segunda-feira, 29 de junho de 2009

Banco do Brasil vai oferecer cartão para microempresário

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Banco do Brasil (BB) vai prestar atendimento diferenciado ao empreendedor individual. Segundo o BB, ao formalizar seu negócio, o empreendedor poderá abrir uma conta corrente de pessoa jurídica, passando a ter acesso a produtos e serviços próprios para empresas, principalmente crédito com recursos oriundos de programas governamentais, como do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
As necessidades de capital de giro serão atendidas por linha compartilhada com cartão de crédito. A linha permitirá ao empreendedor fazer compras com cartão e financiar a fatura em até 18 meses, com taxa de juros a partir de 2,09% ao mês. O limite de crédito, que varia de R$ 1 mil a R$ 2 mil, dependerá do faturamento anual do empreendedor e das informações de seu cadastro.
O atendimento aos empreendedores individuais será feito por toda a rede do Banco do Brasil, incluindo os canais eletrônicos e alternativos: rede de correspondentes BB (cerca de 9 mil pontos de atendimento), terminais de auto atendimento (mais de 40 mil), Gerenciador Financeiro (portal bb.com.br nas versões web e celular) e Central de Atendimento BB, que dispõe de atendimento humano e eletrônico.
A partir de 1º de julho, o autônomo poderá acessar o Portal do BB na internet pelo endereço www.bb.com.br/mpe, para esclarecer dúvidas sobre a nova lei e conhecer os produtos e serviços disponíveis. Em agosto, o Banco do Brasil, em conjunto com entidades parceiras, realizará, em aproximadamente 300 municípios, a terceira edição do Mutirão da Cidadania Empresarial, com foco no apoio formalização do empreendedor individual.
Segundo o BB, com a nova lei, o trabalhador autônomo que atua na economia informal e fatura até R$ 36 mil por ano pode formalizar-se. Podem aderir ao novo regime manicures, cabeleireiros, pipoqueiros, vendedores de churros, de cachorro-quente, camelôs, eletricistas, encanadores, borracheiros e costureiras, entre 200 ocupações.
A formalização será feita exclusivamente pela internet no Portal do Empreendedor, pelo endereço www.portaldoempreendedor.gov.br, em cerca de 30 minutos.
O novo regime tem carga tributária reduzida: R$ 51,15 para Previdência Social, R$ 1,00 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), se a atividade for comércio ou indústria, e R$ 5,00 de ISS (Imposto Sobre Serviços), para serviços.
Havendo a contratação de, no máximo, um empregado, o empresário deverá reter ainda 8% do salário pago e recolher mais 3% ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do trabalhador.
DCI- Bancos 29/06/09 -

Municípios recebem 7,7% a menos no primeiro semestre

Agência Brasil
BRASÍLIA - O Tesouro Nacional repassa, nesta terça-feira (30), R$ 768,73 milhões ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), já descontada a retenção de R$ 192,19 milhões para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) juntamente com balanço dos repasses da União para o FPM no primeiro semestre do ano. De acordo com cálculos da CNM, o total de repasses somou R$ 24,4 bilhões, contra R$ 24,9 bilhões no primeiro semestre do ano passado.
Houve, portanto, a redução de 2,10% em termos nominais, equivalentes a R$ 524,06 milhões. Mas, descontada a inflação do período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a perda sobe para 7,7%.
A CNM admite, contudo, que os três repasses deste mês, no total de R$ 4 bilhões, representam um crescimento nominal de 5,06% comparado a junho de 2008, e reconhece, sem citar números, que houve aumentos menores também nos meses de janeiro e maio.
A entidade representativa dos municípios registrou uma “diminuição brusca” dos repasses nos meses de fevereiro, março e abril. Antes, portanto, do compromisso público do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que apesar da queda na arrecadação federal os municípios receberiam ao todo, neste ano, pelo menos o mesmo valor do ano passado, quando somou R$ 58 bilhões.
DCI- Estados e Municipios- 29/06/09

domingo, 28 de junho de 2009

Crise afeta os mais ricos e classe C já reage

A crise econômica global atingiu em cheio o bolso dos brasileiros mais ricos. De janeiro a abril deste ano, a renda média (individual) das pessoas das classes A e B nas seis principais regiões metropolitanas caiu 8,7% em termos reais (descontada a inflação), ante igual período de 2008, de R$ 2.637 para R$ 2.407. Em 2008, a renda das classes A e B já havia caído 7,01% ante 2007. Na visão do economista Marcelo Neri, que calculou esses números, a queda em 2008 deve ter sido influenciada pelos meses após a crise global, iniciada em setembro do ano passado.
A boa notícia, nesse levantamento feito por Neri, que chefia o Centro de Política Social (CPS) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é que a classe C, muito atingida em janeiro, se recuperou. Um estudo anterior de Neri mostrava que, apenas em janeiro, a classe C tinha perdido para as classes D e E 11% de todo o seu crescimento em tamanho no governo Lula.
Os novos números fazem parte de um estudo de natureza diferente, que revela o salário médio por classe, e não o tamanho de cada uma. O cálculo do novo estudo também toma por base a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Recife.
O trabalho mostra que a renda média das pessoas de classe C cresceu 3,9% de janeiro a abril deste ano, comparada com os mesmos meses de 2008, subindo de R$ 625 para R$ 649. Em 2008, já havia aumentado 6,12%. Coerentemente com esse resultado, a classe C já representava, na última semana de abril, 53,6% da população das seis regiões metropolitanas, após ter caído de 53,81% para 52,64% apenas em janeiro. As classes A e B correspondiam a 13,3% da população metropolitan.
Fonte: Agência Estado

Estoque volta ao normal e indústria mostra recuperação

ECONOMIA

São Paulo- O ajuste dos estoques acumulados no auge da crise está praticamente completo nos diversos setores da economia, graças ao consumo doméstico e aos incentivos tributários concedidos pelo governo federal. Livres do fardo, as indústrias vão elevar a produção e voltar a contratar no segundo semestre deste ano, mas em níveis inferiores aos do período anterior à turbulência, por causa das fracas exportações e do recuo dos investimentos.

Dados preliminares de uma sondagem feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que em junho menos de 13% das indústrias estão com estoques considerados excessivos. Esse resultado é igual à média dos últimos dez anos. Em maio, o indicador estava em 14,1%. Em janeiro, o resultado chegou a 21,8%. "A indústria caminha para a normalidade, mas está longe da euforia anterior à crise", disse Jorge Ferreira Braga, responsável pela sondagem da FGV. Apenas 3,5% das indústrias tinham estoques excessivos em setembro de 2008.

Com o problema dos estoques resolvido, os economistas projetam alta entre 5% e 6% para a produção industrial no segundo semestre de 2009, em relação ao primeiro, descontadas as influências sazonais. Mesmo assim, no acumulado do ano, a indústria deve produzir 7% menos que em 2008. O crescimento só voltará a ser expressivo em 2010, favorecido também pela base de comparação fraca. "Quando o ajuste de estoques é forte, a recuperação ocorre por saltos. Com a mesma demanda, teremos mais produção na segunda metade do ano", disse Fernando Montero, economista-chefe da Corretora Convenção. ?A demanda brasileira está limpando os estoques. A resistência do varejo deve fazer o Brasil sair antes da crise?, disse Júlio Callegari, economista do JPMor.

