SÃO PAULO - O dólar comercial ensaiou um pregão de baixa contra o real, mas as vendas perderam força no final do pregão, conforme a instabilidade aumentou no cenário externo e o Banco Central apresentou o resultado de seu leilão de swap.
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Com isso, o dólar comercial fechou o dia valendo R$ 1,971 na compra e R$ 1,973 na venda, sem alteração sobre o fechamento de ontem. Mas na semana, a divisa subiu 2,55%, encerrando uma sequência de quatro semanas consecutivas de baixa. No mês, a divisa tem leve alta de 0,15%, enquanto no ano, a desvalorização está em 15,46%.
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Na roda de "pronto" da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), a moeda subiu 0,10%, encerrando, também, a R$ 1,973. O giro financeiro na bolsa foi de US$ 73,75 milhões, menos da metade do registrado ontem. No interbancário, o volume continuou baixo, próximo de US$ 1,2 bilhão.
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Segundo o diretor da Pioneer Corretora, João Medeiros, a formação de preço do real continua intimamente ligada ao que acontece lá fora. "Continua a dança das moedas. Se sobe o euro, o real sobe. Se cai o euro, o real recua."
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Ainda de acordo com Medeiros, a queda nos volumes negociados também ajuda a aumentar a instabilidade na formação da taxa, pois qualquer operação de maior porte distorce o preço.
O especialista também aponta que, agora em junho, o volume físico de exportação é maior que o câmbio contratado, ou seja, as empresas estão performando com a moeda já trazida ao país. Isso ajuda a explicar as menores cifras de exportação.
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Medeiros acredita que o Banco Central deve manter suas atuações diárias do mercado de câmbio, comprando não apenas o excedente de moeda, mas tirando dólares que estão no caixa dos bancos.
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Estimativas informais sugerem que, nessa semana, a posição compradas das instituições financeiras caiu em mais US$ 500 milhões.
Além do componente externo, os agentes também lidaram com mais um leilão swaps do BC. Quem participa do leilão ganha com a variação positiva na taxa de câmbio, por isso tem interesse em preço baixo até a efetivação da operação. Mas finda essa etapa, quanto maior o preço, melhor.
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Na operação de hoje, a autoridade monetária vendeu 56% do lote ofertado, movimentando US$ 351,8 milhões. Ontem, a rolagem dos swaps somou US$ 1,09 bilhão.
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Para Medeiros, a postura mais correta por parte do BC seria liquidar os contratos, mas ao rolar os vencimentos a autoridade monetária adota uma postura mais cautelosa, dando mais prazo para os bancos ajustarem suas contas aos possíveis vencimentos externos.
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(Eduardo Campos Valor Online)
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