domingo, 24 de maio de 2009

"Um caminho opcional para construir uma cultura de promoção da inovação"

Por Elsie Quintaes Marchini Caloête

Inovação é o que fazemos todos os dias e que adiciona valor para alguém em algum momento. Nossos hábitos e atitudes podem fazer grande diferença no alcance das metas, na antecipação de riscos e na superação de dificuldades. Para que elas estejam posicionadas em harmonia como um barco a vela em um dia de tempestade alguns fatores necessitam estar presentes. Entre eles destaco gerenciamento em rede, acesso à informação e espírito de coletividade. Henry Mintzberg, professor de “management” e estratégia na McGill University , Canadá, questiona que se um Gestor se posiciona sobre o topo da estrutura como pode perceber tudo o que está acontecendo na empresa? E ele sugere ainda que “ uma solução é o “manager” diversificar a forma como interage, colocando-se por exemplo no centro do processo, estando acessível às pessoas como um mentor, ou mesmo mantendo-se constantemente em circulação, interagindo e ajudando as equipes. Se administrar significa estimular o aprendizado contínuo, criar um ambiente de cooperação, tornar o “manager” um modelo pelo exemplo, planejar corretamente e atuar segundo as macro estratégias da empresa , seriam as inovações incrementadas a partir da forma que o “manager” se coloca diante de sua equipe? Penso que sim, desde que ele saiba utilizar sua prática em gerenciamento, balanceando o conhecimento adquirido e a intuição que o conecta a outros seres humanos. Não tenho dúvida de que não precisamos de líderes heróicos, e sim de líderes tranqüilos, centrados, como Ghandi ou Muhammad Yunus. Teria Yunus conseguido ajudar milhares de pessoas em Bangladesh se tivesse se mantido distante das mulheres das comunidades rurais, buscando com paciência através das palavras delas as soluções para superar a pobreza crônica do país? Ressalto aqui que sua estratégia até hoje prevalece: não são os clientes que vão ao Banco e sim o Banco vai até as mulheres. Portanto ao “manager” cabe descobrir como interagir com sua equipe de modo a atingir com tranqüilidade budista seus resultados. A necessidade de acesso à informação é hoje mais do que um fato do século XXI, é um mantra que se espalha entre as empresas, residências, instituições, praças, esquinas, comunidades. E ela é cada vez mais, em um mundo ecologicamente correto, proveniente de fontes virtuais. Em comunidades privadas descobrimos, por exemplo, o que o DESAFIO SEBRAE ou Empretec representam para muitas pessoas. Pesquisamos dados para projetos, prospectamos parcerias, identificamos oportunidades para a empresa onde atuamos por intermédio da web e da interação entre suas várias fontes que nos abre portas desconhecidas. Tal como a Wikia Search ou Wikipedia , criadas para ter o conteúdo aberto com a colaboração de pessoas desconhecidas, as empresas podem implementar um regime de fácil acesso à informação, onde as pessoas participam do gerenciamento das redes e os usuários são beneficiados pela criatividade e liberdade concedidas. Ao criador do Wikipedia durante o evento HSM 2008 foi perguntado como ele protege as informações contidas em rede se qualquer pessoa pode acessá-las, editá-las, complementá-las. Ele replicou que as pessoas identificam e alertam; os administradores corrigem e a rede protege a si mesma. Na verdade o que este exemplo nos ensina é que a maioria está disposta a colaborar, aprender , apoiar. Deduzo assim que as empresas devem identificar pontualmente as pessoas que utilizam as ferramentas virtuais de forma equivocada e esclarecer as regras, mas mantendo a formação de uma equipe com espírito inovador facilitando o acesso ao mundo virtual cada vez mais eclético. Chegamos finalmente ao espírito de coletividade e para isso pontuo o que conseguiu o então candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama com sua campanha. Como um mestre ele foi capaz de criar um sentido de comunidade possibilitando que as pessoas se tornassem partícipes do seu esforço, agrupando-as em torno de um objetivo. Seu site era convidativo, sua postura era tranquila, sua equipe bem posicionada. Em resumo, ter sido capaz de criar uma comunidade em torno de um ideal fez dele um homem vitorioso e, quem sabe, um líder de um país igualmente vitorioso em uma época de crise. A partir deste exemplo algumas perguntas persistem em meu pensamento: Como se comportam pessoas que se sentem parte de um ideal se comparadas àquelas que cumprem apenas suas funções com responsabilidade? Em que pesa a paixão na produtividade de um ser humano? Em que extensão um funcionário apaixonado é capaz de inovar? Para construir um ambiente composto por funcionários apaixonados pelo que fazem, é meu entendimento que as empresas devem perceber os movimentos internos identificando possíveis lacunas, pesquisando a “temperatura” presente, propondo caminhos que façam surgir uma atitude crescente de satisfação e encantamento. Ouvir continua sendo o melhor conselho, desde a época de minha avó, para perceber o presente e planejar o futuro. Como primeiro passo não posso sugerir coisa melhor."

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