Fonte: Agência Estado

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O aperto no crédito é maior para varejistas

Danielle FonsecaJosé Guerra
São paulo - apesar de registrar alta nas operações de crédito do sistema financeiro nacional (sfn) em maio, de 0,8% ante o mês anterior, para um estoque de r$ 1,259 trilhão, o banco central ainda mostra uma baixa no saldo total para pessoa jurídica, que caiu 0,8%, a r$ 383,193 bilhões. No entanto, analistas apostam em reversão da tendência no segundo semestre, devido, em grande parte, a um aumento da competitividade entre as instituições financeiras.
Para o professor da fundação instituto de pesquisas contábeis, atuariais e financeiras (fipecafi) e diretor do instituto assaf, alexandre assaf, a queda da taxa básica de juros será a principal responsável pelo aumento da concorrência. "quando o governo baixou a selic, os ganhos com operações de tesouraria dos bancos caíram. Para manter a rentabilidade, eles precisam aumentar as operações de crédito." já antevendo essa situação, grande parte dos bancos declarou, em divulgação de resultados do primeiro trimestre, que aumentar operações para pequena e média empresa era o objetivo este ano.
O professor de economia da trevisan escola de negócios, alcides leite, acompanha a linha de raciocínio. "para defender a rentabilidade que possuíam aplicando em títulos do governo, os bancos serão obrigados a buscar ampliar suas operações de crédito", completa.
A taxa básica de juros iniciou o ano a 13,75% ao ano. Depois de quatro cortes, chegou aos atuais 9,25% ao ano. "e essa redução de quatro pontos percentuais é bastante significativa para as instituições", diz assaf. Segundo ele, os bancos primeiro buscaram ampliar sua fatia no crédito consignado, "mais rentável e com menor risco". "com mais crédito à disposição e mais propaganda das instituições, mais gente passou a buscar financiamento. E muitas passaram sua barreira de endividamento.“Segundo o bc, a inadimplência subiu tanto para pessoa jurídica -alta de 0,3 ponto percentual, e chegou a 3,2%- como para pessoa física, que chegou a 8,6%, alta de 0,2 ponto percentual, maior índice já registrado.
Segundo avaliação do chefe do departamento econômico do banco central, altamir lopes, o cheque especial foi principal motivo de aumento para famílias."essa é a modalidade mais cara de crédito [167,8% ao ano, registrados em maio]. Isso evidentemente compromete muito a renda."No caso do cheque especial, a inadimplência subiu, de abril para maio deste ano, de 10% para 10,8%, também a maior taxa da série histórica do bc. A taxa geral de inadimplência passou de 5,2% para 5,5% de abril para maio, a maior desde setembro de 2000, quando estava em 5,7%.
Segundo lopes, o aumento da inadimplência ocorre por conta da redução da oferta de crédito, resultado da crise financeira internacional. Com isso, famílias e empresas tiveram dificuldade de renovar os empréstimos e de honrar os compromissos. Mas, para lopes, a expectativa é de que a inadimplência caia com a recuperação da oferta de crédito.
Os analistas ainda acreditam que o aumento da concorrência entre as instituições é responsável pela queda dos juros e do spread. Segundo o bc, a taxa média caiu 0,7 ponto percentual, a 37,9%. A baixa para empresas foi menor, de 0,3 ponto, a 28,5%, e para indivíduos a queda chegou a 1,5 ponto, a 47,3%.
DCI- Bancos 26/06/09

A negociação de reajustes salariais em meio à crise internacional

Nota Técnica do DIEESE- Departamento Intersindical de Estudo e Estatística Sócio Econômica, traz análise do acompanhamento das negociações salariais através do SAS- Sistema de Acompanhamento de Salários. Segundo os dados apesar da crise internacional cerca de 79% dos acordos firmado em 2009 estão acima do índice de preço. Veja abaixo resumo da nota.
_ "Como parte das ações que visam avançar no entendimento acerca dos impactos da crise internacional no Brasil e, sobretudo, subsidiar o movimento sindical brasileiro em seus processos de negociação coletiva, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apresenta nesta Nota Técnica uma síntese dos reajustes salariais negociados em 2009.
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No transcorrer dos cinco primeiros meses do ano, o SAS-DIEESE (Sistema de Acompanhamento de Salários) analisou o resultado das negociações salariais de 100 categorias de todo o Brasil.
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Uma mudança importante em relação à metodologia de pesquisa merece ser destacada: com o intuito de construir um diagnóstico mais preciso dos impactos da crise na negociação dos reajustes salariais, a opção foi acompanhar em 2009 as mesmas unidades de negociação analisadas em 2008 e, ao longo da análise, considerar somente as negociações com informação de reajustes salariais nos dois anos. Neste estudo serão considerados, portanto, os reajustes salariais de 2008 e 2009 das mesmas 100 unidades de negociação.
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A análise dos reajustes de 2009 revela ligeira melhora diante do ano anterior: se em 2008, 89% das negociações consideradas asseguraram pelo menos a recomposição das perdas ocorridas durante a data-base, em 2009, esse percentual subiu para 96% das negociações. Por conseguinte, o percentual de negociações com reajustes inferiores ao INPC-IBGE2 passou de 11%, em 2008, para 4%, em 2009. No entanto, o percentual de negociações que garantiu reajuste acima do índice de preços permaneceu quase inalterado: 77%, em 2008, e 78%, em 2009."
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Fonte- Dieese- Departamento Intersindical de Estatística Estatistica Sócio Econômica

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Demanda interna por turismo pode ajudar o setor, afirma Ipea

Agência Brasil _ _
BRASÍLIA - A participação do turismo na economia brasileira pode ser maior do que os 2,5% registrados atualmente, apesar dos prejuízos causados pela crise financeira internacional. Basta que o país crie as condições para formar as demandas a partir da parcela considerável da população brasileira que se encontra à margem do mercado turístico. A conclusão é do estudo Crise Mundial e seus Reflexos sobre o Turismo no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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Segundo o estudo, a inserção de novos contingentes populacionais ao mercado turístico exigirá uma presença maior do Estado, no sentido de garantir a sustentabilidade da atividade que tende a ocupar um papel cada vez mais relevante na economia mundial.
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Mas para obter sucesso nessa empreitada, segundo o estusdo, é necessário que, antes, o país invista na expansão e na melhoria da infraestrutura de acesso às cidades. Principalmente com estradas e aeroportos, porque o aumento da competitividade da indústria do turismo está ligado ao processo de desenvolvimento do país, dependendo tanto de sua infraestrutura física como da qualidade da mão de obra utilizada pelo setor.

