quarta-feira, 27 de maio de 2009

Nova Central de Negócios beneficia produtores do sul do Piau

TERESINA - Os produtores de mandiocultura da região de São José do Piauí, no sul do Estado, inauguraram a Central de Negócios Ouro da Terra. A entidade reúne 150 produtores da região e pretende comercializar a farinha fabricada por esses empreendedores.
A farinha Ouro da Terra é o principal produto da central de negócios. O investimento para colocar a central em funcionamento foi de quase R$ 450 mil, entre equipamentos e veículo. A intenção é ampliar a comercialização da farinha para outros estados como Bahia, Ceará, Maranhão e Rio de Janeiro.
A Central de Negócios envolve seis municípios do sul do Estado: São José do Piauí, São João da Canabrava, Dom Expedito Lopes, Santana do Piauí, Jaicós e Picos. Onze entidades, entre cooperativas e associações, integram a central que tem capacidade para produzir e embalar 60 sacos de 50 quilos de farinha por dia. A instalação da central é uma ação do Projeto de Mandiocultura, executado pelo Sebrae no Piauí.“Era um sonho, foi muito cansativo, mas estamos agradecidos, pois esse sonho se realizou.
A Central vai gerar trabalho e renda para muita gente, estamos satisfeitos”, afirma o presidente da Central Ouro da Terra, José Barros.“Mais uma vez, o Sebrae cumpre o seu papel de fomentar o desenvolvimento de toda uma região através dos micro e pequenos empreendedores. Fizemos todo um trabalho de qualificação e agora é garantir novos mercados para a farinha Ouro da Terra”, destaca o diretor-técnico do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda.
Além dos produtores, a central tem como parceiros o Sebrae/PI, a Fundação Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo.
DCI- 26/05/09 - AGRONEGÓCIOS

Exportação de frango cresce 13,49% em abril

SÃO PAULO - O volume de exportações de carne de frango atingiu 329,9 mil toneladas no mês de abril, com crescimento de 7,63% sobre março, informou na segunda-feira a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). Na mesma comparação, a receita com as exportações teve um crescimento maior, de 13,49%, atingindo US$ 479 milhões. Já na comparação com abril do ano passado, o volume dos embarques teve alta de 22%, enquanto que a de receita recuou 3,6% no mesmo período.
No acumulado do quadrimestre, o volume de exportações atingiu 1,174 milhão de toneladas, com alta de 2,07% sobre o mesmo período do ano passado. As receitas, por sua vez, ficaram em US$ 1,690 bilhão, com queda de 17%. Entre os principais mercados do frango brasileiro estão Hong Kong (152 mil toneladas), Arábia Saudita (147 mil toneladas) e Japão (96 mil toneladas).
Suínos
O consumo de carne de porco no México começou a subir nesta semana, depois da queda causada pela epidemia da gripe suína, afirmou ontem Alberto Cárdenas, secretário de Agricultura do país. Segundo números do setor, a média mensal de abates e o preço do animal vivo nas fazendas aumentaram nos últimos dias. Desde o fim de semana passado, os níveis de abate nos 33 matadouros Tipo Inspeção Federal (TIF), especializados em porcos, alcançaram 80% do valor registrado antes da gripe, como indicou a Secretaria de Agricultura (Sagarpa) em comunicado.Se a tendência se mantiver, segundo Cárdenas, o México terá "um excelente mês, no qual os níveis de abates do ano anterior serão recuperados e alcançados".
DCI-27/05/09 - AGRONEGÓCIOS

terça-feira, 26 de maio de 2009

Brasil entrou em novo patamar de juro

SÃO PAULO - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, sinalizou hoje que o Brasil pode ter entrado para valer em um novo patamar de taxas de juros. Além de dizer que a indústria brasileira de fundos de investimento terá que se adequar à nova realidade de juros, Meirelles afirmou que os cortes realizados pelo BC no custo do dinheiro não refletem apenas uma situação " conjuntural " , mas também " estrutural " . Ele também mencionou que há exemplos históricos de economias onde o patamar dos juros mudou de forma permanente.Na visão do presidente do BC, para que a indústria de fundos cresça e se fortaleça diante da perspectiva de " nova transformação " vivida pela política monetária nacional, deverá haver uma " revisão dos mecanismos institucionais " , cuja criação se deu em contextos de altas taxas.Meirelles acredita que, além de terem de realizar mudanças na composição de seus ativos, os fundos devem também se estruturar no sentido de avançar na regulação do sistema, de modo que o aumento da confiança do mercado se torne uma consequência natural. " Esperamos um novo marco regulatório e novas abordagens de autorregulação, que incentivem o monitoramento dos riscos sistêmicos que tanto surpreenderam os analistas na crise atual " , disse o presidente do BC, que também pediu " atenção redobrada " com relação às falhas nas estratégias de diversificação e proteção experimentadas por alguns mercados. Para justificar as fortes flutuações da taxa de câmbio, atualmente verificadas na economia brasileira, Meirelles afirmou que a situação é fruto da escolha do BC pelo regime de metas para a inflação, cujo foco são as condições econômicas internas e não o equilíbrio do balanço de pagamentos. Ele explicou que, se o BC tivesse como meta a estabilização da taxa de câmbio, seria obrigado a elevar a taxa Selic durante a crise. " A taxa de juros é um único instrumento, pode perseguir um ou outro objetivo, interno ou externo, mas não ambos ao mesmo tempo " , disse. O chefe da autoridade monetária voltou a dizer que o Brasil sairá mais forte da crise. " E mais importante, devido aos aumentos dos investimentos nos últimos anos, sairemos com espaço para crescer sem desequilíbrios no curto prazo " , completou ele, que participou de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças
(Ibef), em São Paulo.(Vanessa Dezem Valor Online) 26/05/2009

Risco Brasil cai 3% e fecha aos 291 pontos

SÃO PAULO - Considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira, o EMBI+, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, fechou esta terça-feira aos 291 pontos. Foi uma queda de 3,00% perante os 300 pontos do encerramento de sexta-feira.Sobre o EMBI+ BrasilO Emerging Markets Bond Index - Brasil é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, tido como o país mais solvente do mundo, de risco praticamente nulo. O indicador mensura o excedente que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do governo norte-americano. Significa dizer que a cada 100 pontos expressos pelo risco Brasil, os títulos do país pagam uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos EUA.Basicamente, o mercado usa o EMBI+ para medir a capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros. A interpretação dos investidores é de que quanto maior a pontuação do indicador de risco, mais perigoso fica aplicar no país. Assim, para atrair capital estrangeiro, o governo tido como "arriscado" deve oferecer altas taxas de juros para convencer os investidores externos a financiar sua dívida - ao que se chama prêmio pelo risco.
Valor Online 26/05/2009 20:52

