sábado, 18 de julho de 2009

Nova moeda é viável, mas processo será lento, dizem analistas

Economistas argumentam que proposta precisa de grande articulação dos países e, mesmo assim, vai levar tempo

Giuliana Vallone, do estadao.com.br

SÃO PAULO - A proposta de criar uma nova moeda de reserva mundial para substituir o dólar vai enfrentar grandes dificuldades de implementação, dizem economistas. Para eles, a mudança exigiria um grau de articulação altíssimo, ou um processo muito lento de substituição da moeda norte-americana por outra nas transações comerciais.

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O dólar passou a ser referência em todo o mundo ainda na primeira metade do século XX, quando o padrão-ouro, adotado até então, fracassou. Até o início da Primeira Guerra Mundial, as instituições financeiras de cada país adotavam uma taxa fixa para suas moedas em relação ao outro. As negociações comerciais eram feitas respeitando esse preço fixo, impedindo que alguns países mexessem em sua taxa de câmbio para aumentar suas exportações e reverter déficits comerciais, e, assim, garantindo a estabilidade da economia.

Comércio em moeda local com a Argentina ainda é modesto

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A declaração final da cúpula dos Brics - Brasil, Rússia, Índia e China -, em junho, não faz referências explícitas ao tema da substituição do dólar no comércio mundial. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz - repetidas vezes. À uma revista chinesa, em maio, disse que "é absurdo que duas nações comerciais importantes continuem a fazer comércio na moeda de um terceiro país". Neste mês, em Áquila, na Itália, divulgou o empenho brasileiro em adotar programas de comércio em moeda local com China, Índia e os vizinhos sul-americanos.
As maires reservas internacionais ao redor do mundo

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As reservas internacionais de um país representam o total de moeda estrangeira (principalmente dólares, no caso brasileiro) mantido pelo Banco Central, disponível para uso imediato. A maioria desses recursos fica aplicada em títulos da dívida de outros países.

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