País ganha banco de exportação na 2ª feira

Patrícia Acioli
_ SÃO PAULOBRASÍLIA - O setor produtivo já admite, a contragosto, não contar com medidas de desoneração no pacote que o governo federal deve anunciar na próxima segunda-feira (29). Sem margem para promover novas renúncias de receita, a equipe econômica alinhava saídas alternativas para enfrentar a crise financeira. Uma delas é a criação do Ex-Im Bank brasileiro, um banco dedicado exclusivamente a financiar exportações e a produção ao mercado exterior.
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No comando da iniciativa está o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que conhece o ressentimento das empresas exportadoras pela falta de uma estrutura adequada de financiamento das exportações, assemelhada a um Ex-Im Bank, e pela perda de produtividade nominal decorrente do câmbio desfavorável.
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Avalia-se que o momento para bancar o projeto do Ex-Im Bank é oportuno, porque além de atacar o problema de falta de crédito para o setor exportados - um dos mais combalidos pela turbulência econômica - sem mexer na estrutura de arrecadação do governo, a proposta encontra apoio no Congresso Nacional. Além disso, nos bastidores da Fazenda, corre que o ministro Guido Mantega haveria avisado que a onda de desonerações havia acabado, que o caminho agora seria atuação em outras frentes. O aviso parece que será seguido.
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A idéia articulada pelo governo, parlamentares e exportadores é que a exemplo do que existe nos Estados Unidos e em países como Japão, Índia e China, o Brasil conte com uma estrutura administrativa, como o Ex-Im Bank. Ou seja, crie uma instituição, que reúna os recursos, as avaliações de risco e as garantias às operações e que ele funcione com um braço forte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
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Atualmente, o exportador brasileiro precisa percorrer uma jornada para obter crédito: primeiro procurar o Banco do Brasil para conseguir financiamento do Programa de Financiamento às Exportações e em seguida, deve recorrer ao Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações, formado por vários ministérios e administrado pelo Tesouro Nacional, para obter seguro.
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Não é a primeira vez, no entanto, que se tenta criar um Ex-Im Bank. No governo Fernando Henrique Cardoso a iniciativa foi anunciada algumas vezes sem obter sucesso. Desta vez, o clima político é mais favorável para que o projeto se realize. O próprio ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia comprado a ideia e dando sinal verde para a medida.
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Durante audiência pública, realizada na Comissão Especial de Acompanhamento da Crise no âmbito da Indústria, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho também se disse preocupado com as limitações institucionais que o BNDES enfrenta para operar efetivamente como um Ex-im bank e manifestou interesse em que se ampliasse o escopo de algum de seus fundos, para que pudesse ser melhor aplicado a micro e pequenas empresas. Se formalizado, o novo banco poderá contar com R$ 2,6 bilhões do Proex e recursos do BNDES.
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Ontem, o presidente Lula esteve com o Miguel Jorge e a articulação política em torno do projeto está avançada. Apesar do Ex-Im bank ser bem visto pelos exportadores, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, reconhece que há espaço para que o governo faça mais. No mês passado, durante audiência pública na Câmara, ele admitiu a necessidade de manter taxa de investimento com a suspensão de IPI, PIS e COFINS para bens de capital e redução do IOF para sobre investimento estrangeiro. Miguel Jorge também destacou a busca por solução para os problemas de acúmulo de créditos tributários - ampliação de possibilidades de compensação automática contra outros encargos; estoque de créditos do ICMS: estudo de medidas de securitização; agilização da restituição para empresas exportadoras de crédito PIS/COFINS -, a ampliação de esquemas de financiamento e comércio em moeda local com países vizinhos, a exemplo do que já ocorre com a Argentina.
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A expectativa é que outras propostas apresentadas pelas Comissões Especiais instaladas na Câmara para acompanhar a crise sejam abraçadas pela equipe econômica. Uma delas diz respeito aos cartões de crédito.O pleito do compartilhamento da máquina, que significa diminuição de custos para o varejo, deverá sair do papel e a Fazenda já analisa uma revisão do teto do Simples Nacional (hoje de R$ 2,4 milhões/ano), e os impactos sobre arrecadação em três cenários distintos: R$ 5 milhões; R$ 4,2 milhões e R$ 3,6 milhões.
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DCI-25/06/09 - POLÍTICA ECONÔMICA

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Obama cita Brasil e Chile como exemplos para a América Latina

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Agência Estado
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WASHINGTON - Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, declarou ontem que o Chile é um exemplo a ser seguido em metas para o desenvolvimento econômico na América Latina, e adiantou que na reunião que terá com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, abordará um tema que também é do interesse chileno, a energia renovável. "O Chile está mostrando o exemplo", disse Obama em coletiva de imprensa minutos antes de receber Bachelet na Casa Branca. "Mas o mesmo é válido para o Brasil", acrescentou o mandatário norte-americano.
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Bachelet é a segunda presidente latino-americana que Obama recebe em seu escritório, após a visita do colega brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, desde que o norte-americano assumiu o cargo, há cinco meses. Na próxima semana, Obama terá uma reunião com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, na Casa Branca.
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Antes de assumir o cargo em janeiro, Obama teve uma reunião em Washington com o presidente mexicano Felipe Calderón. Bachelet, por sua vez, declarou que exortará Obama a não perder a lua-de-mel que ainda existe entre o presidente dos EUA e os mandatários latino-americanos. "Infelizmente, as luas-de-mel duram muito pouco", disse Bachelet. "Este é o momento de construir uma relação firme", acrescentou.Durante a entrevista coletiva, Obama defendeu ainda o trabalho do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, à frente da instituição, mas afirmou que a mesma poderia ter feito mais para evitar a crise financeira.
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Obama opinou que, dadas as circunstâncias da crise, Bernanke fez um "trabalho notável em condições muito difíceis". No entanto, o presidente norte-americano disse que, com base no que se viu nos últimos meses, "todos os reguladores falharam em fazer todo o possível para prevenir a crise".
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Irã
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Obama endureceu ontem o tom ao falar dos acontecimentos recentes no Irã e se declarou "escandalizado e indignado". Criticado até agora pelo que a oposição republicana considera uma resposta muito leve para violência do regime contra os manifestantes que pedem reformas no Irã, Obama aproveitou a coletiva para expressar sua "condenação enérgica às ações injustas" no Irã.
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Ontem, o líder supremo da Revolução iraniana, o aiatolá Ali Khamenei, aceitou prorrogar em cinco dias o prazo para a apresentação de queixas relacionadas às eleições do último dia 12, na qual Mahmoud Ahmadinejad saiu vitorioso.Barack Obama, presidente dos EUA, afirmou que Brasil e Chile são exemplos de desenvolvimento econômico na América Latina.
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DCI-24/06/09 INTERNACIONAL