BB reduz taxas e amplia crédito para pessoas físicas

BRASÍLIA - Nove modalidades de empréstimo para pessoa física já estão com taxas de crédito reduzidas no Banco do Brasil (BB). O banco também ampliou a carteira de crédito para clientes em R$ 13 bilhões, e está com potencial para atender a 10 milhões de correntistas (a clientela total é de 32 milhões de pessoas), de acordo com estimativa do vice-presidente de Crédito, Controladoria e Risco Global do banco, Ricardo Flores.
Ele disse que a conjugação das duas medidas resulta de uma combinação inovadora da metodologia de análise de risco de crédito com o aumento da propensão de clientes ao consumo, o que permite aprimorar a oferta de produtos aos correntistas, com menores taxas. Em trabalho que vem sendo feito há meses, segundo ele, o BB identificou potencial de mais crédito para 10 milhões de clientes.
Mais Crédito
Ricardo Flores acrescentou que a elevação automática no limite pré-aprovado de crédito já entrou em vigor nesta segunda-feira (25). Ele enfatizou que a decisão do BB de aumentar os limites de crédito dos clientes “está em sintonia com o cenário econômico, que aponta para queda consistente da taxa Selic, para a progressiva retomada da atividade econômica e para a estabilidade da inadimplência no BB que, historicamente, tem sido abaixo da média dos outros bancos”.
De acordo com Flores, a direção do BB “está tranquila” quanto aos riscos de inadimplência, uma vez que, tomando por base a não quitação de compromissos com atraso superior a 90 dias, a instituição registra inadimplência atual de 5,9%, enquanto a média no Sistema Financeiro Nacional (SFN) está em 8,3%. “Nossa inadimplência está absolutamente sob controle”, disse ele. E, para mantê-la no mesmo patamar, o Banco do Brasil dará prioridade a trabalhar com clientes tradicionais, acrescentou.
Fidelizar Clientes
Flores ressaltou que, com a política de “emprestar mais e baratear o crédito com menor risco”, o BB pretende "fidelizar" clientes, ampliar negócios e ganhar participação de mercado, de modo a aumentar a carteira de crédito para pessoas físicas entre 23% e 25% neste ano. Além disso, Flores adiantou que o BB também contribui para aumentar o consumo e estimular a economia. De acordo com Aldo Mendes, vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do BB, que também participou da entrevista coletiva para anunciar as mudanças, a taxa mínima nos financiamentos de produtos da linha branca (geladeira, fogões e outros) era válida pelo prazo de 12 meses, e foi ampliada para até 24 meses.
DCI- 25/05/09 POLÍTICA ECONÔMICA

Bradesco amplia aposta no crédito imobiliário

BANCOS
SÃO PAULO - No período em que o País ainda sente os efeitos da crise, o setor de crédito imobiliário pode ser a aposta de crescimento das instituições. De olho nesse potencial, o Bradesco aumentou o prazo máximo de financiamento de 25 para 30 anos e reduziu a taxa de juros de diversas modalidades.Segundo o vice-presidente do Bradesco, Norberto Barbedo, a meta com a ação é alcançar 26% de participação no mercado no setor em até 18 meses, ante a participação atual de 22%. "Esses clientes ainda farão negócios com o banco por 5, 15 e até 30 anos", projeta o executivo, apostando no crescimento orgânico a partir de uma base de clientes maior.Ainda segundo ele, a expectativa é de um incremento substancial nos financiamentos às classes mais baixas. "Há um esforço do governo nesse sentido, com o programa 'Minha Casa, Minha Vida', e isenção do imposto sobre produtos industrializados [IPI] para material de construção. Por isso, teremos uma política agressiva em relação a clientes com rendimentos dentro dessa faixa de três a dez salários."Barbedo garante que haverá atenção a todas as camadas, mas a expectativa é de que essa seja a faixa salarial que irá apresentar maior crescimento. Ainda segundo o vice-presidente, a carteira da instituição deverá ter uma redução, de R$ 6,3 bilhões, em imóveis financiados até dezembro de 2008, para R$ 5,5 bilhões em 2009, porém com aumento do número de unidades financiadas e da participação de mercado."Vamos entrar para vencer. Queremos uma participação de mercado condizente com o tamanho do Bradesco", afirma Barbedo.O líder no segmento, o banco Caixa Econômica Federal, já financiou R$ 10 bilhões em imóveis até abril deste ano, um crescimento de 104% em relação ao mesmo período de 2008. A instituição iniciou o ano com a meta de destinar R$ 27 bilhões para o crédito imobiliário, porém já estuda rever esse montante.
Crescimento
Para Barbedo, o setor de crédito imobiliário deverá responder por 7,8% do Produto Interno Bruto até 2011, ante uma representatividade atual de 2,3%.Ele também acredita em que a caderneta de poupança perca espaço como principal fonte de recursos para essa linha de crédito, a partir de 2011.O maior volume de empréstimos fará com que os agentes desse sistema recorram a outros instrumentos, porque só a poupança não será suficiente. "O sistema passará a recorrer mais a securitização e a operações estruturadas", disse. Essa mudança independe das alterações feitas na caderneta de poupança. A partir do ano que vem, o governo passará a cobrar imposto de renda dos rendimentos das aplicações superiores a R$ 50 mil. "Essa mudança pode até causar alguma migração [para outro investimento], mas será pequena. Independentemente disso, a poupança é temporária no sentido de alavancar o crédito imobiliário no País."A poupança é hoje a principal fonte de financiamento para construção e aquisição de moradias. O financiamento imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totaliza, no ano, até abril, R$ 8,256 bilhões, um crescimento de 10,26% na comparação com igual período de 2008, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Entre maio de 2008 e abril de 2009, o valor chega a R$ 30,801 bilhões, recorde para um período de 12 meses.Para Barbedo, o incremento das operações de crédito imobiliário no Brasil depende de estabilidade e previsibilidade na economia. Com isso, as condições de financiamento a empresas e a pessoas físicas irão melhorar.
DCI- BANCOS - 26/05/09 José Guerra

Balança comercial tem superávit de US$ 698 milhões

A terceira semana de maio de 2009, com cinco dias úteis (18 a 24), fechou com uma corrente de comércio de US$ 5,560 bilhões (média diária de US$ 1,112 bilhão), resultante de exportações de US$ 3,129 bilhões (média diária de US$ 625,8 milhões) e importações de US$ 2,431 bilhões (média diária de US$ 486,2 milhões). O saldo comercial do período foi superavitário em US$ 698 milhões (média diária de US$ 139,6 milhões).No acumulado do ano, com 96 dias úteis, o saldo comercial foi superavitário em US$ 8,472 bilhões (média diária de US$ 88,3 milhões). As exportações chegaram a US$ 52,577 bilhões (média diária de US$ 547,7 milhões) e as importações a US$ 44,105 bilhões (média diária de US$ 459,4 milhões).
Exportações
A média das exportações da terceira semana do mês foi 5,2% maior que a média da segunda semana (US$ 594,9 milhões), em razão do aumento nas vendas de básicos (16,8%), por conta, principalmente, de soja em grão, petróleo em bruto, fumo em folhas e carne bovina; e semimanufaturados (7,1%), por causa de ferro fundido, celulose, óleo de soja em bruto e alumínio em bruto, enquanto caíram as vendas de manufaturados (-8,9%), sobretudo, autopeças, aviões, motores e geradores, polímeros plásticos e óleos combustíveis.
Importações
Do lado das importações, houve queda de 0,7% sobre igual período comparativo, motivado pela retração dos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, aparelhos e instrumentos eletroeletrônicos e plásticos e obras.Nas três primeiras semanas de maio (15 dias úteis), o superávit foi de US$ 1,750 bilhão (média diária de US$ 116,7 milhões), com exportações de US$ 9,078 bilhões e importações de US$ 7,328 bilhões (média diária de US$ 488,5 milhões). Nesse período, a corrente de comércio foi de US$ 16,406 bilhões (média diária de US$ 1,094 bilhão).Mais uma vez, o comparativo da terceira semana de maio 2009 sobre o mesmo período de 2008 apresentou números distorcidos por causa da operação-padrão de auditores fiscais aduaneiros, realizada em março e abril do ano passado. Os registros que deixaram de ser feitos nesses meses foram realizados em maio de 2008.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

AGRONEGÓCIO

Nova Zelândia terá US$ 36 mi para programa de biodiesel
Nota
São Paulo - O governo da Nova Zelândia vai investir US$ 36 milhões em programa de produção de biodiesel. Segundo comunicado do ministro da Energia do país, Gerry Brownlee, os recursos financeiros serão aportados a partir deste ano em programa com duração de três anos. Além de produção, o objetivo é desenvolver a indústria do biocombustível no país. Motivo do programa: depender menos do petróleo e investir em combustível limpo. Ao mesmo tempo, a indústria neozelandesa terá aporte público para gerir seus negócios e para ampliar os empregos locais. Em termos ambientais, a proposta é reduzir as emissões de gás entre 50% e 90% se comparadas com a emissão do óleo diesel usado no país.
DCI- CADERNO AGRONEGÓCIO 25-05-2009

