quarta-feira, 27 de maio de 2009

Alta do crédito revela retomada do consumo

BRASÍLIA - Alta no volume e redução nas taxas de juros e no spread bancário, com recuo também na inadimplência, marcaram o comportamento do crédito à pessoa física em abril. Esse movimento se repete nos dados parciais de maio e, segundo o Banco Central (BC), indicam maior propensão ao consumo.Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, "a tendência é de continuidade" da melhoria desse cenário nesses tempos de crise."A alta no volume de crédito das famílias ratifica pesquisas que apontam melhoras na confiança do consumidor, voltando ao consumo. O consumo alavanca o crédito e, quando o consumo reage, o resto reage em cadeia", comentou Lopes. O recuo no juro médio amplia o retorno da oferta de crédito e começa a derrubar as taxas de inadimplência, que subiam desde o início da crise global em setembro do ano passado. O nível médio dos atrasos de pessoas físicas acima de 90 dias caiu 0,2 ponto percentual e situou-se em 8,2% em abril. "É um comportamento bem melhor em relação à fase aguda da crise, com sinais importantes da volta do crédito pessoal, a taxas elevadas para o consignado", comentou Lopes. O crédito global a pessoas físicas cresceu 1,8% em abril sobre março, sendo que somente os empréstimos pessoais subiram 3,8%, impulsionados pela alta mensal de 3,8% no estoque de empréstimos com desconto em folha de pagamento. Em maio até o dia 14, o BC detecta que a oferta de crédito bancário ao segmento segue crescendo 1,5%. E a taxa de juros para pessoa física, que caiu 1,3 ponto percentual sobre março, fechando em 48,8% anuais no mês passado, registrava redução para 47,9% ao ano até meados de maio. Ainda em abril, os bancos cortaram o spread - a diferença entre o custo de captação e os juros dos empréstimos - em 1,3 ponto percentual para a pessoa física, situando-se em 38,5% ao ano.O corte no ganho das instituições financeiras acompanha a trajetória de queda da taxa básica de juros Selic, iniciada em janeiro pelo BC. Na parcial para maio, o spread pessoa física seguia
diminuindo 0,7 ponto.
(Azelma Rodrigues Valor Online)

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