Exportação terá novo pacote de incentivos

Patrícia Acioliernanda Guimarães
_ SÃO PAULO - O governo federal deve apresentar nos próximos dias medidas para aliviar o setor exportador. Segundo fontes ouvidas pelo DCI há movimentos do Executivo nessa direção e a solução pode ser anunciada junto ao pacote já esperado pelo setor de bens de capital. A principal reivindicação dos exportadores está relacionado a compensação dos créditos acumulados de tributos - IPI, ICMS, PIS e Cofins. A ideia é que o estoque passado de tributos detidos pelo fisco possa ser restituído via transferências para terceiros ou quitação direta de dívidas pelo Tesouro Nacional.
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As vendas para o exterior são imunes de impostos diretos - isto é, a Constituição prevê a não incidência direta. O problema é que indiretamente os exportadores acabam pagando impostos quando não conseguem recuperar créditos, porque foram embutidos nas compras de insumos e mesmo bens de capital. Esses créditos ficam detidos pelos fiscos, o que poderia ser resolvido com mudanças na legislação.
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"Já houve sinalização do governo para que isso aconteça. Deve ser por meio de Medida Provisória", diz Otávio Cançado, diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Pleito antigo do setor, Cançado diz que a crise financeira acelerou as negociações da compensação do crédito presumido do PIS/Cofins. Ele, no entanto, não aposta em transferência para terceiro do crédito. "O setor quer liquidez imediata ao crédito passado", afirma. Cançado acrescenta que a compensação do PIS/Cofins não é benesse, mas impostos gerados.
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Mas há quem duvide que o governo seja capaz de avançar nesse sentido. "Imposto retido e câmbio são alívios para o exportador", destaca Júlio Almeida, diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "A vida do exportador especialmente de manufaturados, diante da dificuldade do quadro externo poderia melhorar", acrescenta. Apesar a necessidade, Almeida não vê o Executivo seguindo este caminho.
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Se as apostas dos bastidores se concretizarem, o governo acertará dois setores afetados pela crise: a indústria e as exportações. Lembrando apenas que o tributos negociados, tanto pelo setor de bens de capital como pelos exportadores, têm um peso expressivo na arrecadação. Em maio, o PIS/Cofins, na receita administrada, representou cerca de 23% do total.
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Para o economista da Tendências Consultoria, Felipe Salto, os espaços fiscais para o governo atuar com não são muitos. No caso específico das ações voltadas aos bens de capital, Salto vê a vantagem de que a medida seria homogênea e estimularia os investimento no setor privado. O economista ressalta que a disposição da equipe econômica de apresentar novas medidas coincide com as chances de escalonar as alíquotas do IPI dos automóveis.
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Produção x exportação
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Estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) mostra que a retração das exportações foi responsável por metade da queda na produção industrial nos seis meses seguintes ao agravamento da crise internacional. No caso da indústria de transformação, o efeito total foi ainda maior, com as vendas ao exterior respondendo por 55% da redução na produção. "Da queda da produção industrial, cerca de 30% é efeito direto do recuo de exportação, e outros 20% de efeitos indiretos causados pela queda", explica Fernando Puga, economista do BNDES.
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"Qual era a grande questão? Entender porque o desempenho da indústria tinhas sido muito pior do que a expectativa, não obstante as vendas para interno não terem caído e a participação das exportações dentro do setor representar apenas 20%", diz.Segundo Puga, foi observado que o peso das exportações era maior do que se pensava em razão do encadeamento entre os setores industriais. Porém, esse encadeamento indica que a recuperação da produção industrial tende a ser rápida em um cenário de retomada das exportações.
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DCI- 24/06/09 POLÍTICA Econômica

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Plano Agrícola tem R$ 5 bi para financiar médio produtor

_ Na safra 2009/2010, o médio produtor brasileiro terá R$ 5 bilhões para financiar a lavoura, 72% a mais do que no ciclo anterior, por meio do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger Rural). Reformulado para permitir que mais agricultores tenham acesso ao crédito com condições facilitadas, o programa faz parte do Plano Agrícola e Pecuário para a próxima safra anunciado, nesta segunda-feira, em Londrina(PR). O Proger também dobra o limite de renda do produtor que pode ter acesso ao crédito. A partir deste semestre, o agricultor com renda bruta anual de até R$ 500 mil está apto a buscar o financiamento. Já os limites de crédito subiram de R$ 150 mil para R$ 250 mil.
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No total, o Plano destina R$ 107,5 bilhões para financiar plantio, colheita, venda e seguro rural na próxima safra, que começa em julho. “O governo entende que a agropecuária é um dos setores que mais contribui para o Brasil sair da crise econômica mundial”, comentou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.
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Cooperativas
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Responsável por quase 40% da produção nacional de grãos, o cooperativismo mereceu destaque no Plano 2009/2010, com R$ 2 bilhões destinados ao Programa de Capitalização das Cooperativas (Procap Agro) – criado para promover a ampliação de capital de giro e a reestruturação da estrutura patrimonial das cooperativas de produção agropecuária, agroindustrial, aquícola e pesqueira. O Procap Agro também permite o aumento do capital de giro associado ou não a um projeto de investimento, além do custeio ou saneamento financeiro. O limite de financiamento é de R$ 25 mil por associado. Já o limite por cooperativa foi estabelecido em R$ 50 milhões. A linha de crédito, com taxas anuais de 6,75%, tem prazo de reembolso de até seis anos.
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Sustentabilidade
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O pioneiro do Plantio Direto na Palha no Brasil, Herbert Arnold Bartz, foi homenageado com a medalha Apolônio Salles, durante o lançamento do Plano Agrícola. Para deter a a erosão, Bartz, em 1972, buscou conhecimento o plantio direto, desenvolvido nos Estados Unidos. Além de aumentar a produtividade e poupar combustível e fertilizantes, a técnica aumenta a matéria orgânica.
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Nesta próxima safra, os produtores terão R$ 1,5 bilhão para investir na reinserção de áreas no processo produtivo, na correção e conservação do solo bem como na adoção de práticas sustentáveis no campo. São mais R$ 500 milhões em relação ao ciclo 2008/2009. Os recursos também serão aplicados na adoção de sistemas de produção sustentáveis, como o Integração Lavoura-Pecuária-Silvicultura (ILPS) e o Orgânico.
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Também para incentivar a produção sustentável, será concedido até 15% mais crédito de custeio para quem tenha reservas legais e áreas de proteção permanentes, ou tenha plano de recuperação das áreas. Há também outros programas de investimento, como a construção e a modernização de equipamentos para tratamento de dejetos e projetos de adequação sanitária e ambiental. Já o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora) concede crédito para a manutenção de florestas com fins econômicos e a recomposição de áreas de preservação permanente e de reserva legal. Os programas de investimento tiveram acréscimo de 37% na safra 2009/2010 e vão contar com R$ 14 bilhões. Os recursos para custeio e comercialização a juros controlados (taxas fixas) subiram 20,2%, alcançando o valor recorde de R$ 54,2 bilhões. O novo Plano abrange também a criação de linhas de financiamento que favorecem o produtor, a ampliação de limites de crédito e a inclusão de modalidades nas linhas de crédito disponíveis.
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Os preços mínimos para 33 culturas foram reajustados em até 65%. O aumento dos valores inclui as culturas mais expressivas, como arroz (20%), leite (15%), raiz de mandioca (12%), soja (10%) e milho (6%).
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O orçamento para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR) em 2009, é de R$ 182 milhões. Para atender à demanda apresentada pelas seguradoras, o governo federal está propondo ao Congresso Nacional a elevação deste valor para R$ 273 milhões. Esses recursos possibilitarão o atendimento a 90 mil produtores e cobertura de 8,1 milhões de hectares, quase o dobro do verificado em 2008.
Fonte- Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Nº 829 - Brasília, 22 de Junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