China comprará lácteos, caprinos e ovos do País

BRASÍLIA - Durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva China, esta semana, a delegação brasileira do Ministério da Agricultura (Mapa) acertou a revisão da agenda de trabalho para a diversificação do comércio do agronegócio entre os dois países. De acordo com o Mapa, 93% das exportações brasileiras para o país asiático, atualmente, estão concentrados na soja e seus derivados.Na visita foram aprovados modelos de Certificado Sanitário Internacional para Exportação a serem utilizados em alguns produtos, nos mesmos moldes do que já foi feito com a carne de ave brasileira, que deve ter o embarque iniciado até o próximo mês, e as tripas de ovinos e caprinos da China, com comercialização já autorizada. Segundo o ministério, o modelo de certificado sanitário em vigor para a carne bovina valerá até 15 de agosto. Depois, o novo certificado acertado entre os dois países, com base no protocolo existente, passa a valer.Os governos brasileiro e chinês também se comprometeram a aprofundar a cooperação técnica em produtos lácteos, ovos para incubação, pintos de um dia, frutas, gelatina, carne e couro de equídeos e registro de estabelecimentos nacionais exportadores de carne bovina.A China autoriza apenas as importações de carne bovina de quatro estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia e Acre. Nesse encontro, o país sinalizou a abertura do mercado para todas as outras unidades da federação reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livres de febre aftosa.
DCI- CADERNO AGRONEGÓCIO 25-05-09

Santander vende o Banco da Venezuela ao governo Chávez

CARACAS - O governo venezuelano fechou sexta-feira a compra do Banco da Venezuela, braço do Grupo Santander no país, por US$ 1,05 bilhão, a ser pago em três fases que terminarão em 30 de dezembro deste ano.O vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizales, disse que uma primeira parte do pagamento, no valor de US$ 630 milhões, será efetuada em 3 de julho, quando será assinado o "contrato de compra e venda". Serão emitidas duas letras de câmbio no valor de US$ 210 milhões, com vencimento em 3 de outubro e 30 de dezembro próximos, disse.Carrizales afirmou, em entrevista coletiva, que o Estado tomará o controle operacional do banco a partir de 3 de julho, e que terá à disposição a plataforma de informática do Santander durante dois anos, com uma eventual prorrogação de mais um ano.O acordo de compra e venda, acrescentou o vice-presidente, inclui a autorização para conceder ao Santander divisas no valor de US$ 182,4 milhões em 27 de maio, e US$ 122,3 milhões em 3 de julho de 2009, para permitir-lhe "repatriar dividendos".Desde fevereiro de 2003, vigora na Venezuela um ferrenho controle de câmbio, com uma taxa atual de 2,15 bolívares por dólar. Segundo o presidente do Banco da Venezuela e representante da entidade espanhola, Michel Gouguikian, o Grupo Santander está "extremamente satisfeito" com o acordo alcançado com o governo venezuelano para a venda de sua filial nesse país.Em uma breve declaração feita depois de assinar o convênio, Gouguikian disse que o acordo e a negociação aconteceram em "um âmbito de total e absoluta cordialidade, em um âmbito de diálogo". "Acho que conseguimos um acordo muito satisfatório tanto para a República [da Venezuela] quanto para o Banco Santander", afirmou.O vice-presidente venezuelano ofereceu uma mensagem de calma aos "6 mil trabalhadores" do Banco da Venezuela, aos quais garantiu estabilidade laboral, assim como aos clientes da entidade, que "podem ter a tranquilidade de que não serão afetados de maneira alguma".Carrizales não quis antecipar dados sobre a eventual fusão do Banco da Venezuela com alguma outra instituição financeira pública e afirmou que, uma vez assinado o contrato de compra e venda, será anunciada a nova direção da entidade. O vice-presidente venezuelano fez essas declarações depois da assinatura, em seu escritório do acordo para a compra do banco por parte do ministro das Finanças venezuelano, Alí Rodríguez, e do presidente do Banco da Venezuela.A compra do banco faz parte de um amplo processo de estatização da economia promovido pelo presidente Chávez.
DCI- CADERNO FINANÇAS 25-05-2009

domingo, 24 de maio de 2009

Balanço dos pisos salariais negociados em 2008

A distribuição dos pisos salariais, segundo critérios que os definem, não apresenta modificações substanciais diante do observado em 2007. Os pisos definidos segundo a função desempenhada pelo trabalhador continuam mais frequentes, constando em pouco mais de 46% das unidades de negociação estudadas. Na sequência, mantêm-se em destaque os acordos que definem pisos únicos para a empresa ou categoria (34%) e os que definem pisos diferenciados por tempo de serviço1 (17%). O percentual de acordos que utilizam a dimensão da empresa como parâmetro é o que apresentou o maior aumento em relação ao ano anterior: subiu de 7,7%, em 2007, para 10%, em 2008. Permanecem em baixa proporção as negociações que utilizam critérios como localidade, presente em 3,2% dos casos; vigência do piso, observada em 2,5%; e duração da jornada contratada, presente em 2,1% dos documentos analisados. Em 2008, cerca de 56% das unidades de negociação estudadas estabeleceram pisos que não ultrapassaram o valor de 1,25 salário mínimo e; 77% não superaram o valor de 1,5 salário mínimo (Tabela 2). No que diz respeito aos valores mais elevados, pouco mais de 2% das categorias estudadas conquistaram pisos salariais superiores a 2,5 salários mínimos. Ao confrontar o resultado de 2008 com os publicados nos três estudos anteriores, nota-se o aumento na proporção dos pisos salariais em valores próximos ao do salário mínimo. Esse aumento é mais acentuado entre 2005 e 2006, mas também se verifica entre 2006 e 2007 e, mais discretamente, entre 2007 e 2008. Entre os fatores que podem ser arrolados como causas dessa aproximação destaca-se a atual política de valorização do salário mínimo, que tem reajustado o valor desta remuneração em percentuais superiores à variação da inflação e à média dos reajustes salariais acompanhados pelo DIEESE.
A íntegra deste texto está disponível para sócios do DIEESE e assinantes das publicações Notas Técnicas e Estudos e Pesquisas.

"Um caminho opcional para construir uma cultura de promoção da inovação"

