construção Civil, realizada pelo Sebrae-PR em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), empresários de construtoras e dos mais diversos tipos de fornecimento de produtos e serviços ligados à construção de empreendimentos imobiliários estão investindo na retomada do setor, prevista para todo o segundo semestre de 2009.

Prova disso é que o evento, realizado nos últimos dias 30 de junho e 1º de julho, contou com a participação de 18 construtoras e de mais de 80 fornecedores.

Responsável pelo departamento comercial da construtora Raphael Pocai, que está entrando no mercado paranaense este ano, Renata Passos afirma que o momento é de segurança para os investidores. "No momento crítico da crise, trabalhamos na construção. Acreditamos que o consumidor está eufórico para começar a comprar imóveis", disse ela. "A realização da Rodada de Negócios neste momento do ano foi estratégica, porque o evento estimula a troca de contatos entre construtoras e empresas fornecedoras de produtos e de serviços, num momento em que o governo dá oportunidades e alternativas aos empresários do setor", concluiu.
DCI-07/07/09 - CONSTRUÇÃO

Exportação de café bate recorde

NOTAS

São Paulo - As exportações de café no período julho de 2008

a junho deste ano atingiram recordes, com 31.380.505 de sacas vendidas e receita cambial de US$ 4.645.557. Na análise dos resultados do período também surgem números positivos: o País exportou no último mês 2.335.915 de sacas, para uma receita de US$ 316.300. O volume é 26,8% maior que o vendido em junho de 2008 (1.841.671 de sacas) e 4,4% superior à receita do mesmo mês em 2008 (US$ 303.003). O balanço aponta Europa, América do Norte e Ásia como os principais mercados do Brasil.

DCI- 07/07/09

Empréstimos com recursos do FAT terão juros menores

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou hoje uma resolução que reduz as taxas de juros para empréstimos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A taxa mais alta, que hoje é de 0,9% ao mês, vai passar para 0,69% ao mês. Com isso, os juros ao ano vão baixar de 11,30% para 8,65%.
Segundo a resolução, os bancos que disponibilizam essas linhas de crédito, no caso, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, terão 90 dias para se adequar às novas normas.
VALOR ONLINE - 07/07/09

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Política fiscal foi a principal arma anticrise na América

Patrícia Acioli / karina nappi

SÃO PAULO - Relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal)mostra que, dos 37 países das Américas, a principal resposta à crise financeira mundial ficou concentrada (60%) em medidas de política fiscal, com destaque para diminuição de impostos,aumento de subsídios e benefícios tributários e ampliação de gastos públicos.

“Essa crise se caracteriza pela reação em fases. A primeira delas foi a provisão da liquidez”, disse Renato Baumann, presidente da Cepal no Brasil. No momento seguinte, Baumann explica que o centro das atenções passou a ser o estímulo à atividade econômica. “Foram implantadas medidas como a redução, por exemplo, a decisão do governo brasileiro de reduzir o Impostos sobre Produtos Industrializados [IPI]”, contou. Paralelamente, o governo entrou na geração de demanda uma forma de evitar o desemprego. “Houve clara opção por fechar os olhos para a política fiscal e privilegiar a atividade econômica.

”Por outro lado, houve uma onda protecionista quando o assunto é comércio exterior. Para Baumann, “o Mercosul é um bloco sem movimento conjunto, provavelmente pela perspectiva futura de concorrência no mercado asiático.Podemos perceber que a China avança como potência mundial, um dos principais motivos é que ela tem consolidados, com o bloco asiático,vínculos comerciais fortes”.

De modo geral, o relatório demonstra que todos os países tiveram uma preocupação com relação à política monetária interna, visto que o crédito para exportações e importações está cada vez mais escasso em todo o mundo.

