terça-feira, 26 de maio de 2009

Brasil entrou em novo patamar de juro

SÃO PAULO - O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, sinalizou hoje que o Brasil pode ter entrado para valer em um novo patamar de taxas de juros. Além de dizer que a indústria brasileira de fundos de investimento terá que se adequar à nova realidade de juros, Meirelles afirmou que os cortes realizados pelo BC no custo do dinheiro não refletem apenas uma situação " conjuntural " , mas também " estrutural " . Ele também mencionou que há exemplos históricos de economias onde o patamar dos juros mudou de forma permanente.Na visão do presidente do BC, para que a indústria de fundos cresça e se fortaleça diante da perspectiva de " nova transformação " vivida pela política monetária nacional, deverá haver uma " revisão dos mecanismos institucionais " , cuja criação se deu em contextos de altas taxas.Meirelles acredita que, além de terem de realizar mudanças na composição de seus ativos, os fundos devem também se estruturar no sentido de avançar na regulação do sistema, de modo que o aumento da confiança do mercado se torne uma consequência natural. " Esperamos um novo marco regulatório e novas abordagens de autorregulação, que incentivem o monitoramento dos riscos sistêmicos que tanto surpreenderam os analistas na crise atual " , disse o presidente do BC, que também pediu " atenção redobrada " com relação às falhas nas estratégias de diversificação e proteção experimentadas por alguns mercados. Para justificar as fortes flutuações da taxa de câmbio, atualmente verificadas na economia brasileira, Meirelles afirmou que a situação é fruto da escolha do BC pelo regime de metas para a inflação, cujo foco são as condições econômicas internas e não o equilíbrio do balanço de pagamentos. Ele explicou que, se o BC tivesse como meta a estabilização da taxa de câmbio, seria obrigado a elevar a taxa Selic durante a crise. " A taxa de juros é um único instrumento, pode perseguir um ou outro objetivo, interno ou externo, mas não ambos ao mesmo tempo " , disse. O chefe da autoridade monetária voltou a dizer que o Brasil sairá mais forte da crise. " E mais importante, devido aos aumentos dos investimentos nos últimos anos, sairemos com espaço para crescer sem desequilíbrios no curto prazo " , completou ele, que participou de evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças
(Ibef), em São Paulo.(Vanessa Dezem Valor Online) 26/05/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentario

________________________________________________________