''O bode na sala é o spread''

ENTREVISTA
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Guido Mantega: Ministro da Fazenda
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David Friedlander e Leandro Modé _
A queda de braço entre o governo e os bancos privados por causa do spread (diferença entre o custo que o banco paga na captação do dinheiro e o juro que cobra do cliente) esquentou. Depois de muita pressão, as instituições financeiras passaram a dizer que desejam baixar o spread, mas não conseguem em razão do peso elevado dos impostos e do depósito compulsório em seus custos. Nesta entrevista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, contesta esse argumento sem fazer rodeios. "Os bancos têm margem para baixar o spread sem precisar de redução da cunha fiscal ou do compulsório", afirma.
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Bem-humorado com o desempenho acima da média do Brasil na crise econômica global, Mantega só mostra desconforto quando fala do câmbio e das mudanças anunciadas para a caderneta de poupança. No primeiro caso, afirma que está preocupado mas, no momento, não há nada a fazer. Sobre a poupança, deu a entender que o anúncio de mudanças nas regras é complicado, assusta as pessoas e trouxe algum desconforto ao governo. A seguir, os principais trechos da entrevista.
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A última ata do Copom (Conselho de Política Monetária) diz que o espaço para redução dos juros básicos da economia ficou menor...
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Com uma taxa de 9,25%, é óbvio que ficou menor. Uma das funções do Banco Central é mostrar que está sempre atento à inflação. O BC não pode dizer que vai baixar os juros, mas o fato é que está baixando.
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Essa redução poderia ser mais rápida?
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O custo financeiro no Brasil continua muito alto. É uma distorção em relação ao que acontece em outros países. A grande anormalidade é que os spreads (diferença entre o custo que o banco paga na captação do dinheiro e o juro que cobra do cliente) são muito altos no País. O consumidor brasileiro paga juros absurdos. Mas estamos caminhando. A vantagem é que antes havia três bodes na sala: tiramos dois, mas sobrou um.
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O senhor está falando do spread?
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O bode na sala é o spread. As instituições financeiras dizem que querem se garantir contra a inadimplência, mas abusam. Fora os períodos de crise, quando ela aumenta mesmo, nossa inadimplência é normal. Mas ela é superestimada pelas instituições financeiras. Existe também um pouco de concentração no setor financeiro. Antes da crise, o spread era muito menor. Mas os bancos ficaram com medo e chutaram para cima. No Brasil, como já há um exagero, ficou um exagero e meio.
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Os banqueiros dizem que o spread é alto por causa dos impostos que pagam e do compulsório que são obrigados a recolher. O governo pensa mexer nisso?
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Os bancos têm margem para baixar o spread sem precisar de redução da cunha fiscal ou do compulsório. O compulsório já diminuiu bastante nesta crise, nós liberamos mais de R$ 100 bilhões. Aliás, diga-se de passagem, na composição do spread 36% é a possibilidade de inadimplência. Evidentemente, isso está superestimado. Eles costumam prever uma inadimplência maior e com isso cobrar uma taxa maior. Outra é a margem de lucro. Os bancos brasileiros estão bem acostumados a ter margem de rentabilidade elevada.
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Não tenho nada contra isso, mas acho que aí tem espaço para diminuir.Na sua opinião, quanto seria possível diminuir?
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Da composição do spread, a cunha fiscal dá 7% a 8%, o compulsório não dá 3%, 36% é inadimplência e, se não me engano, 24% é custo administrativo. No custo administrativo tem a margem do banco. Então, quase 60% é risco de inadimplemento e mais custo administrativo.
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E por que os bancos não baixam o spread?
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É preciso ter concorrência. Hoje, mais de 70% do crédito é atendido por sete ou oito grandes bancos. O governo precisa criar condições para que haja concorrência. A queda da Selic (a taxa básica de juros) ajuda. A ação dos bancos públicos também. Eles estão liderando o processo de aumento do crédito e de redução de juros. Acho que está surtindo efeito. Pela primeira vez, percebo que os concorrentes (os bancos privados) estão sentindo essa agressividade que não existia antes.
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Além de mobilizar os bancos públicos, que mais o governo pode fazer para aumentar a concorrência no mercado financeiro?
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Pode fortalecer os bancos pequenos e médios. Já fizemos isso. Não deixamos que os bancos pequenos saíssem do mercado. Agimos para permitir aos bancos públicos adquirir instituições financeiras sem maiores problemas e direcionamos o compulsório para a compra de carteiras de bancos menores. Nós sabemos que os bancos menores sofreram saques, a saída de fundos, alguns bancos tiveram a reputação afetada por problemas de derivativos... Tudo isso foi superado. E agora vamos fazer o fundo garantidor de crédito para a pequena e média empresa.
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O governo desistiu de mexer na fórmula da poupança?
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Nós buscamos fazer a menor mudança possível. É que as coisas são complicadas. Vocês já viram a fórmula da TR (Taxa Referencial de Juros)? É complicadíssima. Só um grande especialista consegue entender. Você não consegue comunicar, transmitir isso à população. Aí aparece o uso político com gente querendo desinformar (a oposição disse que o governo quer acabar com a caderneta de poupança). Então, escolhemos o caminho da menor mudança possível.
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É por isso que o governo anunciou e depois não falou mais no assunto?
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Foi anunciado e foi dito que a medida de aumento de tributação é para o ano que vem. Temos tempo para entrar no Congresso. O projeto está pronto, não tem nenhum segredo. Cria o Imposto de Renda, tem lá um desconto e tal. A tributação é pequena. E o contribuinte vai declarar em 2010 e pagar em 2011. A poupança vai continuar sendo uma das melhores opções de investimento. Cerca de 99% das cadernetas têm até 50 mil de aplicação e aí não muda nada.
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Já está havendo alguma migração dos fundos de investimento para a poupança. _Não é perigoso para o financiamento da dívida pública?
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Não preocupa porque não está havendo fuga do Tesouro (refere-se aos títulos públicos).
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O câmbio preocupa o senhor?