DCI-06/07/09 -POLÍTICA ECONÔMICA

Queda forte é ameaça ao dólar no longo prazo

Eduardo Puccioni
SÃO PAULO - A cotação do dólar está ameaçada de sofrer, no médioe longo prazo, forte queda em relação ao real, principalmente por conta da intenção de países emergentes de diversificar suas reservas internacionais, acabando com a exclusividade da moeda norte-americana. Depois de Brasil, China e Rússia, foi a vez da Índia, na sexta-feira, de afirmar que pretende adotar outras moedas para compor suas reservas de US$ 264 bilhões. Relatório do Standard Bank, em Londres, projeta o dólar a R$ 1,70 ao final de setembro. Ontem o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, disse que autoridades dos EUA devem agir e apoiar a valorização do dólar.
DCI-06/07/09 FINANÇAS

Moody's coloca nota de crédito do Brasil em revisão

A agência de classificação de risco de crédito Moody's Investors Service colocou em revisão para possível elevação os ratings Ba1 de dívida em moeda local e estrangeira do governo do Brasil. A revisão, segundo comunicado da Moody's, foi motivada pela confirmação de uma maior resistência da economia a choques. Se a Moody´s elevar a nota do Brasil, o país passará a ser considerado grau de investimento também por esta agência. A Moody´s é a única entre as três grandes agências classificadoras de risco que ainda não conferiu o "investment grade" ao Brasil.
Em 29 de maio do ano passado, a Fitch Ratings elevou o rating brasileiro de BB+ para BBB-, grau de investimento. A Standard & Poor´s, por sua vez, foi a primeira entre as três maiores agências de rating do mundo a conceder o grau de investimento ao País, ao elevar, no dia 30 de abril de 2008, a nota brasileira de BB+ para BBB-.
A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos. A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação. Parte deles é mais exigente, aplicando apenas em países que são considerados "grau de investimento" por ao menos duas das três grandes agências.
Fonte: Agência Estado

domingo, 5 de julho de 2009

Crédito do Banco do Brasil para safra é 30% maior e vai a R$ 39, 5 bi

PanoramaBrasil

BRASÍLIA - O Banco do Brasil vai destinar R$ 39,5 bilhões para operações de crédito rural na safra agrícola 2009/2010, volume 30% superior em relação ao que foi destinado na safra passada. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente de Agronegócios, Luís Carlos Guedes Pinto. Ele disse que, desse volume, R$ 9,4 bilhões serão destinados à agricultura familiar e R$ 30,1 bilhões para atender os demais produtores e suas cooperativas.

Recentemente o governo federal anunciou que destinará R$ 107,5 bilhões ao setor por meio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2009-2010, um aumento de 37% em relação a safra anterior. O objetivo é garantir renda ao produtor e estimular o crescimento sustentável.

Além da ampliação do volume de recursos, o programa dobra o limite de renda do produtor que pode ter acesso ao crédito. A partir deste semestre, o agricultor com renda bruta anual de até R$ 500 mil está apto a buscar o financiamento. Já os limites de crédito, que envolvem recursos para custeio, investimento, comercialização e aquisição de máquinas e equipamentos, subiram de R$ 150 mil para R$ 250 mil.

As agências do Banco do Brasil já estão operando a contratação das linhas de crédito rural e Pronaf do Plano Safra 2009/2010. Os recursos autorizados para desembolso em julho são da ordem de R$ 2 bilhões. A efetivação dos desembolsos vai depender da demanda apresentada pelo setor, da análise de crédito, do retorno dos recursos emprestados em anos anteriores e do comportamento dos depósitos à vista e da poupança rural no ano-safra.

Do total emprestado na safra 2008/2009, o montante de R$ 30,5 bilhões, foram destinados R$ 7,5 bilhões para a agricultura familiar e R$ 23 bilhões para os demais produtores e suas cooperativas. Esses valores correspondem a 30% de incremento sobre a safra 2007/2008, dos quais 23% referem-se à agricultura familiar e 32% aos demais produtores e suas cooperativas.

Cooperativas

A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e o Banco do Brasil assinaram ontem um Protocolo de Intenções visando à implementação de ações conjuntas para o desenvolvimento das cooperativas agropecuárias brasileiras.

A ideia é viabilizar projetos integrados de capacitação e promoção para a utilização de instrumentos de proteção da produção, preço e moeda pelas cooperativas. A assinatura do Protocolo ocorreu após sessão solene em Brasília.O Banco do Brasil anunciou ontem que vai destinar R$ 39,5 bilhões a operações de crédito rural na safra agrícola 2009/2010, volume 30% superior ao que foi destinado na safra passada.