Por Elsie Quintaes Marchini Caloête

Inovação é o que fazemos todos os dias e que adiciona valor para alguém em algum momento. Nossos hábitos e atitudes podem fazer grande diferença no alcance das metas, na antecipação de riscos e na superação de dificuldades. Para que elas estejam posicionadas em harmonia como um barco a vela em um dia de tempestade alguns fatores necessitam estar presentes. Entre eles destaco gerenciamento em rede, acesso à informação e espírito de coletividade. Henry Mintzberg, professor de “management” e estratégia na McGill University , Canadá, questiona que se um Gestor se posiciona sobre o topo da estrutura como pode perceber tudo o que está acontecendo na empresa? E ele sugere ainda que “ uma solução é o “manager” diversificar a forma como interage, colocando-se por exemplo no centro do processo, estando acessível às pessoas como um mentor, ou mesmo mantendo-se constantemente em circulação, interagindo e ajudando as equipes. Se administrar significa estimular o aprendizado contínuo, criar um ambiente de cooperação, tornar o “manager” um modelo pelo exemplo, planejar corretamente e atuar segundo as macro estratégias da empresa , seriam as inovações incrementadas a partir da forma que o “manager” se coloca diante de sua equipe? Penso que sim, desde que ele saiba utilizar sua prática em gerenciamento, balanceando o conhecimento adquirido e a intuição que o conecta a outros seres humanos. Não tenho dúvida de que não precisamos de líderes heróicos, e sim de líderes tranqüilos, centrados, como Ghandi ou Muhammad Yunus. Teria Yunus conseguido ajudar milhares de pessoas em Bangladesh se tivesse se mantido distante das mulheres das comunidades rurais, buscando com paciência através das palavras delas as soluções para superar a pobreza crônica do país? Ressalto aqui que sua estratégia até hoje prevalece: não são os clientes que vão ao Banco e sim o Banco vai até as mulheres. Portanto ao “manager” cabe descobrir como interagir com sua equipe de modo a atingir com tranqüilidade budista seus resultados. A necessidade de acesso à informação é hoje mais do que um fato do século XXI, é um mantra que se espalha entre as empresas, residências, instituições, praças, esquinas, comunidades. E ela é cada vez mais, em um mundo ecologicamente correto, proveniente de fontes virtuais. Em comunidades privadas descobrimos, por exemplo, o que o DESAFIO SEBRAE ou Empretec representam para muitas pessoas. Pesquisamos dados para projetos, prospectamos parcerias, identificamos oportunidades para a empresa onde atuamos por intermédio da web e da interação entre suas várias fontes que nos abre portas desconhecidas. Tal como a Wikia Search ou Wikipedia , criadas para ter o conteúdo aberto com a colaboração de pessoas desconhecidas, as empresas podem implementar um regime de fácil acesso à informação, onde as pessoas participam do gerenciamento das redes e os usuários são beneficiados pela criatividade e liberdade concedidas. Ao criador do Wikipedia durante o evento HSM 2008 foi perguntado como ele protege as informações contidas em rede se qualquer pessoa pode acessá-las, editá-las, complementá-las. Ele replicou que as pessoas identificam e alertam; os administradores corrigem e a rede protege a si mesma. Na verdade o que este exemplo nos ensina é que a maioria está disposta a colaborar, aprender , apoiar. Deduzo assim que as empresas devem identificar pontualmente as pessoas que utilizam as ferramentas virtuais de forma equivocada e esclarecer as regras, mas mantendo a formação de uma equipe com espírito inovador facilitando o acesso ao mundo virtual cada vez mais eclético. Chegamos finalmente ao espírito de coletividade e para isso pontuo o que conseguiu o então candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama com sua campanha. Como um mestre ele foi capaz de criar um sentido de comunidade possibilitando que as pessoas se tornassem partícipes do seu esforço, agrupando-as em torno de um objetivo. Seu site era convidativo, sua postura era tranquila, sua equipe bem posicionada. Em resumo, ter sido capaz de criar uma comunidade em torno de um ideal fez dele um homem vitorioso e, quem sabe, um líder de um país igualmente vitorioso em uma época de crise. A partir deste exemplo algumas perguntas persistem em meu pensamento: Como se comportam pessoas que se sentem parte de um ideal se comparadas àquelas que cumprem apenas suas funções com responsabilidade? Em que pesa a paixão na produtividade de um ser humano? Em que extensão um funcionário apaixonado é capaz de inovar? Para construir um ambiente composto por funcionários apaixonados pelo que fazem, é meu entendimento que as empresas devem perceber os movimentos internos identificando possíveis lacunas, pesquisando a “temperatura” presente, propondo caminhos que façam surgir uma atitude crescente de satisfação e encantamento. Ouvir continua sendo o melhor conselho, desde a época de minha avó, para perceber o presente e planejar o futuro. Como primeiro passo não posso sugerir coisa melhor."

Para "Economist", emergentes podem sair da crise antes que os EUA

da BBC Brasil
Um artigo na edição mais recente da revista britânica "The Economist" afirma que as grandes economias emergentes, principalmente Brasil, China e Índia, podem se recuperar mais rapidamente da crise econômica do que os Estados Unidos. A revista defende uma nova tese do "descolamento", teoria defendida no ano passado por alguns analistas que afirmavam que os emergentes estariam mais resistentes a uma recessão nos EUA. Admitindo que esta tese não se mostrou correta durante a crise, a "Economist" apresenta agora a tese do "descolamento 2.0" ("Decoupling 2.0", que dá nome ao artigo), que, segundo a publicação, seria "um fenômeno mais limitado, restrito a algumas das maiores e menos endividadas economias emergentes." "Mesmo se a economia americana continuar fraca, há sinais de que as algumas das maiores economias emergentes podem ter uma recuperação razoável", diz a publicação. A revista argumenta que esta nova teoria é baseada em dois fatores subestimados: que as grandes economias emergentes seriam menos dependentes dos gastos americanos do que se acredita e por elas terem se provado mais capazes e desejosas de responder à fragilidade econômica. Como prova desse "novo descolamento", a revista cita o exemplo da China, cuja economia começou a se acelerar novamente nos primeiros quatro meses deste ano. "Apesar dos debates sobre a precisão dos dados do PIB da China (...) o crescimento este ano pode ser perto de 8%. Este otimismo abasteceu os preços das commodities, o que, por sua vez, melhorou as previsões para o Brasil e outros exportadores de commodities."
Novo descolamento
Segundo a revista, durante a crise, países como o Brasil e a China não foram atingidos apenas pela queda na demanda dos EUA. O que talvez tenha afetado mais essas economias foi o quase colapso dos mercados de crédito globais e os cortes de estoques de companhias "traumatizadas". Além disso, muitos dos emergentes apertaram sua política monetária para combater a inflação antes da crise, o que fez a demanda doméstica cair ao mesmo tempo em que as exportações entravam em declínio. "Mas os choques globais estão se acalmando agora. Empresas não podem reduzir estoques para sempre. O pânico dos investidores está recuando, o que faz os mercados de crédito começarem a funcionar. Isto pode não ser o suficiente para estimular uma recuperação vibrante nos EUA (...) mas remove um obstáculo para as grande economias emergentes, que soltaram as rédeas fiscais e monetárias", diz a revista, citando os pacotes de estímulo da China e os cortes na taxa de juros do Brasil. Para a Economist, ações como essas por parte dos governos podem fazer as economias se recuperarem mais rapidamente, mas não criam uma resistência de longo prazo. A publicação afirma que, para ter uma recuperação sustentável, a China deve substituir mais investimentos estatais por consumo privado e outros países, como a Índia, devem administrar melhor as finanças do governo. "A ideia do descolamento continua viva, mas isso não significa que a prosperidade sustentável nas grandes economias emergentes seja uma conclusão necessária", diz a publicação.
Folha on line

sábado, 23 de maio de 2009

Politica Ambiental

Minc busca apoio para barrar alterações no Código
21/05/2009 - Acuado pela ação do forte lobby ruralista no Congresso, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reagiu ontem às propostas de reforma do Código Florestal Brasileiro ao anunciar uma "sólida aliança" com movimentos sociais de produtores familiares, assentados da reforma agrária, agricultores sem terra e ambientalistas. Na tentativa de buscar aliados para demonstrar força nos debates internos no governo, Minc prometeu tratamento "diferenciado" a pequenos produtores rurais. O ministro afirmou, ainda, que a aliança com os produtores familiares seria estratégica para evitar uma "derrota histórica" nas discussões sobre a reforma do Código Florestal no Congresso. O avanço das teses ruralistas no Congresso preocupa os ambientalistas. Para convencer os novos aliados, o ministro acenou com concessões em propriedades de até quatro módulos fiscais (cerca de 400 hectares) e mão de obra familiar. Poderiam ser permitidas a recomposição de áreas de preservação permanente (APPs) com espécies nativas combinadas ao plantio de frutas e somadas as APPs com áreas de reserva legal. Também haveria pagamento por serviços ambientais, a regularização fundiária e a compensação de áreas degradadas com doações de áreas preservadas. Representantes dos pequenos produtores reivindicam incentivos econômicos e fiscais para apoiar as propostas de Minc. Também querem financiamento público para a recuperação de áreas degradadas. Criticado por ambientalistas por apoiar a MP de regularização fundiária na Amazônia, o ministro informou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar no Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, o decreto que prevê o pagamento por serviços ambientais. Isso, segundo ele, permitirá ao agricultor receber pela recuperação de áreas desmatadas. O cálculo desse pagamento ainda não foi definido, segundo Minc. Pelas propostas, debatidas em reunião apoiada por parlamentares da bancada ambientalista, seria permitido a pequenos produtores o cultivo em regiões com declividade superior a 45 graus (topos de morro). "Tem que haver essa diferenciação da agricultura familiar e do agronegócio. Vamos manter e apoiar o Ministério do Meio Ambiente e derrubar as propostas dos ruralistas", disse a secretária de Meio Ambiente da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Rosecléia dos Santos. Na reunião, Minc afirmou que o encontro era o início do "movimento de reação" contra as alterações propostas na medida provisória 459, que modifica a legislação ambiental. "Não queremos uma derrota honrosa", afirmou. "Vamos dar um tratamento diferenciado à produção familiar para fazer face ao rolo compressor dos ruralistas e terminar de vez com esse terrorismo que está sendo tocado em cima do pequeno agricultor, que acaba sendo arregimentado para interesses daquele que quer passar a motosserra e o trator em cima do que restou." Os ruralistas querem dar autonomia aos Estados para legislar sobre questões ambientais. Em Santa Catarina, uma lei permitiu a redução de APPs em regiões degradadas. Na reunião, secretários estaduais de Meio Ambiente e parlamentares defenderam as propostas e rejeitaram mudanças propostas pelos ruralistas. O senador Renato Casagrande (PSB-ES) afirmou ser "necessária" pressão da sociedade civil sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para a revogação da lei catarinense.
Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Celulose Online.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Seguro-desemprego extra será pago a 320.207 demitidos