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Sim, o câmbio preocupa. Do jeito que está, diminui a competitividade de nossas exportações e pode trazer um fluxo de importações indesejado. Essa parte é objeto de observação. Se for necessário, faremos medidas para atenuar. Agora, o câmbio flutuante é um regime positivo. Tem hora que ele flutua para um lado, tem hora que flutua para outro. O que não pode é flutuar só para um lado. Hoje, o excesso de valorização prejudica o País. E aí começa a preocupação. Mas estamos comprando mais reservas. O Brasil se deu muito bem comprando reservas. Foi uma estratégia que introduzimos no governo a partir de 2006 quando me tornei ministro da Fazenda, foi uma das primeiras questões que levei ao presidente Lula e ao Henrique Meirelles (presidente do BC).
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Qual seria uma taxa ideal hoje?
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Não tem taxa de equilíbrio. A taxa de equilíbrio é aquela que é resultado das transações do mercado. O governo não trabalha com taxa de equilíbrio e não tem meta de câmbio.
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Os juros altos não contribuem para encher o mercado brasileiro de dólares?
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Acho que potencialmente um diferencial de taxas de juros poderá no futuro fazer isso. No momento, não acho que cause esse impacto. Mas vamos separar as coisas. Existe uma valorização do real produzida diretamente pela desvalorização do dólar. Não há o que fazer. É o Barack Obama (presidente dos EUA) que precisa agir. Uma valorização um pouco maior do real em relação a outras moedas se deve também a virtudes da economia brasileira. Nosso mercado de capitais é mais sólido, tem regras mais claras e tem mais liquidez do que o mercado de capitais indiano, chinês e russo. Isso provoca entrada maior de capitais no Brasil. Isso também valoriza o câmbio.
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A arrecadação caiu sete meses seguidos e os gastos correntes continuam subindo. Como fechar essa conta?
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O governo vai cortar gastos? A queda da arrecadação era esperada porque está diretamente relacionada com o nível de atividade econômica. E nós tivemos uma retração. Além disso, fizemos desonerações (tributárias). Elas têm um impacto. Vamos fazer um superávit menor, mas calibramos isso de modo que a nossa dívida não cresça. A nossa dívida pública está estabilizada. Ela estava em 36% (do PIB) e foi para 39,8% porque tiramos a Petrobrás do cálculo. No ano que vem será menor. Quando a economia retomar, vamos voltar a ter arrecadação. Temos uma situação confortável que nos permite esse período em que estamos gastando mais. O gasto do governo é bom para a economia, ativa a economia.Estamos mantendo os investimentos, mantivemos todos os programas sociais e as despesas do governo. Então vai haver um certo desequilíbrio este ano que poderá até nos levar a cortar mais gastos correntes. Foi o que o Paulo Bernardo (ministro do Planejamento) falou. Se continuar havendo frustração de arrecadação, poderemos vir a cortar gastos correntes dos ministérios.
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Que tipos de gastos podem ser cortados?
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Gastos correntes dos ministérios. Não vamos mexer no Bolsa-Família, não mexeremos nos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas os demais gastos podem ser adiados. Nós já fizemos um contingenciamento e talvez tenhamos de fazer alguma restrição a mais para equacionar essa situação.
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O governo estuda desonerar a folha de pagamentos?
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São medidas clássicas, que sempre estarão em estudo. Porque o Brasil tem um custo de folha mais elevado que outros países, então é algo que sempre está na nossa alça de mira. No projeto de reforma tributária, está prevista a redução de 1% da contribuição previdenciária por ano, até chegar a diminuir para 6%. Poderemos antecipar alguma coisa, em vista do cenário que temos, mas aí temos de olhar o custo. Cada 1% de redução custa R$ 3,8 bilhões por ano. É bastante, mas não estamos descartando nada.
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E os outros setores? Todos estão pedindo...
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Todos os setores empresariais sempre pediram. Mas o governo não se influencia pela pressão de setores. Quem teve a ideia de fazer a redução do IPI fomos nós, não foram eles. Ontem (quarta-feira) fizemos uma avaliação com o Jackson Schneider (presidente da Anfavea) e ele acha que, graças a esse programa de desoneração de IPI, eles venderam 250 mil carros a mais. Nós perdemos IPI, mas em compensação pagamos menos seguro desemprego, aqueles funcionários que continuaram ganhando salário consumiram, pagaram outro tipo de tributo, houve compensações. Se você deixa a economia cair, se deixa o nível de atividade desacelerar, a arrecadação vai cair mais ainda.
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O aumento da alíquota sobre a importação do aço não vai contra o próprio discurso do presidente Lula, de que num momento como este não deveria haver medidas protecionistas?
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Com a crise, a indústria do aço no mundo caiu 50% e agora tem gente de outros países querendo exportar aço até a preço de custo. Nós observamos isso criteriosamente, esperamos a indústria nacional baixar o preço, eu quis ver as faturas e aí nós subimos 12% (o imposto de importação). É uma medida que a OMC (Organização Mundial do Comércio) aceita e não dá para deixar nosso mercado ser invadido por exportações de baixo custo de outros países.
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O senhor e o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, sempre foram associados a uma política chamada de desenvolvimentista, voltada para a produção. E isso entrou na agenda até dos liberais mais convictos...
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Nós não somos estatistas. Sou desenvolvimentista sim, mas dos anos 2000, e não dos anos 60, ou dos anos 70. Moderno, dinâmico. A gente só entra onde o setor privado precisa de um impulso. Depois, ótimo. O Estado não precisa ficar, a não ser em certos setores, que precisam ficar vigiados. O setor financeiro é um deles, porque é uma concessão. Foi no setor financeiro que os Estados Unidos comeram bola, cometeram erros que estão corrigindo hoje com essa regulamentação extremamente positiva, que já temos no Brasil. Por isso nosso sistema é mais sólido.
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Qual o plano para todas essas participações em empresas em crise que o BNDES está comprando? É vender depois ou permanecer como acionista?
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No passado o BNDES precisou ajudar na implementação de alguns setores, ele floresceu e aí vocês vende as ações (das empresas do setor). Aliás,o BNDES tem lucrado muito com aquilo que fez no passado, o que significa que fez só coisas positivas. Quando estava no BNDES, me lembro que o lucro em 2003 tinha sido R$ 1,4 bilhão. Em 2004, foi de R$ 3,3 bilhões e daí para a frente só tem crescido. Portanto, só faz coisas sólidas. Os bancos públicos vieram para ficar, são atores econômicos importantes hoje e trabalham com princípios de eficiência, responsabilidade e produtividade. São lucrativos, eu faço exigência de metas de produtividade. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil são instrumentos de política econômica e dessa participação do Estado estimulando a infraestrutura. Nós estávamos defasados em infraestrutura e os investimentos não vinham espontaneamente do setor privado. O governo precisou dar um impulso. Mas nós não somos estatistas.