DCI- AGRONEGÓCIO - 03/07/09

Ipea aponta BC como um dos responsáveis pela recessão

Agência Estado
SÃO PAULO - A política monetária do Banco Central (BC) também é responsável pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, avalia o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica aplicada) em relatório divulgado ontem.
"A queda do PIB no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009 é um impacto da crise financeira, mas é também resultado da política monetária implementada pelo BC, no início do ano passado", afirmou o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú.
"Quando a taxa de juros é elevada, espera-se que entre seis e nove meses ela tenha impacto sobre o ritmo de crescimento", disse Sicsú, chamando atenção para o fato de o BC ter aumentado a Selic em abril do ano passado, o que produziria reflexo na economia entre outubro e janeiro.
Em abril de 2008, a taxa subiu de 11,25% ao ano para 11,75%. Depois disso, houve mais três elevações nos juros, até alcançarem 13,75% ao ano em setembro. Em janeiro, o BC passou a cortar a taxa até ela chegar aos atuais 9,25% ao ano, a menor da história.
Sicsú informou também que o Ipea vai anunciar em julho uma nova previsão para o crescimento do PIB em 2009. Em março, a instituição havia projetado alta entre 1,5% e 2% neste ano. O diretor adiantou apenas que a nova estimativa ainda é de desempenho positivo do PIB.
O setor de serviços, que está com uma rentabilidade elevada e pressiona a inflação, tem condições de pagar mais impostos e direcionar esse recurso para a indústria, cuja rentabilidade está deteriorada, avalia Roberto Messenberg, coordenador do Grupo de Análise e Previsões, do Ipea.Messenberg alerta, ainda, que o setor de serviços, apesar de corresponder a 55% do Produto Interno Bruto (PIB), gera menos receita para o governo do que indústria, segmento que tem participação de apenas 23% no PIB."
Temos que nos preocupar com a indústria. O resto está indo. A balança comercial vai crescer, o consumo vai se manter, só que vamos crescer com base no setor de serviços, enquanto a industria vai se tornar cada vez mais problemática para efeito de expansão da economia brasileira", analisa Messenberg.
Ele ressalta que, em situações como a que a indústria vive hoje, surgem normalmente propostas para desvalorizar o real. No entanto, no atual momento, isso pode gerar inflação. "Se você desvaloriza o câmbio, isso vai se repassar para preços, sendo que a inflação de serviços já está muito acima da inflação na economia."
DCI-03/07/09 POLÍTICA ECONÔMICA

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Infraestrutura e indústria impulsionam financiamentos

Agência Brasil

RIO DE JANEIRO - Os desembolsos efetuados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos últimos 12 meses, até maio, totalizaram R$ 90,27 bilhões, o que representa crescimento de 16% sobre igual período anterior. Entre janeiro e maio deste ano, os desembolsos atingiram R$ 32,7 bilhões, incluindo as operações de mercado, mostrando estabilidade em relação a igual período de 2008.

Infraestrutura e indústria foram os setores que mais receberam financiamento do BNDES este ano, até maio. Os dois setores alcançaram R$ 13,10 bilhões e R$ 12,49 bilhões, respectivamente. O chefe do Departamento de Orçamento do BNDES, Gabriel Visconti, destacou que, historicamente, o banco sempre teve a indústria como o seu carro-chefe.

“Mas, nos últimos anos, os desembolsos para a área de infraestrutura cresceram muito por conta do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC] e também por conta da ênfase que o governo vem dando aos investimentos em infraestrutura. E o BNDES, como uma das principais instituições de financiamento de longo prazo, está participando de todos os grandes projetos do país”, afirmou.

A Região Sudeste seguiu liderando os desembolsos por regiões brasileiras, respondendo por R$ 15,36 bilhões, o equivalente a 48% do total liberado nos cinco primeiros meses do ano. O mesmo ocorreu em relação aos 12 meses encerrados em maio, quando o Sudeste ficou com algo perto de R$ 50 bilhões.

Visconti observou, porém, que o Norte foi a região de maior crescimento de desembolsos do BNDES nos últimos 12 meses. O aumento registrado atingiu 41%. “Ainda que a Região Sudeste seja a mais representativa, a Região Norte é que teve um crescimento, comparativo em 12 meses, mais significativo”.

O desempenho divulgado nesta quinta-feira (2) pelo BNDES destaca as consultas para novos investimentos, que evoluíram 40% nos cinco primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 91,30 bilhões.