O acréscimo de duas parcelas ao seguro-desemprego é decorrente da preocupação do governo com a perda de postos de trabalho registrada nos últimos meses em função da crise mundial. Com a concessão, anunciada nesta quinta-feira (21) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, mais 216,5 mil trabalhadores brasileiros demitidos em dezembro e janeiro poderão receber duas partes extras do seguro-desemprego. De acordo com estudos realizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o número de contemplados com a extensão do benefício chega a 320 mil. “Entendemos necessário atender mais trabalhadores demitidos em dezembro - além dos 106,7 mil já contemplados na primeira fase da ampliação - e também incluir 73,3 mil demitidos em janeiro”, afirma Lupi. O gasto com a primeira fase, anunciada em março, foi de aproximadamente R$ 126,3 milhões. Somados aos R$ 263,7 milhões que serão disponibilizados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), chega-se a um investimento de R$ 390 milhões. Codefat - O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou em fevereiro deste ano a Resolução nº 592, proposta do Ministério do Trabalho e Emprego, que lista os critérios para identificação dos subsetores de atividade econômica mais atingidos pelo desemprego. Ainda em fevereiro, autorizou também a ampliação de duas parcelas do seguro-desemprego a trabalhadores que perderam seus empregos, nos setores mais afetados pela crise, a serem identificados pelo Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A nova proposta do Ministério - que deverá ser confirmada na próxima reunião do Conselho - será a última amparada pela Resolução nº 592, justificada pela crise econômica. O prolongamento do benefício é amparado pela Lei 8.900/1994, que prevê a possibilidade em caráter excepcional. Setores - Alimentação e Bebidas é o setor econômico com mais trabalhadores beneficiados nesta segunda fase da ampliação do seguro-desemprego. Vinte e dois setores foram habilitados a receber o benefício.Subsetores e Quantidade de beneficiados Alimentação e Bebidas - 45.290 Comércio varejista - 38.304 Metalúrgica - 24.927 Agricultura - 18.693 Indústria Mecânica - 13.468 Indústria Têxtil - 12.622 Elétrica e Comunicação - 11.372 Indústria Quimica - 10.476 Material de Transporte - 9.412 Madeira e mobiliário - 8.556 Borracha, Fumo e Couro - 5.261 .
Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Nº 810 - Brasília, 21 de Maio de 2009

Transferências para estados e municípios cresceram 60% acima da inflação entre 2002 e 2008

