domingo, 7 de junho de 2009

Exportação Para o Mercado Asiático- rumo a China

Política comercial do governo brasileiro com vista em ampliar as transações entre o Brasil e os países asiáticos, em especial a China, ganha reforço do setor produtivo. Indústria do setor Coureiro Calçadista de Franca desenvolvem produtos e estratégias especiais para entrar na acirrada competitividade dos produtos chineses. Notícia veiculada na imprensa local, demonstram as iniciativas dos empresários locais afim de ocupar espaço no maior mercado consumidor asiático. Vejam a seguir na integra as publicações.

Gina Mardones Comércio da Franca ANSIOSO - Téti Brigagão deve viajar à China para assinar o contrato de mais de 32 mil pares Fernanda Bufonida Redação
Os calçados fabricados pela Sândalo devem percorrer distâncias mais longas a partir do mês de agosto. Acostumados a aterrissar na Europa e nos Estados Unidos, 32 mil pares de sapatos da empresa francana mudarão de curso e vão invadir a China. Se tudo der certo, o negócio será de mais de US$ 1 milhão. Outra empresa francana, a Anatomic Gel, que já havia exportado pequenas quantidades para a China, agora deve abrir uma rede de lojas naquele país, com mais de 50 mil pares. Juntas, as duas devem exportar quase US$ 3 milhões em calçados. Será a primeira exportação expressiva da história do município para o gigante asiático.
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De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, o ano em que Franca vendeu mais calçados aos chineses foi 2007 - US$ 155 mil - comercialização realizada pela Calçados Anatomic Gel. (Leia mais na página A-5.) Pelo levantamento, ao longo dos últimos 20 anos, as exportações para a China aparecem esporadicamente e não ultrapassam US$ 15 mil.
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Mesmo habituados a fechar negócios com mais de 20 países e com cerca de 30% da produção voltada para a exportação, os diretores da Sândalo foram surpreendidos em setembro do ano passado com o pedido de modelos femininos de alto valor agregado - em média US$ 33, o par. "Quando vi a quantidade e o valor, quase cai de costas. É claro que fiquei desconfiado e foram dez meses de negociações para ter certeza de que o negócio era real. As garantias estão no próprio contrato: transferência imediata de 30% do total a ser pago e os outros 70% do pagamento serão através de carta de crédito de um banco de primeira linha", contou Téti Brigagão, diretor de marketing da Sândalo.
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A oportunidade partiu de uma grande importadora - cujo nome é mantido em sigilo por razões comerciais - da província de Hebei, no Norte do País, e chegou à Sândalo através de um agente de negócios do Rio Grande do Sul.
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Sem capacidade para produzir os milhares de pares no município, a empresa francana terá que contar com os serviços de uma de suas fábricas licenciadas em Jaú (SP) e outra no Estado gaúcho. Os oito modelos que serão produzidos pela empresa francano foram escolhidos pelo comprador e fogem ao estilo brasileiro. "Eles são diferentes em quase tudo. Num deles, por exemplo, é utilizado couro de coelho e o corte tem de ser artesanal", contou o empresário.
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Há alguns anos, a Sândalo tem toda sua produção terceirizada. As mesmas empresas que fazem os modelos masculinos vão fazer o serviço de corte e pesponto dos femininos que serão comercializados do outro lado do mundo. "Quando a primeira parte é bem feita, as chances do calçado ficar perfeito são maiores. Por isso, corte e pesponto ficam aqui. Só a montagem e o acabamento serão feitos fora. Isso porque as empresas que realizarão o serviço tem as formas ideais", explicou Téti.
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Na próxima semana, o calçadista embarca para Pequim onde assinará o contrato. "Eles exigiram que um de nós fosse até lá. Vou aproveitar a viagem para tentar descobrir novos clientes na China e ainda passar em Dubai, na Arábia Saudita, para visitar um grande comprador que temos por lá", contou o calçadista animado.
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Para o consultor calçadista Zdenek Pracuch a iniciativa de abertura do mercado chinês não deveria causar surpresa. "O que surpreende é a demora para que isso acontecesse. A China foi atingida pela recessão do mesmo modo que o resto do mundo, mas continuou crescendo em função do imenso mercado interno e da aplicação da enorme poupança em obras de infraestrutura". Segundo ele, o que deveria interessar aos calçadistas francanos na verdade é como entrar no mercado chinês. "A classe média daquele país, estimada em 200 milhões de pessoas, não para de crescer.
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Imaginem uma classe média igual ou mais do que toda a população brasileira! E a classe dos 'novos ricos' chineses está fascinada com mercadorias do Ocidente. É uma excelente oportunidade", completou Pracuch.
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NA DISPUTA

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Anatomic Gel adota estilo agressivo dos chineses _
Cassiano Lazarini/Comércio da Franca

INVESTINDO - José Rosa Jacometti aposta na abertura de lojas próprias para lucrar com o mercado chinês
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Apesar da iniciativa pioneira, a Sândalo não é única que planeja investir no mercado asiático. A Anatomic Gel está com tudo acertado para assinar contrato de criação de uma rede lojas próprias na China. Com o negócio, a empresa prevê a exportação de 50 mil pares, a US$ 35 cada. Ou seja, mais de US$ 1,7 milhão no total.
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José Rosa Jacometti, proprietário da empresa, dá o negócio como certo e espera apenas pela Francal para levar o novo parceiro comercial para conhecer seu depósito em Londres. "O encontro está marcado para duas semanas após a feira. A ideia é agressiva, mas já vi funcionar. A previsão é começar com 5 lojas e chegar a 32 unidades até meados do ano que vem. A maioria deve ser instalada em shoppings. Eles venderão exclusivamente nossa marca e ficarão com 30%", disse o empresário.
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Jacometti afirma que foi a experiência que o fez optar por uma forma diferente de entrar no mercado chinês. "Já fiz negócios com a China. A cultura deles é muito diferente. Eles são muito instáveis. Compram, param, copiam nossos modelos, depois voltam a importar", disse ele.O histórico de exportações da Anatomic Gel para a China aparecem na estatística do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Os dados, tabulados pelo Sindifranca (Sindicato da Indústria Calçadista de Franca), mostram que a empresa foi a responsável pelas exportações em 2007 - US$ 155 mil -, a maior feita por uma empresa do município para o gigante asiático até hoje.
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CURIOSIDADE
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Ao contrário da Sândalo, que produzirá produtos de acordo com as especificações do comprador, a Anatomic Gel planeja entrar no mercado asiático com modelos de linha própria, que comercializa na Europa. "A proximidade com meu distribuidor de Londres agilizará o abastecimento das lojas", disse Jacometti.Por conta da demanda o empresário já planeja aumentar a fabricação de sapatos de numeração menor. "Os chineses têm pé pequeno e seguem a numeração europeia, indo do 35 ao 42 apenas", explicou.

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