“As consultas, que demonstram a intenção de investimento das empresas na economia, cresceram bastante, o que é um indicador interessante, se nós imaginarmos que começamos a atravessar um período de recuperação”, avaliou o economista.

DCI- 02/07/09 BANCOS

Dólar acompanha reação externa e sobe para R$ 1,952

O dólar comercial devolveu parte da baixa de 1,78% ontem e subiu 1,19% hoje, fechando as negociações no mercado interbancário de câmbio cotado a R$ 1,952. No mês, registra um recuo de 0,61% e no acumulado do ano, queda de 16,40%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar de liquidação à vista subiu 1,14% para R$ 1,951. A aversão ao risco no mercado externo ditou as regras dos negócios locais de câmbio e o dólar subiu por conta disso.
Os dados de desemprego nos Estados Unidos e na Europa piores do que o esperado reacenderam os temores com o processo de recuperação da demanda e da economia dos países desenvolvidos, justificou um gerente de mesa de câmbio de uma corretora em São Paulo. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) foi cauteloso e manteve a taxa de juros da zona do euro (16 países que compartilham a moeda) no piso histórico de 1% ao ano, reforçando a avaliação no mercado de que os juros seguirão baixos na região por um período prolongado. Por precaução, os investidores reduziram posições em ações e commodities e migraram para o dólar e os títulos do Tesouro americano. No mercado global de moedas, o dólar só perdeu valor para o iene.
No mercado de câmbio doméstico, o Banco Central realizou leilão de compra de dólares à tarde, no qual fixou taxa de corte das propostas em R$ 1,9525. Desde 8 de maio, o BC está fazendo intervenções diárias no câmbio, adquirindo dólares, que vão para as reservas internacionais do País. De acordo com dados do BC divulgados ontem à noite, as reservas internacionais subiram US$ 858 milhões na terça-feira, totalizando US$ 208,425 bilhões no conceito de liquidez internacional
Fonte: Agência Estado

IBGE: IPI reduzido estimulou produção de bens duráveis

O crescimento na produção de bens de consumo duráveis (3,8%) acima da média da indústria (1,3%) em maio ante abril confirma a importância do mercado interno na recuperação do setor industrial, após a derrocada provocada pela crise internacional, observou hoje a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes. Segundo ela, a desoneração de impostos e as promoções de produtos reduziram os estoques de bens duráveis e elevaram a produção.
O governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis em dezembro do ano passado e a medida prosseguirá em vigor até o fim de setembro e, a partir de outubro, a alíquota volta a subir gradualmente, até janeiro do ano que vem. No caso dos eletrodomésticos, a redução do imposto passou a vigorar na segunda quinzena de abril e também prosseguirá até o início do quarto trimestre de 2009.
Na comparação de maio ante mês anterior, a produção de automóveis cresceu 3,6% e representou a maior influência positiva para a produção de veículos automotores (inclui automóveis, caminhões, autopeças) no período, que cresceu 2% e representou o segundo maior impacto de crescimento da produção total da indústria nessa base de comparação.
Para os eletrodomésticos não há dados contabilizados ante mês anterior, mas os produtos de linha branca (geladeira, fogão e máquina de lavar) que foram os beneficiados pela redução do IPI registraram alta de 0,9% ante maio do ano passado, a primeira taxa positiva nessa base de comparação apurada desde setembro de 2008, último mês de crescimento acelerado da indústria antes dos efeitos da crise. Na comparação com maio do ano passado, a produção de automóveis prosseguiu em queda (-8,5%).
Fonte: Agência Estado

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ásia foi principal destino de exportações no 1º semestre