Gestão pública, o PIB, as novas de medidas para proteger ainda mais a poupança e o Fundo de Participação dos Municípios foram alguns dos temas abordados pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no Bom Dia Ministro, realizado nesta quinta-feira (21). O programa, com duração de uma hora, é produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitida via satélite a rádios de todo País. Leia os principais trechos. Orçamento - “Tivemos uma queda muito acentuada na nossa receita de aproximadamente R$50 bilhões. O déficit da Previdência, do último relatório para esse, aumentou aproximadamente R$ 1,3 bilhão, na nossa previsão. E a receita caiu porque a economia tem um desempenho pior. Particularmente, as empresas que vinham tendo os melhores lucros das últimas décadas tiveram uma queda muito forte no seu desempenho. Então, isso derrubou nossa receita. Além disso, o governo teve o entendimento, por orientação do presidente Lula, com a coordenação do ministro Guido Mantega (Fazenda), que em alguns casos deveríamos reduzir impostos, como fizemos no caso dos automóveis, do Imposto de Renda da pessoa física; material de construção, a redução do IPI para a linha branca de eletrodomésticos. De maneira que só a parcela que foi reduzida de dezembro para cá de impostos soma aproximadamente R$ 20,7 bilhões.” Transferências estados e municípios - “As transferências para estados e municípios, como regra geral, cresceram 60% acima da inflação do final de 2002 até o final de 2008. As transferências voluntárias, aquelas que o governo não tem obrigação de fazer, aumentaram até um pouquinho mais: 61% acima da inflação. Agora, estamos num momento de inflexão. A receita que vinha crescendo por conta do bom desempenho da economia começou a cair de forma muito acentuada neste ano. A previsão é que diminua realmente a participação do FPM. Por isso, fizemos essa medida complementar com R$ 1 bilhão e que pode ter alguma mudança até o final do ano porque assumimos um compromisso de complementar até o valor do Fundo de Participação dos Municípios em 2008. Os municípios poderão não ter ganho em 2009, mas também não terão perda.”Poupança - “Temos que trabalhar com o conceito e visão de que a poupança é sagrada. Protege a economia de mais de 80 milhões de correntistas que depositam na poupança seus recursos. Há um problema real que é o fato de que à medida que o Banco Central baixa a taxa de juros, a chamada Selic, muitos fundos que têm a Selic como base para remuneração das suas aplicações dos seus ativos começam a ficar desinteressantes e a poupança começa a ter um poder de atrair mais recursos desses fundos. Então, podemos ter não mais o poupador que deposita R$ 300,00 ou R$ 500,00 por mês e vai fazendo essa poupança para usar na velhice, ou pra ajudar na compra de um imóvel ou carro. Enfim, pode aparecer grandes investidores, grandes instituições financeiras, inclusive depositando dinheiro na poupança. Até brinco sempre: poderíamos ter uma situação em que o Jorge Soros (investidor de bolsas de valores e dono de uma das maiores fortunas do mundo) viesse ao Brasil e depositasse US$ 15 bilhões, e dissesse ‘o meu dinheiro está protegido lá no Brasil numa caderneta de poupança’. De fato, ninguém acha isso razoável. A proposta que vai para o Congresso estabelece o seguinte: a poupança ou depósitos até R$ 50 mil por pessoa não terá qualquer mudança. Acima de R$ 50 mil, se a pessoa tiver como única aplicação a poupança, não terá nenhuma mudança também. Quem tiver acima de R$ 50 mil e tiver variação, aplicou um pouco no mercado de ações, um pouco nos fundos de investimentos com renda variável, esse terá um Imposto de Renda sobre a parcela do rendimento que excedeu o depósito de R$ 50 mil. Então essa é a proposta que estamos fazendo e o nosso cálculo é que aproximadamente mais de 95% dos poupadores vão se enquadrar nesses casos onde não tem nenhuma mexida. E a mudança para quem tem outras aplicações ainda assim será pequena.” FPM – “O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) vinha crescendo de forma acelerada. No ano passado ele foi R$ 27,5% maior do que em 2007. Portanto, cresceu pouco mais de 20% acima da inflação, que foi 5,6%. Com essa queda, e reconhecendo que os municípios terão dificuldades, especialmente os poupança para ter a garantia e o juro maior. Achamos que isso não é uma forma adequada de uso da poupança. pequenos, a determinação do presidente é dar apoio financeiro para complementar o valor do Fundo repassado no ano passado. Calculamos que isso vai ficar em torno de R$ 1 bilhão. Já foi aprovado o crédito no Congresso. Mandamos uma Medida Provisória que autoriza o pagamento e a previsão é que na segunda-feira (25) o Tesouro Nacional faça o repasse correspondente ao período de abril, acredito. Porque como maio não foi fechado ainda, é possível que eles esperem fechar o mês de maio para calcular a perda e fazer o repasse. Portanto, no dia 25 já devemos fazer o primeiro repasse. Vai ser o mais expressivo, porque as perdas na nossa projeção também se concentram nos meses de janeiro a abril. Isso deve dar mais de R$ 700 milhões.”Congresso Nacional – “O Congresso tem nos ajudado muito. Não só depois que começou a crise econômica mundial, mas mesmo antes, de maneira geral. As questões que dependem do Congresso, as votações, as leis, têm saído. Tivemos alguns reveses, alguns pontos de dificuldade. Mas, de maneira geral, o Congresso tem aprovado e eu até diria que como regra as leis têm saído melhor do que mandamos. Em muitos casos eles conseguiram incluir emendas que aperfeiçoam. Em alguns, temos discordância. Chegamos até a vetar, mas não temos problema com isso não.”PIB - “Temos um período de grande volatilidade, de mudança nos índices. Então, o que fazemos é compilar todos os dados referentes ao desempenho do indústria, do agronegócio, as exportações, o emprego, a renda, o salário, a massa de salário real. Então, isso é colocado em um programa que vai fazendo simulações. Como de resto, o mercado e outras instituições também o fazem. De fato, temos que ter o cuidado de saber que essas previsões podem ter mudanças. Tínhamos uma previsão revisada, já para dois pontos percentuais do PIB. Quando tínhamos que fechar o relatório no final da semana passada, começo dessa semana, as equipes do Planejamento e da Fazenda trabalhavam com uma projeção de 0,7%, considerando que isso poderia ter uma margem de erro. Acho que em 9 de junho, quando teremos o resultado do PIB observado no primeiro trimestre desse ano e considerando o acúmulo já com o quarto trimestre de 2008, vamos ter uma visão mais clara de todo esse quadro. Pode ser até que a gente tenha que mudar alguma coisa, mas acho que está bem razoável a nossa previsão.”Crédito – “Tivemos um grande problema no crédito no final de setembro até o mês de dezembro e começo de janeiro. O crédito nos bancos privados praticamente parou. Os bancos internacionais, que também faziam uma parcela do crédito no Brasil, pararam completamente e nós acionamos os bancos públicos. O governo deu condições. Tanto o Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES receberam recursos para fazer esse crédito. Hoje, é menos verdadeiro que tem crédito à vontade. Voltamos ao mesmo nível do período anterior a setembro. Estamos num bom nível de crédito, mas tem muita gente que ainda se ressente e tem um aperto por conta de taxas, de burocracia e precisamos melhorar um pouco isso. Mas de fato, o que vimos até setembro é que havia uma abundância de crédito e a nossa expectativa é de que isso seja resolvido e voltemos a essa situação num período próximo.”Gestão pública – “O ano de 2009 foi escolhido como ano nacional da gestão pública pelo presidente Lula. Levamos a proposta e ele assinou o decreto. A questão da gestão tem que melhorar permanentemente. Deve haver ações e, particularmente, numa economia estável como a nossa, é mais importante ainda melhorar e modernizar a gestão. Temos vários exemplos: hoje, o governo federal compra exclusivamente bens e serviços comuns por pregão eletrônico. O resultado é uma economia muito grande. No ano passado foi superior a R$ 5 bilhões a diferença entre o preço dos editais que publicamos e o efetivamente cobrado depois que foi fechada a compra do governo federal. Ganhamos prazo, as empresas ganharam espaço, porque muitas pequenas empresas passaram a vender. A ação que o ministro da Previdência, José Pimentel, e sua equipe fizeram para melhorar o atendimento e possibilitar inclusive o atendimento em 30 minutos para definir a aposentadoria do cidadão. Foi um gol de placa. O que nós queremos com esse negócio do desempenho é o seguinte: a Constituição Federal já prevê contratos de desempenho na Administração Pública, só que isso nunca foi regulamentado. Estamos fazendo uma consulta pública, através da Casa Civil, e a ideia é premiar aqueles órgãos que tiverem melhor desempenho. Tanto pode ser por meio de uma gratificação diferenciada para os servidores, como pode ser, por exemplo, mais autonomia para o órgão, para o ministério que tiver melhor desempenho. A consulta pública é justamente para quem quiser sugerir e apresentar sugestões de melhorar o texto. Depois, vamos mandar para o Congresso.” Servidor - “Realizamos uma política forte de recomposição salarial, de reestruturação das carreiras do serviço público. Como havia muitas demandas e nós achávamos que em grande parte eram justas, mas não tínhamos dinheiro para fazer isso de uma única vez, acabamos parcelando os atendimentos. Os reajustes que demos nas carreiras, em três anos, fizemos uma parte em 2008. Outra parte será feita agora no meio deste ano, depois em meados de 2010. De maneira que estamos achando que - embora o servidor nunca vai dizer que está satisfeito, principalmente o sindicato -, a situação é muito melhor de fato do que era. Por outro lado, temos adotado medidas também para revisar esse gasto permanentemente. Diminuímos a previsão de despesas de pessoal em cerca de R$ 1,5 bilhão. Por quê? Porque estamos fazendo auditorias e verificando coisas que poderiam ser eliminadas. Estamos conseguindo reduzir este ano, em relação ao previsto no Orçamento, quase R$ 1,5 bilhão, e vamos continuar fazendo. Nós queremos fazer um recadastramento geral do servidor, que aliás é uma obrigação que está na lei 8.112 e vamos também fazer esse recadastramento inclusive dos servidores inativos. É um senso do servidor que está na lei, mas de fato faz alguns anos que não se faz. Vamos tentar fazer este ano.”

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Crédito à indústria cresce, mesmo com crise