Arquitetura brasileira marcará presença na Expo Xangai

Maquete _ O pavilhão brasileiro na Expo Xangai 2010 terá externamente paredes côncavas sugerindo o movimento das Cidades Pulsantes, tema do País no evento. Internamente, grandes painéis com vídeos e fotos apresentarão cenas urbanas e a diversidade humana do Brasil, haverá um espaço interativo sobre a Copa do mundo e uma grande área flexível destinada aos expositores. Detalhes do pavilhão poderão ser vistos pelos brasileiros em breve, no website do Brasil na Expo 2010.
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A Exposição Universal de Xangai em 2010 será o maior evento internacional no qual a arquitetura brasileira marcará presença, como parte do programa de internacionalização do setor que a Apex-Brasil desenvolve em parceria com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA). A entidade organiza a participação de escritórios especializados em arquitetura sustentável no evento, que tem como tema Desenvolvimento Urbano com Qualidade de Vida.
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“Há muita afinidade entre o tema do evento e vários trabalhos de arquitetura e urbanismo desenvolvidos no Brasil, vamos procurar mostrar isso lá fora”, conta o presidente da AsBEA, Ronaldo Resende.
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O primeiro grande desafio colocado à AsBEA, pelo programa de internacionalização, entretanto, foi organizar o concurso que escolheu o projeto arquitetônico para o estande brasileiro na Expo Xangai, onde o País ocupará um pavilhão inteiro de 2.000 m2.
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“Foi um grande desafio, que só conseguimos superar porque a AsBEA aglutina empresas especializadas em todas as áreas da arquitetura”, diz Resende.
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Do total de 350 empresas de arquitetura convidadas a participar do programa de internacionalização e da Expo Xangai 2010, 61 empresas aderiram ao convênio e, dessas, dez manifestaram interesse em concorrer ao projeto do pavilhão brasileiro. Uma vez apresentados os elementos básicos que o pavilhão deveria conter – entre os quais um restaurante, uma loja, área administrativa, um auditório e um amplo espaço flexível para exposições –, os candidatos foram demandados a elaborar o projeto conceitual básico, a partir do tema “Cidades Pulsantes”, escolhido pelo Brasil. Três empresas apresentaram suas propostas e o projeto vencedor foi o do escritório Fernando Brandão Arquitetura + Design, que concorreu com a empresa Tria Sistemas de Arquitetura e a Nexo Arquitetura e Construções.
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Com uma equipe de 12 pessoas e 20 anos de experiência em design de interiores e em arquitetura efêmera de feiras e exposições – entre as quais o estande brasileiro no Festival de Criatividade de Florença --, o escritório vencedor tem entre suas obras mais conhecidas os interiores de todas as livrarias Cultura do País, além de várias instalações do Serviço Social do Comércio (SESC). Além da originalidade, versatilidade e qualidade artística do projeto, a experiência pesou na hora da escolha. “Precisávamos ter certeza de que fosse uma empresa capaz de realizar o projeto no prazo”, explica Resende.
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Fonte: APEX BRASIL

Dólar fecha estável, mas sobe 2,5% na semana

SÃO PAULO - O dólar comercial ensaiou um pregão de baixa contra o real, mas as vendas perderam força no final do pregão, conforme a instabilidade aumentou no cenário externo e o Banco Central apresentou o resultado de seu leilão de swap.
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Com isso, o dólar comercial fechou o dia valendo R$ 1,971 na compra e R$ 1,973 na venda, sem alteração sobre o fechamento de ontem. Mas na semana, a divisa subiu 2,55%, encerrando uma sequência de quatro semanas consecutivas de baixa. No mês, a divisa tem leve alta de 0,15%, enquanto no ano, a desvalorização está em 15,46%.
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Na roda de "pronto" da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), a moeda subiu 0,10%, encerrando, também, a R$ 1,973. O giro financeiro na bolsa foi de US$ 73,75 milhões, menos da metade do registrado ontem. No interbancário, o volume continuou baixo, próximo de US$ 1,2 bilhão.
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Segundo o diretor da Pioneer Corretora, João Medeiros, a formação de preço do real continua intimamente ligada ao que acontece lá fora. "Continua a dança das moedas. Se sobe o euro, o real sobe. Se cai o euro, o real recua."
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Ainda de acordo com Medeiros, a queda nos volumes negociados também ajuda a aumentar a instabilidade na formação da taxa, pois qualquer operação de maior porte distorce o preço. O especialista também aponta que, agora em junho, o volume físico de exportação é maior que o câmbio contratado, ou seja, as empresas estão performando com a moeda já trazida ao país. Isso ajuda a explicar as menores cifras de exportação.
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Medeiros acredita que o Banco Central deve manter suas atuações diárias do mercado de câmbio, comprando não apenas o excedente de moeda, mas tirando dólares que estão no caixa dos bancos.
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Estimativas informais sugerem que, nessa semana, a posição compradas das instituições financeiras caiu em mais US$ 500 milhões. Além do componente externo, os agentes também lidaram com mais um leilão swaps do BC. Quem participa do leilão ganha com a variação positiva na taxa de câmbio, por isso tem interesse em preço baixo até a efetivação da operação. Mas finda essa etapa, quanto maior o preço, melhor.
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Na operação de hoje, a autoridade monetária vendeu 56% do lote ofertado, movimentando US$ 351,8 milhões. Ontem, a rolagem dos swaps somou US$ 1,09 bilhão.
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Para Medeiros, a postura mais correta por parte do BC seria liquidar os contratos, mas ao rolar os vencimentos a autoridade monetária adota uma postura mais cautelosa, dando mais prazo para os bancos ajustarem suas contas aos possíveis vencimentos externos.
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(Eduardo Campos Valor Online)

Brown apoia reforma do setor financeiro, mas descarta centralização

_ LONDRES - O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, apoiou ontem a reforma do sistema de supervisão financeira, mas afirmou que não passará o poder de decisão sobre as responsabilidades orçamentárias para as autoridades supranacionais, em caso de problemas em alguma entidade. _ Em declarações dadas a jornalistas, antes de se reunir com os 27 líderes dos países da União Europeia, Brown insistiu na necessidade de estabelecer um novo marco de vigilância do setor financeiro, tanto na UE como no resto do mundo, para evitar que os erros que desencadearam a atual crise se repitam.
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Segundo o primeiro-ministro britânico, os 27 países do bloco devem melhorar os mecanismos de detecção de ameaças à estabilidade financeira, aumentar a cooperação entre os países e garantir que os modelos e regras comuns sejam aplicadas efetivamente.
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Por isso, Brown afirmou que apoia a criação de um novo Conselho Europeu de Riscos Sistêmicos - encarregado de emitir alertas e recomendações caso detecte riscos à estabilidade do sistema Financeiro da UE.
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Na opinião do premiê, um órgão como este poderia ter evitado "algumas das coisas que aconteceram" na atual crise.
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O Reino Unido também concordou em melhorar a supervisão além de suas fronteiras, algo cada vez mais necessário, dada a crescente integração do setor financeiro europeu, além de querer reforçar a legislação comum sobre o assunto. No entanto, a região não admitirá que as autoridades nacionais percam capacidade de decisão em questões que possam afetar o orçamento do país.
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Segundo a proposta feita pela Comissão Europeia (CE, braço executivo da UE) e que foi ser discutida ontem pelos líderes do bloco, as novas autoridades europeias de supervisão - para os setores bancário, de seguros e financeiro - se encarregarão, entre outras tarefas, de fazer mediações entre os organismos nacionais de supervisão.
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Uma minoria de países, liderados pelo Reino Unido, teme dar a última palavra de decisão a essas autoridades, como a de dividir as responsabilidades em caso de quebra de uma entidade presente em vários países.
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Mas, como lembrou Brown, o Conselho de Ministros de Finanças da União Europeia (Ecofin) já concordou que o Executivo terá que esclarecer esta questão quando for apresentar as propostas legislativas concretas, no semestre que vem, garantindo que esses poderes "não deixarão as responsabilidades fiscais dos Estados-membros vulneráveis
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DCI- 19/06/09 INTERNACIONAL