BRASÍLIA -
A Ásia foi o principal bloco de comércio do Brasil no primeiro semestre do ano, para onde as exportações cresceram 15,8%, puxadas por um aumento de 42,3% nas vendas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, as vendas caíram para todos os demais blocos, em relação a janeiro/junho de 2008.
A China consolidou-se como o primeiro parceiro comercial do Brasil, respondendo por 14,9% das exportações totais. O país asiático tomou o lugar histórico dos EUA, que ficaram com uma fatia de 10,4%. As vendas aos americanos caíram 43,3% na mesma base de comparação, mas os EUA ainda são nossos principais fornecedores, representando 17,5% das importações totais.
O secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, destacou que o saldo da balança comercial do primeiro semestre, de US$ 13,987 bilhões, ficou 23,8% acima dos US$ 11,3 bilhões do mesmo intervalo do ano passado.
Somente em junho, o superávit comercial foi de US$ 4,625 bilhões, o melhor resultado mensal desde dezembro de 2006 (US$ 5 bilhões). A meta de Barral para as exportações continua em US$ 160 bilhões para 2009.
Ele destacou que o resultado do semestre foi beneficiado por uma queda mais acentuada das importações, cujo recuo foi de 28,9% na comparação com o primeiro semestre de 2008, para US$ 55,965 bilhões. Já as exportações recuaram 22,2%, para US$ 69,952 bilhões.
A queda maior nas importações ocorreu em bens intermediários, com retração de 37%, principalmente em produtos minerais e insumos agrícolas. Do lado das vendas ao exterior, os básicos surpreenderam, lembrou Barral, pois não se confirmou o cenário mais negativo que se temia para as commodities, na fase mais aguda da crise global ao fim de 2008.
"Algumas commodities apresentaram até aumento de preços e de quantidade" nas exportações, disse ele, citando o cobre (alta de 775,1% no valor e 933% na quantidade exportada no semestre), o alumínio e a soja.
Barral admitiu que a retração de 30,6% nas exportações de manufaturados, no mesmo período, "foi muito alta", mas disse que "há recuperação de vários itens em relação ao desempenho recorde de 2008". Entre os exemplos, ele destaca os ônibus, cujas vendas externas subiram 242,5% no semestre, e 49,4% em junho sobre o mesmo mês de 2008.
Azelma Rodrigues / Valor Online

Balança comercial tem saldo de US$ 13,987 bilhões no primeiro semestre

Valor representa crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado
A balança comercial do primeiro semestre de 2009 apresentou um superávit (diferença entre os valores exportados e importados) de US$ 13,987 bilhões (média diária de US$ 114,6 milhões). Em valores, o número é 23,8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o saldo comercial semestral ficou em US$ 11,301 bilhões. De janeiro a junho deste ano, as exportações ficaram em US$ 69,952 bilhões (média diária de US$ 573,4 milhões) e as importações chegaram a US$ 55,965 bilhões (média diária de US$ 458,7 milhões).
No acumulado do mês de junho, com 21 dias úteis, a balança comercial ficou superavitária em US$ 4,625 bilhões, com média diária de US$ 220,2 milhões. O valor mensal é o maior desde dezembro de 2006, quando a balança apresentou superávit de US$ 5,052 bilhões. Comparado com junho de 2008, quando o saldo foi de US$ 2,728 bilhões, houve um crescimento de 69,5% pela média diária.
A corrente de comércio do mês de junho ficou em US$ 24,311 bilhões (média diária de US$ 1,158 bilhão). As exportações ficaram em US$ 14,468 bilhões (média diária de US$ 689 milhões) e as importações atingiram o montante de US$ 9,843 bilhões (média diária 468,7 milhões).
Quarta e quinta semanas
A balança comercial da quarta semana de junho de 2009 (dos dias 22 a 28), com cinco dias úteis, apresentou um superávit de US$ 1,249 bilhão (média diária de US$ 249,8 milhões). A corrente de comércio no período foi de US$ 6,247 bilhões (média diária de US$ 1,249 bilhão).
Os valores resultam de exportações de US$ 3,748 bilhões (média diária de US$ 749,6 milhões) e importações de US$ 2,499 bilhões (média diária de US$ 499,8 milhões). A quinta e última semana de junho (dos dias 29 a 30), com dois dias úteis, apresentou saldo de US$ 300 milhões (média diária de US$ 150 milhões).
O número é conseqüência de exportações de US$ 1,243 bilhão (média diária de US$ 621,5 milhões) e importações de US$ 943 milhões (média diária de US$ 471,5 milhões).
A corrente de comércio no período foi de US$ 2,186 bilhões (média diária de US$ 1,093 bilhão). Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgará no site http://www.mdic.gov.br/ o detalhamento das informações sobre as exportações e importações brasileiras do primeiro semestre de 2009.
Fonte- APEX Brasil- 01/07/2009
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