SÃO PAULO - Apesar de os resultados da indústria terem sido bastante afetados pela crise neste início de ano, o crédito para o setor foi um dos que mais cresceram neste primeiro trimestre, no setor privado, ficando atrás apenas de habitação e pessoa física. Os dados, no entanto, podem não significar um aumento em investimentos, mas estarem ligados a recursos de curto prazo, para financiamento de estoques e capital de giro.O primeiro trimestre de 2009 foi o pior dos últimos dez anos, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de evolução da produção caiu para 36,1 pontos: encontra-se 16,1 pontos abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2008 e é 4,7 pontos menor do que o do último trimestre do ano passado. É o menor indicador da série desde 1999.Em compensação, o saldo do crédito para a indústria teve um incremento de 1,2% nos três primeiros meses do ano, a estoque de R$ 299,989 bilhões, segundo dados do Banco Central. Para habitação, o crescimento foi de 7,2% no período, porém a estoques ainda baixos, de R$ 67 816. Já o crédito para indivíduos, teve expansão de 3,2%, a estoque de R$ 403,829 bilhões.Para o professor de Finanças da Brazilian Business School, Ricardo Torres, esses dados mostram uma volta do crédito ainda para setores específicos da indústria e a prazos reduzidos. "Principalmente para aqueles com mais postos de trabalho, direto ou indireto, como é o caso do automobilístico, e os que mais sofreram, como os exportadores, que não se beneficiaram da alta no câmbio como se esperava, pela queda da demanda externa." Ele lembra ainda que, depois da "seca" de crédito no fim do ano passado, as empresas tiveram de substituir o dinheiro, e "muitas usaram caixa próprio enquanto puderam". "Neste início de ano, com a melhora da situação da liquidez, os bancos voltaram a dar fôlego para as empresas", diz o professor.Para o sócio diretor da BDO Trevisan, Márcio Peppe, esses recursos foram tomados como forma de financiamento de estoque. "Mas isso não quer dizer que o problema de altos estoques vistos em janeiro esteja terminado. As empresas tomam esses recursos com vistas em sua política comercial." Assim, diz Peppe, com dinheiro em caixa para honrar compromissos, as empresas podem pôr o produto disponível à venda e dar prazo para o cliente pagar pela compra.Peppe salienta que os maiores financiadores do setor são os bancos públicos. Segundo dados do BC, o crescimento do saldo do setor no trimestre, nas instituições do governo federal, foi de 2,8%, ante um crescimento de 1,2% nos bancos privados, a saldos semelhantes, de R$ 124,760 bilhões e R$ 125,005 bilhões, respectivamente. "O presidente Luís Inácio Lula da Silva vinha dando declarações, desde o início do ano, de que não faltaria crédito, por isso o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal foram os grandes impulsionadores desse crescimento, e os efeitos disso estão sendo sentidos agora."De acordo com o professor Torres, agora as empresas já estão pressionando os bancos para financiamentos de prazos maiores. "As instituições, porém, ainda possuem alguma dificuldade de conseguir prazos mais alongados. Devido à situação dos bancos no mercado externo, há ainda um certo receio", garante.Para ele, porém, se perdurar a volta da estabilidade econômica atual, o cenário pode mudar. "Com a crise já acabando, o que eu não acredito, e uma estabilidade da economia, há uma melhora significativa das intenções de empréstimo com os prazos de pagamento mais alongados."Segundo Torres, a perdurar a situação atual, o segundo semestre já deve ter uma volta dos prazos de dois ou três anos.CaixaO vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, adiantou números que mostram expansão sobretudo do empréstimo consignado e crédito pessoal pré-aprovado. No mês, a carteira total da instituição cresceu 5,2% em relação a março. No quadrimestre, houve salto de 23%. Nos dois casos, o desempenho superou as expectativas da diretoria. Sem dar detalhes, Percival informou de que a Caixa "estuda novas formas de crescimento" para manter o ritmo de expansão do crédito. "Houve uma reação ao comportamento da economia, que reflete a melhora do cenário. As empresas estão mais confiantes e há necessidade de reforçar o capital de giro. Entre as famílias, há indicadores de melhora da renda e do emprego da família. Por isso, conseguimos aumentar os volumes de crédito e a participação de mercado", afirma.Segundo os números apresentados pelo vice-presidente, o crédito livre para pessoa física cresceu 6% em abril na comparação com março. Entre as diversas operações desse segmento, o crédito consignado cresceu 7,4% no mês passado e o crédito pessoal pré-aprovado teve forte expansão de 15,4% no mês
DCI- 21 de Maio - Caderno Finanças- Jose Guerra

terça-feira, 19 de maio de 2009

Balança apresenta superávit de US$ 505 milhões na semana

SÃO PAULO - De janeiro a segunda semana de maio, a balança comercial se anteve superavitária em US$ 7,7 bilhões (média diária de US$ 85 milhões). Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado em valores aumentou 34,2% e pelo critério da média diária cresceu 29,7%.Ainda pelo critério do resultado médio diário e utilizando-se o mesmo período comparativo, as exportações deste ano caíram 18,1%. Em 2008, as vendas eram de US$ 58,4 bilhões e este ano passaram para US$ 49,4 bilhões . As importações também apresentaram queda de 23,4%, ao passar de US$ 52,6 bilhões no ano passado para US$ 41,6 bilhões neste ano .Para o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, a queda nas importações e exportações ocorre pela crise financeira mundial, "os países estão receosos de investir muito dinheiro em compras externas e consequentemente as vendas internas caem. Mas essa tendência deve diminuir no segundo semestre, uma vez que há o aumento das demandas industriais e os estoques das redes varejistas está acabando", explicou.Na segunda semana de maio, a balança comercial apresentou superávit de US$ 505 milhões (média diária de US$ 101 milhões), em razão das exportações de US$ 3,026 bilhões (média diária de US$ 605 milhões), valor 3,5% superior à média de US$ 584,6 milhões da primeira semana, motivado pelo aumento nas vendas de produtos básicos e semimanufaturados. Do lado das importações que fecharam a semana em US$ 2,521 bilhões (média diária de US$ 504 milhões), houve crescimento de 6,1%, sobre igual período comparativo.No mês, as exportações alcançaram a US$ 5,9 bilhões, comparadas as médias até a segunda semana de maio (US$ 594,9 milhões) com o mesmo período de 2008 (US$ 965,2 milhões), houve decréscimo de 38,4%, em razão do declínio nas três categorias de produtos. No comparativo com o mês anterior o recuo foi de 3,4%, em razão da queda nas vendas de produtos básicos.Nas importações, a média diária até a segunda semana de maio, de US$ 489,7 milhões, ficou 35,7% abaixo da média de maio do ano passado (US$ 761,4 milhões) e 13,8% superior a abril deste ano (US$ 430,5 milhões).Segundo as projeções de Alcides, a balança comercial do Brasil deverá fechar o ano com US$ 20 bilhões, "pois a China [principal parceiro comercial do Brasil] deverá crescer este ano e com isso teremos lucratividade", concluiu. karina nappi
DCI- 19/05/09 - 00:00 > POLÍTICA ECONÔMICA

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Apex-Brasil inaugura Centro de Negócios na China