BNDES pode lançar sistema de controle da cadeia agropecuária

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Agência Brasil _ _
RIO DE JANEIRO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá adotar um sistema de rastreabilidade e controle para a cadeia agropecuária, de modo a aperfeiçoar os critérios de financiamento ao setor frigorífico. “Nós estamos trabalhando para melhorar”, afirmou nesta sexta-feira (19), sem, contudo, fornecer maiores detalhes, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Ele acrescentou apenas que serão desenvolvidos sistemas específicos com essa finalidade.O BNDES tem sido alvo de críticas por financiar frigoríficos acusados de comprar gado de áreas desmatadas. Coutinho reiterou a preocupação do banco em exigir das empresas o compromisso com o meio ambiente. “E cobramos esse compromisso”, disse.
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O presidente do BNDES fez questão de esclarecer que não cabe ao banco exercer o papel de fiscalização em relação às fazendas de gado, para saber se elas estão cumprindo a lei ambiental. Esse trabalho, afirmou, deve ser feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelas entidades locais de meio ambiente.
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Coutinho afirmou que “é um pouco de covardia que exijam que o BNDES, que tem 2.000 funcionários aqui no Rio de Janeiro, consiga controlar [os pecuaristas] lá na ponta, no interior dos estados”. Para ele, a cobrança e a vigilância são legítimas e a sociedade brasileira deve permanecer atenta às questões do meio ambiente. E que o banco conta com o auxílio da população e das organizações não governamentais para exigir das empresas apoiadas a observância dos compromissos ambientais.
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DCI- FINANÇAS 19/06/09

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Europa pressiona China por incentivos federais

INTERNACIONAL
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PEQUIM - A China está seguindo adiante com os esforços de assegurar que seu pacote de estímulo beneficie as empresas domésticas. A medida fez com que a Comissão Europeia (CE, braço executivo da União Europeia) anunciasse ontem que buscará esclarecimentos do país sobre a ordem "Buy China" ( Compre da China). "Estaremos examinando os detalhes nas diretrizes e buscando mais esclarecimentos", disse o porta-voz da comissão Amadeu Altafaj Tardio.
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A ordem das agências, enviada em 26 de maio mas publicada no site da comissão apenas este mês, faz parte de uma ampla investida nos últimos meses para estimular a compra local por autoridades, que de forma sutil vêm indicando que a maior parte do pacote de estímulo de 4 trilhões de iuanes (US$ 588 bilhões) visa empresas domésticas. "A não ser em casos em que produtos ou serviços não estejam disponíveis domesticamente ou não possam ser obtidos sob condições de negócios razoáveis, produtos domésticos devem ser comprados para o programa de investimento do governo", afirma a ordem oficial.
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A ordem indica ainda que as compras feitas por governos locais vinham favorecendo fornecedores estrangeiros. Em uma parte de perguntas e respostas que acompanhou o documento, uma autoridade do governo não identificada disse que as medidas eram necessárias para ajudar o setor de maquinários da China.
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A ordem acontece no momento em que autoridades chinesas vêm reclamando em fóruns internacionais que as empresas chinesas no exterior são vítimas do protecionismo. O esforço curto dos EUA para inserir uma cláusula Buy American (Compre da Americano) no pacote de estímulo dos Estados Unidos recebeu críticas da China.
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DCI- Internacional -18/06/09

Preço agrícola deve subir mais em 10 anos

18/06/09 - 00:00 > AGRONEGÓCIOS Agência Estado _ SÃO PAULO - Os preços agrícolas mundiais vão continuar em alta durante os próximos dez anos sem que cheguem ao pico alcançado durante a crise alimentar de 2006-2008, indicaram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (ICDE) e a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em seu informe anual sobre as Perspectivas Agrícolas, publicado ontem. Neste ano, os preços agrícolas mundiais estão em níveis elevados, mas sem repetir a escalada ocorrida entre 2006 e 2008, o que foi motivo de protestos sociais em diferentes partes do mundo.
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Durante os próximos dez anos, os preços de alimentos devem aumentar entre 10% e 20% em termos reais em relação à média de 1997-2006, enquanto que os das carnes se estabilizará, destaca o estudo. Para 2018, o preço dos produtos lácteos deverá ser levemente mais elevado que o registrado durante o período 1997-2006. Mas, apesar das importantes consequências da crise mundial e da recessão econômica em todos os setores, os especialistas citam uma melhoria relativa da agricultura.
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DCI -18/06/09 - AGRONEGÓCIOS

Demanda por crédito pelas empresas voltou a subir, diz Coutinho

BANCOS PanoramaBrasil 18/06/09 -
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BRASÍLIA SÃO PAULO - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que a consulta das empresas para contração de novos empréstimos voltou a crescer em maio, depois da queda verificada no começo do ano."
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Houve uma redução de consultas, o que me preocupou, mas isso já voltou a crescer", disse o presidente do banco. Ele afirmou que espera, assim, manter a meta de ultrapassar o valor de R$ 100 bilhões em empréstimos neste ano.
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Coutinho afirmou também que a instituição já possui R$ 15 bilhões para empréstimo de capital de giro, que serão utilizados para compensar a redução desse crédito por causa da crise.
Desse valor, R$ 3 bilhões fazem parte da linha para empréstimos a construtoras dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
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Ele destacou também a queda nos juros dessas linhas, devido à redução na taxa cobrada pelo Tesouro Nacional ao repassar o dinheiro para o BNDES. As taxas passaram de 14,5% ao ano para 10,25% ao ano, sem considerar o spread (a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados por eles nos empréstimos feitos a clientes) no repasse pelos bancos, que varia de 3% a 4%.
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O presidente do BNDES afirmou que há demanda por todos esses recursos, mas disse esperar que a retomada dos empréstimos no sistema financeiro possa reduzir essa procura. "Estamos quebrando um galho este ano. Mas a missão do BNDES é emprestar recursos de longo prazo associados a investimentos", disse.
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Serasa
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Outro sinal de que a demanda por crédito está em alta foi dado pela pesquisa da Serasa Experian. A demanda das empresas brasileiras por crédito aumentou em maio, pelo terceiro mês consecutivo. O Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por crédito registrou crescimento de 5,5% em maio, frente ao mês anterior."
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Foi a terceira alta mensal consecutiva na demanda das empresas por crédito, sinalizando consistência da atual trajetória de recuperação da atividade econômica a partir do segundo trimestre de 2009", afirmou a instituição em nota. Frente ao mesmo período do ano passado, no entanto, foi verificado um recuo na busca por crédito de 4,6%, a menor queda em três meses. No acumulado dos cinco primeiros meses, a retração anual foi de 7,6%.
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Na análise regional, o Nordeste foi a região que apresentou o maior crescimento mensal do indicador em maio, com alta de 16,8%, seguido da Região Centro-Oeste, cuja elevação foi de 11,8% e da Região Sul, com avanço de 10,7%. Em contrapartida, no Sudeste houve pouco crescimento: 0,5%.
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O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ontem que a consulta das empresas para novos empréstimos voltou a crescer em maio, depois de queda no começo do ano.
DCI
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