Espaço de 340m” localizado na região empresarial de Pequim tem capacidade para abrigar empresas e terá foco na geração de negócios
A partir do dia 19 de maio o exportador brasileiro terá um forte apoio para efetuar negócios na China. Neste dia, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alessandro Teixeira, inauguram em Pequim o primeiro Centro de Negócios Brasileiro na Ásia. Um coquetel para empresários que acompanham a missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, bem como para empresários e autoridades chinesas, marcará a inauguração do Centro de Negócios de 340 m2, que fica localizado na região empresarial de Pequim. O espaço tem capacidade para abrigar mais de 20 empresas, em ambiente fechado ou coletivo (dividido por baias). Há, ainda, salas de reunião wireless e ambiente para realizar pequenas recepções. O Centro não disponibiliza armazém para estoque de mercadoria, pois já foi constituído dentro do novo conceito de atender o empresário com foco na geração de negócios, por meio de apoio técnico. O executivo responsável pelo CN, Cesar Yu, está apto a apoiar o empresário brasileiro que se instalar no local a identificar oportunidades comerciais, auxiliar em agendamentos, indicar empresas de consultoria, contabilidade e/ou advocacia, entre outras necessidades. Mercado PrioritárioEstudo elaborado pela Apex-Brasil destaca que o tamanho e o dinamismo da economia chinesa têm atraído cada vez mais investidores estrangeiros. Em 2007, a China foi a principal receptora de investimentos externos, com US$ 79 bilhões injetados em sua economia. "A China é um país estratégico e um mercado prioritário para o Brasil", ressalta Alessandro Teixeira. Segundo ele, a percepção sobre a China tem mudando. "Cada vez mais encontramos executivos brasileiros morando lá e abrindo seus negócios no país. Esses empresários vêem a China como um desafio e não como ameaça", acrescenta. O estudo mostra ainda que para os próximos dez anos uma grande expansão do consumo é esperada, guiada pela combinação do aumento dos salários, maiores lucros e ampliação do investimento governamental em áreas rurais. Estima-se que o número de famílias ganhando mais que US$ 5 mil por ano cresça 24%. Cerca de 5,8 milhões de famílias chinesas já possuem o estilo "ocidental" de consumo, com renda superior a US$ 10 mil por ano. Nos últimos onze anos houve acentuado aumento no fluxo comercial entre os dois países. Essa variação ocorreu tanto nas exportações quanto nas importações brasileiras. Entre os US$ 905 milhões exportados pelo Brasil para a China em 1998 e os US$ 16,4 bilhões exportados em 2008 houve uma variação de 1.712%. Já entre US$ 1 bilhão importado pelo Brasil da China em 1998 e os US$ 9,788 bilhões de 2008, houve acréscimo de 878,8%. Contudo, analisando o valor agregado das exportações brasileiras à China, observa-se que do total comercializado pelo Brasil ao país, em 2008, somente 6,6% são de produtos manufaturados. Desta forma, denota-se que, de forma geral, os produtos brasileiros de alto valor agregado não estão consolidados no mercado chinês, seja por motivos de falta de competitividade, dificuldades de acesso ao mercado, baixo conhecimento de mercado ou ausência de política de promoção do produto. "Com os CNs, a Apex-Brasil negocia condições diferenciadas para o exportador, diminuindo os custos e aumentando a competitividade das empresas", observa Teixeira acrescentando: "a ação de exportação quando trabalhada isolada é cara, difícil e complexa. Mas, orientados, os empresários brasileiros podem organizar ofertas e demandas, reduzindo custos". Centro de NegóciosCriados em 2005 e após passar por reformulações, os Centros de Negócios são unidades da Apex-Brasil no exterior que ajudam na internacionalização das empresas brasileiras, auxiliando desde a prospecção de mercado até a distribuição de produtos. "Não atuaremos apenas como distribuidores e armazenadores de mercadorias, mas no uso inteligente de informações para criar espaço para produtos brasileiros nos mercados prioritários", explica o presidente da Agência. Além de permitir às empresas manter estoque de produtos, mostruário e escritório destinado a atividades comerciais e administrativas, os CNs disponibilizam serviços agregados, como consultorias, suporte a negócios e armazenagem logística. Além de Pequim, a Agência mantém Centros de Negócios em Miami, Dubai (Emirados Árabes Unidos), Varsóvia (Polônia) e Havana (Cuba). Até o final do ano, Moscou (Rússia) receberá a estrutura. Brasil e ChinaDados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que, em março, pela primeira vez, a China foi o principal destino dos produtos nacionais, desbancando a liderança histórica dos Estados Unidos. As exportações para China no primeiro trimestre cresceram 62,67% em valor e 41,47% em quantidade na comparação com o mesmo período de 2008. Considerando o período de janeiro a abril, o Brasil despachou para o país asiático o equivalente a US$ 5,626 bilhões. A Apex-Brasil tem atualmente 18 projetos com ações comerciais com foco no mercado chinês. São parcerias com entidades nas áreas de moda, carne de frango, carne bovina, máquinas e equipamentos, rochas, equipamentos de ventilação e refrigeração, produtos para animais de companhia, componentes para couros e calçados, jóias, vinhos, máquinas e implementos agrícolas, peças para veículos, gesso, etanol e indústria mecânica. Em 2009, a Apex-Brasil tem previstos nove eventos na China, entre missões comerciais, rodadas de negócios com empresários chineses e participação em feiras. Ainda neste início de ano concluiu-se uma série de 50 pequenos seminários em 33 províncias chinesas. O primeiro deles aconteceu na província de Changzhou com a presença de representantes de entidades governamentais e comerciais, e dos setores de equipamentos, eletrônica, energia, produtos químicos e médicos. No ano passado, a Apex-Brasil promoveu, em cinco estados brasileiros, seminários de apresentação de estudo de Inteligência Comercial detalhando aspectos importantes do mercado chinês. O levantamento apontava características regionais como trâmites aduaneiro e logístico, importações chinesas, comércio entre os dois países, setores com potencial de venda para a China, comércio via Hong Kong e exportação de serviços, entre outros.
APEX-Brasil

Microcrédito avança e Sicredi já supera R$ 8 bi

SÃO PAULO - A crise de crédito que afeta a economia internacional desde a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em meados de setembro do ano passado, não afetou o microcrédito no País. Em especial no primeiro trimestre deste ano, em que as instituições financeiras no Brasil registram queda nos saldos de suas carteiras de crédito, Caixa Econômica Federal e o sistema de cooperativas de crédito Sicredi veem alta no segmento de crédito para população de baixa renda, o que deve perdurar durante todo o restante do ano.Segundo dados da Caixa, a sua carteira de microcrédito teve uma evolução de aproximadamente 45% até dezembro de 2008, em relação ao ano anterior, para um total de R$ 3,2 bilhões. Apesar de não ter os números do primeiro trimestre de 2009, o superintendente Nacional da instituição, Milton Paulo Krüger Junior, garante que Superintendente Nacional da Caixa Econômica Federal, garante que a tendência é de alta. "Seguramente, estamos fazendo um trabalho de captação de clientes maior neste ano, que se refletirá nos números."A alta é comprovada pelo Sicredi. Em 2008, o sistema de cooperativas encerrou com uma carteira de R$ 7,9 bilhões, uma alta de 51% sobre os R$ 5,2 bilhões de 2007. Até março deste ano, a entidade já acumula uma alta de 5%, a R$ 8,3 bilhões. Segundo o gerente de Crédito Geral e Câmbio do Banco Cooperativo Sicredi, Edson Pedro Schneider, o sistema cooperativo é diferente do sistema financeiro tradicional. "Trabalhamos com nossos associados e seus recursos. Também por conhecer melhor o tomador, os índices de inadimplência são muito baixos." Além disso, ele destaca o sistema cooperativo estrangeiro como bastante forte frente à crise. "Durante essa turbulência internacional, desde o ano passado, ainda não se ouviu falar de problemas com instituições como o banco alemão Rabobank", compara Scneider.Apesar da tendência de crescimento esperada, para conseguir aproveitar todo o seu potencial, o setor ainda tem muitos desafios a vencer, como custo das operações de crédito, a informalidade e a educação financeira da população a que se destina."Hoje ainda não há um meio para conseguir custos adequados. Pelos valores concedidos, o custo é alto, porém traz resultados importantes para a comunidade", afirma Schneider.Segundo pesquisa da entidade, dos empréstimos concedidos, 79% deles representaram um incremento no faturamento médio daquela família. "É preciso ampliar e criar mecanismos para conseguir mais resultados."Para o superintendente da Caixa, a premissa básica é ganho em escala. "É preciso conseguir rentabilidade com escala de negócio e baixo custo." Ainda segundo ele, para reduzir os gastos, é necessário simplificar e automatizar os processos. "O cartão de débito é essencial nessa estratégia, que representa um modelo de receita e rentabilidade, contra o saque, que representa um custo." Por isso, para ele, é fundamental que essa parcela da população se utilize mais do cartão de débito e, por isso, a Caixa tem investido em propagandas para incentivar essa prática.Além disso, diz Krüger, a tendência é de uma segmentação cada vez maior, para melhor se relacionar com os clientes.O executivo destaca ainda a diferença entre as classes. Segundo ele, enquanto a chamada classe social E, com renda até R$ 200 mensais, ainda necessita de inclusão social, não valoriza a adimplência e possui uma alta resistência a bancos, a classe E, com renda mensal até R$ 700 mensais, já tem uma baixa resistência às instituições financeiras, porém necessita ser bancarizada. Já a classe D, com renda mensal entre R$ 700 e R$ 1.100 mensais, são mais exigentes e politizados e dão mais valor ao nome e à adimplência. "Para chegar a essa população, desde novembro apostamos em parcerias com grandes redes de varejo para conceder o crédito", explica.Krüger ainda vê a restrição cadastral como um risco. "A recuperação dos inadimplentes deve ser feita com mecanismos baratos e de confiança, com cadastro em sistemas restritivos como o Serviço de Proteção ao Crédito [SPC]."Para o gerente executivo do Banco do Brasil, Benilton Couto Cunha, ainda representam grandes desafios para o microcrédito a ausência de um documento em muitos casos, a existência de um conceito de renda familiar, e não individual, e a informalidade existente nesse segmento.A crise não afetou o microcrédito no País. Segundo dados da Caixa, a sua carteira de microcrédito teve uma evolução de aproximadamente 45% até dezembro de 2008, em relação ao ano anterior, para um total de R$ 3,2 bilhões. O banco cooperativo Sicredi registrou, no ano passado, uma carteira de R$ 7,9 bilhões - alta de 51% sobre 2007. Até março deste ano, a entidade já acumula um crescimento de 5%, a R$ 8,3 bilhões. O bom potencial do setor fez com que o espanhol BBVA decidisse investir no segmento na América Latina.
DCI- Caderno Finanças & Mercados -16,17 e 18 de Maio
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